segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aulas gratuitas

Se você está precisando dar uma melhorada no seu inglês e está sem recursos básicos para tal, como por exemplo, grana, e você mora na cidade de São Paulo, seus problemas acabaram.

Aulas gratuitas de inglês na Universidade Anhembi Morumbi, campi Vila Olímpia, toda sexta-feira, das 8:00 às 10:00. Níveis: beginner, elementary e intermediate.

As aulas já começaram, mas ainda dá tempo para novos alunos. Não precisa de nada além de vossa presença inebriante, munida de caderno, lápis e vontade de aprender e ficar até o final do curso, que é em dezembro. Não precisa fazer cadastro nem apresentar documentação. É só ir, chegar no horário, participar da aula e assinar lista de presença no final.

Esse curso gratuito é ministrado pelos professores que estão estudando para tirar o CELTA (Certificate in Language Teaching for Adults) da Universidade de Cambridge. É esse o curso que estou fazendo e, nele, temos que ministrar 6 horas de aulas. É como se os alunos desse curso gratuito fossem nossas cobaias, mas eu juro que tratamos todos super bem e não prendemos ninguém em gaiolinhas. As aulas costumam ser bem dinâmicas, divertidas e super hiper bem-preparadas - até porque se não fizermos assim, nossos professores perdem o amor por nós, e eu, pelo menos, não quero nenhum dos meus professores sem amor por mim - eles são durões com amor, imagine sem. Nas aulas de inglês que ministramos temos que aplicar todas as técnicas e conceitos que aprendemos em nossas aulas.

E sim, uma das professoras é a mesma do post anterior. Mas apesar dos erros, não posso dizer que a aula dela seja ruim. E sim, haverá aulas comigo. Eu ficaria super feliz de ver alguém que lê meu blog fazendo aulas! Se alguém daqui for, vá falar comigo! :-) Só não revele o endereço do meu blog a ninguém de lá porque eu amo a liberdade de escrever o que eu quiser sobre quem eu quiser por aqui.

É isso, gente. Repassem aos seus amigos e conhecidos, essa é uma ótima oportunidade de estudar com qualidade e sem pagar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

I pretend I'm deaf.

Eu ouvi. Umas duas vezes. Na terceira eu fiz uma leve e discreta correção, mas, ainda assim, a pessoa cometeu o mesmo erro. E ela é professora!

Ela: - What I pretend to do with my students...
Eu: - What?
Ela: - What I pretend to do...
Eu: - Oh, sorry. What do you INTEND to do?
Ela: - I pretend to play a game.

E eu sigo pretending que não ouvi, né. Porque não vou criar inimizades assim, no terceiro dia de curso.

Mas a partir de que dia pode começar a criar inimizades?

Porque "about do", "pretend" e "eu só sou boa dando aulas para nível avançado" saídos da boca de uma mesma cerumana é um pouco too much pra mim.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Miopia e astigmatismo safadjinhos

Há alguns anos eu passava de ônibus todos os dias pelas mesmas ruas a caminho do trabalho. Apesar da obviedade da afirmação, é importante deixar bem claro que eu passava pelos mesmos lugares diariamente. No meio do caminho não tinha uma pedra, e sim um café/lanchonete. O nome desse lugar era Café Baguete.

Fiz esse mesmo caminho por pelo menos 3 anos. Praticamente todos os dias passando pelo Café Baguete. E praticamente todos os dias, durante 3 anos, lendo Café Boquete. No começo eu tomava sustos. "Meu Deus, mas que isso? Café Boquete?". Depois de um tempo, apesar d'eu saber de cór e salteado que o nome era BAGUETE meus olhos continuavam a ler boquete.

Na época eu não tinha tanto astigmatismo e nem tanta miopia quanto hoje em dia. Não podia, na época, usá-los como desculpa para essa visão distorcida. Passei anos preocupada, pensando "quando eu fizer terapia terei que contar à psicóloga que leio as coisas de maneira errada e com fundo sexual, será grave?".

O "bom" é que atualmente eu sou quase o Mister Magoo. Então hoje de manhã, quando li o adesivo no fusca véio dizendo "Kuka Fresca" e eu li primeiro "Xuxa fresca" e depois "XUKA fresca", pude pensar que a culpa é toda do astigmatismo que aumentou exponencialmente nos últimos anos.

