terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fiesta pa' los rumberos

Esse é o nome da música que dançarei na apresentação de final de ano. Sábado passado, após uma maratona de aula e ensaio que me deixou exaurida (no final eu estava tão cansada que não conseguia contar 12 tempos. Eu contava 13, sempre errava e tomava carraspana da professora. Triste), eu concluí que, sem sombra de dúvidas, a dança é realmente uma das grandes paixões da minha vida. Porque, vejam bem. Meu vestido tem que ser AMARELO GEMA. Amarelo gema é a cor inimiga das branquelas como eu. Eu me recuso a fazer JET BRONZE pra ficar mais escurinha, então eu tenho que me conformar em me apresentar parecendo uma omelete. O modelo é frente-única. Frente-única é o modelo inimigo das mulheres com pouco peito. Como eu. Eu adoraria ter dinheiro prum siliconinho básico, mas não tenho. Ou seja, estarei vestida de omelete COM dois ovos estralados para completar. Ah, se não fosse meu senso de humor, hein... Além dessa desgraceira toda, tenho que dançar ao lado de um rapaz vestido todo de branco que, para quebrar a VIBE Pai-de-santo, usará uma fita AMARELA na cintura, combinando com meu modelito. Não sei se prefiro dançar ao lado de Pai Oxalufã de Aruanda ou se prefiro dançar ao lado de um ovo frito. Sem contar que as professoras nos orientaram a CAPRICHAR nos acessórios e na maquiagem. Temo pela retina de meus amigos que irão me assistir. Porque certeza que as cafonas colocarão chapéus de Carmem Miranda e usarão maquiagem de drag queen. Tô pensando em oferecer meus préstimos de pessoa com noção mínima de make up pra ver se poupo a platéia de ver pessoas com vestido amarelo, sombra azul e verde passada sem esfumar e batom laranja.

Acho que ficou claro que eu realmente amo a dança. Porque só amor justifica que eu esteja imersa até o cocoruto em tanta cafonice. E, vejam bem, cafona não é a salsa, não é dança, não é a apresentação. É como as pessoas encaram isso. E se portam. E se vestem. Mas enfim. Ao menos eu tenho aqui um vídeo para mostrar aos meus queridos miguxos leitores como é uma parte da apresentação. Vejam bem, salsa é algo complicado e existem várias modalidades. Nós dançaremos três delas. Shine, em linha e rueda de casino. Nesse vídeo vocês vêem um pouco da salsa em linha, que nada mais é que a salsa dançada a dois; e da salsa "rueda de casino" que é a MAIS legal. Shine é uma modalidade bem Vera Verão em que a mulher dança sozinha fazendo uns chacoalhos pra lá e pra cá e passos que se chamam "Suzy" ou "Como uma deusa". Imaginem. Pena que desse tipo não tem vídeo mostrando. Mas vocês podem rir de mim desde já - eu serei uma das dançarinas da linha de frente. Riam, riam. Eu mereço.

Pois bem, apenas uma breve explicação sobre o que é a "rueda de casino", ou salsa cubana. Dança-se em roda (ORLY?) e todos sabem os passos E os nomes dos passos. Alguém canta os passos e todos executam ao mesmo tempo, sendo que muitos deles envolvem troca de parceiro. É uma suruba dançante e sem sexo. Quem dança salsa cubana sabe o que é um ENCHUFA, um MONTURNO, um DA ME (ui). Existe também o Che, o Fidel e a Rosa. Não sei exatamente o que farei com esse tipo de informação quando eu parar de dançar, portanto, acredito que para vocês essa informação seja mais inútil ainda. Portanto, aí vai o vídeo, com Chayenne e Vanessa Williams. Nos minutos 3:00 a 3:55 mostram a rueda. E o passo final, em que os homens fazem "cadeirinha" com as mulheres, nós faremos em nossa apresentação. Certeza que as véias vão cair e vão mostrar as calçolas pra platéia, mas tudo pela arte, não é mesmo?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Caio

Eu era apenas uma moçoila de 21 anos. Eu poderia dizer que isso diz muita coisa, mas dizer isso deporia um pouco contra mim por diversos motivos que não vêm ao caso, portanto, completarei dizendo que eu era uma moça de 21, 22 anos, tímida e sem muita noção do meu lugar no mundo. Não que agora eu tenha, mas ao menos eu sei que eu não tenho. Aos 20 e pouquíssimos anos você não tem noção do mundo mas é arrogante o suficiente para achar que tem. Believe me, I know that. E lá estava eu, trabalhando e me preparando uma viagem de trabalho para Manaus. Eu não queria ir porque seria num fim-de-semana e eu estava saindo há umas 3 semanas com um rapaz (igualmente jovem e igualmente arrogante, mas ele era um pouco mais arrogante ainda porque ganhava muito dinheiro para alguém da idade dele. Ou seja, ele era ligeiramente insuportável. E eu achava que gostava muito dele). Imaginem, 3 semanas, já era quase UM MÊS. E um mês já era namoro, na minha cabeça perdida. Como poderia eu passar um fim-de-semana longe do meu quase namorado? Nossa, fim do mundo.

