quarta-feira, 31 de março de 2010

Discursoszzzzzzzzzzzzzzzzzzz do Bial

Em 2007 eu aprendi uma dancinha muito simpática com meu amigo Dante. É assim: com seu dedo mindinho em riste você vai fazendo movimentos com a mão de modo a deixar seu mindinho sempre em movimento. E aí você vai abaixando, dando uns pulinhos, no ritmo da música, mas sempre movendo o mindinho. Até que o dedo mindinho encosta no chão. Tá, sei que é difícil de entender assim, sem vídeo. Um dia eu faço a dancinha, filmo e posto aqui. Mas o que temos para o momento é essa explicação mesmo. Eu amei a dancinha do Dante desde a primeira vez que vi e nomeei-a de Dante Dance. Eu e Dante fazíamos a Dante Dance em vários lugares: TIM Festival, Milo Garage, festinha sei lá onde. Tirei algumas fotos em homenagem à Dante Dance algumas vezes. Afinal, uma dancinha tão bacana merece homenagens - e, como vocês sabem, eu amo dancinhas.

Mas Camila, que cazzo isso tem a ver com o Bial?

Pois bem. Numa troca de scraps com esse amigo, sei lá por que falamos da Dante Dance. E eu disse a ele que essa é uma dancinha que merece reconhecimento. É como a dança do tamanduá africano, do filme "Namorada de Aluguel". É uma dancinha que merece reverência e, por isso, meu namorado, eu e algumas amigas sempre fazemos essa dança quando saímos para sacudir o esqueleto. Todo mundo fica olhando, mas sei que no fundo há um q de admiração (not), porque, afinal, é a grande dança do tamanduá africano. E é esse tipo de reverência que a Dante Dance merece.

E aí eu disse que se eu entrasse no Big Brother algum dia (AHAM), faria a Dante Dance e ensinaria todos. NI QUI meu amigo fala: "imagine o discurso do Bial falando da dancinha". Pede pra eu imaginar, eu imagino. Ainda mais algo tão bizarro quanto os discursos do Bial. Eu acompanhei um pouco esse último BBB e ficava impressionada com as viagens do cara. É estilo fuma aqui, toma um chá. CERTEZA que o Bial dá um tapa na pantera antes de escrever aquelas brisas todas.E fiquei feliz porque aquilo acabou principalmente porque não teria mais que ouvir aquelas pataquadas. Bem, meu amigo levantou a bola. Aí está meu discurso à la Bial, em homenagem à malemolente Dante Dance:

"E quem diria que um dedo mindinho TOCARIA o Brasil dessa maneira! TOCARIA não no sentido sexual, mas se fosse, sem problema, afinal, o sexo é a nossa força motriz! Cleyciane, Sugismara, quem diria que vocês trocariam o rebolation, o cu empinado pro alto, por essa dança dante singela e bela! Agradeçamos a Dante, o grande japonês, querido de nossa querida Camis, Camis camisa, Cami lá, Camis que lá em 2007 aprendeu a dança do querido Dante e resolveu difundi-la, tornando-a mania nacional (nesse ponto geral já tá babando). Que quadrado que nada! Que siri que nada! Dante dance é a dança oficial de nosso BBB"

Bom feriado a todos!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Eu, atriz

No ensino fundamental sempre apresentávamos uma peça de teatro por ano. Nós decidíamos a história e montávamos tudo, o professor ficava sempre conosco mas não interferia muito em nossas escolhas. E foi por esse respeito às nossas escolhas que, na quarta série, montamos uma peça sobre a máfia em Detroit. Não sei por que encasquetamos com Detroit e muito menos com gângsters, mas em nosso enredo havia morte, intriga e brigas de gangs rivais. Tínhamos apenas 10 anos.

A história era basicamente assim: uma gang de mafiosos formada pelos três meninos mais gatinhos da turma entrava num banco, assaltava e dava tiro ni gerau. Corpos caídos no chão, entrava uma anja que assobiava chamando todas as almas para irem com ela. De repente, três gangsters femininas entravam no banco, querendo assaltá-lo, e veem que já haviam feito aquele serviço antes delas. Obviamente a gang de mafiosas era formada pelas meninas mais gatinhas da turma. Mafiosas ficam com raivinha, dão piti e vão atrás dos mafiosos. Eles se encontram, rola um grande embate mas, quem diria, também rola tesão, sedução e libido no ar. As 3 se apaixonam pelos 3 e vice-versa, sem nenhum tipo de disputa ou mal-entendido ("mas EU vi o fulano PRIMEIRO!" ou "você não vai ficar com sicrano porque eu quero ficar com ele!"), provando que podíamos ser modernosos e vanguardistas por falar em máfia aos 10 anos, mas não sabíamos nada da realidade. Final feliz, uma nova gang se forma, agora com os 3 casais de pombinhos a arrulhar enquanto cometiam crimes.

