É com um pouco de pesar que atinjo a marca dos 32 anos. É o primeiro ano em que decido não comemorar. É o primeiro ano em que eu realmente não quero fazer aniversário. Nem nos 30 eu me senti assim. E o pior é que eu não consigo explicar racionalmente o motivo desse desânimo com relação ao meu aniversário. Não estou com problemas, não estou triste, minha vida está feliz. Mas eu acho que a idade está começando a pesar.
Eu não me sinto com 32 anos. Eu me sinto mais nova. Eu não pareço ter 32 anos, pareço ser mais nova. Mas mesmo com toda essa suposta juventude, a verdade é sim, eu tenho 32. E meu corpo está diferente, minha pele está diferente. Nunca pensei que eu fosse encanar com esse tipo de coisa. Medo de peitos caídos era tão fora do meu mundo que, agora que eu comecei a ter medo de ficar igual índia em período de amamantação, estou quase em pânico. E se de repente eu começar a achar que só plástica resolve? Eu não duvido que eu fique insana a esse ponto.
Desde que eu fiz 30 anos eu engordei uns 7 quilos. Numa pessoa baixinha como eu, isso faz diferença. E para alguém que nunca na vida teve que se preocupar com aumento de peso ou alimentação, isso é um susto. Eu confesso: eu não sei lidar com esse aumento de peso. Nunca precisei lidar com isso. Precisava lidar com a dificuldade de engordar. E agora eu ouço "nossa, você está mais cheinha, né?". Cheinha é o seu passado. O mundo é cruel com quem está abaixo do peso, o mundo é cruel com quem está minimamente acima do peso, nem vou comentar o quanto é cruel com as moças gordinhas. O mundo é cruel. Se eu puder dar algum tipo de conselho às meninas magras com menos de 30, esse conselho é: não se preocupem por estarem abaixo do peso. Depois dos 30, isso muda.
Então, é isso. 32 anos, medo de ficar enrugada, da pele ficar feia, de engordar ainda mais, de ficar com peitos caídos, da minha bordinha de muffin da Starbucks virar borda recheada de Pizza Hut, enfim, medos. Taí o motivo d'eu estar azeda por fazer 32. Medo de não me reconhecer no meu corpinho que, por anos e anos foi tão no lugar. Desculpem-me se não me empolgo com a velhice. Desculpem-me se pareço louca, mas acho que no dia do meu aniversário tenho esse direito. E desculpem-me se aqui não rola toda uma mensagem de esperança e beleza. Mas vocês não têm medo da velhice? Das rugas? Da gravidade? Contem-me. Ajudem-me a me sentir menos louca.
12 comentários:
Errrrr, sera que cabe um "feliz aniversario" depois desse texto? ;)
Eh incrivel mesmo como o tempo passa e nosso corpo vai mudando. Que bom que nossa mente vai mudando junto. Pq vc esta pensando nisso hoje, dia do seu aniversario, mas daqui a pouco ja esqueceu. Acho que todo mundo se conforma pensando que o tempo chega pra todos, não tem como fugir. Então fazer o que né? Aproveitar! Aproveitemos as funções principais do nosso corpo: nos levar pra onde queremos ir, expressar o que queremos dizer, nos dar prazer atraves do paladar, do olfato, da visão, da audição e do toque. O resto é resto.
Acho que isso é uma dificuldade que todo mundo tem. Não é necessariamente futilidade ou superficialidade, não... A gente convive pelo menos uns 15 anos da nossa vida, pós infância, vendo uma cara e um corpo diante do espelho e dos olhos dos outros, então quando eles começam a mudar há mesmo uma certa dificuldade pra gente voltar a se reconhecer.
O que fazer diante disso é que é o problema: a gente tem que mudar a cabeça pra se acostumar com a idéia, não o corpo. Senão vira uma Suzana Vieira da vida...
