O que não tem remédio, remediado está. Ditados populares são sábios, vez ou outra. Pois então, como não há solução ou remédio para o que eu sinto, e como nutrir qualquer tipo de sentimento, nesse caso, é bastante inútil, eu decidi pegar esses tais sentimentos que me são completamente inúteis agora (mas que são difíceis de deixar de lado) e canalizá-los em algo que me traga algum benefício, um benefício muito importante, por sinal: ficar gostosa.
É, é isso mesmo. Chega de postergar as idas à academia, chega de inventar desculpas para não me exercitar, chega de jogar o dinheiro já gasto na mensalidade pela janela. O lance é ficar gostosa, porque intelecto conta, mas bunda também - essa é a realidade nua e crua, sejamos francos.
O problema é que eu detesto malhar. Acho chato, muito chato. Eu nunca falto em nenhuma aula de dança, porque é algo que eu amo e me sinto motivada. Então era isso que estava faltando para eu ir à academia: motivação. Estava, não está mais. Porque eu encontrei a motivação que me faltava essa semana: um dos instrutores. Ele tem uns cambitos de saracura e não é malhadão, o que me agrada, já que detesto músculos demais. Ele é bacana e me ajuda em todos os exercícios, o que me agrada, já que gosto de homens atenciosos. Ele não é idiota e nem parece o Paulo Cintura da Escolinha do Professor Raimundo (se você tem menos de 20 anos, talvez não entenda a referência) falando "saúde é o que interessa, o resto não tem pressa, ié ié, iiiiissaaa", o que me agrada, já que eu não consigo achar graça em pessoas que falam "uhu" e têm apenas um neurônio. E, pra coroar, ele é gatinho, o que me agrada, já que se é só pra olhar, que seja pra alguém esteticamente agradável. Ou seja, perfeito: já elegi meu estímulo visual na hora de malhar.
Acho digno me tornar a Garota da Laje 2008.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Reflexão tardia sobre mágoa, amor, raiva e despeito
Outro dia eu li um texto de uma menina cuja história era mais ou menos essa: ela gostava do moço, mas o moço tinha uma namoradinha/pretendente/ficante/coisa que o valha. Não entendi de quem o tal moço gosta, mas o que me chamou a atenção foi a maneira como ela se referia à tal pretendente do pretendente dela: sem graça, sem sal, sem peito e sem bunda. Em outras palavras, ela estava morrendo de ciúmes do moço e com raiva da menina que tinha tantos predicados atraentes. Provavelmente a tal menina cheia de qualidades e atrativos nem era assim, tão sem graça. Ou talvez fosse, vai saber. O fato é que o ciúmes altera a visão e altera o nosso julgamento. Aí vem a raiva e coroa tudo com uma boa dose não só de amargor, mas também de inconformismo. E é nesse ponto que quero deixar clara a minha teoria sobre sentimentos positivos e negativos:
Dizem por aí que a raiva é o sentimento contrário ao amor. Eu acho que isso é um dos maiores engodos do campo sentimental, assim aquela bobagem de "amar é jamais ter que pedir perdão" ou "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Tudo, tudo balela. Raiva passa. Pode até ter conseqüências desastrosas, mas passa. É aquele sentimento incontrolável, que te consome as entranhas e te faz pensar só naquilo. Percebam, essa definição também pode ser usada para paixão, portanto, eu acredito piamente que raiva e paixão são sentimentos opostos, mas que andam lado a lado. Então, o que é oposto ao amor segundo sua teoria inútil? - perguntam vocês, leitores pacientes. Oposto ao amor é a mágoa. É a mágoa que deixa marcas indeléveis, é a mágoa que faz sim com que você pense bastante na situação, mas não de uma maneira violenta, e sim de uma maneira... triste. E a tristeza pode ¨ser devastadora. O amor tem a capacidade de mudar uma pessoa, e equivalente a isso, só a mágoa. A mágoa também muda. Tão profundo quanto o amor, só a mágoa. E tenho dito.
