quarta-feira, 28 de março de 2007
A apalpadinha que rendeu
Se você clicou no link e leu a notícia, viu que a menina está no orkut com o nome de JaaDinHaa. Não só isso, ela escreve em alguma língua incompreensível, com muitos erros, TUDO EM CAIXA ALTA, sem acentuação (OH REALLY?) e muitos kkkk. O melhor é a frase "Em linguagem de internet, “kkkkk” é sinal de risos". Eu ri muito com essa frase. Não vou entrar no mérito da menina ter vendido a foto e a mãe dizer que ela é inocente. Você deixa o Príncipe William te fazer fom fom e VENDE a foto e depois é inocente? Arrãm. Inocente sou eu, que deixaria ele fazer fom fom (pessoal: ele é o PRÍNCIPE, okie?) e depois mandaria a foto só pras minhas amigas, provavelmente fazendo mil piadas. E só. Nem pensaria em fazer da buzinadinha um comércio.
O que me chama atenção nessa caso, além de praticamente tudo, é que as pessoas falam que a menina é brasileira. SORRY, não é. Isso aí veio do Planeta dos Miguxos. Aquele, vizinho ao Planeta dos Emos. Em ambos os planetas a linguagem é codificada com muitos "kkkkk", "HIAHUAHIAHU", repetição excessiva de vogais (linduuuuu, migaaaa), total ausência de pontuação e vírgulas, incapacidade de digitar ! e ? sem seguir de 1 ou / (oiieeee!!111111), incapacidade de usar o til (naum voh na sua festaaa migaa, to doentaum), troca do QUE e QUI por K (ti keruuuu), infantilização da linguagem (ti dóluuuuh linduuuu) e UsO De MaIusCuLas E MiNuScUlAs O TeMPo ToDo impossibilitando qualquer tipo de comprensão por nós, genuinamente brasileiros, alfabetizados e com o mínimo de bom senso.
Eu vou morrer, conversar com Jesus, descer pra bater um papo com o Capeta, reencarnar e virar poeira cósmica SEM entender de onde saiu essa porra de linguagem alienígena. E de onde saiu a idéia de que escrever assim é legal. Que rir kkkkkkkkkkkk é bacana. Ou que HiahUAhiahaiahUHU é risada. Pra mim, é convulsão. Erros de ortografia todo mundo tem, eloqüência nem todo mundo tem, mas ao menos TENTAR se comunicar DIREITO na sua própria língua é dever. Desculpaê, miguxas e miguxos, emos e emas, mas miguxês NÃO é bacana e NÃO é descolê. É só motivo pra muita gente (eu sou primeira!) tirar muito sarro. No meu caso, é caso pra eu tirar sarro e considerar a pessoa acéfala, mas isso sou eu e meu radicalismo.
E aí que quem levou a apalpadinha foi uma miguxa do Miguxos Planet, que não sabe nem falar Português, quem dirá Inglês. E eu aqui, sem apalpadinha real, sem dinheiro e escrevendo em blog.
A vida não é muito injusta?
segunda-feira, 26 de março de 2007
POP! Goes my heart!
1) Hugh Grant no filme "Letra e Música", cantando e rebolando num clipe que captura toda a estética brega e over dos anos 80. Impossível não ficar com o "POP! Goes my heart" *reboladinha* na cachola. Uma coreografia já incorporada ao meu vasto arquivo de dancinhas escrotas.
2) TV Pirata é mais do que clássico. É daqueles humorísticos que deixaram muita saudade, embora eu não me lembre de nenhum outro humorístico que tenha deixado saudade. Quem não se lembra de "Fogo no rabo"? "Reginaldo, você é tão bom pra mim" - *como uma deuuuuusaaa*... Outro dia recebi o link do maravilhoso episódio musical de "Fogo no Rabo". Agronopoulos cantando "no balanço do empresa, tem ativo e tem passivo" já me salvou de depressão, minha gente.
3) O que são Justin Timberlake e carinha do SNL com correntonas de ouro, bigodinho safado e dancinhas marotas cantando "my dick in a box"? Outra dancinha que entrou pro meu hall de favoritas.
4) Esse é tão meu favorito de todos os tempos que já ganhou versão filmada pelas amigas bêubadas em noite de caipirinhas de Yakult. Não tenho palavras pras coreografias e final com referência tosca a Grease. E o He-Man de camisa aberta?