Eu queria ir na sexta e voltar logo no sábado. Porque MANAUS, né, pessoal. It's the end of the world as we know it, essa era minha opinião. O que eu farei em MANAUS sendo que meu docinho de côco estaria aqui, sozinho em São Paulo? Ó. Foi quando meu chefe na época chegou e disse:

- Camilíssima (ele me chamava assim), você vai viajar prum lugar super diferente, pode ver coisas legais, por que não muda a data da volta para domingo à noite? Eu te libero na sexta, aí você também altera sua ida e pronto! Você tem uma viagem diferente de um fim-de-semana em que terá que trabalhar por apenas 3 horinhas. Vai, boba!
- Mas Caio, é que eu comecei a sair com esse cara e aí eu não queria deixá-lo sozinho no fim-de-semana.
- Não quero nem ouvir. Uma menina como você, se enveredar pelos caminhos das idiotas que vivem para um namorado, é um desperdício. Tenha certeza que quando você voltar ele estará te esperando. E, se não estiver, melhor pra você, sinal de que ele é um imbecil. Agora, perder a chance de ver o Rio Amazonas sem pagar nada é um claro sinal de idiotice e eu acredito que você seja diferente.

Ele falava essas coisas sempre docemente e com um sorriso no rosto. E depois falava "vamos ali pegar um café". Caio era irresistivelmente charmoso. Contava casos, ria, falava de escritores, falava das bebedeiras dele e do filho, de quem ele se orgulhava muito. Por causa dele eu fiquei um fim-de-semana inteiro em Manaus e vi o encontro das águas, passeei pela cidade, vi lugares bem diferentes. Voltei picada pelo bichinho das viagens. Algum tempo depois, foi ele quem fez questão de me incluir nos programas de intercâmbio, para que eu tivesse contato direto com americanos - porque ele achava que eu tinha que ter algum tipo de experiência internacional, mesmo que fosse no Brasil. Ele me mandava pro Rio de Janeiro com os gringos mesmo quando eu não precisava ir. Mesmo quando não era parte do meu trabalho. Só porque ele sabia que era bom pra mim. Foi ele quem sugeriu que eu começasse a dar aulas e foi ele quem conseguiu que eu fosse mandada embora, pra ter um dinheiro para começar a carreira como English Teacher.

Eu tinha ele como um pai. Acho que das poucas figuras paternas que tive, foi ele quem mais me ajudou profissionalmente. Na semana passada eu soube que ele faleceu de câncer de pulmão. Eu não tive tempo de me despedir, mas fico feliz que, há mais ou menos uns 10 meses, quando nos vimos pela última vez, eu consegui agradecê-lo por tudo que ele tinha me ajudado. A resposta não poderia ser mais dele:

- Imagine, Camilíssima, você sempre mereceu. Vamos ali beber um drink, almoçar, falar da vida... Me conte, e sua vida amorosa sempre turbulenta?

Eu só acho que o mundo devia ter muitos Caios por aí.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Procrastinators of the world... Unite and take over...

Entro em vários sites para fazer uma seleção de textos para uma das minhas aulas mas me lembro que tenho que terminar um exercício, favorito os sites, vou para o exercício e aí me cai a ficha de que tenho que terminar de corrigir uma prova. Deixo o exercício, vou para a prova. Uma janelinha do MSN pisca, é um amigo enroladíssimo com seus casos amorosos querendo me contar os últimos basfonds. Converso com ele por algum tempo, uma outra janela pisca, converso sobre algo completamente diferente com a outra pessoa; lembro-me que fiquei de verificar sobre compra de ingressos para uma peça de teatro, me despeço dos amiguxos no MSN, fico offline, entro no site da Ticketmaster, não acho a informação, ligo para o Citibank Hall, desligo, ligo para o meu rapaz, me distraio falando sobre preços, entro no Orkut para deixar recado para o pai dele, chegam emails e eu respondo alguns, paro para pensar a respeito do amigo que falou comigo no MSN e seus casos afetivos e como a vida amorosa das pessoas, incluindo a minha, é complicada. Começo a pensar sobre a minha vida e entro em crise, aí olho no relógio e vejo que ainda tenho que terminar tudo aquilo que eu comecei de trabalho. Entro no blogger e escrevo um post.

Não sei se é DDA, não sei se é crise existencial, não sei se é procrastinação. Só sei que tá foda.