quarta-feira, 28 de março de 2007

A apalpadinha que rendeu

O Príncipe William, aquele que era gato mas que virou a versão loira do Kiko do Chaves com o passar dos anos, foi na buatchi bater cabelo (ops, bater calvície) outro dia. Causou frisson, é claro: mulher adora dar vazão ao furor uterino quando vê um macho alfa rico e famoso. Devem ter gritado, subido pelas paredes, arrancado os pentelhos. Afinal, ele pode estar bochechudo e bizarro, mas, ainda assim, é o príncipe. E quem não quer tirar uma casquinha da realeza, não é mesmo minha gente? Só que a mulherada ensandecida não contava com a astúcia real: quem tirou casquinha foi o príncipe. Tirou a foto com a mão inteira no peito de uma... brasileira! Leia aqui.

Se você clicou no link e leu a notícia, viu que a menina está no orkut com o nome de JaaDinHaa. Não só isso, ela escreve em alguma língua incompreensível, com muitos erros, TUDO EM CAIXA ALTA, sem acentuação (OH REALLY?) e muitos kkkk. O melhor é a frase "Em linguagem de internet, “kkkkk” é sinal de risos". Eu ri muito com essa frase. Não vou entrar no mérito da menina ter vendido a foto e a mãe dizer que ela é inocente. Você deixa o Príncipe William te fazer fom fom e VENDE a foto e depois é inocente? Arrãm. Inocente sou eu, que deixaria ele fazer fom fom (pessoal: ele é o PRÍNCIPE, okie?) e depois mandaria a foto só pras minhas amigas, provavelmente fazendo mil piadas. E só. Nem pensaria em fazer da buzinadinha um comércio.

O que me chama atenção nessa caso, além de praticamente tudo, é que as pessoas falam que a menina é brasileira. SORRY, não é. Isso aí veio do Planeta dos Miguxos. Aquele, vizinho ao Planeta dos Emos. Em ambos os planetas a linguagem é codificada com muitos "kkkkk", "HIAHUAHIAHU", repetição excessiva de vogais (linduuuuu, migaaaa), total ausência de pontuação e vírgulas, incapacidade de digitar ! e ? sem seguir de 1 ou / (oiieeee!!111111), incapacidade de usar o til (naum voh na sua festaaa migaa, to doentaum), troca do QUE e QUI por K (ti keruuuu), infantilização da linguagem (ti dóluuuuh linduuuu) e UsO De MaIusCuLas E MiNuScUlAs O TeMPo ToDo impossibilitando qualquer tipo de comprensão por nós, genuinamente brasileiros, alfabetizados e com o mínimo de bom senso.

Eu vou morrer, conversar com Jesus, descer pra bater um papo com o Capeta, reencarnar e virar poeira cósmica SEM entender de onde saiu essa porra de linguagem alienígena. E de onde saiu a idéia de que escrever assim é legal. Que rir kkkkkkkkkkkk é bacana. Ou que HiahUAhiahaiahUHU é risada. Pra mim, é convulsão. Erros de ortografia todo mundo tem, eloqüência nem todo mundo tem, mas ao menos TENTAR se comunicar DIREITO na sua própria língua é dever. Desculpaê, miguxas e miguxos, emos e emas, mas miguxês NÃO é bacana e NÃO é descolê. É só motivo pra muita gente (eu sou primeira!) tirar muito sarro. No meu caso, é caso pra eu tirar sarro e considerar a pessoa acéfala, mas isso sou eu e meu radicalismo.

E aí que quem levou a apalpadinha foi uma miguxa do Miguxos Planet, que não sabe nem falar Português, quem dirá Inglês. E eu aqui, sem apalpadinha real, sem dinheiro e escrevendo em blog.

A vida não é muito injusta?

segunda-feira, 26 de março de 2007

POP! Goes my heart!

E outros links bizarros, porque não é só de posts longos que ninguém lê que esse blog véve.

