quarta-feira, 19 de março de 2014

(hashtag) 365empreendedoras e Plano Feminino


Não canso de me surpreender com o desenrolar da vida. Por causa de duas indicações para aula, conheci a Viviane Duarte, dona e idealizadora do Plano Feminino, um portal sobre empreendedorismo feminino. Fizemos uma reunião para que eu apresentasse o trabalho da minha empresa, a Evolve Languages. A Vivi queria aulas, e eu estava lá pra falar sobre isso. Apresentei meu trabalho, e desandamos a conversar. Contei a ela como o negócio funciona, como eu cuido de tudo sozinha, como desenvolvi a filosofia de ensino, e por aí vai. Conversa boa!

Umas semanas depois, a Vivi me contatou com uma proposta muito, muito legal. Irrecusável. Ela tem um projeto chamado #365empreendedoras, onde mulheres que abriram seu próprio negócio, na garra mesmo, falam um pouco a respeito. E eu seria parte desse projeto. Tomei na hora, claro! E saí do encontro me dando uns beliscões pra ver se era mesmo verdade.

Pode parecer pouco. Mas não para mim. Eu realmente quase perdi tudo duas vezes, e foi bem difícil levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Ainda estou dando essa volta, na verdade. Durante muito tempo eu relutei em me chamar de empresária ou empreendedora. Na verdade, meu marido e algumas pessoas próximas foi que me disseram "então, sabia que você é uma mulher empreendedora?". Não, sou só uma professora com um micro-negócio, só isso.

Achava que precisava melhorar muita coisa antes de divulgar minha empresa. Não tenho nem escritório fixo ainda. E meus tutores do CELTA (certificação de professora da Cambridge University), será que vão achar que faço um bom trabalho? Passei alguns anos só pensando "um dia eu divulgo, ainda não estou pronta". Até que ele, sempre ele, meu marido, me deu uma chamada séria. "Camila, você TEM que aprender a se vender. Você depende disso".

Não sou louca ególatra, então tudo pra mim tem um limite. Mas eu aprendi, na marra, a vender o meu trabalho, a me impor, a mostrar que o trabalho que fazemos é sim um trabalho legal. E por causa dessa mudança de postura, eu consegui novos clientes. E por causa dessa mudança de postura, a Viviane achou meu trabalho diferente, legal, e me chamou para ser uma das 365 empreendedoras. Desde ontem eu estou que não caibo em mim de felicidade. A empresa é micro, mas é minha. Fui eu que construí a reputação boa que ela tem. Fui eu quem organizou a filosofia de ensino. Acho que posso, pelo menos por um tempinho, ficar orgulhosa de mim. Não posso?

A matéria você lê aqui.

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Depois eu posto aqui a entrevista toda, que eu respondi. A Vivi colocou só algumas partes, pra ficar mais conciso (eu falo demais e escrevo demais), mas eu acho que a entrevista ficou bacana! :)

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Eu fiquei meio sem graça com isso de "venceu um câncer". Essa parte d'eu ter ficado doente foi uma parte bem pequena da entrevista. Eu sei o que eu passei, mas sempre acho que quem teve que fazer quimioterapia, por exemplo, é que realmente superou a doença. Eu passei por um câncer, mas superação mesmo é do pessoal que passa por cirurgias maiores, que passa meses em tratamento. Uma amiga minha teve câncer de mama no ano passado, e foi difícil. Tudo foi difícil. Mas como dizem por aí, cada um sabe onde seu calo aperta, e o meu Voldemort, que foi Voldemortzinho, foi ruim também. Acho que a superação maior ali foi superar aquele ano maledeto, onde o câncer foi só a cereja de merda do bolo de chorume.

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Sempre acharei que a minha maior superação de vida foi a história do meu pai. Foi lidar com tudo aquilo e ainda continuar uma pessoa sã e que consegue se relacionar com as pessoas. Mas isso eu não ia falar na entrevista, né. Essa história eu deixo pra um livro que algum dia eu escreverei.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Pequeno momento

Eu no computador com mil abas abertas, meu sogro jogando pôquer online, música alta, meu marido cantando alto, minha cunhada no quarto com uma renca de amigos, minha sogra e a avó do meu marido cozinhando e conversando sem parar. Tudo ao mesmo tempo, mas cada um num cômodo das casas. Parece bobeira, e nem sei explicar o motivo, mas esse foi um dos meus momentos favoritos do dia. Talvez pelo contraste total com o horário do almoço, todos juntos falando ao mesmo tempo. Ou pouco antes, quando eu tentava trabalhar e todo mundo falava comigo. É bom cada um fazer suas coisas numa casa cheia de gente, cada um na sua. Mas é bom saber que logo mais estaremos todos falando alto e ao mesmo tempo de novo, em volta da mesa de jantar.