Pois é... os 30 chegam com tudo e o metabolismo fica lerdo que é uma m&rd@. Veja você que na época da faculdade, no dia do trote solidário em que os alunos doavam sangue, eu colocava roupas e mais roupas, para quando subisse na balança ela não denunciasse que eu não tinha 50 kg. Hoje em dia tenho que me preocupar dobrado com a roupa que vou vestir, porque do contrário corro o risco de parecer que estou grávida. E não tem coisa pior no mundo do que um completo estranho te ceder o lugar de gestantes no ônibus ou metro...
Chu você imagina eu que engordei quase 20kg em um ano e meio, fiquei com cabelo cagado, pele horrivél aos 27... eu me sentia um trabolhão. Nada que vários comentários maldosos não ajudem agente a dar a volta por cima.
Feliz aniversário.
Fiz 32 em novembro mas os meus medos são outros: medo de a vida passar sem que eu faça nada de importante ou relevante, medo de continuar trabalhando em algo que detesto com gente mais falsa do que nota de 3 reais, medo de ter a vida inteira contido certas vontades por causa das responsabilidades que a vida me trouxe ainda muito jovem, medo de não conseguir, nem uma vez sequer, fazer algo espontâneo, de sempre sentir medo do futuro.
:(
Faz alguns meses que tenho 32 anos e, cara, eu tô vivão! No domingo, entre copos de chopp (e foram muitos, quase incontáveis e absolutamente impublicáveis!), a Flá me pediu para eu falar mais baixo durante meu discurso de "Flêi, estamos benzaço! Tem noção de que esse anos faremos 33 anos? E com carinha de 27?". Havia desespero e vergonha (!!!) ma voz dela. Foda.
Meu corpo não é o mesmo, mas tá bonito! A pele também. Não vou entrar na seara dos cabelos pro teu marido não tirar uma com a minha cara! Além do medo de sempre, o da solidão, esses 32 anos trouxeram outros: medo da maternidade tardia ou, pior, da não maternidade; medo de não ter um emprego fixo que possa me manter nos anos vindouros e mais encarquilhados da minha vida; medo de não achar um cara legal. Acho que é isso, "basicamente".
Acho que você deveria dar uma grande pica para a gravidade. E a preocupação Starbucks deveria ser com o café que você tomará (Que tomaremos, néam?, já que tenho desejo de Starbucksy!) nessa semana! E tenho dito!
Beijos
P.S.: Ontem mesmo, olha que coisa!, dei uma olhada nos cafés e suas respectivas calorias do Starbucks. A adição de chantilly nos presenteia com 102 ou 120 calorias. Buh-bye chantilly!
Muito legal a sua reflexão natalina e o consolo das colegas. É o tempo!... Vi seu sinal tão implacável quanto generoso (com problemas aparentemente insolúveis), quando entre eu e um espelho super fiel - de um quarto de hotel - havia uma lâmpada spot bem no alto acentuando o leve cair de todos os músculos, inclusive dos peitos. Caramba, esse corpo tá ficando véio!!!
Mas como dizem as colegas... o bom é que nossa mente vai mudando junto...se não, que se mude a cabeça pra acostumar com a idéia... pra não ter medo que a vida passe sem que se faça algo importante ou relevante... ainda que a maternidade (capacidade criativa) seja tardia!...
Completo 55 anos nos próximos dias, mas sinto que isso é apenas a pequena parte de uma looonnnga jornada! Depois dos 30, a maturidade pode facilitar um zoom-out.
Oi, Camila,
Eu tb tenho medo da velhice, das rugas e da flacidez. Depois dos 25, vc sabe, é ladeira abaixo, o metabolismo fica mais lento e tal. Eu sempre fiz atividade física, então, ao longo dos anos venho notando que o corpo não responde da mesma forma, e que não é mais tão fácil perder 2 kg ganhos num fim de semana. Acho que é uma preocupação natural, ainda mais que nós mulheres somos muito pressionadas por todos os lados. Mas tb não perco muitos minutos pensando nisso. Tento me cuidar agora pra chegar bem aos 40, pq aí sim, a coisa vai pesar, despencar e etc.