1) Hugh Grant no filme "Letra e Música", cantando e rebolando num clipe que captura toda a estética brega e over dos anos 80. Impossível não ficar com o "POP! Goes my heart" *reboladinha* na cachola. Uma coreografia já incorporada ao meu vasto arquivo de dancinhas escrotas.

2) TV Pirata é mais do que clássico. É daqueles humorísticos que deixaram muita saudade, embora eu não me lembre de nenhum outro humorístico que tenha deixado saudade. Quem não se lembra de "Fogo no rabo"? "Reginaldo, você é tão bom pra mim" - *como uma deuuuuusaaa*... Outro dia recebi o link do maravilhoso episódio musical de "Fogo no Rabo". Agronopoulos cantando "no balanço do empresa, tem ativo e tem passivo" já me salvou de depressão, minha gente.

3) O que são Justin Timberlake e carinha do SNL com correntonas de ouro, bigodinho safado e dancinhas marotas cantando "my dick in a box"? Outra dancinha que entrou pro meu hall de favoritas.

4) Esse é tão meu favorito de todos os tempos que já ganhou versão filmada pelas amigas bêubadas em noite de caipirinhas de Yakult. Não tenho palavras pras coreografias e final com referência tosca a Grease. E o He-Man de camisa aberta?

5) Por fim, SNL moendo. Borat com sua falta de noção. Pausa. Not. NICE! E o jornal " Oh, really?!". Eu adoro. OH, REALLY?

Dear diary


This is my motto. It has been in the last days and will probably be forever, even though I don't believe in the concept of things lasting forever - also applicable to sentences. The phone has just rung, it was one of my brother's fans calling him. It's 11pm, he's just 16 and he has girls calling him late at night on MY phone when they can reach him on his cell - that one I have no idea how he can afford. I'm a real bitch when I want to. I just say that he is home, but she should know that calling after 10pm is very inappropriate. Sorry, can't call him now, he's in his bedroom. The girl mumbles something that I couldn't care less and I just hang up. Feeling better after being a bitch with a 16, how nice of me.

Today I felt like saying this "shut the fuck up" sentence to two of my colleagues. I've been sad. Really sad. People know it, not because I've told them my reasons, but because it's pretty obvious - DUH, haven't you seen my half smiles lately? My please-don't-ask-me-anything-or-i'm-gonna-cry face? I'm sure they, who see me every blessed day of my blessed life, from 7 to 9 almost non-non-non-stop-now-please saw the non smiles and the face. Then I have to hear something like "last Friday you were just horrible, your hair was messy like I'd never seen before and you were looking so seriously to the student I thought you'd kill him". THANK YOU, my darling. It really helped me to feel better, very thoughtful of you. I was looking seriously to the student because he was telling me a serious story. What should have I done? Play some maracas while the man was talking about his past to me? "You had a very sad childhood and felt like sharing that with me, but who cares, let's speak English and sing Roxette".

So my hair was messy, I was horrible and she is one of the only ones who knows the reason of this shit. How about a big nice cup of shut the fuck up for me, heh?! Then I have to hear from another person the most ridiculous sentence that people have created. A fila anda. Line? What fucking line is this? Pega na minha fila e balança? Shake it real hard, babe. Do you know something? Has your brilliant and relevant opinion on this matter - that you just suppose what is - been requested? The answer is a glowing and shiny NO.

That's what I say. There are no limits for human stupidity. Stupidity is the only thing that stretches boundaries and goes further - much further than it should. I think those teenagers who WrItE LiKe ThIs and say cliches such as "eu causo na balada" or "sua inveja é a força do meu sucesso" are happy. Truly happy. For them, a fila anda e se você me odeia, pega senha. Isn't it just unfair? That no sentence, no motto, no cliche can help me feeling better? Things could be simpler. I could be simpler.

quarta-feira, 21 de março de 2007

The Empress behind the door

Ou... Filosofando e cantando e seguindo a canção.