Retomando o assunto do primeiro parágrafo, eu digo que entendo a atitude da autora do texto, de querer depreciar a tal pretendente do rapaz. É inútil, mas é humano. Aliás, é completamente e absolutamente inútil, mas também é inteiramente humano e geralmente compreensível e inofensivo. Não se trata somente de despeito. Trata-se da dor de olhar para alguém que está no lugar que você queria estar, que você tinha que estar, que você só não está porque a vida às vezes faz coisas idiotas. Trata-se da dor de querer estar naqueles braços, no lugar da tal pessoa depreciada (que, na verdade, não tem nada a ver nem contigo e nem com sua dor), e ter plena consciência do quão impossível é esse querer.
E é por isso que deixo aqui um poema da Elizabeth Bishop. Poema que li em algum blog da vida, e que me caiu como uma luva. Assim como eu descobri "Sympathique" do Pink Martini através de um scrap de um desconhecido na página de um desconhecido (e me apaixonei por Pink Martini).
One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
---Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
Dizem por aí que a raiva é o sentimento contrário ao amor. Eu acho que isso é um dos maiores engodos do campo sentimental, assim aquela bobagem de "amar é jamais ter que pedir perdão" ou "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Tudo, tudo balela. Raiva passa. Pode até ter conseqüências desastrosas, mas passa. É aquele sentimento incontrolável, que te consome as entranhas e te faz pensar só naquilo. Percebam, essa definição também pode ser usada para paixão, portanto, eu acredito piamente que raiva e paixão são sentimentos opostos, mas que andam lado a lado. Então, o que é oposto ao amor segundo sua teoria inútil? - perguntam vocês, leitores pacientes. Oposto ao amor é a mágoa. É a mágoa que deixa marcas indeléveis, é a mágoa que faz sim com que você pense bastante na situação, mas não de uma maneira violenta, e sim de uma maneira... triste. E a tristeza pode ¨ser devastadora. O amor tem a capacidade de mudar uma pessoa, e equivalente a isso, só a mágoa. A mágoa também muda. Tão profundo quanto o amor, só a mágoa. E tenho dito.
Retomando o assunto do primeiro parágrafo, eu digo que entendo a atitude da autora do texto, de querer depreciar a tal pretendente do rapaz. É inútil, mas é humano. Aliás, é completamente e absolutamente inútil, mas também é inteiramente humano e geralmente compreensível e inofensivo. Não se trata somente de despeito. Trata-se da dor de olhar para alguém que está no lugar que você queria estar, que você tinha que estar, que você só não está porque a vida às vezes faz coisas idiotas. Trata-se da dor de querer estar naqueles braços, no lugar da tal pessoa depreciada (que, na verdade, não tem nada a ver nem contigo e nem com sua dor), e ter plena consciência do quão impossível é esse querer.
E é por isso que deixo aqui um poema da Elizabeth Bishop. Poema que li em algum blog da vida, e que me caiu como uma luva. Assim como eu descobri "Sympathique" do Pink Martini através de um scrap de um desconhecido na página de um desconhecido (e me apaixonei por Pink Martini).
One Art
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
---Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Eu penso em mil assuntos para escrever, mas a verdade é que eu tenho muitos assuntos pra resolver no meu trabalho. Tenho provas pra preparar pra segunda-feira e ainda nem comecei. Tenho também uma tosse seca bizarra que nunca me abandona. Tenho raiva, mas sobre isso ainda escreverei. Só não tenho tempo. E nem é desculpinha.
Eu queria um dia Unibanco - 30 horas.