Ufa.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A longa espera

O Tom quer capturar o Jerry. Aí ele amarra um pedacinho de queijo na ponta de uma vara de pescar e coloca esse queijo amarrado na porta da toca do ratinho. O ratinho vê o queijo e vai saindo da toca. Conforme ele vai saindo, o Tom vai puxando cada vez mais o queijo, até que o Jerry está completamente fora da toca e à mercê das maluquices do Tom.

Já se sentiram assim? Como se algo que vocês querem muito estivesse ali, ao alcance de vocês, mas a vida vai afastando de você pouco a pouco, porém sempre deixando ali, no seu campo de visão?

Pois é.

sábado, 21 de agosto de 2010

Piu piu

Vocês repararam que em julho e agora em agosto eu tenho escrito com mais frequência? Sinceramente eu acho que isso está diretamente ligado ao fato d'eu ter abandonado o Twitter. Não sei ainda se temporariamente ou permanentemente. Ainda não me decidi. Mas o fato é que eu não sou boa em ser concisa e quando precisava desabafar algo, acabava escrevendo vários tweets seguidos. Às vezes sobre o mesmo assunto, às vezes assuntos randômicos. E dizem por aí que Twitter não é para isso. Dizem por aí que quem escreve demais acaba sendo chato. Dizem muita coisa, e eu me cansei do tanto dizer. Cansei de tanta gente dando tanta opinião o tempo todo, sobre tudo. A cagação de regra de lá é chata demais. Além disso, eu sou prolixa e eu sou excelente procrastinadora. Vi que estava perdendo tempo demais com nada de importante. E aquilo dá uma sensação equivocada de proximidade. Achei melhor deixar pra lá e focar no que eu realmente gosto de fazer: escrever aqui. Ninguém é obrigado a me ler porque só entra aqui quem quer. Eu fico feliz com os comentários, me divirto escrevendo minhas bobagens sem me preocupar se estou escrevendo demais e nem fico sabendo de nada que me deixe chateada. Mais feliz assim, não é?

Ps: só pra esclarecer, não sou contra o uso do twitter, não acho o twitter chato e cara de melão, não estou fazendo drama algum e realmente acho que ele pode ser uma excelente ferramenta de trabalho. Eu só acho que sou prolixa demais para 140 caracteres!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Open your eyes, look up to the skies and see...

Bohemian Rhapsody é uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos. Acho vibrante. Geralmente eu me emociono quando a escuto. No "Claro que é rock" de 2005 o Flaming Lips, que é uma banda que nem me diz nada, fez uma performance LINDA dessa música e eu chorei, mas chorei mesmo. Esse ano, no último episódio de Glee, uma das apresentações foi de "Bohemian". Abri a torneirinha lacrimal mais uma vez. É amor mesmo pela música.

E aí que eu cismei que quando eu me casar com festa eu quero entrar no recinto (que não será igreja, certamente) com essa música. Acho que seria super emocionante (para mim, é claro. Dizem que a noiva é a figura mais importante de um casamento. Eu discordo. Mas na minha entrada eu posso ser egoísta, não posso?). O problema é que a música fala sobre um cara que atirou em outro e esse outro morreu. Segue-se então toda a saga do pós tiro num clima de ópera. Sei que nem todo mundo entende a letra e acaba focando na melodia, que é linda. Mas eu sei o que quer dizer. Meu namorado sabe. Muitos dos meus amigos, idem. Li um texto excelente que fala sobre músicas inapropriadas para casamentos. Bohemian seria uma delas, caso o Vinício tivesse aumentado a lista.

Então fico nessa super dúvida útil que consome parte do tempo que eu não tenho. Dúvida sobre algo que nem tem data para acontecer, mas se o universo é incoerente, por que eu também não posso ser?

A verdade é que meu maior medo não é que o significado da música interfira de alguma maneira na felicidade do casamento. Não tenho receio de que role um jinx. Meu medo real é que meu namorado, em toda sua generosidade, me diga: "pode tocar essa música, amor, não me importo! Mas se você pode tocar essa música, eu posso casar vestido de Batman!". Ele sempre fala que quer casar vestido de Batman e eu sempre veto a ideia, por motivos óbvios. Mas tenho que ser justa: se eu posso uma extravagância, ele também pode. Pensem, pessoas, pensem. Batman e Bohemian Rhapsody. Isso é um casamento ou uma falta de noção compartilhada?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Chatiiiiiinha

Na semana passada eu comecei a fazer o curso do CELTA. Certificação para professores da Cambridge University. Bacanão. Estou super feliz por conseguir voltar a estudar, por poder pagar o curso e etc e tal. E eu poderia falar por um post inteiro a respeito de conquistas e realizações e sobre como é emocionante voltar a ser aluna, mesmo que seja apenas uma vez por semana.

