sábado, 9 de junho de 2007

Explosão hormonal

Terça-feira eu surtei grandão. Os seres humanos, a vida, o universo, tudo mais, o 42, o sentido da existência: tudo, absolutamente tudo me irritava. O engraçado é que apesar dos anos de experiência na área tepeêmica, sempre que me vejo assim (com o perdão da expressão chula), louca da buceta, inicialmente eu me esqueço que há explicações científicas e corporais para o fenômeno e dá-lhe sentir culpa por odiar tudo e querer mandar até a velhinha da fila à merda. Eu ACHO que quando fico assim acabo ficando engraçada porque meu mau humor é quase caricato, eu ACHO que foram poucas as vezes em que descontei em alguém meus hormônios em fúria, por isso faço, aqui e agora (Gil Gomes lhes diz), um mea culpa: foi mal aê se algum dia surtei com você. Ou com você. Ou com você.

Tudo isso pra introduzir o que realmente aconteceu: eu trabalhei hoje, emenda de feriado. Sim, pessoas (plural, veja bem) quiseram ter aula. Afinal, pra quê ficar em casa dormindo, vendo TV, coçando o saco e tirando pêlos do nariz se você pode ter aulas de Inglês às 7:30 de uma sexta-feira, não é mesmo? E quando vi meu horário na quarta-feira à noite, fiquei ligeiramente emputecida (mais): eu daria aula às 7:30, 14:00 e... das 18 às 19:30. Ou seja, dia perdido. Nada de ir à exposição na Faap com meu amigo, nada de dormir, nada de chegar em casa ainda com o belo entardecer outonal pairando sobre minha cabeça. E aí fiz o que qualquer mulher na TPM, emputecida, com os nervos à flor da pele faria: reclamei.

Eu tenho uma teoria de que pessoas que chegam 10 minutos antes da aula das 7 da manhã, pessoas que almoçam no shopping às 11:30 da manhã num domingo de Sol, pessoas que querem ter aulas em emenda de feriado, pessoas que estão sempre extremamente felizes e radiantes e que parecem saídas de alguma porcaria de palestra motivacional, enfim, pessoas mala em geral, não têm vida sexual. Não que a minha seja alguma mistura de "Contos do Marquês de Sade" com Sodoma e Gomorra, mas né, convenhamos, enfim, isso não vem ao caso.

Juntemos, então, minha reclamação à minha teoria. TCHARAM! Temos exatamente o tipo de coisa que eu estava falando a outros professores quando meu chefe adentrou a sala.

- Sabem o que é isso, minha gente? FALTA DE VIDA SEXUAL. É isso mesmo. Esse pessoal não gosta de enfiar o pé na jaca, não sabe viver, tem a namorada ou esposa ali do lado e aí? Vem ter aula em emenda de feriado até 19:30. Que que é isso, né? Acho que vou começar a incluir nas aulas algo do tipo "how to life a full life".

Meu chefe abre a porta e faz cara de espanto:

- O que você está dizendo?

TPM, minha gente. TPM. E saco cheio também.

- Eu acabei de dizer que as pessoas não têm vida sexual. Fazem sexo cobertas com lençol. Você não acha? Eu tenho vida fora daqui, você também, mas as pessoas, Fulano, pelamor, hein. Sexo, gente, sexo é saúde. Pratiquem.

Meu chefe com cara de passado. Todos os outros rindo. Eu dei meia volta e saí da sala, ainda repetindo todo esse discurso sobre vida sexual.

Ontem eu comecei a tomar uma pílula que evita a TPM. Não que eu precise, sabem (ironia, ironia)... Mas é melhor garantir.

3 comentários:

Andre Viegas disse...

Chu, pelo menos vc curtiu a 5a feira, não? Pq não estou no Brasil, viajei a trab, e fiquei na labuta até hj de manhã (os belgas não comemoram o Corpus Christi). Dose pra leão. Sem contar q estou 5h à frente do nosso fuso horário. O q me sobrou: catarses... como essa. Então, me solidarizo contigo.

E tb não estou sem fazer sexo por opção. Mas esses fedorentos aqui, certamente, não fazem.

Danimeirelles disse...

E tem essa pilula??? QUERO DJA!

Anônimo disse...

A "louca da Buceta". Não dá pra fazer um filme com esse nome? rs... te adoro. bjuuuuuuuu