quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Não é à toa

O que aconteceu do fim de julho pra cá:

- Eu descobri sobre o tumor mais agressivo, e que eu terei que terminar o tratamento do câncer.
- O professor que tinha mais turmas na minha empresa decidiu sair, e aí eu tive que sair correndo feito louca pra resolver as substituições.
- No dia seguinte ao aviso de saída do professor, soubemos que minha mãe passaria por uma cirurgia de emergência.
- A cirurgia seria no mesmo dia da minha audiência contra a Claro.
- Deu tudo certo na cirurgia (graças aos céus! e à médica competente), e eu passei um fim-de-semana de plantão cuidando de mamãe.
- A procura por substituto ao professor foi intensa.
- A Unimed me avisou que não tinha rede credenciada para o meu exame.
- Ficamos sabendo que teríamos que sair do apartamento onde estamos pois o dono quer vender.
- A Unimed me avisou que eles têm rede credenciada para o meu exame.
- Agendei o exame e peguei os procedimentos todos de preparação.
- Parei de tomar o hormônio.
- Achamos um apartamento legal.
- Entramos com a papelada.
- A fiadora foi negada.
- Saímos atrás de como resolver isso.

Sem hormônio, em dieta super restritiva, resolvendo questões de trabalho, planejando mudança e com exame agendado. Agendar o exame foi como se uma bigorna tivesse caído na minha cabeça. Tudo o que eu não tinha reagido antes, eu reagi na semana passada quando a preparação começou. E juntando com todo o resto, o que aconteceu foi que eu passei 5 dias chorando.

Fiquei três dias sofrendo sozinha, só depois consegui desabafar com o meu marido. Aí só depois achei que deveria conversar com uma amiga. Foi tudo muito difícil, porque ao mesmo tempo em que eu estava muito mal, eu não queria que achassem que era frescura minha. Então fiz algo que eu geralmente não faço, que é sofrer sozinha sem contar para ninguém. E minha gente, é horrível. Minha nossa. Sem querer falar a respeito, parece que a coisa só cresceu. Quando consegui conversar sobre meu estado, parece que eu estava numa bolha, e a bolha, então, foi murchando, e eu fui conseguindo sair dali pra respirar.

Agora estou bem melhor. Fui na acupuntura, fui ao centro espírita me benzer, conversei com amigos bem próximos. Meu marido está sendo muito compreensivo, é claro. Resolvi listar tudo o que aconteceu num período de um mês até pra eu realmente dimensionar o motivo de minha queda emocional na semana passada. E percebi que esse ano teve diversos acontecimentos, pequenos e outros nem tanto, mas a maioria ruins. Nenhuma tragédia, mas uma sucessão de coisinhas, até que rolou um acúmulo de coisas mais sérias, e não há quem consiga lidar com tudo isso sem cair.

Eu caio, eu me deixo cair, eu choro mesmo. Mas eu levanto depois, porque a verdade é que eu não tenho escolha. Fico sempre pensando: eu sou mesmo forte, ou eu sou apenas produto da necessidade? Porque eu não tenho como parar. Eu não tenho a escolha de dar um tempo. Se eu parar, eu não ganho dinheiro, eu acumulo dívidas, parar não é uma escolha.

O que ficou dessa semana negra é que eu não sei guardar o que estou sentindo. Eu fico muito pior. Falar, falar é o caminho. E ainda bem que eu tenho ao meu redor pessoas com quem posso REALMENTE contar.

3 comentários:

Dáfni disse...

Eu geralmente sofro sozinha, e sempre que desabafo, penso: por que não falei antes? Mas nunca aprendo.

Foi muita coisa para um mês, pode ter certeza. Vc é forte!

Beijos

Vitor Costa disse...

Guardar essa tempestade negra dentro do peito, não é o melhor caminho. Por mais tortuoso que seja, e realmente é, você tem que se manter forte, sentir-se forte. Seu texto me fez reavaliar e apequenar as minhas reclamações.

Beijos, muita força e fé Camila

O Mundo Em Cenas

Loo disse...

ai Chubs, faz tipo mais de um ano que não leio blog nenhum (a não ser para saber sobre coisas que procuro no google tipo rejunte epoxi, mas nem conta) e agora tô lendo tudo aqui

que barra