Vocês devem estar curiosos pra saber que papel eu fazia. Não, não era de uma gangster gatinha porque eu não era exatamente gatinha naquela idade. Era bonitinha, mas não o suficiente para ser uma mafiosa recém saída das fraldas e ainda impúbere. Eu era o anjinho que entrava, assobiava e levava as almas. O grande detalhe desse meu grande papel é que eu não sabia assobiar, nunca soube. Então eu entrava, saltitandinha nas pontas dos pés, fazia aquele sinal de assobio com os dedos e um menino, de dentro da coxia, assobiava por mim. Grandes momentos do teatro infantil, viu. Mas não foi esse meu momento mais constrangedor e nem foi aí que eu percebi que talvez não me encaixasse nos padrões impostos pela nossa sociedade capitalista e cruel.

Dois anos antes, quando eu era uma petiz de 8 anos, paguei o mico maior na frente não só da escola toda, como também dos pais. O professor de artes, espertinho que ele só, chegou um dia na aula com cartolinas e disse: "pessoal, pensem em algum animal, desenhem a cara desse animal na cartolina e recortem como se fosse uma máscara". Legal! 90% das meninas fizeram gatinhas. 5% fizeram passarinhas, com biquinhos lindos. 4,99% fizeram algum outro animal, sempre algo fofo. A porcentagem restante corresponde a mim. Que fiz máscara de... Vaca malhada. Tudo estaria bem, não fosse o fato do professor nos comunicar que teríamos que montar uma história a partir das máscaras produzidas. E foi assim que, numa feira cultural, aberta a alunos e familiares, eu adentrei o palco com uma máscara de vaca malhada. Mugindo.

Muitos anos depois fiz teatro na escola de inglês. A essa altura do campeonato eu já era essa pessoa com senso de humor tosco. Nem tinha como ser diferente: vaca que mugia na frente da escola e anjinha com assobio dublado. Eu tinha que ter aprendido a rir de tudo e todos, inclusive de mim. E aí tínhamos aulas de teatro em inglês e tudo era muito legal e divertido. Mas... O professor dava umas viajadas na maionese e fazia exercícios de teatro mesmo com a gente. Aqueles lances de ser uma sementinha, crescer na terra, nascer do solo, se tornar uma bela árvore. E você tendo que representar isso de olhos fechados. Fechei os olhos por uns 5 segundos, até que resolvi abrir um só, pra checar a performance de árvore do pessoal. Foi o fim de minha carreira como atriz famosa de teatro. Porque eu abri um olho e vi todo aquele povo, jovens e senhores, deitados no chão, se contorcendo pra ser semente nascendo, depois eles se espreguiçavam e eram mudinhas de árvore crescendo. Não aguentei, saí correndo e fui gargalhar no banheiro. Não nasci pra essas viagens, não nasci pra essa coisa de ser intenso e sentir tudo que está à volta com seriedade e amor no coração. Eu nasci pra rir, mesmo. De mim, dos outros, de tudo.

Lembrei de tudo isso depois de ver um grupo de crianças atuando Scarface no teatrinho da escola. Não quero julgar aqui se foi ou não apropriado o professor deixá-los encenar isso. O fato é que eu já fiz parte de uma peça de mafiosos, aos 10 anos de idade. E o outro fato é que crianças trocando "motherfucker" por "motherfudger" é quase genial.



(favor atentar para as câmeras de segurança, para o esforço do menino em fazer o estilão do Tony e para a professora empurrando o menino pra entrar no palco. E antes que alguém fique horrorizado, crianças indo ao Gugu pra imitar Carla Perez é mais horrorizante ainda)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Camila Empreendimentos S.A.