Na porta de uma das salas de uma das empresas onde vou dar aula está colada essa placa. A porta é de madeira e está na entrada de um corredor, ou seja, grande circulação por ali. E mais um "ou seja": ou seja, quem quer entrar pra esse corredor não vê quem está ali, atrás da porta. Pode haver alguém ou não. Que pode ser machucado com uma portada na cara ou não.

É engraçado como dois atos absolutamente inocentes - abrir a porta e estar atrás da porta - podem causar problemas. Quem abre, descuidadamente e sem pensar que pode haver alguém ali atrás que possa se machucar, pode argumentar: "mas ei, eu SÓ abri a porta. Tudo que eu fiz foi abrir uma porta, nunca pensei que te machucaria". E quem está atrás da porta pode dizer "mas ei, eu SÓ estava querendo passar, nunca imaginei que quem está tentando abrir a porta não teria a idéia de abrir com cuidado. Falta de noção!".

Um só queria abrir a porta, o outro só queria passar. Não há erro nisso, de maneira alguma. Problema é querer abrir a porta de sopetão, com pressa, sem jeito, querendo apenas passar sem pensar em quem está ali do outro lado. Problema é estar do outro lado da porta sem considerar que pode haver alguém querendo passar e esse alguém pode ser descuidado e abrir a porta como se não houvesse amanhã.

Tudo isso só porque um queria abrir a porta e o outro queria passar. Um foi descuidado e o outro não se protegeu.

Acho belo filosofar a partir de placas nas portas. Pelo menos não foi a partir de "entre sem bater" ou "visite nossa cozinha".

segunda-feira, 19 de março de 2007

Telma, Louise e quem mais chegar

Elizabethtown é um filme bobo que eu adoro demais. Sempre falo dele. Foi nesse filme que ouvi umas frases que tinham tudo a ver com algumas coisas que eu andava pensando. E foi nesse filme que Claire, a personagem da Kirsten Dunst, fala que todo mundo precisa de uma road trip sozinho ao menos uma vez na vida. E eu concordo, apesar dessa concordância me colocar numa situação difícil. Eu não sei dirigir.

Interrompemos a programação pra breve parágrafo sobre minha maior aventura automobilística:

A única vez em que um ser humano benevolente e totalmente provido de segundas intenções quis me ensinar a dirigir, eu bati o carro dele, fodi minha cabeça (sim, isso explica muita coisa), levei pontos e ainda tomei prejuízo. Eu estava feliz indo pra frente e pra trás com o carro. “Viva, consegui!”. Pra alguém que havia começado a aula falando que não sabia nem colocar o pé na ignição, havia muitos motivos pra comemorar. E aí o rapaz confiou nos meus dotes e me mandou fazer a curva. Acelerei em vez de frear. Entrei em pânico. Bati no muro do convento da rua sem saída perto de casa. O chão ficou com a marca do freio de mão. Só foi bom porque eu vi que as segundas intenções do rapaz eram sinceras, já que apesar d’eu ter estraçalhado o carro dele contra o muro de um convento; ele não quis me bater, disse que o importante era que eu ia ficar bem, tirou a camisa dele e colocou na minha cabeça pra conter o sangramento e ainda quis me namorar mesmo depois de ter me visto igual à Carrie na cena do sangue de porco. Mas isso faz tempo, muito tempo. Já cheguei a pagar as aulas de direção e não fazer. Isso porque optei por fazer aulas de moto primeiro (!!!) e nas primeiras aulas eu atropelei meu instrutor e fui com a moto em cima de umas mesinhas e cadeiras (com pessoas sentadas nelas, vale dizer) que estavam fora do circuito. Virei motivo de chacota na auto-escola e acabei por postergar minha estréia como pilota.

