De tudo que tem me acontecido e das minhas mazelas atuais, talvez a maior de todas e mais dolorida delas seja ter que parar o curso de dança. Eu chego a sentir vontade de chorar quando penso que minha última aula será sábado e depois disso não terei mais minhas tardes de sábado preenchidas com música cafona, dancinhas e passos e rodopios, rapazes meio bizarros, almoços intermináveis com as amigas, pessoas queridas e meu professor querido. Sérião que todo dia eu penso nisso: como serão meus sábados sem a dança?
Outro dia li um texto excelente no blog do Paulo a respeito de paixões. Não paixão de namoradinho e nem paixão de "sou apaixonada pela minha família", porque isso é default. Ele fala sobre as paixões que nos movem e nos fazem falar sobre aquele assunto com brilho nos olhos. Assim como Paulo, eu também me encanto por pessoas que têm paixão pelas coisas. Falando sobre mim, uma das minhas paixões certamente é a dança. É quase uma meditação. Eu me desligo quase que completamente pra poder fazer aqueles passos complicados e não errar (porque meu parceiro de dança favorito é bravo). Por causa da dança eu descobri muitos preconceitos e, aleluia, consegui vencer muitos deles.
Eu sou feliz dançando bolero, jemt. Bolero que vem em ritmo de Luiz Miguel cantando "A Barca" ou algum cantos desconhecido cantando uma versão em espanhol de "Let it be". Eu sou feliz dançando salsa, com todas aquelas músicas latinas cafonas, mas que eu ADORO. E forró, então? Tem noção que eu consigo, hoje em dia e em nome da dança, ouvir horas de forró e aquele triangulinho chato sem parar? Sem esquecer do samba de gafieira, que é lindo, mas vez ou outra vem acompanhado de uns pagodes horrendos. Acho que pela dança eu venci muitos preconceitos musicais. E não só musicais.
Eu conheci gente muito diferente de mim e fiz amigos. E me divirto demais com eles. Vou prumas casas de dança de salão que mais parecem Baile da Saudade, mas cada vez que vou saio mais apaixonada porque vejo casais de velhinhos dançando, gente feia, gente gorda, gente bonita, enfim: é uma democracia só. Por mais que eu tenha um parceiro de dança fofo que vai continuar dançando comigo, por mais que eu tenha minhas amigas que continuarão me chamando pra dançar, não é a mesma coisa. Eu quero minhas aulas! Aos sábados! Com a minha turma!
Parece que estou deixando uma paixão de lado. Deixando de lado algo que me faz um bem enorme. Num momento em que estou quase sem trabalhar.
Se alguém souber de alguém que queira aulas de Inglês, que queira implantar Inglês na empresa, enfim: me avise! Eu podia estar chorando, eu podia estar xingando a vida, eu podia estar me entupindo de anti-depressivos - mas não, estou aqui só pedindo umas aulinhas pra poder continuar a pagar minhas aulas de dança e o leite das quiança.
9 comentários:
Poxa, Chu, dos blogs que leio sempre, o seu é dos mais legais (e minha lista é seletíssima, pode acreditar). E nele o que mais gosto é qdo vc comenta sobre as aulas de dança, textos gostosíssimos, mesmo. Tomara que essa fase passe logo (xô, azar!)!!
ps: enquanto tava escrevendo esse comentário começou a tocar um twist animadíssimo (You Never Can Tell, do Chuck Berry), de uma cena de Pulp Fiction - "Jack Rabbit Slims Twist Contest", tudo a ver com salões de dança.
putz, três superlativos num único cometário é ridículo...
Olha, vou ver por aqui. Se der certo, disponibilizo o sofá-cama CrisFra style e vc me faz companhia uns dias toda semana. Deal?
Amiga...
Vc vai conseguir dar as suas aulinhas e logo vc volta para a suas aulinhas de dança...
Eu também adoro gente que tem paixão por coisas como vc...
Super beijo e muitas saudades!
gente, que LINDO!dá pra perceber a paixão fluindo das palavras...
Jemt tão locando meu sofá sem me avisar, olia q filha da puta. ahahahahahahah
Ah, eu sofro de analfabetismo funcional e li errado, achei q era meu sofá.
FAIL.
AHAHAHAHAHAHAH MONGA
fl, acho superlativos validíssimos. E eu AMO essa cena de Pulp Fiction. Na verdade, eu amo Pulp Fiction como um todo.
Palita, adorei a idéia, é só me falar que eu vou aí, apresento meu trabalho, sou fofa com as pessoas e consigo uns alunos. De quebra, ainda conheço seus gatos e fofocamos a valer numa roça do barulho.
Rô, que todos os deuses te ouçam! Saudades também!
Carlos, UI! Que beleza!
Mami, super viajando.
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