Eu sou rancorosa. Não com coisas sérias e pessoas que eu amo de verdade, mas com pequenezas. Hum, parando pra pensar mais a fundo, não são pequenezas, mas são coisas vindas de pessoas que não moram no meu coração. E eu fico pensando "se não moram, não importam tanto, então por que raios guardar essa mágoa de caboclo?". Não sei. Só anos de análise pra entender.
Um acontecimento:
1) Há anos uma louca passou pela minha vida. Louca nível sociopata. Eu tinha esse grupo de amigos, ela era namorada de um dos meus melhores amigos na época. Sabe-se lá por que diachos ela resolveu que eu não era digna. Plantou a semente da discórdia por meses. Quando a bomba explodiu e a diarreia que ela havia criado sobre mim atingiu o ventilador em cheio, amigos meus pararam de falar comigo. O namorado dela, grande amigo da época, parou de falar comigo. Restaram poucas pessoas ao meu lado, amigos que são amigos até hoje e a quem eu amo profundamente. A louca seguiu quase um ano fazendo travessuras envolvendo meu nome. Se passou por mim na internet, fez miséria mesmo. E eu lá, trabalhando e sofrendo. A vida seguiu e minha vida se divide em A.C. e D.C., mas esse C não é Cristo, e sim a inicial do doce apelido dado a essa doidivanas. Como vovó dizia, mentira tem perna curta. Poucos anos se passaram até que começaram a descobrir todas as sandices dignas de Nazaré Tedesco da tal menina. E dentre as descobertas, uma delas é que eu não era o que ela tinha falado e nem feito nada daquilo. Meu ex amigo me procurou pra pedir perdão. Eu o desculpei. Claro que rolou aquele gostinho doce de vingança, mas enfim, eu o desculpei. Final do ano passado um dos amigos que parou de falar comigo porque acreditou na Nazaré me achou no Facebook e me adicionou. Eu aceitei e esperei ele vir falar comigo. Claro que ele veio: me mandou mensagem. Na minha cabeça, essa mensagem TINHA que conter uma introdução a um pedido de desculpas por ter deixado de lado minha amizade de alguns anos pra ficar ao lado de uma sociopata que merece internação. Não me importa quantos anos se passaram, eu não esqueço. Nunca vou esquecer. E eu sigo em frente, desde que a pessoa admita que fez merda. Porra, eu sou confrontational. Eu não jogo pó pra debaixo do tapete. Eu não deixo assim só porque vai dar trabalho. Eu vou até Brasília fazer exame de DNA, acho que isso já diz muito. Pois bem, o cara me manda email como se nada tivesse acontecido. Só faltou dizer que eu estou sumida. Mas vá pro caralho, né, amigão. Se você esqueceu, eu não.
Esse é só um exemplo. Eu sou capaz de remoer coisinhas por muito tempo. Eu desculpo facilmente quem eu amo ou quem eu amei. Mas com quem nem é isso tudo, acho que rola um pensamento (insano) de "nossa, você teve o desplante de dar mancada comigo mesmo não sendo uma das minhas pessoas preferidas no mundo? Só os bons podem fazer isso". E pronto, acabou, essa pessoa ganha toda a minha mágoa de caboclo só pra ela.
Não faz sentido, não faz bem e é algo que eu quero melhorar em mim.
Então, em 2011, eu quero menos rancor.
(AVISO: eu não quero nenhum comentário pseudo-religioso-auto-ajuda me falando sobre a importância do perdão. 32 anos em família espírita, EU SEI dessa importância. Então, antes de vir me dar sermão sobre ser uma pessoa melhor, perceba que estou tentando isso, à minha maneira. Beleza?)
8 comentários:
Vou te dizer que minha péssima memória é uma bênção nessas horas. Eu perdoo todo mundo simplesmente pq não lembro o que me fizeram. Mas super te entendo. Boa sorte com a resolução, de qualquer forma!
Bicha má...
Nossa eu me vi muito nesse seu post. Por conta de um namorado que eu tive, que anos antes havia discutido com um dos amigos, um grupo de amigos enorme parou de falar comigo, e eram amigos do peito mesmo, de sair juntos sempre, mas ninguem me contou o porque todos se afastaram, só sumiram. Anos depois, quando eu nem estava mais com o rapaz, já estava morando muito longe e praticamente casada, eles começaram a pingar na internet, e ninguem, nenhum pediu desculpas, eu aceitei todos novamente, mas fui cobrando um a um o porque. E dai que surge a história. E eu me pergunto, eu sabia disso? Alguem chegou a conversar comigo sobre o acontecido? Nop.
Enfim, eu não esqueço nunca, e sou dificil de perdoar, tem coisas que eu acho que não vou perdoar nunca, e quando eu não gosto, eu não gosto mesmo, detesto gente que fica em cima do muro pra viver cercado de amigos.
Beijao e que 2011 agente consiga chutar muito a bunda de gente assim.
Eu não tenho problema nenhum em conviver com mágoa e rancor, inclusive acho que são esses sentimentos que movem o mundo.
hauahauahaua, ok, nem tanto.
Mas acho que é super normal e a vida tem que ter essas nuances, senão não tem graça.
Mas sim, oremos para que todos tenham menos rancor no coração em 2011. Amém
eu acho que o perdão é superestimado.
eu gosto de abraçar meu rancor até a hora em que não faz mais diferença se eu perdoei ou não. não sei se isso pode ser considerado perdão também. pra mim, não é, é só indiferença mesmo.
eu também esperaria uma mensagem explicando o que aconteceu e se desculpando.
Sinto não te conhecer. Então preciso usar palavras com cuidado. Eu não seguro nenhum rancor, assim como também dou baixa geral nos registros de quem apronta comigo. Assim, fico feliz. Não acho que vale a pena gastar um pingo de emoção genuína com gente que é ordinária. E gente ordinária é maioria neste pequeno país. Feliz ano novo pra você. Dê baixa desses caras que não valem nada.
Hahahaha! Puxa, já tinha até pesquisado no google umas frases motivacionais do Augusto Cury ou Paulo Coelho pra colar aqui, mas depois que vi o seu aviso acho que não seria apropriado.
Rancor, rancor, eu não guardo, fico até compadecida, com pena da pessoa por ela ter sido idiota. O problema é que, justamente por ela ter sido idiota, não consigo mais levá-la a sério...
Eu guardo também. Posso até fingir que nada aconteceu, mas vou çembrar até meu último dia. A única solução para acabar com isso é retratação. Amigos devem retratação uns aos outros, está incluso no pacote junto com banhos de chuva e deixar depoimento no orkut.
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