Eu queria um dia Unibanco - 30 horas.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Bonito
Eu queria muito escrever sobre a viagem, mas sei lá, ainda estou em êxtase. Por que voltar de viagem é tão ruim? E por que viajar é tão fodasticamente bom? Perguntas cretinas, eu bem sei. Mas perdoem-me, eu sou uma mulher recém chegada do paraíso diretamente pra poluição paulistana. Ainda estou em choque. E ainda tenho na cabeça todas as coisas boas demais que fiz e vi em Bonito.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Chuma Marruá
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Planeta Terra - resumão
A organização do TIM Festival tem MUITO o que aprender com a organização do Planeta Terra Festival. No Planeta não houve atrasos, não houve desrespeito, não faltou água, não faltou comida. Adorei o fato de haver muitas opções de comida, e não só o Piola Eventos e seu monopólio de mini-pizzas ruins e crepes que acabam no meio do evento.
- A Lilly Allen estava estilo Jeremias. Trêbada, esquecia todas as letras, enfim: o show foi uma bosta. No começo eu ainda achei que ela fosse fofa. Fofa o cacete, ela é idiota. Algumas musiquinhas legais, outras muito lerdas e outras em ritmo de ska. Eu acho ska um saco. Só não é pior que reggae, que eu verdadeiramente odeio. Numa hora ela contou uma história de uma música que ela fez pruma menina que costumava bully her. E completou dizendo "é, dane-se aquela menina, agora eu sou uma popstar, sou muito melhor" - então tá. Eu fiquei olhando pra Lilly tropeçando pelo palco e pedindo desculpas por esquecer as letras e pensando: cadê os pais dessa criança? Popstars não têm pais? Nascem de chocadeira? Se eu tiver um filho/filha popstar (ha ha ha) eu vou tomar conta do mesmo jeito. E se reclamar e disser que é um popstar e que pode fazer tudo eu ainda emendo: "popstar o caralho, vai pro chuveiro pra curar essa bebedeira, seu pudim de cachaça". Essa é a minha pedagogia.
- Cansei de Ser Sexy eu não assisti porque estava vendo o "show" da Lilly Allen. Mas não sou chegada no CSS, então nem me fez falta.
- Não vi o Devo porque estava no show do Rapture, mas todo mundo que assistiu o show disse que foi lazer elevado ao cubo. Não sei de quem foi a idéia imbecil de colocar dois shows legais no mesmo horário.
- No Kasabian, eu já estava cansada. Nem prestei a devida atenção. O vocalista falava "Sao Paolo" e "obrigado" a cada dois minutos e isso me irritou. Saí pra comprar pipoca (vendiam pipoca e algodão doce lá. Achei tão... pueril! Adorei).
- Datarock e Tokyo-esqueci-o-resto-do-nome, sorry, não vi. Lamento ter perdido o Pato Fu.
(Chega de festivais de rock por esse ano.)
- A Lilly Allen estava estilo Jeremias. Trêbada, esquecia todas as letras, enfim: o show foi uma bosta. No começo eu ainda achei que ela fosse fofa. Fofa o cacete, ela é idiota. Algumas musiquinhas legais, outras muito lerdas e outras em ritmo de ska. Eu acho ska um saco. Só não é pior que reggae, que eu verdadeiramente odeio. Numa hora ela contou uma história de uma música que ela fez pruma menina que costumava bully her. E completou dizendo "é, dane-se aquela menina, agora eu sou uma popstar, sou muito melhor" - então tá. Eu fiquei olhando pra Lilly tropeçando pelo palco e pedindo desculpas por esquecer as letras e pensando: cadê os pais dessa criança? Popstars não têm pais? Nascem de chocadeira? Se eu tiver um filho/filha popstar (ha ha ha) eu vou tomar conta do mesmo jeito. E se reclamar e disser que é um popstar e que pode fazer tudo eu ainda emendo: "popstar o caralho, vai pro chuveiro pra curar essa bebedeira, seu pudim de cachaça". Essa é a minha pedagogia.
- Cansei de Ser Sexy eu não assisti porque estava vendo o "show" da Lilly Allen. Mas não sou chegada no CSS, então nem me fez falta.
- Não vi o Devo porque estava no show do Rapture, mas todo mundo que assistiu o show disse que foi lazer elevado ao cubo. Não sei de quem foi a idéia imbecil de colocar dois shows legais no mesmo horário.
