Entro na parte de auto-atendimento do Banco do Brasil com o escudo anti-humanos ligado: fones de ouvido. Termino uma ligação assim que entro no banco, e sigo ouvindo música. De repente sinto um vulto ao meu lado esperneando e gesticulando, olho pro lado, é uma véia loka (trade mark pending) gritando comigo. Tiro um fone, olho com cara de Odete Roittman, e ela diz que estou usando celular, é proibido por lei, estou colocando a vida dela em risco.
- Minha senhora, menos loucura, por favor, estou ouvindo música.
- Mas o celular está ligado! Você está falando!
- Mas o celular está ligado! Você está falando!
Ela dirige-se à segurança e começa a gritar com a moça também.
- ELA ESTÁ QUEBRANDO A LEI, ESTÁ USANDO CELULAR.
A segurança faz o seguinte: nada.
A véia loka (TM) volta pro meu lado e fica bufando. Eu apenas saco o celular da bolsa, mostro a tela pra ela e falo pra ela respirar fundo, que o surto vai passar.
Vou até a segurança apenas pra esclarecer que eu estava ouvindo música. Ela olha pra mim com cara de sono e diz:
- Moça, eu não falei nada, nem abri minha boca, nem vi nada, e o que mais tem aqui é gente descompensada.
Saí do banco com duas certezas.
A primeira é que o mundo está cheio de gente descompensada.
A segunda é que tudo o que eu quero na vida é essa paz de espírito da segurança do banco. Novo objetivo. Novo lema pra tudo:
"Eu não falei nada, nem abri minha boca, nem vi nada, e o que mais tem aqui é gente descompensada"
OOOHMMMMM