domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tirando o pó

*assopra* *passa um pano* *passa um lustra móveis*

Então, estou aqui, viva. Alive and kicking, mas nem tanto. Cheguei a cogitar não escrever mais aqui, mas essa possibilidade passou por minha cabeça num momento de delírio e descartei-a em questão de minutos. A verdade é que eu gosto de escrever, gosto dos comentários, gosto quando alguma pessoa conhecida e querida vem me perguntar se não vou mais escrever aqui ou quando alguém me diz que gostou do meu texto tal. Eu não respondo mais comentários porque sou uma pessoa preguiçosa. Também porque teve aquela vez em que escrevi um texto sobre minha opinião e rolou aquela polêmica e fui execrada por umas mulheres que são analfabetas funcionais, tive que ficar me explicando e ai, que preguiça, né?! De gente que não sabe ler direito. Mas já se passou muito tempo daquele texto que nem deveria ser polêmico, mas foi. Já se passou muito tempo e, por causa dele, eu ganhei vários leitores novos. E nunca comento sobre isso. Vou comentar hoje. Obrigada a todos que comentam, que visitam, que, mesmo sem nenhum texto novo, checam às vezes para ver se eu estou de volta à ativa. Acho isso muito legal mesmo! :-)))

Essa semana finalmente o ano começou de fato. Pós Carnaval, com um calor que senegaleses devem conhecer. Senegal é aqui, na verdade. Não hoje, que está um friozinho gostoso e dá aquela vontade de ficar na cama vendo filme. Mas eu estou numa fase de deixar a preguiça de lado. E aí eu saí, fui encontrar uma amiga na Paulista, apesar da chuva insistente. A Paulista é legal por diversos motivos, centenas deles, na verdade. É meu lugar preferido nessa Paulicéia e é por ali que está a Bella Paulista, padaria com o melhor brownie e melhor sanduíche de carpaccio do mundo. Então hoje eu me superei, saí de casa na chuva e fui até a Paulista. Já tratei de coisas de trabalho hoje, também. Eu fico feliz com a sensação de dever cumprido. Estou tentando procrastinar menos.

Sabe quando você sente que isso de deixar as coisas pra mais tarde está atrasando sua vida? Pois é, sinto isso com relação a mim. E é por isso que tenho me esforçado pra deixar a preguiça de lado. Nas mínimas coisas, como passar filtro solar no rosto diariamente, sem falhar. E passar creme anti-rugas todas as noites, quase sem falhar. Minha pele tem agradecido muito a atenção. Vou, pela quinta vez, fazer academia. Mas, dessa vez, vou fazer nessas academias de mulher, onde você treina por somente meia hora, três vezes na semana. Deu resultado pra minha mãe. Já ouvi dizer que esse tipo de academia é uma piada, mas eu nem quero perder peso, quero ficar saudável, mais disposta, e perder a gordurinha abdominal localizada. Se eu frequentar essa academia por mais de três meses, sem falhar, me considerarei vitoriosa. Nunca frequentei uma academia por mais de um mês e meio. Só que já tenho 31 anos e TENHO que começar a me cuidar mais. Isso é sério.

Assim como é sério que comecei uma mudança bem grande na minha maneira de trabalhar e isso tem me mantido ocupada. Em breve conto tudo aqui, por enquanto mantenho na clandestinidade pra não rolar um JINX. Eu prometi a mim mesma que não chegarei ao final do ano na pindaíba que sempre rola todo final de ano por causa das variações no mercado. Prometi e estou mudando as coisas para que eu possa cumprir com essa promessa.

Como vocês podem ver, muitas coisas acontecendo, muitos planos, muitas ideias. A vida só acontece pra quem se mexe. Não é essa uma das verdades universais? Também é verdade universal que a gente cai, mas levanta. Eu estava há dois anos caindo. Parei de cair quando peguei o resultado do exame de DNA. E fiquei triste, vazia, doída. Mas esse exame colocou um ponto final em algo que eu precisava ter um ponto final. Respondeu à grande dúvida da minha vida. Nem sempre temos as respostas que gostaríamos. Continuo sem entender o que minha mãe fez. Continuo questionando. O que me deixou mais triste foi pensar no passado que tive com meus irmãos sem saber que eles eram meus irmãos. Foi isso que doeu, é isso que dói, e é provavelmente isso que vai doer para sempre. Foi-me negado o direito de ter uma infância com irmãos. Foi-me negada a verdade. Eu tive que ir atrás dela tarde, cheia de mágoas, cheia de sofrimento.

Mas a verdade é que a verdade nos liberta.

E cá estou eu, levantando. Seguindo em frente. Impondo-me objetivos, metas, ideias, mudanças. Eu preciso disso. Não sinto mais o ranço de outrora, não sinto mais a raiva nem a mágoa de antes. Mas isso não significa que tudo esteja superado. Isso não significa que eu entenda ou aceite o que aconteceu comigo. Eu perdoei, mas não aceito e não entendo. Mas me afundar na incompreensão não vai me trazer nada de bom. E é por isso que eu sigo em frente desse jeito. Tentando mudar as coisas. E com a certeza de que, com meus filhos, eu farei diferente. Sem arrogância, é só uma certeza que tenho. Meu namorado, com quem terei esses filhos, também pensa assim. Também tem essa certeza. E, assim, seguimos. Eu e ele, juntos.

E, depois desse imbroglio todo e desse texto multi-assunto cheio de divagações, vou-me. Boa semana a todos!