- No Kasabian, eu já estava cansada. Nem prestei a devida atenção. O vocalista falava "Sao Paolo" e "obrigado" a cada dois minutos e isso me irritou. Saí pra comprar pipoca (vendiam pipoca e algodão doce lá. Achei tão... pueril! Adorei).
- Datarock e Tokyo-esqueci-o-resto-do-nome, sorry, não vi. Lamento ter perdido o Pato Fu.
(Chega de festivais de rock por esse ano.)
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Pieces of the People we Love
Tem essa música do The Rapture, que eu adoro. Adoro a banda e adoro mais ainda essa música em especial. Sábado, no show, eu pulei muito ao som de "and everybody's gotta a little piece of someone they hide...". Pulei com vontade, pulei com gosto, pulei num momento praticamente meu, em celebração ao que me aconteceu sexta-feira e que me tirou um peso das costas que eu já havia até esquecido que estava ali. Como diria o Ford Prefect em "O Guia do Mochileiro das Galáxias", o ser humano tem uma incrível capacidade de adaptação, principalmente às situações ruins. E foi assim: eu já estava acostumada a carregar um fardo que nunca foi meu. Um fardo que colocaram em minhas costas. Eu já nem me lembrava mais como era respirar sem aquilo. E digo: é bom demais.
I have pieces of all these people I love. I get by with a little help from my friends. Talvez esse post esteja bastante enigmático para muita gente, mas eu sei que vocês, que sabem que fardo foi esse, entenderam. Obrigada por tudo.
Meu Ano Novo já começou. :-D
I have pieces of all these people I love. I get by with a little help from my friends. Talvez esse post esteja bastante enigmático para muita gente, mas eu sei que vocês, que sabem que fardo foi esse, entenderam. Obrigada por tudo.
Meu Ano Novo já começou. :-D
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Estabelecendo prioridades
Eu tenho que terminar um relatório, atualizar planilha de aulas, marcar médico, mandar fazer meus remédios dermatológicos, tirar xerox para umas aulas, terminar uma aula e mais algumas coisinhas bastante importantes.
Eu acabei de passar uma meia hora preenchendo direitinho meu perfil no Facebook. Como eu nunca fiz no orkut. Porque o Facebook é muito mais legal e você interage muito mais com seus amigos, ou seja, com quem realmente importa. Tambem passei um tempo lendo blogs, respondendo scraps e conversando no MSN.
Porque vocês sabem, perfil do Facebook que só seus amigos - que já te conhecem bem - acessam, é muito, muito importante. É uma grande prioridade. Ler blogs também.
Prioridades? Alguém falou em proscrastinar?
Eu acabei de passar uma meia hora preenchendo direitinho meu perfil no Facebook. Como eu nunca fiz no orkut. Porque o Facebook é muito mais legal e você interage muito mais com seus amigos, ou seja, com quem realmente importa. Tambem passei um tempo lendo blogs, respondendo scraps e conversando no MSN.
Porque vocês sabem, perfil do Facebook que só seus amigos - que já te conhecem bem - acessam, é muito, muito importante. É uma grande prioridade. Ler blogs também.
Prioridades? Alguém falou em proscrastinar?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
All the bizarre people, where do they all come from?
ou "Crônicas de uma noite"
No mundo real...
- Roberval já ficou com Amarilda. Uma noite quase mágica, aquela. Legal de verdade. Amarilda, apesar de estar numa fase de desapego, além de se impressionar bastante com Roberval, ainda pensou "com esse vale a pena ficar de novo, com certeza".
- Floyd e Rosinha ficaram uma noite. Começaram a conversar e quando viram, estavam aos beijos. Nada de mais para ela. Mas, para ele, aparentemente foi bastante legal. No entanto, também aparentemente, ambos ficariam novamente.
- Robério e Amarilda nunca tinham se visto na vida. Até que ele a viu no bar. No meio daquele monte de gente que passava. Ele não parava de olhar, ela achou que ele tinha uma vibe meio Roberval, era esteticamente aceitável, por que não retribuir os olhares?