5) Por fim, SNL moendo. Borat com sua falta de noção. Pausa. Not. NICE! E o jornal " Oh, really?!". Eu adoro. OH, REALLY?
Dear diary
quarta-feira, 21 de março de 2007
The Empress behind the door
Na porta de uma das salas de uma das empresas onde vou dar aula está colada essa placa. A porta é de madeira e está na entrada de um corredor, ou seja, grande circulação por ali. E mais um "ou seja": ou seja, quem quer entrar pra esse corredor não vê quem está ali, atrás da porta. Pode haver alguém ou não. Que pode ser machucado com uma portada na cara ou não.
É engraçado como dois atos absolutamente inocentes - abrir a porta e estar atrás da porta - podem causar problemas. Quem abre, descuidadamente e sem pensar que pode haver alguém ali atrás que possa se machucar, pode argumentar: "mas ei, eu SÓ abri a porta. Tudo que eu fiz foi abrir uma porta, nunca pensei que te machucaria". E quem está atrás da porta pode dizer "mas ei, eu SÓ estava querendo passar, nunca imaginei que quem está tentando abrir a porta não teria a idéia de abrir com cuidado. Falta de noção!".
Um só queria abrir a porta, o outro só queria passar. Não há erro nisso, de maneira alguma. Problema é querer abrir a porta de sopetão, com pressa, sem jeito, querendo apenas passar sem pensar em quem está ali do outro lado. Problema é estar do outro lado da porta sem considerar que pode haver alguém querendo passar e esse alguém pode ser descuidado e abrir a porta como se não houvesse amanhã.
Tudo isso só porque um queria abrir a porta e o outro queria passar. Um foi descuidado e o outro não se protegeu.
Acho belo filosofar a partir de placas nas portas. Pelo menos não foi a partir de "entre sem bater" ou "visite nossa cozinha".
segunda-feira, 19 de março de 2007
Telma, Louise e quem mais chegar
Interrompemos a programação pra breve parágrafo sobre minha maior aventura automobilística:
A única vez em que um ser humano benevolente e totalmente provido de segundas intenções quis me ensinar a dirigir, eu bati o carro dele, fodi minha cabeça (sim, isso explica muita coisa), levei pontos e ainda tomei prejuízo. Eu estava feliz indo pra frente e pra trás com o carro. “Viva, consegui!”. Pra alguém que havia começado a aula falando que não sabia nem colocar o pé na ignição, havia muitos motivos pra comemorar. E aí o rapaz confiou nos meus dotes e me mandou fazer a curva. Acelerei em vez de frear. Entrei em pânico. Bati no muro do convento da rua sem saída perto de casa. O chão ficou com a marca do freio de mão. Só foi bom porque eu vi que as segundas intenções do rapaz eram sinceras, já que apesar d’eu ter estraçalhado o carro dele contra o muro de um convento; ele não quis me bater, disse que o importante era que eu ia ficar bem, tirou a camisa dele e colocou na minha cabeça pra conter o sangramento e ainda quis me namorar mesmo depois de ter me visto igual à Carrie na cena do sangue de porco. Mas isso faz tempo, muito tempo. Já cheguei a pagar as aulas de direção e não fazer. Isso porque optei por fazer aulas de moto primeiro (!!!) e nas primeiras aulas eu atropelei meu instrutor e fui com a moto em cima de umas mesinhas e cadeiras (com pessoas sentadas nelas, vale dizer) que estavam fora do circuito. Virei motivo de chacota na auto-escola e acabei por postergar minha estréia como pilota.
Voltamos agora, com a programação normal:
E aí, como eu vou fazer minha road trip sozinha se não dirijo e não possuo veículo automotor? Terei que adaptar a máxima da Claire. Todo mundo precisa de uma road trip. Ponto. E aí me perco em fantasias (ui) e idéias de algo à la Telma e Louise, com direito a Brad Pitt no meio do caminho. Som ligado, músicas pra cantar bem alto, o pôr-do-sol na estrada... Lindo, lindo... Eu ando com tanta vontade de viajar que nem precisa ser road trip. Pode ser plane trip, boat trip, motorcycle trip, jegue trip – o importante é a parte da trip. E pode ser até pra Muzambinho, não me importo. O importante é colocar o pé na estrada, nem que seja por um dia, e sair um pouco não só dessa cidade, mas de casa, da vida, da rotina.