Mas eu sou chata e não falarei sobre isso. Exatamente por eu ser chata, falarei sobre minha enorme implicância com erros de ortografia cometidos por professores. Porque o pessoal do meu grupo fica naquela troca bacaninha de emails para discutir sobre os planos de aulas e eu, ao invés de pensar que as pessoas são legais por compartilharem ideias e quererem tanto feedback, eu fico pescando erros nas mensagens alheias. E, infelizmente, há erros. Não só typos, há erros mesmo.

E aí, no meu feedback pra pessoa, além de comentar o plano de aula, eu falo "coleguinha, tem que colocar "ing" no verbo que vem depois de preposição. "about do" é errado. E como você cometeu esse mesmo erro três vezes, achei que seria melhor avisá-la. Lots of love! xoxo"?

Não, né. Não farei isso. E claro, eu também erro. Erro sim, mas eu checo o que eu escrevo sempre. Só não checo com afinco textos de blog. De resto, presto atenção sim. Afinal, anos corrigindo textos dos outros, eu tenho que ter desenvolvido alguma capacidade. E essa capacidade é a chatice. A chatice de identificar erros.

Certeza que não aguentarei até dezembro. Certeza que mês que vem eu vou começar a corrigir os outros, até porque professor de inglês cometendo esse tipo de erro pega mal pra cacete.

É duro ser eu. Mas acho que mais duro ainda deve ser "aguentar eu".

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Então tá.

Ontem eu fui à Kiehl's para conhecer a loja e comprar um lip balm. Com esse tempo meus lábios ficam extremamente secos e eu havia lido maravilhas a respeito dos balms de lá. O atendimento da Kiehl's é tão bom quanto o da Clinique. Os vendedores são super educados, bem-treinados, atenciosos, dá até gosto. Estava eu lá, xeretando os cosméticos, quando ouço:

- Oi, eu sou blogueira, vim trazer minha amiga, que também é blogueira.

E eu fico me perguntando que mundo é esse onde, ao invés de você se identificar como uma pessoa interessada nos produtos e que, além de interesse na marca, escreve num blog de beleza; você se identifica como blogueira, como se isso fosse sinônimo de portas abertas e vários free samples.

Sério.

Uma coisa é você comentar com a vendedora que você tem um blog que fala sobre beleza. Outra é você ter essa posturinha arrogante (eu estava lá e eu vi a postura arrogante), como se o fato de ser blogueira te abrisse as portas do mundo. O dia em que essa caralhada de meninas de blog de beleza que só correm atrás de jabá e promoção (e NÃO estou falando de todos, eu leio blogs de meninas que considero sérias e acho vários bastante informativos) se ligarem que as marcas consolidadas NÃO dependem de post de blog nenhum pra serem marcas conhecidas acho que o mundo delas cai e desfaz em mil caquinhos. O pessoal cada vez mais desenvolve a síndrome do Bozó, aquela personagem do Chico Anysio que achava que era muita coisa só porque trabalhava na Globo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Originalidade é isso aí!

Uma amiga minha me mostrou hoje o twitter de uma moça que, pasmem, tem uma mãe que também é indie dos alimentos e compra groselha Xopito e que também, aos 14 anos, sabia mais sobre os carajás que agentes da FUNAI. Aqui coloquei somente duas coincidências incríveis, mas há mais. Sinceramente, acho que eu e essa moça devíamos nos conhecer o quanto antes, pois não só tivemos as mesmas experiências como temos uma mãe super parecida E ainda escrevemos exatamente as mesmas coisas e fazemos as mesmas piadinhas. Devemos ser tipo almas gêmeas! Não é incrivelmente incrível?