- Bode e Amarilda haviam se visto umas 3 vezes na vida. Em todas ele havia sido bastante antipático. Digamos que ele parecia ignorá-la. Olhava de longe, mas não se dignava nem a cumprimentá-la, sendo que ela havia se reapresentado a ele não tinha nem uma semana. "Ele me acha feia, boba, xixi e cocô", era isso que Amarilda pensava. Enfim, não era o primeiro e nem o último, e ela nem tinha interesse nele.
No mundo bizarro...
- Amarilda estava de visita na cidade de Roberval. Ela de corazón partío, ele havia sido tão legal naquela vez, por que não ficar de novo? Simples: não ficaram de novo na primeira noite porque Roberval chegou ao bar mais bêbado que o Jeremias. Os cabelos desgrenhados e a roupa amarfanhada que lhe renderam a alcunha de Mendigo Bahia só depunham contra sua pessoa. Trançava as pernas, o pobre diabo. Ao se dirigir à Amarilda e sua amiga, ele gritava o nome delas. Dava medo, porque parecia realmente que se ele pudesse, MATARRA MIL. Não ficaram na segunda noite porque, não sabemos se imbuído da vergonha por ter aparecido no evento pior que o Mussum nos áureos tempos ou se imbuído do mais alto grau de molecagem e bipolaridade, Mendigo Bahia resolveu praticamente ignorar Amarilda. Ele não estava "playing cool", ele estava "playing dumbass" mesmo.
- Floyd passou duas noites sem saber se beijava ou comprava uma bicicleta. Ou melhor, se beijava ou via a banda e abraçava os amigos, porque essa era a vibe. Ele não estava numas de fazer companhia à menina que ele havia convidado a visitá-lo. Ele não estava numas de ser homem e dizer "olha, não rola". Ele estava numas de cantar Pink Floyd de olhos fechados.
- Robério olhava. Olhava. Olhava. E nada fazia. Aí olhava de novo. Sorriu para Amarilda. Sorriu para Rosinha. O rapaz era só sorrisos. Mas nada de vir conversar com ninguém. Amarilda se esqueceu como se paquera, Rosinha teve o insight e puxou papo com ele, os três começaram a conversar. Ou ao menos as duas tentaram, porque o rapaz não conseguia juntar 5 palavras numa frase que fizesse algum sentido. Com certeza ele falava palavras num tom que só os cachorros ouvem, no meio das palavras jogadas de suas frases. Culpa das duas, quem mandou não serem cadelas?
- Bode passava com sua cara de mau humor e olhava de canto de olho pra Amarilda. Ela realmente achava que ele a detestasse e a achasse pior que filhote de coruja. Porque né, tanta cara feia, não pode ser coisa boa.
O desfecho...
- Roberval foi gratuito e grosseiro, mas passava por Amarilda e olhava pra ela. Olhava de longe, olhava de perto. Ao ver Amarilda conversando com Robério, ficou por perto e virava o pescoção pra ver o que estava acontecendo. Amarilda parou de conversar com Robério e foi refletir sobre a miséria humana num canto. Roberval passava, olhava e seguia. Sempre com pose de cool. Encontraram-se no bar, começaram a conversar e ele foi gratuito. Grosseiro. Desnecessário (Ele: hoje tomei 5 litros de Coca-Cola. Ela: Pra curar a ressaca ou... Ele não espera ela completar a frase. Já manda um: NÃO! Pra dar ressaca! Que pergunta mais óbvia! E não, o tom não foi de brincadeira, assim disse Amarilda). Há anos Amarilda não passava por uma situação tão idiota. Saiu de perto, afinal, as pessoas têm o direito de não querer. Mas Roberval CONTINUOU a passar por ela e olhar. Olhar de perto e olhar de longe. Faz algum sentido? Se você não acha a pessoa interessante, por que olha tanto?