Eu não nasci com grandes talentos. Não sou bailarina, não sei pintar, não sei fazer contas de cabeça, sei cozinhar mas não a ponto de poder trabalhar com isso. Dar aulas de Inglês é o que sei fazer. Escrever em blog também, mas isso não serve como atividade lucrativa. Então não adianta eu querer investir em meus talentos, pois não tenho muitos. Se eu quiser prosperar, terei que investir naquilo que sei fazer. Não só que sei, mas que gosto de fazer.

Tive que pensar em tudo isso no começo desse ano. Passei um final de ano na poveza e no stress de não saber como faria para sobreviver e pagar as contas. Eu tinha que fazer algo porque eu sou sozinha e meu futuro só a mim pertence. Eu tinha que me conscientizar de que alunos particulares são extremamente instáveis. O que fazer? Eu não queria voltar a dar aulas em escolas de inglês, não agora, que sei a maravilha de trabalhar sem chefe e ser dona do próprio nariz. Claro, ser dona do próprio nariz implica em não ter pacote de benefícios e nem 13º salário. Mas, convenhamos, os pacotes de benefícios oferecidos pelas escolas são um vexame. Portanto, sem grandes perdas.

O que fazer, o que fazer? Foi então que peguei um punhado de terra do chão, levantei minha mão, deixando a terra escorrer por entre meus dedos e disse, com a voz embargada pela emoção: "NUNCA MAIS PASSAREI FOME DE NOVO". Levantei-me daquele chão árido e... Bem, não foi bem assim, mas acho que deu pra entender. Foi quando me caiu a ficha de que eu devia fazer aquilo que eu já deveria ter feito, desde 2007. Eu tenho empresa aberta, CNPJ, vamos deixar a bichice de lado e aprender a ser micro-empresária direito? Vamos parar com o "ah, mas nunca vou querer ser supervisora/chefe/coordenadora/dona" de lado e enfrentar a situação e meter os peitos e caminhar e cantar e seguir a canção?

Pois é, aí eu me decidi por isso. Investir naquilo que sei. E agora tenho uma empresa de aulas personalizadas, que é basicamente o que eu já fazia, mas agora tenho 3 professores colaboradores comigo. Estamos começando, caminhando a passos lentos, mas acredito que essa seja a maneira de alcançar estabilidade e de melhorar minha qualidade de vida. Dá muito trabalho, eu tenho trabalhado pra cacete, mas vejo uma luz no fim do túnel.

E como hoje em dia você não é ninguém na noite se não tiver um site, aí vamos nós:

Evolve Languages

Fiz o site todo sozinha e ainda pretendo acrescentar algumas coisinhas. Assim como também pretendo fazer o blog do site, com dicas de inglês e afins.

Quem puder divulgar, eu agradeço imensamente! Há sempre um conhecido, amigo, colega de trabalho querendo fazer aulas, então podem passar o endereço do site. E se a empresa onde você trabalha não oferecer o benefício de idiomas aos funcionários, converse com o RH - os preços dos cursos da minha empresa são bem competitivos, hohoho.

E é isso, pessoal. Torçam por mim!

domingo, 14 de março de 2010

Minha resenha no "Vende na Farmácia"

Publicada na semana passada, no excelente Vende na Farmácia!

Recuperando e cantando e seguindo a canção

Eu tenho luzes californianas em meus cabelos e, vez ou outra, faço progressiva na raiz. Não vivemos sem uma quimicazinha nas melenas, não é mesmo? No ano passado meu ex-cabelereiro deixou meus cabelos tempo demais com aqueles papelotes das luzes e parte dos meus cabelos tostaram. Achei que aquilo estava muito errado, mas ele me disse que com a progressiva, feita logo em seguida, tudo se resolveria. Claro que não se resolveu e isso explica o uso do “ex” logo ali em cima. Eu mantenho relações de confiança com cabelereiros, e, quando confio, sou besta e acredito. Acreditei e me ferrei aí nesse caso. Saí dessa relação amargurada e com um palmo de cabelos estragados. Ah, como é difícil o término de um relacionamento!

