quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

34

Leio no Facebook as primeiras mensagens de "Feliz aniversário" e a mensagem privada perguntando onde vai ser a comemoração e me pergunto: "como cheguei aos 34 tão depressa?". Não sei. Só sei que esses 34 voaram. Eu pisquei e estava com 30, pisquei de novo e cá estou. Lembro-me de ter brincado muito aos 24 dizendo "daqui um ano terei um quarto de século". Daqui um ano terei 10 anos a mais que um quaro de século. Só não calculo a relação entre 100 e 35 porque bem, sou professora de inglês, se manjasse de matemática estaria sendo uma engenheira ou coisa assim. (desculpinha)

O pior dos 34 não é a disposição cada vez menor, a paciência cada vez menor, a maturidade, as rugas mais evidentes, vasinhos nas pernas mais estourados e os peitos mais caídos. O pior dos 34 é sentir-se com 29. Não me sinto com essa idade toda. Minha referência de 34 anos é mulher já estável na vida e com filhos. Que estabilidade uma professora particular tem? Filhos só daqui 2 anos no mínimo por causa do câncer. Nem que eu queira agora posso engravidar.

Minha mãe com a minha idade já era minha mãe há 11 anos. E já tinha o meu irmão há um ano. Eu me lembro claramente da minha mãe com a minha idade. Ela era uma mulher. Com responsabilidades enormes, gigantescas. Ela não estava fazendo as mesmas brincadeiras que fazia aos 25. Não estava pensando em sair pra dançar com o marido e amigas no fim-de-semana. Eu estou pensando nisso. Penso também que precisarei dormir à tarde no sábado para aguentar ir até de madrugada, mas isso é nada.

A impressão que tenho é que como estamos vivendo mais, estamos deixando pra envelhecer depois. Mentalmente, eu digo. Porque fisicamente a ladeira está lá, só levando minha carcaça pra baixo. Mas mentalmente eu tô tchutchuca ainda. Sabem? E nem me venham com a ladainha de "idade é coisa de cabeça" e "o que importa é que você aproveite a vida". Preguição. 

Então tô aqui, balzaca, sem a menor possibilidade de engravidar agora, ou plantar uma árvore, ou escrever um livro, ou comprar uma casa, todas coisas que todos dizem que enobrecem a alma e nos tornam mais maduros. Sinto-me jovem ainda, jovem ainda. Mas consigo sentir também o peso da idade. Queria ter meus 29 de novo. O frescor dos 29. Com menos rugas e mais chance de poder comer brigadeiro no dia do aniversário sem culpa nenhuma. 29 e a vida que tenho hoje. Não seria nada mal.

3 comentários:

Unknown disse...

balzaca ou não, um FELIZ aniversário para vc, com muita saúde :o)

.cleozinha. disse...

Camila, também farei 34 este ano e nesta semana pensei muito sobre tudo isso que vc escreveu no post. Essa sincronicidade deve ser coisa da idade mesmo! Parabéns!

Kelli Machado disse...

Os 30 são os novos 20 :)