quinta-feira, 12 de abril de 2007

Diálogos de academia

Eu geralmente entro muda e saio calada da academia. Quando consigo fazer aulas de localizada ou de dança, entro na sala, sento sobre o colchão e fico quieta com cara de quem está se concentrando (mas hein?). Mentira: estou prestando atenção na conversa das outras pessoas. Esse é um dos meus passatempos favoritos quando estou sozinha, mas não contem pra ninguém porque eu sei que fazer isso é coisa que o Papai do Céu não aprova. E lá estava eu com cara de "estou muito me preparando pra essa aula que me deixa descadeirada" quando ouço:

Aluna: Ai, professora, na última aula eu não pude vir e até chorei, acredita?
Professora: Não...
Aluna: Mas foi, tive uma crise de choro! Eu paguei pro meu filho ir a pé pra escola, mas ele levou meu celular...
Professora: Pagou? Pro seu filho ir pra escola?
Aluna: É! Senão eu teria que levá-lo de carro... Mas ele levou meu celular, e eu não posso ficar sem celular. Fui atrás dele e quando o encontrei tive um chilique. Chorei muuuito pois tinha perdido a aula e fiz ele ficar com remorso.
Professora: Nossa...
Aluna: É sério, acho que preciso de terapia.
Professora: Meninas, vamos começar?

Tirando a sensacional participação da professora (sério, eu queria muito rir com as respostas dela no estilo "vou ali lixar as minhas unhas enquanto você fica aí falando bobagens"), eu digo: depois o filho de uma criatura dessas vira um maníaco depressivo e ninguém sabe o motivo né? Ser filho de uma mãe que tem crise de choro porque perdeu a aula de localizada não deve ser nada fácil. Se essa família fosse pro Super Nanny, a mãe é que teria que ficar no cantinho da disciplina.

É por essas e outras que o mundo está tão virado do avesso.

3 comentários:

Andre Viegas disse...

Eu tenho q tirar o chapéu. Essa professora é, realmente, sinistra.

=S

Anônimo disse...

Depois acham estranho um pai que esquece o filho dentro do carro.

Srta.T disse...

Puta merda, tinha que existir um teste psicotécnico obrigatório para o exercício da maternidade/paternidade.