Voltamos agora, com a programação normal:

E aí, como eu vou fazer minha road trip sozinha se não dirijo e não possuo veículo automotor? Terei que adaptar a máxima da Claire. Todo mundo precisa de uma road trip. Ponto. E aí me perco em fantasias (ui) e idéias de algo à la Telma e Louise, com direito a Brad Pitt no meio do caminho. Som ligado, músicas pra cantar bem alto, o pôr-do-sol na estrada... Lindo, lindo... Eu ando com tanta vontade de viajar que nem precisa ser road trip. Pode ser plane trip, boat trip, motorcycle trip, jegue trip – o importante é a parte da trip. E pode ser até pra Muzambinho, não me importo. O importante é colocar o pé na estrada, nem que seja por um dia, e sair um pouco não só dessa cidade, mas de casa, da vida, da rotina.

Alguém me acompanha? Alguém? Alguém? Classe? Classe? Bueller?

sábado, 17 de março de 2007

Os nórdicos e seu senso de humor peculiar

Fui (re)assistir Borat outro dia com dois amigos dinamarqueses. Eu não os via desde antes do Carnaval, e, portanto, tinha assuntos deles e meus pra colocar em dia. Entramos na sala de cinema, 5 minutos antes do filme começar. Começa o diálogo bizarro:

D1: Então, conte-nos agora tudo sobre sua vida.
Eu: Ok, então, eu...
D2: Isso, pelas minhas contas temos um minuto pra isso. Queremos saber tudo! 1, 2, 3, comece!
D1: Como foi a visita do seu amigo?
Eu: Foi fantástica! Nós fomos...
D2: Saiu bastante?
D1: Quais lugares?
Eu: Museu do Ipiranga, Butantã, Paulista, Centro...
D1: Ah, sim, o Centro onde até agora você não me levou.
D2: Não te levou? Não me levou também.
Eu: Mas vocês estão sempre viajando!
D1: Motivo negado, eu tenho estado aqui, até te mando mensagem de madrugada.
D2: Eu não te mando nada, mas quero andar no Centro.
Eu: Ok, eu levo vocês um dia.
D1: Onde mais você foi?
Eu: Num puteiro na Augusta e num bar de rock.
D1: Puteiro? Barato? Parece uma ótima idéia!
D2: Tinha strip?
Eu: Tinha.
D2: Parece melhor que o Panthers, né Fulano?
D1: É. Leve-nos lá também.
D2: Bebida barata?
Eu: Cinco reais, com direito a caipirinha e uma cerveja.
D1: Perfeito, strip e cinco reais, bem melhor que o Panthers.
Eu: Não acredito que vocês vão ao Panthers. Aquilo lá é antigo no bairro!
D2: Sim, adoramos o Panthers.
Eu: Podres.
Ambos: VOCÊ foi num puteiro!
D1: E na AUGUSTA! Dark side of São Paulo!
D2: Dark? Quero ir!
D1: Seu amigo gostou da visita?
Eu: Gostou muito!
D1: Que ótimo!
D2: Péééé, nosso tempo acabou, hora do filme.
Eu: Então, vamos combinar um passeio pelo dark...
D2: Shhhhh!
D1: É, mas que menina mal-educada, ssshhhh!

Bem normais, né?!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Explanation


Em algum ponto de (A = B) e certamente fora de (A > B), estou eu, acenando fofamente para os transeuntes, com minhas olheiras eternas devido à insônia que me assola a vida por causa de (A < B).

(tirado daqui. Se eu entendi todos? Claaaro. Pausa. Nooooooot! Mas a idéia é sensacional)

ps: eu sou um exemplo de perseverança, aka teimosia. Tentei publicar esse post "tipo assim" umas quatro vezes. Tive que editar html, sendo que não manjo de html. Tudo porque achei o desenho genial. ¬¬