Alguém me acompanha? Alguém? Alguém? Classe? Classe? Bueller?
sábado, 17 de março de 2007
Os nórdicos e seu senso de humor peculiar
D1: Então, conte-nos agora tudo sobre sua vida.
Eu: Ok, então, eu...
D2: Isso, pelas minhas contas temos um minuto pra isso. Queremos saber tudo! 1, 2, 3, comece!
D1: Como foi a visita do seu amigo?
Eu: Foi fantástica! Nós fomos...
D2: Saiu bastante?
D1: Quais lugares?
Eu: Museu do Ipiranga, Butantã, Paulista, Centro...
D1: Ah, sim, o Centro onde até agora você não me levou.
D2: Não te levou? Não me levou também.
Eu: Mas vocês estão sempre viajando!
D1: Motivo negado, eu tenho estado aqui, até te mando mensagem de madrugada.
D2: Eu não te mando nada, mas quero andar no Centro.
Eu: Ok, eu levo vocês um dia.
D1: Onde mais você foi?
Eu: Num puteiro na Augusta e num bar de rock.
D1: Puteiro? Barato? Parece uma ótima idéia!
D2: Tinha strip?
Eu: Tinha.
D2: Parece melhor que o Panthers, né Fulano?
D1: É. Leve-nos lá também.
D2: Bebida barata?
Eu: Cinco reais, com direito a caipirinha e uma cerveja.
D1: Perfeito, strip e cinco reais, bem melhor que o Panthers.
Eu: Não acredito que vocês vão ao Panthers. Aquilo lá é antigo no bairro!
D2: Sim, adoramos o Panthers.
Eu: Podres.
Ambos: VOCÊ foi num puteiro!
D1: E na AUGUSTA! Dark side of São Paulo!
D2: Dark? Quero ir!
D1: Seu amigo gostou da visita?
Eu: Gostou muito!
D1: Que ótimo!
D2: Péééé, nosso tempo acabou, hora do filme.
Eu: Então, vamos combinar um passeio pelo dark...
D2: Shhhhh!
D1: É, mas que menina mal-educada, ssshhhh!
Bem normais, né?!
quinta-feira, 15 de março de 2007
Explanation
(tirado daqui. Se eu entendi todos? Claaaro. Pausa. Nooooooot! Mas a idéia é sensacional)
ps: eu sou um exemplo de perseverança, aka teimosia. Tentei publicar esse post "tipo assim" umas quatro vezes. Tive que editar html, sendo que não manjo de html. Tudo porque achei o desenho genial. ¬¬
terça-feira, 13 de março de 2007
Put the bake in the forn, teacher
Outra aula. My wife puts the turkey in the forn, teacher. Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora vira ei, ei, ei, ei, it's arriving the time. JURO. Fazemos um acordo: cada frase falada em Português é uma parte do corpo do boneco. Dois dias sem enforcar o boneco, o café é por minha conta na semana seguinte. Eu corrompo meus alunos com café, puta merda. Mas funciona, apesar d'eu ouvir frases como "your rules suck, you don't know how to play, talk to my hand"! E ele tem 33 anos. Pior é que eu me divirto.
Saio da aula e divago pelo caminho. Entre músicas, devaneios, sonhos e pressa, eu quase não vejo quem pula na minha frente no meio da rua pra me cumprimentar. He ran into me.
Pausa para um interlúdio explicativo:
*Há um ano ele me deixava sem fala. E minhas pernas tremiam quando eu o via passar. No good, teacher, no good. Pois é, no good mesmo. Coisa do coração disparar mesmo, de ficar abobada; de, quando finalmente saímos, eu olhar pra ele dirigindo e pensar "minha nossa senhora da periquita, que HOMEM". Até hoje eu acho que foi feitiço. Chá de cueca lavada, só pode ter sido isso. Quando comentei com uma amiga esse episódio dele dirigindo e eu babando ela se limitou a dizer "você está cega. Oftalmo JÁ!". E tudo acabou mal. É isso que dá achar que tesão sem nenhuma afinidade pode dar (sem trocadilhos, please) em alguma coisa.*
Fim do interlúdio explicativo.