Eu não quis cortar toda a parte estragada senão ficaria chanel. Não fico bem de cabelo chanel. Então optei pelo longo caminho dos cortes periódicos e tratamentos de hidratação. Só que fazer esse tipo de tratamento em salão sai caro e eu não tinha essa bufunfa toda. Tive que apelar, então, pros nossos amados produtos baratinhos. Foram meses e meses até eu me dar por satisfeita com minhas madeixas e, hoje em dia, embora longe da perfeição (mesmo porque tenho pouco cabelo e eles são finos. Perfeição é ter basta cabelereira hidratada), estou bastante satisfeita com o resultado. Nesses meses fiz umas duas hidratações L’Oreal e uma Kérastase, em salão, que, obviamente, cumpriram seu papel. Mas meu agradecimento pelos fios recuperados vai para:

- Linha Reconstrução Estrutural da Seda: é uma linha forte. Deu uma BOA recuperada nos fios desidratados e porosos mas, depois de uns dois meses usando essa linha, meus cabelos começaram a ficar pesados. Eu usei o creme de tratamento ao invés do condicionador e dei uma turbinada com umas gotas de Bepantol líquido (ajuda muito, mas faça isso por sua conta e risco e nem venha me culpar depois). Fazia hidratações deixando uns 20 minutos sempre que eu tinha tempo.

Cabelos cansaram, hora de mudar de shampoo.

- Shampoo Éh Antiidade e Revitalizante de Lichia – Shampoo Éh Folha de Louro e Raiz de gengibre: existe aquele lance de sempre lavar os cabelos duas vezes, né? Lava, enxágua, lava novamente, enxágua novamente; aí usa o condicionador. Eu fazia assim: uma vez com o de Louro e Gengibre (que é transparente e limpa bem) e outra vez com o de Lichia. Finalizava usando o condicionador de Lichia. Os produtos da Éh são super cheirosos e esse ritual todo foi excelente pros meus fios. Excelente mesmo. Produtos Éh são um pouco mais caros, mas, no meu caso, o investimento valeu a pena.

Mas como sempre precisamos de uma hidratação powerful, comprei o...

- Programa de revitalização capilar Garnier Fructis (cabelos coloridos e com mechas): o sistema vem com 4 cápsulas de concentrado intensivo de óleo de fruta, pra usar uma vez por semana misturado ao creme. Achei que isso fosse apenas uma firula mas que nada! Desde que comecei a usar esse sistema meus cabelos ficaram mais hidratados sim! E olha que eu nunca botei muita fé nos produtos Fructis, pois já havia usado no passado e me decepcionado. Dessa vez, gostei muito. Importante ressaltar que quando uso essa máscara, lavo os cabelos apenas com o shampoo transparente, que limpa bem.

Sinto diferença no toque, os cabelos estão mais macios, e sinto diferença na aparência geral, as pontas não estão mais ressecadas e, mesmo quando não seco com secador, os cabelos ficam ajeitados.

Claro, os produtos são essenciais, mas a constância nas hidratações fazem toda a diferença. Além disso, lavar os cabelos duas vezes e usar máscara no lugar do condicionador ajudam bastante na recuperação. E, dica de vários cabelereiros que conheci: antes de passar a máscara ou o condicionador, tire o excesso de água dos cabelos com uma toalha. Isso faz com que o produto fique mais concentrado nos fios, sem estar dissolvido em água.

É isso! Acho que é muito bom saber que é possível recuperar cabelos que estavam no estado crítico de palha de choupana sem ter que apelar pra produtos super caros e que acabam com nossa conta bancária.

Update pós post: Não tenho mais luzes californianas, agora tenho luzes mesmo, no cabelo todo. E também tenho franja curta. E cabelos desconectados (o antigo repicado). Deu aquele siricotico por mudança que toda mulher conhece, sexta-feita fui à cabelereira boa daqui de perto de casa mesmo (que é cara, então é fogo ir lá sempre) e ela me disse que adoraria fazer um look franja-desconetadão em alguma cliente. Eu, muito prestativa (as in muito lhôca), disse meigamente "manda brasa aí, pode fazer em mim. Quero ver domar minha franja, que tem redemoinho, mas pode fazer a transformação". As inspirações são a moça da vida da novela das 8, que está de pegação com o gêmeo mau Jorge Raquel. Tentei achar foto, mas achei poucas. Nessa dá pra ter uma ideia. A cabelereira também disse que a Nelinha, da novela das 7, tem um capélón parecido, mas mais longo e menos desconectado. Então meus cabelos estão um híbrido entre a novela das 7 e das 8. Sei que isso, de cabelo de novela, é cafona. Mas tudo bem, porque gostei do resultado. Tá muderno sem parecer aquelas indies franjudas, sabem?