terça-feira, 13 de março de 2007

Put the bake in the forn, teacher

7 horas da manhã, minha gente. Por favor, aluno, atrase. Atrase ao menos 10 minutos pra que meu cérebro comece a funcionar. Olhe, eu gosto da sua turma e gosto de dar aulas, mas hoje a teacher está meio macambúzia, meio lá e meio cá, culpa da insônia que tem me assolado, culpa desses hormônios malucos, culpa de ser mulher. Olhe, ser mulher não é fácil. Ter consciência das próprias mulherzices, mais difícil ainda. Controlar as mulherzices, então, é tarefa pra Hércules. Mas que mulher que nada, 7:03 o aluno chegou, sorridente e saltitante. Visto meu melhor sorriso de bom dia, flor do dia, let's speak. O aluno chega tão perfumado que a sala fica cheirosa até o fim da aula. Pelo menos isso: 7 da manhã e bafo e cheiro de dormido não dá.

Outra aula. My wife puts the turkey in the forn, teacher. Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora vira ei, ei, ei, ei, it's arriving the time. JURO. Fazemos um acordo: cada frase falada em Português é uma parte do corpo do boneco. Dois dias sem enforcar o boneco, o café é por minha conta na semana seguinte. Eu corrompo meus alunos com café, puta merda. Mas funciona, apesar d'eu ouvir frases como "your rules suck, you don't know how to play, talk to my hand"! E ele tem 33 anos. Pior é que eu me divirto.

Saio da aula e divago pelo caminho. Entre músicas, devaneios, sonhos e pressa, eu quase não vejo quem pula na minha frente no meio da rua pra me cumprimentar. He ran into me.

Pausa para um interlúdio explicativo:

*Há um ano ele me deixava sem fala. E minhas pernas tremiam quando eu o via passar. No good, teacher, no good. Pois é, no good mesmo. Coisa do coração disparar mesmo, de ficar abobada; de, quando finalmente saímos, eu olhar pra ele dirigindo e pensar "minha nossa senhora da periquita, que HOMEM". Até hoje eu acho que foi feitiço. Chá de cueca lavada, só pode ter sido isso. Quando comentei com uma amiga esse episódio dele dirigindo e eu babando ela se limitou a dizer "você está cega. Oftalmo JÁ!". E tudo acabou mal. É isso que dá achar que tesão sem nenhuma afinidade pode dar (sem trocadilhos, please) em alguma coisa.*

Fim do interlúdio explicativo.

E aí que o homem pulou na minha frente, porque eu, com música, óculos escuros e devaneios não presto atenção nem se o Fábio Assunção passar por mim dançando Macarena, com dedinho na boca e carinha de quem tá gostando demais. E aí que o homem resolveu que ia ser fofo, e no meio do "oi" veio me dar um abração. Abração, amigão? Oooh, really? Sabe susto? Sabe surpresa? Sabe não sentir nada além de "zentzie, que pessoa louca"? Aquele papo de "tudo bem, tá trabalhando muito, tenho trabalhado muito". E meu sentimento ali, naquele momento era... Nulo. Ei, você agiu feito um cachorro, safado, sem-vergonha. Mas ei, eu não tenho mais nem raiva. Eu não tenho nada. Nem aquele desprezinho e vontade de mostrar "que UEPA, eu dei a volta por cima, sacodi a poeira, estou gata e super arrasando nas passarelas da vida". Foda-se sua impressão, foda-se forever and ever, oh yes.

Te devo um café, disse ele, com cara de menino maroto.

Ah, beleza, disse eu, com cara de quem subitamente começou uma dieta à base de nenhuma cafeína.

...

A vida é mesmo muito inusitada. Há um ano eu "morreria" por isso. De ficar com o coração disparado por muito tempo, caso encontrasse com ele. De dar show de perereca com esse papo de café.

E hoje?

No, thanks. NOOOOOOOOOT (Borat) mesmo. Passo a vez, sem passa ou repassa.

E o coração?

