Foi o bastante para que os portões do inferno da minha cabeça se abrissem e eu começasse toda uma sessão de questionamentos silenciosos do tipo: "mas e o suor no verão, faz como?", "e o cecê, minha gente?" ou "mas é protesto? É contra o patriarcado? Ou será preguiça?".
Vejam bem: o sovaco é da moça. Eu não tenho nada a ver com os cabelos dela. Mas não consigo não ficar pensando em todas essas coisas. E penso demais assim em qualquer situação. Qualquer coisa diferente que vejo, qualquer pessoa mais fora do padrão que vejo e lá estou eu, obcecando em elucubrações.
Aí passou a obsessão do sovaco cabeludo alheio. Beleza, tô lá sentada num calcanhar e levantando o outro pé. Tá super confortável, tá uma delícia, quando começo a sentir aquele doce aroma de chulé. O cheirinho vinha dos tapetes de yoga. Não era dos meus pés, tenho certeza, porque uso um produto que bloqueia o suor E o chulezinho (Dr. Scholl FTW).
Mais uma vez os portões se abriram. "Mas por que não lavam os pés antes da aula?", "será que não podiam deixar álcool gel na sala e cada um limpa seu pé com toalhinha?", "acho melhor trazer meu colchão na próxima aula, mas ninguém traz, e se me acharem esnobe? E se chulé for algo que se compartilha na yoga?".
E assim foi minha primeira aula de yoga. Metade da aula eu me perdi com as posturas e a outra metade me perdi na minha pequena loucura.
Um comentário:
Tem um tempão que sigo seu blog, mas acho que nunca comentei. Na época do seu último drama, bem fiquei com vontade de dizer qualquer coisa, mas me faltou coragem, achei que podia parecer invasão.
Enfim, esses dias peguei pra ler seu blog feito livrinho, do começo ao fim, e tô pra dizer que é melhor que Marian Keyes. Tem comédia, drama, romance,e o mais importante "final feliz". Fiquei fã, e se não parecer invasão, coisa de stalker pra vc, vou começar a comentar sempre, tá?
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