quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Apareceu a Margarida, olê, olê, olá



Meu marido escolheu trazer a Frida pra mim porque eu havia dito que ela é linda e maravilhosa. E ele quis fazer uma surpresa. A irmãzinha do Malaquias estava bem e com a companhia de outros gatinhos. Não somos pessoas desalmadas que largaram a gatinha lá abandonada.

Até porque, quando fui devolver a Frida não resisti e trouxe a irmã de Malacão (ele já tem apelido) pra casa. Demos a ela o nome de Margarida. E ela é o oposto de Frida. Pede colo, anda atrás da gente, brinca pela casa. Linda! Só não foi lindo ter que lavar a louça hoje com um gato pendurado em cada uma de minhas pernas. Literalmente. Mas enfim, ossos do ofício de ter adotado dois baby cats!

Bye bye Frida

Vem, Frida, vem ser endemoniada aqui fora! Volta já pro pet shop!

Tive que devolver Frida. Ela só gritou a noite toda. Se eu tentasse chegar perto ela rosnava pra mim. 20 anos tendo gatos na minha vida. 20 anos nessa indústria vital e nunca gato nenhum rosnou pra mim, muito pelo contrário - eu consigo fazer amizade até com gato de rua. Achamos que ela estava com medo da gente, com saudade dos irmãos, que não gostou de nossa maison... E achamos que seria melhor pra ela voltar pro pet shop ao invés de ficar aqui em casa gritando e se escondendo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Frida vai ou Frida fica?

Passei hoje pela pet shop de onde adotei Malaquias. No aquário de gatos para adoção havia mais três junto com a irmãzinha dele. Um preto, um rajado e um branco, rajado e preto lindo e peludo e ai meu deus, que ternura. Liguei pra Thiago e falei sobre os gatos lindíssimos tendo ataques de Felícia. À noite, ao voltar do trabalho, ele traz uma surpresa: resolveu adotar a gata branca, rajada e preta. É fêmea e deve ser uma semana mais velha que Malaquias. É uma bolinha peluda - ela tem pêlos mais longos, deve ter algum parentesco com persa.

Peguei a gatinha, que ficou no meu colo quieta. Várias exclamações de "ai, que linda" depois, coloquei-a no chão. E foi aí que baixou o exu gritador na bichinha. Ela andou pela casa por horas chorando, chorando alto e gritando. Quando não estava fazendo nenhuma dessas coisas, ela estava rosnando para nós (mais para mim, admito). Achamos que Malaquias a receberia bem, afinal, ele é muito bonzinho. Ledo engano. Ele desceu o cacete na bichana, sem dó nem piedade.

Thiago e seu espírito apaziguador tentaram argumentar com os felinos. Ele passou um bom tempo tentando educar os dois, falando que o crime não compensa e que só o amor constrói. Nada disso resolveu. Estávamos tão atarantados com a gritaria que não conseguíamos pensar num nome pra nenê. Depois de Galateia (wtf??), Isolda e Maria, finalmente optamos por algo mais sonoro: Frida. E, claro, Frida tem o mesmo espírito tempestuoso daquela homônima dela, a Kahlo.

Se Frida não aquietar sua pequena periquita, teremos que devolvê-la amanhã. Como não queremos isso, optamos pela pedagogia piagetiano-construtivista de educação infantil: colocamos Malaquias e Frida no banheiro da área de serviço, com comida, água e a caixinha de pipicat. Eles terão uma noite para se entenderem. É quase um BBB felino. Quero acompanhar de perto esse reality show mas Thiago me deu bronca porque toda vez que abro a porta do banheirinho, eles voltam a chorar.

Amanhã eu volto com mais notícias sobre o reality show felino mais quente da história. Será que Frida convencerá Malaquias de que ela é uma gata fofa e linda? Ou será que Malaquias, movido pelo ciúmes, continuará agindo impulsivamente? Não percam, amanhã, nessa grande nave que é o BBB felino!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Novo roommate

Apresento-lhes...



Malaquias, nosso novíssimo (literalmente) roommate.

Não é lindo?

Adotamos Malaquias ontem, de uma pet shop aqui perto de casa. Ele estava com a irmãzinha, mas não tínhamos como adotar dois gatos de uma vez. E queríamos um macho. Confesso que ainda estou de coração partido por não ter trazido a gatinha chorona, mas um passo de cada vez, né? Temos que pagar vacinas e castração de um, pagar de dois, no momento, ficaria pesado.

Malaquias é bagunceiro e dorminhoco. Tem crises de chorinho às vezes, mas é só colocá-lo no colo que passa. É tão pequeno que parece de brinquedo! :-)


ps: eu voltei a escrever no Twitter. Quem estiver por lá e quiser me adicionar, sou a /chuchuchu.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um exame necessário

Comigo funciona assim: eu odeio com todas as minhas forças que desconhecidos em filas em geral, especialmente de banco, puxem papo comigo. Invariavelmente a conversa começará com uma opinião sobre a instituição financeira onde estamos acrescida de reflexões gerais sobre o mau atendimento do local. Em outras palavras: zzzzzzzzzzzzzz. Eu não sei participar desse tipo de conversa, principalmente porque não me interessa. E a pessoa que está tentando puxar assunto não quer conversar, quer apenas desabafar. Se eu cobro pra dar aulas, por que raios vou dar assistência psicológica gratuitamente? Vivemos nesse mundo capitalista, não é mesmo?