Ah, esse aí até o momento, tem estado muito bem, obrigada. :-)

sexta-feira, 9 de março de 2007

Cobras e Lagartos

Um amigo muito querido esteve aqui de visita na semana passada. E chegou com uma vontade no mínimo inusitada pra quem vem a Sampa pela primeira vez: visitar o Instituto Butantã. Tentei argumentar:

- Mas rapaz, ir lá na USP, que é fora de mão, só pra ver cobras? Tem certeza? São Paulo tem bastante coisas que podemos fazer... Além disso, são cobras, e até onde eu saiba, talvez você já tenha uma e...

Ao passo que ele tira da manga seu melhor argumento, muito bem embasado:

- Quem é o turista? Eu, né? Então nós vamos ver as cobrinhas.

Tive que ceder.

Eu estudei na USP minha vida quase inteira e, quando estava no primário (eu ainda chamo de primário e ginásio, ok?), ao menos uma vez ao ano havia excursão ao Butantã. Lá eu pude passar a mão numa cobra pela primeira vez, e lembro que achei o máximo - o que são as tendências despertadas desde a mais tenra idade, não é mesmo? Chegamos lá e devo confessar que foi muito divertido. Não só pela nostalgia ao andar pelas ruas da USP e pelo Butantã, mas também porque vimos coisas interessantes, como uma iguana com cara de "¬¬, foooda-se", tartaruguinhas que estavam ensaiando um ménage a trois e cobras muito bonitas, sem trocadilhos. Por falar em trocadilho, isso foi o que mais fizemos durante a visita. Principalmente quando vimos essa placa, referente a uma cobra que estava em fase de adaptação:


Cobra Papa Pinto? Isso não é canibalismo, minha gente? E cobra com nome de pinto, não seria pleonasmo?

Como diriam os Mamonas Assassinas, em frase inspiradíssima: no mundo animal, ixéste muitcha putaria.

Ah, a natureza...

quinta-feira, 8 de março de 2007

Istas

Ninguém me tira a certeza de que “istas” têm que ser gentis e atenciosos. E quando se trata de ginecologistas, ainda mais. Porque tem que ser muito gentil e delicado pra fazer a mulher não se sentir desconfortável naquela pose de frango assado de padaria, pernas pro alto, vergonhas expostas, médico fazendo perguntas de fácil resposta que envolvem ciclos menstruais, ovários, último parceiro e outros mimos. Pode falar que é bobagem minha, que não é constrangedor, afinal, aquele(a) especialista está ali a trabalho, consultas médicas são necessárias, “ora, que bobagem, eles estão cansados de ver gente pelada”. Foda-se: eu estou cansada de saber que “quando Deus te desenhou, ele tava namorando na beira do mar do amor” é o pior verso do mundo inteiro e adjacências e nem por isso deixo de me irritar quando ouço essa beleza musical. Comparações toscas à parte, eu também não quero um(a) médico(a) que me examine como se já estivesse cansado de ver partes íntimas – nada pior do que médico com aquela cara de “vou ter que ver uma perseguida de novo, não agüento mais, devia ter feito oftalmologia” quando diz “pode tirar a roupa, colocar o avental e deitar”. Ah, as agruras de ser mulher...

E logo eu, tão cheia das teorias e considerações acerca dos ginecologistas, NUNCA encontrei um que eu gostasse de verdade. Já ouvi coisas bastante grosseiras de uma ginecologista, logo depois de ter a consulta interrompida pela secretária, que não falou com a médica da porta – ela entrou na sala e ficou discutindo sobre convênios. E eu lá, com cara de “vou lixar minhas unhas e fingir que isso é normal”. Por causa dessa médica eu arrumei briga no convênio médico que tinha na época. Também já ouvi, logo depois de ter levado um pé na bunda bem feio, frases de apoio como “esse cara é um safado, ele te usou. Você entendeu que ele te usou? Se eu fico sabendo que meus filhos fizeram isso com alguém, eu nem sei o que faço com eles”. Como se eu não estivesse ali, chorando, exatamente por saber o que o tal cara tinha feito. E esses são os casos contáveis. The horror, the horror.

