sexta-feira, 22 de maio de 2009

Não sou mimada! Não sou! Não sou! *bate os pés*

Tem esse amigo meu, muito querido, que, por obra de um coração cego e de uma paciência infinita, namorou com essa moça muito chata por alguns meses. Ambos são da dança, ambos estão na lista de emails.  Acontece que, ao contrário do meu amigo, que é uma pessoa normal que cria laços e sabe ser agradável com as pessoas de quem ele gosta, a menina, que chamarei aqui carinhosamente de Bolha, nunca estabeleceu laços com ninguém. E estamos falando de um grupo de pessoas que conseguiu ser legal comigo, que durante meses, fui bem, bem, bem, bem na minha nas aulas de dança. Bolha passou meses na rabeira do meu amigo, indo aos lugares porque ele ia, indo aos eventos porque a convidavam por educação. Ela nunca percebeu isso. Bolha é mimada. MUITO mimada. Daquelas meninas de 20 e poucos anos que parecem adolescente falando. Que posam de super maduras e entendidas em relacionamentos mas dão mais atenção ao cachorro do que ao namorado. Bolha não faz estágio, apesar de estar no último ano da faculdade. Bolha só fala sobre compras, apartamentos luxuosos, amigas "BFF", a cachorra dela, mais compras, mais compras. Eu sempre a achei chata e mimadinha demais. Sempre. E não só eu, muitas pessoas acham-na insuportável.

Enfim, o namoro acabou, ufa. Sabe-se lá por que caralhos ela, ontem, foi perguntar para o meu amigo se EU a odeio e o quanto eu a odeio. Ele veio me perguntar e eu disse: "não a odeio, só acho que ela é uma menina mimada e insuportável". Aí ele quis saber se podia dizer isso a ela, já que ela estava perguntando.

Gente, perguntou, quer saber. Eu sou educada com a pessoa, não trato mal, não viro a cara, não dou respostas escrotas, mesmo ela merecendo. Sérião, sou uma lady, embora não pareça. Mas meu lema é: se me perguntou, mesmo que indiretamente, eu vou responder. Se é alguém de quem gosto posso amenizar minha opinião, mas eu realmente acho que quem pede opinião tem que estar preparado pra ouvi-la. Eu não saio perguntando pras pessoas que não amo o que elas acham de mim, simplesmente porque 1: foda-se, e 2: eu não quero saber. 

Então meu amigo falou para ela: "A Camis te acha mimada. Mas não é só ela que acha isso".

Claro, ele falou porque, com isso, sentiu um pouco do doce gostinho da vingança. É legal ser escroto com quem foi escroto com a gente, parece que a vida fica menos injusta e o Universo mais balanceado.

E, claro, Bolha ficou putinha da vida. Comigo e com toda a torcida do Corínthians que acham que ela é mimada. Ela disse que não é, que as pessoas fazem mal juízo dela porque não a conhecem, que ela não se mostra mesmo pra quem ela não quer, blablablabla whiskas sachê. Até o show da Madonna com essa menina do meu lado ficou chato. Eu mudei de lugar pra poder pular e gritar bastante, já que ela só queria ficar sentada. "Bolha" não é à toa.

Depois de protestar dizendo que ela não é! Não é! Não é! Não é mimada, o que ela fez? Entrou no msn com o seguinte nick:

Bolha, agora na versão mimada.

Agora me diz, é ou não é pra tomar uma chineladas na ideia, pra ver se vira gente?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Fura fila

Outro dia eu estava no Terminal Tietê esperando o horário do meu ônibus. Pra matar o tempo, decidi comer um doce. Eu adoro matar o tempo comendo. Se for algo gorduroso ou doce, melhor ainda. Rumei para a Casa do Pão de Queijo, que oferece um dos melhores quindins que já comi. É isso mesmo: quindim, não pão de queijo. Acho o pão de queijo de lá ok, mas, emc compensação, me delicio com o quindim.

A Casa do Pão de Queijo do Tietê está sempre lotada. Seja às 5 da manhã seja à meia-noite, é certeza de fila longa. E, sendo um local dentro de um terminal rodoviário, supõe-se que a maioria ali tem certa pressa pois tem horário para pegar ônibus. Era o meu caso nesse dia. Entrei na fila interminável e fiquei esperando. Quando eu estava quase lá, vi que uma mulher estava se aproximando pela lateral para fazer uma das coisas que eu mais abomino no mundo: furar fila.