- Floyd ficou lá, curtindo a banda. Foi alvo de milhares de piadas. E, quando Rosinha já estava cansada e tentando largar Robério a falar sozinho, Floy chega pros amigos e solta a pergunta de um milhão de dólares: "pô, será que se eu chegar na Rosinha ela fica comigo?". Dois dias depois. Duas noites depois. Horas de conversa depois. Depois de largá-la sozinha em vários momentos porque a VIBE era da banda e seus covers de Pink Floyd. Depois de tê-la convidado a ir pra sua cidade. Faz algum sentido? Se você não sabe brincar, não desce pro play. Se você não sabe se portar feito homem, deixando claro se você quer beijar ou comprar uma bicicleta, se você não consegue entender que ficar não é se casar, na boa, vai pra casa ficar vendo DVD de rock progressivo sozinho.
- Robério queria ser chef de cozinha, mas não cozinhava nada e nem pretendia estudar a respeito. Diz que um dia vai criar pratos geniais e ponto final. Robério adora francês, mas não fala nada e nem estuda. Só que escreve músicas em francês, olha que curioso. Não tenta escrever textos, não... Ele já pula pra músicas. Músicas! Usando apenas o dicionário. Robério também contou que cheirava cola e que sua noite anterior tinha sido óótima. Ou seja, Robério é um idiota. Faz algum sentido? Você ocupar lugar no mundo sendo que seu cérebro é menor que o de uma couxe de Bruxelas? Se você não sabe conversar com duas moças, se suas frases não fazem sentido no Planeta Terra... Bem, sei lá, isole-se numa montanha, porque sua existência pífia não faz muita diferença na humanidade. Ou não, né. Você, ao que parece, é igual a 90% das pessoas do mundo: ou seja, estúpido.
- Bode, no final da noite, chega pro irmão do amigo de Amarilda e também pro amigo de Amarilda e diz que quer falar com ela porque acha que ela é uma moça interessante. Sabiamente, o irmão do amigo diz: "ué, vai lá". Ao que Bode responde: "Ah, não, fala pra ela vir aqui". Faz algum sentido? Ignorar a mulher por duas noites, não cumprimentá-la, passar por ela com cara de mau humor. Pra depois querer algo com ela? E mais: faz sentido você falar pra ela ir até você, quando o interessado é... VOCÊ? E não ela? O que é isso? Psicologia reversa? Você finge que não gosta pra mostrar que gosta? Onde isso deu certo? No Timbuktu?
E se você chegou ao final desse texto...
Amarilda e Rosinha passam bem.
E sim, eu sou revoltada. Sim, eu estou indignada. Porque eu não me conformo que o mundo esteja produzindo tanta gente bizarra assim. Sabe o quanto cansa não conhecer gente que saiba conversar? Sabe o quanto cansa conhecer gente com comportamento bipolar? Sabe o quanto cansa conhecer gente que não sabe se fode ou se sai de cima; que não sabe manter uma possível amizade com quem ficou mesmo que não queira ficar mais; ou, ainda, que não sabe se está interessado ou não, mas que, por via das dúvidas, decide ser grosso? Pra quê?
Eu abdico do mundo, sabem.
Castidade é o que há.
No mundo real...
- Roberval já ficou com Amarilda. Uma noite quase mágica, aquela. Legal de verdade. Amarilda, apesar de estar numa fase de desapego, além de se impressionar bastante com Roberval, ainda pensou "com esse vale a pena ficar de novo, com certeza".
- Floyd e Rosinha ficaram uma noite. Começaram a conversar e quando viram, estavam aos beijos. Nada de mais para ela. Mas, para ele, aparentemente foi bastante legal. No entanto, também aparentemente, ambos ficariam novamente.
- Robério e Amarilda nunca tinham se visto na vida. Até que ele a viu no bar. No meio daquele monte de gente que passava. Ele não parava de olhar, ela achou que ele tinha uma vibe meio Roberval, era esteticamente aceitável, por que não retribuir os olhares?