Mas, em contrapartida - e só pra ser paradoxal, porque paradoxos são legais - eu AMO ouvir a conversa alheia em filas. Porque quem bate papo em fila tem aquele talento que eu não tenho: o de abrir o coração com completos desconhecidos. Comigo, o papo nunca desenvolve porque a pessoa começa a overshare e eu começo a entrar em desespero. E o esquema da conversa em filas é esse: uma vez passada a indignação sobre a instituição financeira, você começa a falar sobre outras coisas. E é aí que as pessoas começam a falar demais. Eu não gosto de participar das conversas mas tenho essa curiosidade quase mórbida sobre as pessoas e sobre suas vidas e, principalmente, por que elas são assim ou assado. Por exemplo: a louquinha do meu curso. Eu sou meio fascinada por ela. Porque cada maluquice que ela faz eu penso "gente, mas como pode? Por que ela fez isso? COMO ela falou isso? Cadê o filtro social? Será que ela foi criada com os lobos?". E por aí vai. Mas eu não quero conversar com ela e descobrir, até porque não sou psiquiatra, sabem? Então eu fico lá, fingindo que estou lendo alguma coisa, mas, na verdade, estou ouvindo o que ela está falando. E faço isso em todos os lugares. Eavesdropping é uma arte, pessoal.

Ontem eu estava na aprazível (NOT) Caixa Econômica Federal, que nunca está lotada de gente em fila querendo conversar (NOT²). Uma hora e meia pra ser atendida. Uma senhora muito louca de verão tentou puxar papo comigo. Olhei pra figura: batom vermelho meio borrado, cabelos presos num rabo de cavalo no cocoruto, blusa de alcinha sem sutiã.

IMPORTANTE: eu morro de aflição de mulher que não usa sutiã. Invariavelmente os faróis da pessoa se acenderão em algum momento e aí fico super incomodada com aquelas coisas apontando pra mim (ou pros lados, ou pra baixo). Quando a mulher tem muchibinhas, então, tenho vontade de gritar "MY EYES MY EYES". Sutiã é legal, meninas. Sustenta, dá forma e protege sua intimidade. Porque sim, mamilos são íntimos. Não é legal mostrá-los por aí. Grata.

Então, voltando. Eu não dei trela pra senhora do cabelo de ninho de pomba louca e dos mamilos em riste. Maaaaaaaaaaas fiquei ouvindo a conversa. Obviamente. E aí deu-se o seguinte:

Mamilos: Mas a vida, né, menina. Uma loucura. Paro pra pensar e só penso que somos tão pequenos.
Senhorinha simpática: É, né...
Mamilos: Porque pensa bem, tanta gente no mundo, e a vida, que ninguém dá valor.
Senhorinha simpática: Também acho...
Mamilos: Porque olha. Uma coisa eu digo: um exame que todo mundo deveria fazer é colonoscopia.
Senhorinha: ...
Mamilos: Porque é um exame que te abre os olhos pra outras coisas, viu.
Senhorinha: ...

Amiguinhas telespectadora, vejam que conversa sensacional. Filosofia sobre a vida e colonoscopia, na sequência, sem nem dar tempo de pensar num link pros dois assuntos.

E é por esse e muitos outros motivos que eu prefiro ouvir do que falar.

Agora me ajudem: qual será o link que a Mamilos viu entre a vida e colonoscopia? A melhor resposta ganha uma mariola. 1, 2, 3, valendo!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Curtas

- Deu tudo certo na aula de sexta-feira. Dolores Umbridge foi bondosa em sua avaliação. Mas essa semana tenho que entregar um relatório bizarro sobre os alunos. Eu comecei a fazê-lo? Claro que não.

- A maluca do curso está cada dia mais maluca. Eu estou começando a ficar com um pouco de medo dela, de verdade. Porque acho que ela é doida de doida, não doida de chata. Agora ela resolveu que vai amar as pessoas como se não houvesse amanhã - porque ela sabe que a batata dela está assando - ela é rude com geral, incluindo os professores. No meu mundo, se você depende dos professores para receber um certificado de um curso caro e que te dá o maior trabalho, você não vai arrumar confusão à toa com professores. Ela arruma. Mas agora ela quer ser miguxa de todos, pra tentar tirar a batata do forno. É pior. Gente, ela tentando ser normal é muito pior que ela louca. Quando ela tenta ser normal ela solta gargalhadas à toa, no meio da aula. JURO.

- Estou louca, alucinada e criança com a nova temporada de Dexter. Passando mal. Porque Dexter está perdido. Sozinho e com crianças para cuidar. E ele ama as crianças, mas sente aquela necessidade básica de ser serial killer. Sério, é o melhor seriado que eu assisto atualmente!

- Gostaria muito que as eleições já tivessem passado. Porque aturar a boca de urna via internet no primeiro turno foi difícil, agora está muito pior. Sério que os eleitores da Dilma a defendem com unhas e dentes? Sério que os eleitores do Serra o defendem com unhas e dentes? Eu acho isso tão ingênuo. Mas é uma ingenuidade que me irrita profundamente. Mesmo porque não tem como dialogar com essas pessoas. Olha, só digo que quem acredita que Dilma é boa e Serra é mau e vice-versa precisa sair do Fantástico Mundo de Bobby e voltar pra realidade, onde a vida não é maniqueísta desse jeito e onde todo mundo faz merda. Até o Lula fez merda. Então vamos aquietar a periquita? E parar de achar que é muito mais inteligente por que vota na Dilma? Ou parar de achar que é muito mais politizado por que é contra o PT? Fico pra morrer quando leio essas panfletagens no twitter. Fico pra morrer quando vejo que as pessoas realmente se acham melhores e mais esclarecidas por votarem nesse ou naquele candidato. Chá de realidade ninguém quer tomar não?