Interlúdio explicativo:
Fure fila na minha frente pra você ver o que acontece. De 1,58 eu passo a ter 1,80 de tanto que eu cresço com a braveza. E eu não deixo passar na minha frente, a não ser em caso de morte. Eu brigo mesmo. Uma vez estava numa fila gigante de balada, 5 da manhã, louca para ir embora. Aí um sacripantas resolve furar fila na minha frente fazendo outra coisa que eu também abomino: jogando um xaveco tosco. Pronto, estava ali a personificação de dois comportamentos que eu não suporto. Ou seja, estava ali, em minha frente, o casqueré sanguinolento. Eu na boca do caixa, pronta pra pagar, e ele tentando me xavecar achando que eu não havia percebido a estratégia mirim. Aí quando ele disse: "vou ficar aqui com você, nós pagamos as comandas e depois você me dá seu telefone". Senti-me ultrajada, sabem. Vai tomar no cu, né, palhaço. Quer insultar a perspicácia de alguém, insulte a daquela menina que está com o pescoço torto de tanto jogar os cabelos pros lados, não a minha. Aí eu disse, super delicadamente: 

- Não, não pagaremos juntos e, se você quiser algum telefone, terá que ir pro fim da fila. Na minha frente você não passa. E se continuar me enchendo, eu chamo o segurança. 

Ele riu. Amigos, ele riu. Olhou pra folha de cheque que eu estava preenchendo e falou:

- Nossa, minha mãe tem o mesmo sobrenome que o seu! É destino... Mas olha, a menina ali atrás deixaria eu furar fila, viu...

Foi quando eu perdi totalmente a paciência, disse que a árvore genealógica dele não me interessava, que se a menira era idiota era problema dela e chamei o segurança. Aí ele saiu de lá me xingando de mal comida. Porque é assim: você contrariou um machinho, você é mal comida.

Então é isso: nunca furem fila na minha frente que eu perco minha finesse.

Fim do interlúdio

Voltemos à mulher que estava prestes a furar fila. Bem na minha vez. Quando eu dei um passo à frente para fazer meu pedido, ela se adiantou e perguntou à moça do caixa qual era o preço do chiclete. A moça respondeu e ela:

- Me dá 3 pães de queijo.

Pãnico nas ruas, caros colegas. Porque o meu sangue ferveu e tenho certeza que até saiu pelas minhas narinas em forma de vapor. Respirei fundo e travei o seguinte diálogo:

Eu: - Senhora, se quiser pedir pão de queijo, entre na fila.
Ela: - Ah, eu nem vi a fila. Estou com tanta fome...
Eu: - É, eu também. E entrei na fila pra pedir. Então eu faço meu pedido e a senhora entra na fila.
Ela: - Mas meu bebê está com fome e eu também.
Eu: - Ótimo, é só entrar na fila que sua vez já vai chegar.

Se eu não tenho coração? Tenho sim. Mas ninguém morre de fome por esperar 5 minutos. E uma coisa é chegar para MIM e explicar a situação, outra, bem diferente, é furar fila e tentar dar uma de espertinha. Meu cu de azul com glitter na Avenida Paulista pra gente assim. A moça do caixa me deu razão, a mulher foi pra fila resmundando e eu pedi meu quindim. Deleitei-me calmamente e fui em direção à escada rolante. Foi quando vi a mulher mal-educada. E fiquei olhando para ver para onde ela iria e qual era o tamanho do tal do bebê.

O bebê, minha gente, ou melhor, o "bebê" era um rapagão de uns 10 ou 12 anos. Ou seja, ou aquilo é uma obra miraculosa da natureza e temos ali um bebê enorme e pré-adolescente ou então temos mais um entre os milhões de casos de pessoas que se fazem de coitadinhas pra onseguir o que querem.

Eu fico com a segunda opção.  E é por isso que eu não me compadeço de gente que faz cara de cachorro doente.

Beijos,

Camila Desalmada

ps: minhas amigas também odeiam furões. Uma vez estávamos na fila enorme do único caixa eletrônico de Arraial D'Ajuda. No Revéillon. Era MUITA GENTE na fila. Aí um cara chegou e falou: "vou entrar aqui com vocês". E nós não deixamos. Eu criei caso e minhas outras duas amigas, idem. E a namorada do cara rindo. Isso mesmo, rindo. E o cara achando que tinha razão. Se meu namorado faz uma coisa dessas eu juro que puxo ele pela orelha e levo pra bem longe dali. Ou largo ele sozinho pra nunca mais voltar. Tenho pãnico de gente folgada que acha que pode tudo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Difícil

Vocês já perceberam como é realmente difícil não esperar nada das pessoas?

Sempre, sempre ouvi isso: "não espere nada das pessoas, pois isso só causa sofrimento". E é verdade. Mas quando você espera coisas normais e consideradas até necessárias de alguém muito próximo, como por exemplo, sua mãe; e ela não corresponde, é muito, muito difícil.

Eu diria que é frustrante. Mas esse será meu lema a partir de agora.