- Bode e Amarilda haviam se visto umas 3 vezes na vida. Em todas ele havia sido bastante antipático. Digamos que ele parecia ignorá-la. Olhava de longe, mas não se dignava nem a cumprimentá-la, sendo que ela havia se reapresentado a ele não tinha nem uma semana. "Ele me acha feia, boba, xixi e cocô", era isso que Amarilda pensava. Enfim, não era o primeiro e nem o último, e ela nem tinha interesse nele.
No mundo bizarro...
- Amarilda estava de visita na cidade de Roberval. Ela de corazón partío, ele havia sido tão legal naquela vez, por que não ficar de novo? Simples: não ficaram de novo na primeira noite porque Roberval chegou ao bar mais bêbado que o Jeremias. Os cabelos desgrenhados e a roupa amarfanhada que lhe renderam a alcunha de Mendigo Bahia só depunham contra sua pessoa. Trançava as pernas, o pobre diabo. Ao se dirigir à Amarilda e sua amiga, ele gritava o nome delas. Dava medo, porque parecia realmente que se ele pudesse, MATARRA MIL. Não ficaram na segunda noite porque, não sabemos se imbuído da vergonha por ter aparecido no evento pior que o Mussum nos áureos tempos ou se imbuído do mais alto grau de molecagem e bipolaridade, Mendigo Bahia resolveu praticamente ignorar Amarilda. Ele não estava "playing cool", ele estava "playing dumbass" mesmo.
- Floyd passou duas noites sem saber se beijava ou comprava uma bicicleta. Ou melhor, se beijava ou via a banda e abraçava os amigos, porque essa era a vibe. Ele não estava numas de fazer companhia à menina que ele havia convidado a visitá-lo. Ele não estava numas de ser homem e dizer "olha, não rola". Ele estava numas de cantar Pink Floyd de olhos fechados.
- Robério olhava. Olhava. Olhava. E nada fazia. Aí olhava de novo. Sorriu para Amarilda. Sorriu para Rosinha. O rapaz era só sorrisos. Mas nada de vir conversar com ninguém. Amarilda se esqueceu como se paquera, Rosinha teve o insight e puxou papo com ele, os três começaram a conversar. Ou ao menos as duas tentaram, porque o rapaz não conseguia juntar 5 palavras numa frase que fizesse algum sentido. Com certeza ele falava palavras num tom que só os cachorros ouvem, no meio das palavras jogadas de suas frases. Culpa das duas, quem mandou não serem cadelas?
- Bode passava com sua cara de mau humor e olhava de canto de olho pra Amarilda. Ela realmente achava que ele a detestasse e a achasse pior que filhote de coruja. Porque né, tanta cara feia, não pode ser coisa boa.
O desfecho...
- Roberval foi gratuito e grosseiro, mas passava por Amarilda e olhava pra ela. Olhava de longe, olhava de perto. Ao ver Amarilda conversando com Robério, ficou por perto e virava o pescoção pra ver o que estava acontecendo. Amarilda parou de conversar com Robério e foi refletir sobre a miséria humana num canto. Roberval passava, olhava e seguia. Sempre com pose de cool. Encontraram-se no bar, começaram a conversar e ele foi gratuito. Grosseiro. Desnecessário (Ele: hoje tomei 5 litros de Coca-Cola. Ela: Pra curar a ressaca ou... Ele não espera ela completar a frase. Já manda um: NÃO! Pra dar ressaca! Que pergunta mais óbvia! E não, o tom não foi de brincadeira, assim disse Amarilda). Há anos Amarilda não passava por uma situação tão idiota. Saiu de perto, afinal, as pessoas têm o direito de não querer. Mas Roberval CONTINUOU a passar por ela e olhar. Olhar de perto e olhar de longe. Faz algum sentido? Se você não acha a pessoa interessante, por que olha tanto?
