segunda-feira, 9 de junho de 2008

Meus achismos

Eu achei que fosse entrar em depressão. Achei que chorar todo dia fosse virar hábito. Achei que fosse precisar de muitos remédios pra me sentir melhor. Achei que fosse largar minhas aulas. Achei que dar aulas não era o que eu gostava de fazer da vida. Achei que nunca mais fosse realizar algo. Achei que fosse morrer frustrada. Achei que nunca fosse conseguir sentir outra coisa que não raiva, revolta, desgosto. Achei que eu fosse demorar meses e meses pra conseguir ver graça nas coisas, e mais outros meses pra ver graça em alguém. Alguém do sexo masculino, então, tipos nunca mais. Achei que fosse começar a beber até cair, depois achei que nunca mais fosse beber, achei que a genética fosse dizer amém a tudo e aí eu seria muito infeliz.

No entanto, nunca achei que estivesse sozinha de verdade.

Se hoje eu consigo falar sobre esses achismos todos usando o pretérito perfeito, grande parte disso eu devo aos amigos que ficaram ao meu lado incansavelmente me ouvindo chorar, me ouvindo dizer que eu queria que o mundo interio explodisse e me trazendo pra Terra quando eu estava em surto. Surtos de "vou largar tudo", surtos de "vou trabalhar 24 horas por dia pra nunca mais ter que ir pra casa" e surtos de "eu fui muito injustiçada".

Eu ainda acho que fui injustiçada. Ainda acho que fui a maior vítima de um enrosco de gente que se achava livre e que no fundo só conseguiu ser infeliz. Eu sou fruto desse enrosco todo e ninguém pode me culpar por ter tido, nos últimos dois meses, a maior crise de identidade possível. Uma crise sem precedentes.

E aí repito aqui: mesmo louca da periquita, com todos os motivos do mundo pra me sentir a pior das criaturas, pra chorar alto em casa todas as tardes falando no MSN, pra achar que tudo estava sem saída, eu nunca estive sozinha. Tinha sempre algum amigo pra me fazer rir, pra me acalmar, pra dizer que estava comigo, pra me chamar pra beber, comprar sofá, dançar, almoçar.

Eu não tenho como agradecer aos meus amigos. Só sei que a frase daquela música dos Beatles é a coisa mais verdadeira atualmente pra mim:

I get by with a little help from my friends.

Obrigada! ;-)

19 comentários:

lilla disse...

posso ser repetitiva?
te amo, gactam.

:)

Marco Aurélio disse...

Dizem que "my friends" nessa música são as drogas.
CÊ TÁ MEXENDO COM TÓCHICO, É?

Danimeirelles disse...

:)
Ô coisa bonita!

Camila disse...

Lilla, tomém. :~~~

Marco, tô sim, tô chupando drogas, cheirando maconha, não sabia não?! Eu também já ouvi essa teoria, faz até sentido já que uma parte do refrão diz "I get high with a help from my friends". Mas eu prefiro acreditar na poesia e na incoência e na trilha sonora de Anos Incríveis!

Gata, (L).

Camila disse...

incoência = inocência

Efeito das drogas, fumei muito LSD hoje.

Paulo Gallian disse...

Eu tb prefiro a interpretação menos drogástica da letra. :-)

Srta.T disse...

Tá chupando drogas e não me chamou?

naum min ädd masï!11111

(Findê firmezinha com visita de amiga carioca, vai arregar?)

Lilaise disse...

se arregar apanha. é tudo muito simples. ahahhahahahhahahah

Srta.T disse...

Bicha, se eu recebesse um comentário ameaçador de uma nega com CAMISA DO FRAMENGO, eu bem ficaria toda cagada.

Anônimo disse...

Mesmo quando tudo que nós queremos é ficar livre de todos os ceresumanos, a gente não consegue. Não seria diferente nesse caso, em que sim, foi muito muito injustiçada.
Tamosaí teacher.

Fred disse...

É que você pode ter tido uma tremenda crise de identidade, mas hoje não te falta tanta identidade assim. Como eu já te disse, hoje você é a Gata, desse jeito aí que você é a gente adora, e fez tudo isto bem antes de qualquer uma destas notícias recentes. Então acho que você até pode balançar, mas já tinha alicerce suficiente pra retomar as coisas como elas são. Os amigos podem ser o que for, mas você sozinha tem tanto mérito também, Gata. Já devo ter dito isso pra você, mas não custa repetir: você me mata de orgulho nessas horas.

Dante disse...

Amiguinhos que te levam pra lugares tais quais a Santa Casa de Misericórdia de Pirassununga, te dão apelidos suuuper carinhosos e te apresentam amigos/as com problema mental na cabeça contam nessa?

Camila disse...

Pôlo, eu também!

Palita, vou arregar não. E espero que meu alfajor ainda exista. :-)

Chu, bate n'eu não...

Darling, thanks!!!

Gato, assim eu fico emocionada! :~~~

Emodante, claaaaaro que contam! Ç2

gi disse...

"Ç2"?

Hahahaha, adorei!

E, meo, nao sei o que seria de mim sem os abigos. Ninguem sobrevive longe sem os abigos de longe. Tipos, os amigos daqui sao posticos, sabe? Nao rola ligar de madrugada so pra dizer que ta' carente e com insonia. ;)

Um dia terei skype e vou voltar a fazer isso, hehe.


Beijo!

Ariett disse...

E tem outra frase dos Beatles que vale a pena citar: "And in the end, the love you get is equal to the love you make".

Ou seja: todo esse apoio que você recebeu é porque você fez por merecer.

Xianey disse...

S2 migushia!!!!!!!

Miru disse...

nhooo (L)

:***

Srta.T disse...

Tiop, meu pai tá ficando uns dias em casa e acho que comeu tudo que tinha de doce e chocolate na minha geladeira. Juro. Mas tenho como providenciar outro, e pra logo. Serve?

silcia susie soares disse...

milla miga, vontade de ter você em casa aqui em Natal, aprendi fazer capuccino e panquecas e faria com carinho para você amiga linda.Você é incrivel, e crises vêm e passam...crescemos...bisoux