sábado, 31 de março de 2012

Pra marcar a mudança

Quando eu quero deixar algo pra trás eu mudo meus cabelos. Dessa vez eu só retoquei a raiz mesmo. Adoro a cor que ele tem atualmente assim como estou adorando ter cabelos compridos. Então não tinha como fazer uma grande mudança.

Aí, mudei o layout. Um padrão mais simples, com a Torre Eiffel como única firula e também ícone daquilo que quero conquistar nessa nova fase: 23 territórios à minha escolha e também Vladivostok. Brinks. Quero começar a conhecer o mundo e é certeza que França será um dos primeiros destinos.



(Também porque ontem uma amiga reclamou dizendo que o layout de bolinhas fica ruim de ler no Reader ou sei lá onde. Oi, Miru! Melhorou agora?)

sexta-feira, 30 de março de 2012

Quando gira o mundo e alguém chega ao fundo de um ser humano*

Eu trabalhei por dois anos numa escola de idiomas presente no mundo todo. É uma escola super conceituada, super cara e muito boa. Foram dois anos muito, muito bons, fui muito feliz lá, amava meus colegas e meus alunos. Saí porque financeiramente era uma merda.

Esse ano começou muito mal, com quase nenhum aluno novo. E eu precisava de alunos novos, visto que tive que deixar todos de lado pra ir trabalhar naquela grande escola inglesa que quase me enlouqueceu. Janeiro, nada de alunos novos. Fevereiro, promessas de alunos novos. Março, as promessas desistiram.

Uma aluna nova quis fazer umas duas aulas específicas de preparação para entrevista de emprego. Disse que quando conseguisse o emprego, faria aulas comigo. Disse que o noivo dela, que é meu ex-aluno, amava as aulas comigo e me recomendou muito. E comentou que havia procurado escolas de inglês mas todas eram caras e ela havia ficado confusa com as metodologias. Calmamente eu expliquei sobre as principais, falei alguns prós e contras de cada uma e falei sobre as duas onde havia trabalhado: a internacional bacanuda e a inglesa difícil.

Semana passada recebo email dessa moça me contando que está empregada e que optou por fazer aulas na escola bacanuda. Mas que queria fazer uma ou outra aula comigo.

Eu fiquei muito decepcionada. Vejam bem, eu trabalhei nessa escola, eu conheço a metodologia, eu tenho experiência de anos com Business English, eu manjo do babado todo. E cobro mais barato que a escola. Com a vantagem de ter liberdade para usar materiais diversos, porque, obviamente, não tem como usar o material da escola. Só que isso é bom! A aula fica mais rica! Mas a pessoa prefere ter aulas na escola. E me avisa isso. Minha vida já está fodida o bastante e ainda recebo um email desnecessário.

Essa semana a moça me escreveu de novo. Está achando as aulas muito difíceis e quer que eu dê aulas de reforço na empresa onde ela trabalha. Gente. Não era mais fácil já fazer as aulas comigo de uma vez? Se o problema é o certificado que te dão no final do curso, presta um FCE da vida depois de um tempo de aulas comigo que você passa. E tem um certificado válido mundialmente. Da Cambridge University. Não vale mais a pena?

Bem, acontece que minha vida deu um giro. Mudou de uma semana pra outra. E não posso mais ir até a empresa. Posso dar uma aula de reforço por semana, de manhã. Só. Vamos ver o que ela fala. E essa história, meus amigos, é só pra mostrar um pouquinho o quanto dar aulas particulares é difícil. A competição é contra grandes instituições. As pessoas regateiam preço até não poder mais. Algumas tratam o professor como se fosse mercadoria, afinal, "eu pago".

Eu amo dar aulas. Preenche meu coração, de verdade. Mas todo o entorno é muito difícil. Toda a negociação, cobrança de pagamento, desistências, justificativas. É tudo muito, muito estressante.

Fico pensando: se muitos alunos tivessem aparecido, se essa moça tivesse optado fazer um baita curso intensivo comigo, eu teria pensado em mudar? E aceitar essa mudança?

* esse título lindo é referência ao nosso grande ídolo Juninho, Fábio Junior, grande filósofo romântico. Só usei esse trecho pois fala sobre o mundo girar e meu mundo girou, não é? A parte de chegar ao fundo de um ser humano só está lá porque, gente, que frase é essa? Incrível.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Então, né. Dia das Mulheres. I couldn't care less. Mas, é claro, muita gente me dá "feliz dia das mulheres". E o que eu faço?