- Floyd ficou lá, curtindo a banda. Foi alvo de milhares de piadas. E, quando Rosinha já estava cansada e tentando largar Robério a falar sozinho, Floy chega pros amigos e solta a pergunta de um milhão de dólares: "pô, será que se eu chegar na Rosinha ela fica comigo?". Dois dias depois. Duas noites depois. Horas de conversa depois. Depois de largá-la sozinha em vários momentos porque a VIBE era da banda e seus covers de Pink Floyd. Depois de tê-la convidado a ir pra sua cidade. Faz algum sentido? Se você não sabe brincar, não desce pro play. Se você não sabe se portar feito homem, deixando claro se você quer beijar ou comprar uma bicicleta, se você não consegue entender que ficar não é se casar, na boa, vai pra casa ficar vendo DVD de rock progressivo sozinho.
- Robério queria ser chef de cozinha, mas não cozinhava nada e nem pretendia estudar a respeito. Diz que um dia vai criar pratos geniais e ponto final. Robério adora francês, mas não fala nada e nem estuda. Só que escreve músicas em francês, olha que curioso. Não tenta escrever textos, não... Ele já pula pra músicas. Músicas! Usando apenas o dicionário. Robério também contou que cheirava cola e que sua noite anterior tinha sido óótima. Ou seja, Robério é um idiota. Faz algum sentido? Você ocupar lugar no mundo sendo que seu cérebro é menor que o de uma couxe de Bruxelas? Se você não sabe conversar com duas moças, se suas frases não fazem sentido no Planeta Terra... Bem, sei lá, isole-se numa montanha, porque sua existência pífia não faz muita diferença na humanidade. Ou não, né. Você, ao que parece, é igual a 90% das pessoas do mundo: ou seja, estúpido.
- Bode, no final da noite, chega pro irmão do amigo de Amarilda e também pro amigo de Amarilda e diz que quer falar com ela porque acha que ela é uma moça interessante. Sabiamente, o irmão do amigo diz: "ué, vai lá". Ao que Bode responde: "Ah, não, fala pra ela vir aqui". Faz algum sentido? Ignorar a mulher por duas noites, não cumprimentá-la, passar por ela com cara de mau humor. Pra depois querer algo com ela? E mais: faz sentido você falar pra ela ir até você, quando o interessado é... VOCÊ? E não ela? O que é isso? Psicologia reversa? Você finge que não gosta pra mostrar que gosta? Onde isso deu certo? No Timbuktu?
E se você chegou ao final desse texto...
Amarilda e Rosinha passam bem.
E sim, eu sou revoltada. Sim, eu estou indignada. Porque eu não me conformo que o mundo esteja produzindo tanta gente bizarra assim. Sabe o quanto cansa não conhecer gente que saiba conversar? Sabe o quanto cansa conhecer gente com comportamento bipolar? Sabe o quanto cansa conhecer gente que não sabe se fode ou se sai de cima; que não sabe manter uma possível amizade com quem ficou mesmo que não queira ficar mais; ou, ainda, que não sabe se está interessado ou não, mas que, por via das dúvidas, decide ser grosso? Pra quê?
Eu abdico do mundo, sabem.
Castidade é o que há.
domingo, 4 de novembro de 2007
Amy Winehouse Impersonation
Eu espero jamais chegar ao ponto de dizer que estou velha para determinadas coisas, como ficar ansiosa para shows, festas, viagens, acontecimentos bacanas e coisas assim. Eu não me imagino apática perante a vida dizendo "ai, não, não tenho mais idade pra dançar". Eu não imagino meus amigos assim também. Não imagino nenhum deles se recusando a cantar uma música bem alto só pelo prazer do momento e de dar risada depois.
Eu acho que a maturidade é muito boa e eu me prefiro hoje em dia do que aos 18 anos, sem dúvida alguma. Não há nada como a experiência. Mas eu não acho que a idade cronológica tenha que te impedir de ser feliz, de sentir frio na barriga, de se divertir, de rir e se divertir com os amigos. Há algumas coisas associadas à infância e à adolescência que são, sem dúvida, parte das melhores coisas da vida.
Eu quero mais mil festas como essa cercada pelos amigos que eu amo tanto!
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