Hoje eu fiz um bolo de cenoura com calda de chocolate que ficou ótimo, amanhã eu vou almoçar com minhas amiguirmãs e ontem eu dancei salsa na aula de dança, para logo depois encontrar uma amiga com quem conversei por horas. Sexta eu fui ao cinema, sozinha, porque faz parte do meu processo de colocar as idéias no lugar. Foi pouco a pouco que vivi a semana passada, com espaço não só para muito choro como também para momentos de profunda apatia. Quis conversar com pouquíssimas pessoas. Porque é pouco a pouco que vou revelando o que eu demorei 29 anos para saber. De uma hora para outra eu tenho um passado que eu desconhecia. De uma hora para outra eu posso ter um futuro que estava completamente fora dos meus planos até uma semana e meia atrás. E é nisso que tenho concentrado meus pensamentos: nessa possibilidade de futuro. Também penso no meu dinamarquês que foi embora, porque ele é tudo aquilo e dormia muito abraçado comigo. E falava com aquele sotaque. Quando quero sorrir eu lembro de algumas coisas e algumas pessoas e algumas situações, uma delas é dele falando "PEIPAH" pra mim. Paper num sotaque britânico-dinamarquês. Acho lindo. E é em coisas lindas que eu tenho pensado. Coisas lindas como minhas primas rindo comigo, meus amigos mais próximos, a ingenuidade da minha mãe, minhas viagens. Se eu não pensar nas coisas lindas, no último homem que me fez bem, na minha família, naquele clichê de viver um dia de cada vez eu com certeza vou pirar. E pifar.
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Essa semana a vadia do RH volta de viagem. Essa semana com certeza teremos uma reunião ao vivo. Temo. Ela é a responsável, digamos, por uma grande parte dos meus problemas e da minha vida estar o caos que está. Mas eu não quero descontar nela e no embate que certamente teremos todas as tristezas que me assolam nesses últimos dias. Não que ela mereça justiça - por mim ela poderia receber um grito de cada funcionário por dias a fio - mas eu não quero perder a razão. Que eu sei que tenho.
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Eu fico pensando muito em todas essas coisas que disse que penso e também penso em muito em maternidade e paternidade e família. Porque agora, mais do que nunca, eu tenho medo de constituir a minha família. Porque eu acho que não será fácil ser meu marido, sabem? Porque eu nunca vou admitir um pai covarde para meus filhos. Tem muito tempo pela frente porque atualmente eu não quero nem tico-tico no fubá, quem dirá relacionamento que vire casamento. Mas é inevitável pensar em filhos e família e educação. E a história rocambolesca de novela mexicana que meu filho, de certa maneira, herdará de mim.
Acho que eu preciso parar de pensar.
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Fui ao aniversário da Rainha da Dinamarca na quarta passada. Ela não estava aqui, estava na Dinamarca, é claro. Senão ela teria que ficar dias e dias viajando por todos os Consulados em todos os países pra conseguir comemorar em todos eles. E eu não creio que a velhinha de 75 anos tenha todo esse pique. Postarei fotos aqui em breve. Mas o inusitado foi ouvir Ivete Sangalo no final da festa. O não inusitado fui eu beber muitos e muitos flutes de champagne, ficar ligeiramente alcoolizada e achar que era a Globeleza com vitiligo na pista de dança já quase vazia. Com meu amigo que está um pouco longe de ser um mestre-salas. Ah, as coisas que a gente faz na vida...
E depois ainda me dizem que eu preciso beber. Algo me diz que quarta-feira foi bem o suficiente.
5 comentários:
Eu sei que o que eu vou dizer é mega clichê, mas o que é a vida senão um sem números de clichês que se repetem?
O negócio é você relaxar. Nem pensar muito nisso tudo, levar sua vida como sempre levou. Porque daqui há um ano - ou menos - você vai estar tão acostumada com tudo, que essa montanha de dúvidas vai ser uma folha de papel amassada dentro do lixo. É assim sempre, com tudo a gente acostuma.
Você vai tirar letra.
Saudades dos seus escritos, gacta. Fique bem, viu? O alfajor que prometi pra te adoçar a vida está guardadinho.
Beijos!
*abracinho*
te amo :***
Fazia tempo que eu não passava por aqui... Bom ver você vivendo coisas novas, sorrindo bonita na foto lá em cima... Melhor ainda ter a certeza de que sempre haverá um amanhã que vai mudar a nossa história e nos fazer nos reinventar, sempre, dia após dia.
Feliz 29.
Beijo.
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