¬¬

(Get a life, a real one, won't you?)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sunset

Eu sempre sofro de depressão pós viagem. Eu sofro pra voltar, passo o dia seguinte da volta meio macambúzia, vejo as fotos e fico sorrindo com cara de boba como se aquele lugar fosse meu primeiro amor ou como se aquele lugar fosse o mais legal de todos. E sempre penso, por exemplo, uma semana depois da data de ida: "nossa, há uma semana eu estava lá, fazendo isso e aquilo" ou "hoje estou trabalhando, há uma semana estava na praia". É um hábito bobo. Mas difícil de ser evitado quando, só pra ilustrar, há uma semana eu estava vendo o seguinte pôr-do-sol:











terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pataxó saliente

Depois de uma hora de sacolejo numa estrada de terra mais esburacada que a Lua, finalmente chegamos à lindíssima Praia do Espelho. Dei início então ao meu ritual praia: andar pela beira d'água para tirar fotos da paisagem e pensar na vida. Sempre faço isso. Voltando do meu ritual, ouço alguém falar "Jocasta, Jocasta". Olhei e era um índio vendedor de artesanato. Por segundos uma grande interrogação pairou sobre minha cabeça. Uma interrogação que continha as frases "De onde que sou Jocasta?" e "Mas gente, que índio é esse que conhece Édipo?". Apurei os ouvidos, certamente prejudicados pela ventania. E entendi que estava sendo chamada de JOCANA. Não Jocasta. Grandes merda, continuei sem entender lhufas. JOCANA?

Chega o índio e me dá uma leve puxada pelo pulso: "Venha, Jocana, venha ver os colares". Recusei, afinal, nem sei o que é Jocana e eu não sou adepta de colares e afins. Sou meio desligada de bijoux e afins. Se for de coco, madeira ou pena, esquece, dificilmente vou usar. Essa vibe de hippie vendedor de gnomo feito de durepox não me atrai e, pra ser sincera, eu acho muita coisa bem feia. Algumas coisas bem cafonas. Colares masculinos de coquinho, por exemplo. Queimem, pessoal, queimem todos que aquilo é a representação máxima da cafonice. Mas enfim, voltemos ao índio e deixemos a digressão para outro dia. Lá estava o índio me chamando pra comprar colares. Não satisfeito, ele pegou colares e colocou-os em meu pescoço. Confesso que achei os colares bem bonitos, mas não significa que os usaria. Pergunto o que é "Jocana" e recebo como resposta "Tu é Jocana batxú".

Lindo.

Pra mim isso pode ser "Tu é uma baranga louca", "Tu é divina e graciosa", "Tu é branquela azeda", "Tu é delícia mas tá barrigudinha", "Tu é turista exploradora" - e por aí seguem as opções.

Finalmente fiquei sabendo que jocana = mulher e batxú = vistosa.

Ok, ok, aceitamos o elogio, muito grata. Agradeci e no momento em que ia devolver os colares ele pediu que eu tirasse uma foto com ele. E ainda acrescentou que eu poderia tirar a foto de graça, ele nem ia cobrar. Não entrarei em nenhum tipo de discussão sociológica. Não mesmo. Seguirei com meu relato. Pois bem, concordei em tirarmos uma foto. Foi quando senti um braço em volta de meu ombros. Era o índio, muito saliente, tentando me dar um aconchego na hora do clique. Fiquei super, super sem graça, mas tiramos a foto. Foi quando ouvi o seguinte:

- Olhe, jocana, jocana batxú, venha cá. Vou lhe ser sincero, porque eu sou sincero, sabe, honesto. Eu tenho uma jocana lá em casa. Minha jocana está lá em casa, 18 quilômetros daqui. Venho pra cá a pé todo dia e jocana fica em casa, cuidando das crianças. Mas então, olhe, eu tenho família, viu? Sou pai de família mesmo. Você é muito batxú, muito...

Eu estudei numa escola que ensinava canções indígenas. Eu sei cantar uma canção indígena até hoje, inteirinha. Com 14 anos eu sabia mais sobre os carajás que qualquer agente da FUNAI. Eu convivi com índios quando estudei nessa escola. Eu aprendi tupi-guarani (mas já esqueci). Toda uma abertura à cultura indígena, desde pequena. Mas xaveco de pataxó eu nunca, nunca tinha recebido. Sapequinha, né?



Aqui, eu, jocana batxú, e o rapaz saliente. Gostaria de avisar que não tenho uma árvore como membros inferiores, mas não quis expor minha figura biquinesca na medina da internet.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

She's only happy in the sun



Therefore she's off to a very sunny(hopefully)place.

Nada como a distância solitária pra colocar tudo nos seus devidos lugares.

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O show do Ben Harper é tão incrível que nem consigo descrever. Ele transforma as músicas em algo tão vibrante que é impossível não dançar, cantar, bater palmas e se emocionar. QUando fui ao show dele, no começo de 2007, ele fez um bis de mais de uma hora. Só saiu do palco quando o pessoal do Via Funchal acendeu as luzes. Por isso, dica do dia: vá a um show do Ben Harper.