E hoje, depois de dois anos sem convênio médico, finalmente consegui voltar a uma ginecologista. Já comecei achando o consultório feio e mal-cuidado. Paredes descascando, a recepção não tinha nem computador – as fichas, milhaaaares delas, ficavam em prateleiras expostas logo atrás da recepcionista. As outras pessoas esperando pareciam saídas das filas do SUS. E assim, numa MUITO boa, eu já detesto ir ao médico. Se for pra ver gente feia, lugar feio e ainda ter alguém apalpando alguma parte do meu corpo, eu pego o trem que vai pra Suzano às 6 da tarde de uma sexta-feira. Ouço meu nome. PLIM, vou sair dessa sala de espera inóspita! Entro na sala da médica, explico todo meu drama de dois anos sem exames, ovários problemáticos, etc e etc. Mais um pouco e eu ouviria violinos ao fundo. Para, em seguida, ouvir a médica, muy sensível: “certo, mas e agora, o que você quer fazer?”. HEIN? COMASSIM, minha senhora? O que eu quero? Quero um café com biscoitos, tem jeito? Depois de explicar pra médica que ela teria que me pedir exames laboratoriais, ela resolveu me perguntar o que eu fazia da vida. “Ah, professora? Pode me falar então que escola de Inglês é boa. Pro meu filho, sabe, uma verdadeira anta! Burro mesmo, nunca aprende!”. Nunca sorri tão amarelo.

Até agora eu acho que uma amiga tem razão: era pegadinha do Malandro! GLU GLU! Devia ter câmera escondida em algum lugar! Bom, se alguém me vir na TV dia desses, ao menos me avise.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Mr. President

Mr. President visitará nossa cidade cinzenta e encalorada. Ficará num hotel com vista pras favelas e pro Cingapura e sentindo o doce aroma do Rio Pinheiros. Acho bastante válido - nada como se mesclar à cultura local. Afinal, viajar é isso mesmo: é estar entre os locais, ver a realidade, estar aberto a experiências. Né?! Pois é. Mr. President vai se mesclar ao povo mandando fechar quatro dos cinco acessos ao conjunto de prédios comerciais onde ele estará. Além disso, TODOS os carros serão revistados. Motoboys não têm acesso àquela área (não que eu realmente me incomode em não ver motoboys na rua). E meus alunos, que trabalham naquela região, cancelarão as aulas. Ou seja: Mr. President está colaborando para que meu salário seja menor. BRILLIANT!

Ainda acho que deviam mandar um neutralizador de odores no Rio Pinheiros e, sei lá, botar um tapete vermelho na Berrini. Se é pra causar, que seja com glamour, né zentzie?!

segunda-feira, 5 de março de 2007

ÔÔÔ Tropicaliente

Eu não acompanhei "Páginas da Vida" porque achava uma novela MUITO chata. Desde o começo, quando ver a Regina Duarte "atuar" (aspas, muitas aspas) me fazia ter crises de riso intermináveis, que culminavam na minha mãe quase me expulsando da sala (tudo culpa daqui), passando pela Nanda Ghost do Outro Lado da Vida e terminando com a Grazi tomando o banho mais brega da face da Terra e do Universo, cena que me fez sentir vergonha alheia da equipe da novela. Tudo era uó. Aí hoje começou "Paraíso Tropical" - já gostei. Tem Fábio Assunção, é do Gilberto Braga (melhor que Maneco), tem Fábio Assunção, cenas na Bahia (corações eternos), sotaque baiano (ainda que fake) e a trilha sonora me parece bem legal. Já mencionei Fábio? Pois é, meu muso desde que ele era um pirralho em "Meu Bem, Meu Mal". Tirando o fato de ter Tony Ramos em SEXYTIME (Borat) com aqueles pêlos todos aparecendo (nooooooooot - Borat de novo), tenho a impressão que dessa novela não terei preguiça. Talvez tenha preguiça da Alessandra Negrini 100% boa moça, mas enfim - ela vai pegar o Fábio Assunção - tem todo o meu respeito.