Eu AGRADEÇO. De coração. Porque além de ser educada eu entendo que não é todo mundo que sabe da história do dia das mulheres. Nem todo mundo sabe o que está por trás desse dia. Tem gente que simplesmente me acha especial, acha as mulheres todas lindas e resolve dizer "Feliz dia". E tem aqueles que acham que somos belezas que iluminam seus dias e eles não seriam nada sem nós. Beleza! Eu agradeço também.

Vou ser muito sincera. Culpem o álcool. Bebi muito vinho. Tô sincerona, gente.

Então. Acho de um ranço muito chato que a mulherada fique reclamando TANTO dessa porra desse dia. Amiguinha. Amiguinha, bonita. Amiguinha, cheia de óleo na cara. Amiguinha, feia. Então. Ignore. Agradeça. Escreva em seu blog, tá ok. Mas gente do céu, essa militância toda é chata de-mais. Essa coisa de "eu fico mal-humorada porque esse dia é uma merda" é algo tão, tão desnecessário. Meus dias são geralmente legais. Não é uma data comemorativa válida ou não que vai tornar meu dia uma merda.

Sei lá, sabem. Um pouco de vida e menos internet fariam um bem gigantesco a muita gente.

No mais, repito: é feio e falta de educação mandar tomar no cu quem te deseja um bom dia.

Não, sua reclamação não vai me fazer mudar de ideia.

Ah, eu amo vinho!

terça-feira, 6 de março de 2012

Amizades adultas

Eu fiz amizades depois de adulta, muitas. E algumas dessas amizades passaram por muita coisa comigo, e eu com elas. Por anos eu botei fé que amizades feitas depois que você é adulta tendem a durar muito mais, afinal, as mudanças são menores e, teoricamente, é mais fácil lidar com adultos do que com adolescentes cheios de hormônios. Sempre considerei um grupo de amigos em especial como muito mais especiais que todos.

A verdade é que amizades adultas são difíceis. É todo um lance de desapego que, às vezes, dá mais trabalho que aquela coisa amizade de gente jovem. Você tem sua vida, a pessoa tem a vida dela, não tem como se falar sempre e muito menos se ver sempre, todo mundo trabalha muito, tem família, outros amigos, compromissos mil. O que importa é: quando vocês se veem é como se não tivesse passado tempo algum. Acho que amizade adulta é aquela coisa: você não está presente sempre mas a pessoa sabe que você está ali.

E nessas de "você não está presente sempre" eu acho que, por mais malucas que as nossas vidas sejam, há que se demonstrar um mínimo de dedicação. Carinho. Interesse. Porque as vidas já são suficientemente malucas e ocupadas, sem tempo para conversar, para sair pra uma tarde de fofocas e cervejas; então se não houver um mínimo de dedicação de ambas as partes a amizade acaba, infelizmente, arrefecendo.

Eu tenho toda essa dificuldade em entender e aceitar que algumas das amizades que eu sempre considerei muito próximas estão se perdendo com o tempo. Estão se perdendo porque a vida não dá conta, porque a pessoa não dá conta, porque a pessoa perdeu o interesse. Eu costumo insistir mas acho que insistências desse tipo têm limite. Ou há certa reciprocidade no interesse e na procura ou não tem como seguir considerando a amizade como a mesma coisa. Eu já entendi muita coisa com relação a amizades adultas. Agora só falta aceitar. Aceitar que às vezes não há nenhum motivo para haver uma "separação". Nada aconteceu, especificamente. Ou melhor, aconteceu. A vida aconteceu e ninguém se deu conta. Ou até se deu conta, mas aí já era tarde demais.

Por mais que eu sempre, sempre, sempre fique com o coração apertado toda vez que me dou conta de que as coisas são e estão muito diferentes, eu não posso fazer nada. Cada um segue a vida como quer. Cada um dá a atenção que acha que tem que dar, que pode dar, que acha suficiente. Cada um se interessa pelo que quer se interessar. Pra mim a amizade é pra sempre mas é difícil desapegar da parte do "você está sempre ali". E, no final, cada um vê a amizade de um jeito. Eu entro nas minhas crises. As pessoas nem percebem que as coisas estão diferentes. E a vida segue!