Eu sou uma "overthinker". Sempre fui. Penso demais, analiso demais e, como consequência, sofro por antecipação. Também me cobro demais, me açoito demais e me confundo demais. Tenho pensado muito em mim e nas coisas que faço, na maneira como eu ajo. Não que eu não fizesse isso antes, mas parece que agora a coisa está indo fundo. E reabrindo umas feridinhas que estavam lá, quietas.
Uma vez eu estava cantando perto de uma amiga que é cantora. Ou era, não sei. E ela me disse "nossa, como você canta mal! Ainda bem que não depende disso pra viver!". E em vez de mandá-la tomar no cu, em vez de responder, em vez de continuar cantando e nem ligar - afinal, eu canto por diversão - eu simplesmente parei de cantar na frente dos outros. Por anos. Morria de vergonha. Até que deixei de ter vergonha e comecei a cantar, bêbada, em karaokês. Hoje em dia consigo cantar sóbria na frente do meu marido - que é ótimo cantor mas não reprime minha inabilidade pra cantoria.
Essa sou eu. Eu aprendi, com os anos, a tocar o foda-se e relaxar. Mas só até a página 5. Passando dessa parte do livro, eu não toco o foda-se. Eu não toco nada. Eu só analiso demais, penso demais e fico achando que eu não vou conseguir, que eu não vou dar conta, que eu não sou boa o suficiente. E eu queria ter a atitude da maioria das pessoas, de simplesmente se darem um tempo, se permitirem, relaxarem. Tocarem o foda-se, no bom sentido.
Eu sou corajosa e eu enfrento as coisas. Eu meto as caras, eu tento. Isso eu posso dizer com certeza. Mas com algumas coisas eu passo da página 5. Com outras, é mais difícil.
Hoje estou na página 7. Vamos ver até onde chegarei.
Um comentário:
i hear you, sista
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