E aí que o homem pulou na minha frente, porque eu, com música, óculos escuros e devaneios não presto atenção nem se o Fábio Assunção passar por mim dançando Macarena, com dedinho na boca e carinha de quem tá gostando demais. E aí que o homem resolveu que ia ser fofo, e no meio do "oi" veio me dar um abração. Abração, amigão? Oooh, really? Sabe susto? Sabe surpresa? Sabe não sentir nada além de "zentzie, que pessoa louca"? Aquele papo de "tudo bem, tá trabalhando muito, tenho trabalhado muito". E meu sentimento ali, naquele momento era... Nulo. Ei, você agiu feito um cachorro, safado, sem-vergonha. Mas ei, eu não tenho mais nem raiva. Eu não tenho nada. Nem aquele desprezinho e vontade de mostrar "que UEPA, eu dei a volta por cima, sacodi a poeira, estou gata e super arrasando nas passarelas da vida". Foda-se sua impressão, foda-se forever and ever, oh yes.
Te devo um café, disse ele, com cara de menino maroto.
Ah, beleza, disse eu, com cara de quem subitamente começou uma dieta à base de nenhuma cafeína.
...
A vida é mesmo muito inusitada. Há um ano eu "morreria" por isso. De ficar com o coração disparado por muito tempo, caso encontrasse com ele. De dar show de perereca com esse papo de café.
E hoje?
No, thanks. NOOOOOOOOOT (Borat) mesmo. Passo a vez, sem passa ou repassa.
E o coração?
Ah, esse aí até o momento, tem estado muito bem, obrigada. :-)
sexta-feira, 9 de março de 2007
Cobras e Lagartos
quinta-feira, 8 de março de 2007
Istas
E logo eu, tão cheia das teorias e considerações acerca dos ginecologistas, NUNCA encontrei um que eu gostasse de verdade. Já ouvi coisas bastante grosseiras de uma ginecologista, logo depois de ter a consulta interrompida pela secretária, que não falou com a médica da porta – ela entrou na sala e ficou discutindo sobre convênios. E eu lá, com cara de “vou lixar minhas unhas e fingir que isso é normal”. Por causa dessa médica eu arrumei briga no convênio médico que tinha na época. Também já ouvi, logo depois de ter levado um pé na bunda bem feio, frases de apoio como “esse cara é um safado, ele te usou. Você entendeu que ele te usou? Se eu fico sabendo que meus filhos fizeram isso com alguém, eu nem sei o que faço com eles”. Como se eu não estivesse ali, chorando, exatamente por saber o que o tal cara tinha feito. E esses são os casos contáveis. The horror, the horror.
E hoje, depois de dois anos sem convênio médico, finalmente consegui voltar a uma ginecologista. Já comecei achando o consultório feio e mal-cuidado. Paredes descascando, a recepção não tinha nem computador – as fichas, milhaaaares delas, ficavam em prateleiras expostas logo atrás da recepcionista. As outras pessoas esperando pareciam saídas das filas do SUS. E assim, numa MUITO boa, eu já detesto ir ao médico. Se for pra ver gente feia, lugar feio e ainda ter alguém apalpando alguma parte do meu corpo, eu pego o trem que vai pra Suzano às 6 da tarde de uma sexta-feira. Ouço meu nome. PLIM, vou sair dessa sala de espera inóspita! Entro na sala da médica, explico todo meu drama de dois anos sem exames, ovários problemáticos, etc e etc. Mais um pouco e eu ouviria violinos ao fundo. Para, em seguida, ouvir a médica, muy sensível: “certo, mas e agora, o que você quer fazer?”. HEIN? COMASSIM, minha senhora? O que eu quero? Quero um café com biscoitos, tem jeito? Depois de explicar pra médica que ela teria que me pedir exames laboratoriais, ela resolveu me perguntar o que eu fazia da vida. “Ah, professora? Pode me falar então que escola de Inglês é boa. Pro meu filho, sabe, uma verdadeira anta! Burro mesmo, nunca aprende!”. Nunca sorri tão amarelo.
Até agora eu acho que uma amiga tem razão: era pegadinha do Malandro! GLU GLU! Devia ter câmera escondida em algum lugar! Bom, se alguém me vir na TV dia desses, ao menos me avise.
quarta-feira, 7 de março de 2007
Mr. President
Ainda acho que deviam mandar um neutralizador de odores no Rio Pinheiros e, sei lá, botar um tapete vermelho na Berrini. Se é pra causar, que seja com glamour, né zentzie?!