segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cortando o que me irrita

Já faz um tempo que eu decidi que não precisava me irritar com as redes sociais. Durante algum tempo, eu lia coisas no Twitter e Facebook, ficava indignada, achava a pessoa besta, ficava com vontade de ir lá perguntar "mas o que deu em você pra escrever essa idiotice?", etc etc etc. Aí eu parei pra pensar e vi que a besta sou eu. Se sou eu quem escolhe minha timeline, eu estava aturando babaquice por vontade própria.

Numa auto-luta pra provar que besta é tu, não eu, fui me desapegando do Twitter. Poderia dar unfollow, mas me deu preguiça - teria que dar unfollow em mais da metade das pessoas. Considerei o tanto de tempo que se perde naquele treco. E acabei desencanando. Entro ali menos de uma vez por mês, dou uma lida geral e continuo achando que o melhor é me manter afastada.

No Chorumebook (esse nome é invenção da Lilla) eu mantive a amizade com todos, mas deixei de assinar uma galera enorme. Gente que milita demais, que enche o saco com política, que escreve como se fosse dono da verdade, que posta imagens imbecis de criancinhas + auto-ajuda, que escreve coisas insinuando como é forte/guerreira/batalhadora/gente que faz/muito independente (geralmente é mulher e acho essas publicações particularmente insuportáveis), e por aí vai - a lista de coisas que eu acho idiotas é muito longa.

Basicamente eu acho que se você é foda, não precisa ficar falando. Se você é politizada, vai esfregar isso na cara das pessoas em fóruns de gente que gosta de falar de política o tempo todo. Se você curte militar sobre esquerda/direita/feminismo/cotas/etc - cara, muito legal que você seja assim, engajado. Mas falar disso o tempo todo é chato, então eu não te assino mais. Se você se acha a mulher mais independente e batalhadora do mundo, eu até acredito que você seja, mas não enche o meu saco com isso. Tenho uma amiga (não leitora desse blog) que toda semana listava as milhares de coisas que ela tinha feito no dia e terminava com "vamo que vamo!" ou coisas do tipo. Eu admiro demais essa amiga. Mas sério, precisa anunciar o que faz ou deixa de fazer?

Como eu detesto cagar regra em rede social e acho que todo mundo tem liberdade pra falar o que quiser - se eu acho que é merda, quem tem que se retirar sou eu. Por que senão fica aquele ciclo "pessoas falam merda - pessoas reclamam das merdas - pessoas cagam regras - pessoas falam que falam o que quiserem". Aí piora tudo. Então eu não fico resmungando muito (só às vezes) e deixo de assinar.

Se fazendo isso eu ainda fiquei irritada com a eleição e o maniqueísmo louco PT versus PSDB, imaginem se eu não tivesse feito a limpa.

E essa postura estou tentando levar pra vida, sabem? Redes sociais não são pra dar trabalho. Amizades não são pra dar trabalho, são pra facilitar, tornar tudo mais bonito. Não é? Então basicamente é isso. Encheu meus pacovás de alguma maneira, eu vou deixando pra lá. É a desassinatura da vida real.

3 comentários:

Unknown disse...

i couldn't have said it better myself ;)

Caco disse...

E quando alguém coloca uma frase de auto-ajuda dizendo que é da Clarice Lispector? Faleço.

rnt disse...

É a desassinatura da vida real. Perfeito. E faz vc muito bem. Bora trazer leveza pra nossa vida e ser mais feliz. Pq se a gente seleciona nossa timeline - do face e da vida - tende a aproveitar melhor o tempo e se divertir bem mais. Faz um tempo que exercito isso e, olha, e' sucesso! =]