Em "Três vezes amor" (a comédia romântica mais perfeita e fofa do mundo), Will Hayes começa dizendo que gosta de achar a trilha sonora perfeita para o dia. Música sempre ajuda. No tsunami que foi minha vida no ano passado, por exemplo, eu passei meses e meses sem ouvir nenhuma música triste. Nenhuma. Eu fugia de músicas melancólicas como o Cascão foge de água, como o Diabo foge da cruz, e assim por diante. Eu peguei pesadíssimo no universo pop e ouvia muitas músicas da Madonna, Britney Spears, Beyoncé e Justin Timberlake. Por meses, aliás, eu SÓ ouvia músicas deles. São animadas, me faziam sentir vontade de dançar e funcionavam quase como uma droga. Fosse eu só um pouquinho mais fraca, eu provavelmente teria me tornado uma usuária constante de maconha, mas como eu sou careta com algumas coisas, era a música pop que me fazia viajar para longe do inferno que eu vivia.
2009 chegou e tudo mudou. E aí minha trilha sonora pessoal pôde se abrir novamente, a todos os tipos de música. Não só mais pop no meu Ipod, embora muitos megabytes sejam dedicados aos "queridos" que me ajudaram a não enlouquecer (Madge, Brit, B. e Justinlicious, love you all). E agora eu poderia procurar a trilha sonora dos meus dias. Mas que música tornaria meus dias melhores? Não estou passando por nem um vinte avos de todo o drama do passado, mas parece que eu ainda me apego somente a músicas que possam me animar e me fazer pensar em dançar. E por que isso? Porque, a verdade, é que a minha cabeça está cheia, cheia de pontos de interrogação. Sabem quando você trabalha, trabalha e não chega a lugar nenhum? Mas você não vai mudar de profissão, porque você ama o que faz. Só que você, no meio de sua crise de identidade dos quase 31 anos, está cansada de pensar nos pontos positivos do que você faz simplesmente porque você tem que trabalhar MUITO, mas MUITO MESMO pra ter retorno. E esse retorno não tem incluído estudos. Eu sou nerd, eu amo estudar, eu amo uma sala de aula. Mas cadê? E esse retorno não te permitiu ir visitar os amigos que você ama e moram longe, lá na Dinamarca. E esse retorno ainda não te permitiu viajar pra Inglaterra. Nem pra França. Os dois países que você mais sonha na vida em conhecer. Sabem? Quando você faz, faz e parece que tudo acaba indo pro banco, ou pro cartão de crédito, ou pros restaurantes, já que você precisa se alimentar durante a semana e coisa e tal? Então.
Estou cansada. Fisicamente. Emocionalmente. Cansada de fazer e fazer e esperar que algo aconteça, mas nada muito concreto acontecer. E aí tudo me deixa triste. O fato de nunca ter ido a Glastonbury procurar por Avalon (desculpem, é um amor antigo esse que tenho pelo Rei Arthur e um sonho antigo procurar por Avalon, ainda que não faça sentido algum para vocês) me fez chorar ontem. Olha que ridículo. Pra quê sofrer por isso? Acho que só porque já estou chateada com tanta coisa séria que eu precisava de algo ridículo. Pra distrair. Comecei a tomar vitaminas pra ver se melhoro, mas estou a um passo de tomar Maracugina ou coisa que o valha. E, claro, tudo acaba virando cansaço físico. Em alguns dias como ontem eu tenho vontade de sair correndo e nunca mais voltar. Em alguns momentos São Paulo é a cidade mais opressora do mundo. Com esse trânsito interminável, esses dias cinza, com pessoas muito sem-educação que ouvem a porra da música do celular alta dentro da droga do ônibus. Que sempre demora. E, aliás, o sistema de transporte daqui é uma merda. A cereja do bolo realmente são as pessoas com SUAS trilhas sonoras pessoais querendo torná-las públicas. E eu odeio isso. Eu posso estar sem trilha sonora, mas não quero a dos outros.
Aí hoje eu deixei o iTunes no random e acabei ouvindo uma música que não ouvia desde 2006. Não sei por quê essa música sempre me tocou de alguma maneira. E eu ouvia-a repetidamente em 2006, na época em que fui ao show deles. E acho ue achei a minha trilha sonora pra esses dias cinzas e confusos. De crise de identidade aos quase 31 anos. E acho que essa música me faz pensar por causa dessa parte, em especial:
"Another day, another night, another year
Another smile, another lie, another tear
This better not be all I got
I never thought I'd end up here
Friday night I'll raise my glass and say
"Tomorrow things will change! I can't afford to wait."
But by Monday morning my alarm clock knows
How this story goes and the ending's the same as the start"
Será que a vida é mesmo somente essa sucessão de dúvidas, crises e trilhas sonoras que acompanhem tudo isso?
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
Quando a luz dos olhos meus...
E cá estou eu, quase curada. Já vejo o branco do meu olho direito, o olho esquerdo está desinchado e bem menos vermelho. Meu limite é que eu volte a trabalhar terça-feira - amanhã ainda não será possível. Se eu tiver que ficar mais alguns dias em casa, certeza que vou sair correndo pela rua, pelada, gritando que Jesus voltou. Não vi meu namorado, não tenho contato com pessoas além de minha mãe e meu irmão (que está tendo crise de rebeldia adolescente sem ser mais adolescente), não posso ler por muito tempo e só vejo meus seriados à noite, porque de dia a claridade cansa os olhos. A vida essa semana foi SUPER FUN, people. E, além de tudo, perdi minha aula de dança. E perderei amanhã. Mas nada disso importa porque estou melhorando de verdade. Minha visão fica meio turva às vezes, mas isso é normal, faz parte do processo de cura.
E foi assim que eu fiquei na semana passada:
(Dica úteis: Se algum dia você pegar conjuntivite viral, é essencial lavar as mãos com muita, muita frequencia; fazer compressas geladas várias vezes ao dia e trocar a fronha do seu travesseiro diariamente. Toalha, idem. Seu olho poderá inchar muito e não há muito o que fazer, pois o tratamento é pra aliviar os sintomas, não para combater a doença. O vírus precisa completar o ciclo, não tem jeito)
E foi assim que eu fiquei na semana passada:
Sloth chocolaaaaaate
Ficarei uns dois meses só de óculos, sem poder usar lentes, mas tá tudo beleza. Será difícil em dias de sol forte porque não conseguirei usar óculos escuros E normais ao mesmo tempo e muito provavelmente não poderei ir à praia nesse meio tempo, mas tá tuuudo beleza. Só quero minha vida normal e sem tempo pra nada de volta!
(Dica úteis: Se algum dia você pegar conjuntivite viral, é essencial lavar as mãos com muita, muita frequencia; fazer compressas geladas várias vezes ao dia e trocar a fronha do seu travesseiro diariamente. Toalha, idem. Seu olho poderá inchar muito e não há muito o que fazer, pois o tratamento é pra aliviar os sintomas, não para combater a doença. O vírus precisa completar o ciclo, não tem jeito)
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Glee
Assinar:
Postagens (Atom)