terça-feira, 9 de março de 2010

Intolerância, aquela via de mão dupla

O Twitter é fonte inesgotável de informação (útil e inútil) e também de inspiração. Por ali, vejo que pessoas que ao vivo são bem bacanas, mas no mundo dos 140 caracteres viram ogros no mundo dos trolls. E dá-lhe mau humor 24/7. Tem gente que quer ser enturmadinha, gente inteligente, gente que sabe expor opiniões, gente rebelde, gente extremamente chata. E, obviamente, gente intolerante. E gente intolerante que não sabe que é intolerante.

Mas o engraçado dessa última categoria é que os intolerantes sem consciência esquecem que, ao defenderem seus pontos de vista de maneira tão fervorosa, cheios de xingamentos e agressividade, acabam, eles, se tornando aquilo que dizem não ser.

Hoje caí no twitter de uma moça revoltadíssima com o Dourado, do Big Brother. Não tenho acompanhado mais o programa, os discursos do Bial me dão sono e as teorizações a respeito dos participantes são um cu peludo. Preguiça eterna. Nessa edição tem a polêmica em torno do Dourado ser intolerante, ser homofóbico, ser isso ou aquilo. Não cabe aqui dizer se acho ou não que ele seja. O que me impressiona é o tanto de ódio que as pessoas usam pra falar dele. De um cara que está na TV, num reality show totalmente manipulado pelo diretor do programa. Pois então, voltando ao twitter da moça revoltada, ela escreveu vários, VÁRIOS tweets dizendo que alguém tem que matar o Dourado quando ele sair. Que ele tem que sofrer muito. Que ele é um homofóbico filho da puta. Que ela vai pagar pra alguém machucá-lo. Estarrecedor.

Ontem rolou toda aquela polêmica CHATA a respeito do dia internacional da mulher. É machismo velado, é ridículo, é um desrespeito, mulheres - digam não a esse dia! Não vou entrar na parte histórica desse dia e muito menos na parte comercial - porque o que começou como uma homenagem a uma luta por direitos iguais no trabalho acabou virando dia de ganhar rosa murcha na promoção das Pernambucanas. Tem mulher que se acha importante, tem mulher que não gosta. As que acham legal um dia só pra elas enchem o saco DI GERAU falando como mulheres são batalhadoras, maravilhosas e únicas. *bocejos* E as que não curtem esse dia TAMBÉM enchem o saco "di gerau" falando que dia da mulher o caralho, que dia da mulher é palhaçada, que se receberem feliz dia da mulher de alguém vão mandar se foder. Acho isso tão sem noção quanto receber rosa murcha em porta de loja.

Aí eu pergunto: alguém que quer lutar contra a homofobia, que é um tipo de intolerância, e acaba sendo sendo muito agressiva falando sobre violência contra o homofóbico, não está fazendo a mesma coisa, mas com um foco diferente? Quem não tem a graciosidade de aceitar feliz dia da mulher vindo de gente que muitas vezes só quer agradar ou então não vê esse dia como uma polêmica, está sendo o quê? Intolerante, não? Mas as mulheres não sofreram intolerância/desrespeito por tantos anos? Aí a gente devolve ao mundo intolerância e desrespeito também?

Eu realmente acho que gentileza gera gentileza. E que noção e bom senso não fazem mal a ninguém. Nem tudo tem que virar uma discussão filosófica, nem tudo tem que virar panfletagem. Se você não gosta do rapaz do programa de TV, saiba exprimir isso de maneira coerente, sem raiva ou intolerância. É SÓ um programa de TV. Não precisa chamar as participantes de putas vagabundas. Se te deram feliz qualquer coisa, receba isso sem levantar polêmicas. A pessoa só está tentando ser gentil, não está indo contra o movimento feminista. Um dia só da mulher é machismo velado? Pode ser. O dia da mulher hoje em dia perdeu seu propósito? Acho que sim. Mas militância o tempo todo é chato demais. E, na maioria das vezes, um "feliz dia tal" quer dizer somente isso. Um feliz dia tal.

ps: que fique claro que eu SEI que sou intolerante com muitas coisas, mas minha intolerância maior de vida é com gente sem noção. E o mundo está sendo tomado por essa gente.