Eu não sei qto vc tem de altura, mas pelas fotos que vc posta não te acho cheinha. Às vezes a pessoa é "magrela" e com o tempo ganha uns quilos, mas continua bem. Talvez vc não precise perder os 7 kg, mas uns 4 ou 5, já que tinha dificuldade pra ganhar peso? Enfim...
Mas gosto do amadurecimento que a idade traz. E se tem uma coisa boa nisso, é que entre os 30 e os 35 que a mulher atinge o seu auge de beleza. Pelo menos uma coisa boa tinha que ter.
De toda forma, parabéns atrasado! Agora já assinei o feed para não perder mais os posts. Eu leio sempre seu blog, faz tempo, mas acho que só comentei uma vez.
Camila, você é linda, você não é gorda e nem de longe nem de perto você parece que tem 32. Você parece uma menininha.
Eu vou fazer 28 e tô achando terrível estar chegando aos 30. Uma sensação de que deveria estar fazendo mais do que faço, um medo de que o tempo passe sem eu perceber e aproveitar.
Tá ficando mais difícil emagrecer os quilinhos das férias, quando eu rio, dá pra ver claramente as ruguinhas ao redor dos olhos, os fios brancos aparecem em quantidade cada vez maior. Pavorpavorpavor dos peitos caírem. Pavorpavorpavor, não sei nem dizer, mas pelo que eu li no post, acho que você sabe do que eu tô falando.
Eu gosto de mim agora, gosto das coisas que eu sei, gosto da minha segurança, do meu emprego, da minha independência. Mas eu me sinto com 23 anos e quando lembro que não tenho só isso, me assusto.
Menina, vou fazer 31 daqui a 15 dias, e vou te dizer: é tão curioso ter mais de trinta...não é ruim, apenas estranho. Porque não me sinto tão diferente, mais velha ou menos jovem do que quando tenha 25 anos. Mas as pessoas à sua volta criam expectativas de como a vida após os trinta deveria ser...como se precisasse haver maior definição depois de uma certa idade, enquanto que aos 20 você pode errar e errar e ainda ter tempo de começar novamente. Depois dos 30, a tendência é de nos cobrarmos mais e mais...o meu corpo mudou, mas a minha persona continua naquele processo de se auto-definir, não muito diferente de dez anos atrás...
Abraços e sorria...
Engraçado isso, quando eu era adolescente, tinha 17 anos eu me sentia velha, era muito estranho, agora estou com 27 e nunca me senti tão jovem. Por enquanto tá tudo bem, me sinto melhor do que quando era mais nova, me sinto mais bonita e mais confiante, menos perfeccionista, mais "macaca", não caio nas mesmas armadilhas em que já caí. Por enquanto tá ótimo e a impressão que tenho é que vai continuar assim depois dos 30. Acho que talvez comece a me preocupar quando estiver pertinho dos 40, porque aí sim vou estar na meia-idade, sem desculpas, rs. Mas sei lá, não dá pra ter certeza de como vou me sentir aos 30 ou aos 40, mas de qualquer modo adorei seu post e seu desabafo.
Sabe o que eu acho? Com o passar dos anos a gente vai aprendendo a dar valor ao que deve-se dar valor e começa a relegar o resto. A gente passa a ser preocupar mais em ser saudável invés de apenas bela.
Do alto dos meus 45 anos - sim, sou jurássica - o que mais me preocupa mesmo é perder a saúde mental...de vez! Por outro lado, muita coisa que me incomodava antes já não incomoda mais. Porque a gente sempre aprende, sofrendo ou não (fica à escolha do cliente).
Curta muito seus 30 e poucos anos porque eles passam muito rápido...
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