domingo, 30 de maio de 2010

Difícil

Eu sempre fui a metade da relação que lida melhor com a distância. Sempre estive lá, forte, falando que logo essa distância toda vai se resumir à distância entre quarto e sala de nosso futuro lar. Aí, de uns tempos pra cá, comecei a dar defeito. E tem sido tão, tão difícil estar longe. Nos fins-de-semana em que não nos vemos e eu tento manter uma rotina de socialização saudável com outros seres humanos, tem horas em que eu só consigo pensar "que saco, ele tinha que estar aqui comigo". Sair com amigos não tem sido a mesma coisa, porque eu sempre fico pensando que com ele tudo estaria mais divertido. Os domingos são um suplício. Nesses finais-de-semana eu só levanto depois do meio-dia porque penso "o que vou ficar fazendo?". Eu deveria levantar cedo e trabalhar, colocar coisas em ordem, mas não. Fico de pau molescência sofrendo na cama. Há três anos eu prometi a mim mesma que não teria relacionamento com ninguém que morasse acima de 30 quilômetros de distância de minha casa. No ano seguinte a essa promessa eu o conheci e me parecia que Rio-São Paulo nem eram tão distantes assim. Eu sabia que seria difícil mas nunca pensei que agora, a essa altura do campeonato, eu começaria a surtar. E o que eu posso fazer? Usar comigo mesma os argumentos que venho usando há um ano e meio para deixá-lo tranquilo? Esse tipo de auto-auto-ajuda funciona? E quando tudo que você mais quer é passar a tarde de domingo abraçada com ele, você faz o quê?

Então é assim, amigos: se eu começar a preferir ficar em casa ao invés de sair, não é nada pessoal. Eu só acho que esse tipo de bichice eu devo curtir sozinha, no conforto do meu lar.

9 comentários:

nsmd53 disse...

Essas saudades, essa carência de calor e carinho namorado ou noivo, é um ótimo registro na memória pra uma futura boa convivência com o companheiro. Isso porque a gente bem sabe a falta que faz... Parece fazer sentido aquela pieguice da "cara-metade". Mas também são ótimos momentos pra meditação só. Vc tem razão, nem sempre é hora de passear com os amigos. Essa semana, por exemplo, minha cara-metade viajou pra bem longe. Hum!...

fl disse...

Oi Camis, primeiro um bjo de saudades, não nos "falamos" há tempos...
Segundo, pra te dizer que esse domingo, por coincidência, acabei experimentando um pouco esse "buraco" de saudade, de falta, quando uma moça que conheci recentemente voltou pra cidade dela, lá pros lados de BH. E olha que a gente só ficou junto poucos dias...imagino como vc se sente, numa relação já madura tão cheia de cumplicidades de carinho e de amor (qto 'pudor' a gente tem de falar essa palavrinha, né?).

Torço pra que essa fase passe logo e a distância física entre vcs possa mesmo se "resumir à distância entre quarto e sala" do futuro lar de vcs.
bjs !
fl

Srta.T disse...

Tá dando defeito porque tá se aproximando o dia de vocês ficarem juntos pra valer, frô. Acontece mesmo, é ruim mesmo, mas passa!
E quando bater aquela saudade dominical, só o doce salva. Brownies, petit gateaus, torta de mação com sorvete... auto-indulgência, adoro!

Beijoca

Caco disse...

Oummmm...

Anônimo disse...

Acredite, homem nenhum presta ! Chute o cara e parta para outra aventura, ou junte 2, 4, t caras e fique comoum para cda dia da semana. Aí o dito cujo vai surgir, na maior cara dura, porque é bem provavél que ele esteja fazendo isso agora. Acredite, homens e mulheres são todos ordinários, exercendo um papel pra que os outros entrem nada deles e delas. Váaté Ushuaia . Olhe na cara dos Leões Marinhos. São monogâmicos mas perdem para os Pinguins. Vale a pena ver, para poder pensar de forma clara. Por que só você fica sozinha?

Raquel Amorim disse...

Chu, te leio a séculos, mas se não tenho nada bom pra falar, fico calada!
Também namoro a distancia e sei de cada fase da saudade e da tristeza que vem com ela. Mas sei também que ainda assim, somos mais felizes. Porque triste, triste mesmo é perder a fé no amor, nas pessoas, na vida e na capacidade de crescimento (mesmo com alguma dor). Triste mesmo é morrer e continuar andando por aí, vazio...É assim que vejo que não acredita mais, corpos fazendo volume! É forte dizer isso, mas não vejo outra forma, não sou ingênua, nem bobinha, mas o mundo que vejo com MEUS olhos é bem melhor, meu conselho é pro Pcesar: AME moço, não pelos outros, mas por vc! bjooo

Pri S. disse...

Te entendo total! Também vivi um relacionamento SP-RJ. Demorou um ano e meio, mas resolvemos o impasse. E valeu a pena.

Mas eu me lembro bem da sensação que vc descreve no texto. Feliz de quem se sente assim. Tem gente que passa uma vida amargurado e sem saber o que é amar.

Que sua estória à distância tenha um final bem feliz! :-)

Beolina disse...

Poxa, SP-RJ é tão mais perto que o meu RJ-SE... =(
E eu tô nessa há 2 anos, esperando ansiosamente por Agosto, quando então nos casaremos e eu irei pro Rio ficar com meu menino, vê-lo todos os dias e não mais a cada 3 meses...
I feel you...
Aguenta firme que vale a pena, viu?

Livia Ferreira disse...

Eu sei que o post é antigo, mas decidi comentar mesmo assim porque tô num momento tudo-a-ver-com-ele. Vivi a mesma situação que vc. Namorei SP-RJ por um ano e meio, recheados de terminais rodoviários e madrugadas inteiras em ônibus. E a gente acha o amor assim, mesmo, né? É assim que a gente sabe: quando teria tudo pra dar errado (o fato de termos nos conhecido pela internet, a distância), dá certo. E deu tão certo que depois desse tempo, por coisas do destino viemos morar juntos em Aracaju. E foi uma maravilha, mas tive que continuar convivendo com a distância, dessa vez dos amigos queridos e da família.
Dessa vez não doía tanto, porque eu mantive um trabalho de consultoria no RJ e voltava lá com certa frequência.
Só que a vida não brinca em serviço, e depois de um ano juntos aqui resolveu bagunçar tudo de novo: ele foi estudar fora por seis meses, e eu já estava ajeitando a vida por aqui. Ou seja, agora tô tendo que conviver com as duas distâncias. E a única coisa que falam pra me consolar é: passa rápido. Passa nada!! Todo mundo sabe que o tempo é relativo, e seis meses nessa situação não passam rápido coisa nenhuma! Enfim, nesse momento, falta um mês.
E eu queria muito te agradecer, porque hoje, num desses momentos de carência/saudade/TPM/solidão/mimimi, seu textos (todos) me fizeram uma ótima companhia. Ri e chorei aqui, tudo o que eu precisava. Sei que posso estar exagerando, mas foi como uma amiga me contando histórias pra me entreter.
Obrigada, mesmo.
Beijo.