terça-feira, 30 de outubro de 2007

O meu último adeus

"Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus"


Em "O amor nos tempos do cólera", Florentino Ariza se apaixona por Fermina Daza ainda na juventude. Um amor pueril, de cartas, declarações de amor mas nunca, de fato, consumado. Ao menos não na juventude. Fermina se perde em dúvidas, dispensa Florentino friamente e sem explicações e casa-se com o médico rico da cidade. Anos se passam. Muitos anos. Exatamente cinqüenta e um anos, nove meses e quatro dias. E, nesse tempo, Florentino não deixou de pensar em Fermina um dia sequer. E, depois de todos esses anos de espera, finalmente ele tem a chance de consumar na velhice o amor pueril que o alimentou por tanto tempo.

"Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" nos mostrou que, por mais que você queira apagar alguém de sua memória, por mais que você até apele para a ciência para fazer isso, não tem jeito: o que você viveu e te marcou de verdade não vai embora com máquinas ou métodos malucos. O que você viveu e te marcou, as pessoas com quem você viveu uma história e a quem você amou de verdade se manterão contigo pra sempre. Porque por mais que o cérebro comande tudo, é no coração que as lembranças mais bonitas ficam guardadas. E de lá não saem. Você pode querer arrancar dali à força, mas só vai te fazer sangrar mais.

E é assim que me sinto agora: sangrando. Há que se aprender algo com livros e filmes. Há que se tirar uma lição de outras histórias vividas para que não se doa tanto. Não doa TANTO, já que a dor é mesmo inevitável. E se é inevitável, ao menos eu sei que não é para sempre. Tudo sempre passa. Eu achei que aqui já estava passando e que a dor já estava se transformando em outras coisas. Ternura, mais carinho ainda, todos esses sentimentos muito edificantes. Que erro pensar isso.

Eu nunca serei Florentino Ariza, cinqüenta anos a esperar por um amor que talvez jamais se consume. Isso vale para o universo lindo de Gabo, não para o meu. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que nem adianta eu querer arrancar o que estou sentindo agora, porque o que eu sinto já é parte de mim. Tudo o que vivemos faz parte de mim. Todos os momentos em que fui insuportavelmente feliz ao seu lado estão aqui comigo pra nunca mais sair. Tudo o que aprendi com você me fez mudar pra sempre. Não há método científico de filme ou terapia alternativa que faça com quem isso saia.

Dentre as muitas coisas que você me ensinou, uma delas foi que a vida segue. E que, ainda que isso soe conformista, temos que pensar que "é a vida". E é assim. Você aí e eu aqui. A vida seguiu para nós dois, apesar da saudade, apesar das promessas de visita, apesar. Já era de se esperar e eu sei que você entende a minha dor (porque já esteve no meu lugar) e entende o meu choque. Se não entender, não tem problema: eu não entendo muita coisa nessa puta vida puta. Só queria que você soubesse que aconteça o que acontecer, não importa onde estejamos ou com quem estejamos, você mudou a minha vida. E já é parte de mim.

Então sigamos, como já estávamos fazendo. Cada um em seu país e vivendo tudo o que a vida nos proporciona. Sigamos como devemos seguir. Talvez eu suma por um tempo, mas tenha a certeza que meu distanciamento nunca será falta de amor. Eu só não quero ser Florentino Ariza. Eu não quero alimentar qualquer esperança que seja, ainda mais agora. Eu não quero chegar ao ponto de querer arrancar as lembranças que tenho de você da minha cabeça, pra ver se a dor diminui. A Bahia, o albergue, os 10 dias a mais que passamos juntos, os shows, os amigos, as praias, a sacada da pousada, você me dando parabéns logo cedo, todas as nossas mil coisas em comum e nosso senso de humor bizarro, todas as nossas conversas, risadas, experiências juntos, descobertas, intimidade, discussões, andanças pela Paulista, danças, seu prazer em me irritar, tudo tudo tudo é o que guardo de mais valioso em mim.

É um último adeus tardio, mas meu timing é diferente do seu. E, se hoje eu dei de cara com o inevitável, eu ainda consigo fechar os olhos e pensar que, enfim, era mesmo inevitável. E não há nada que eu possa fazer. Amo você.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

TIM Festival

Eu comecei a gostar de rock um pouco tarde. Eu brinco dizendo que nunca é tarde para amar, mas o fato é que eu me apaixonei pelo rock só depois de ter passado anos e anos e anos e anos só ouvindo MPB e depois R&B. Tarde ou não, minha paixão é legítima. E eu me emociono em shows, me emociono quando ouço algumas músicas, me empolgo pra falar de bandas que gosto. Sei que sou muito crua em muita coisa e não sou conhecedora de muita coisa. Por isso mesmo meus comentários sobre os shows são tão, tão pessoais.

TIM Festival, em termos de organização, foi ruim. Nenhum evento bate o Nokia Trends do ano passado. No TIM faltou água, faltou policiamento (duas amigas foram roubadas), faltou respeito com todo mundo ali que teve que trabalhar hoje e agüentou firmemente todos os atrasos insanos do festival. Killers começando às 4 da manhã é muita, muita mancada. Intervalo de uma hora e meia entre os shows é imperdoável. Seria muito bom se eles parassem de fazer a noite principal do TIM aos domingos e fizessem aos sábados.

Mas valeu cada perrengue, cada centavo, cada minuto. Eu fui feliz ontem. Muito, muito, muito. Eu sempre digo que são poucos os momentos em que somos conscientemente felizes. Esse ano tive alguns momentos assim, de felicidade consciente. Em alguns eu estava tão feliz que beirava a euforia. O show do Killers foi um desses momentos, com toda a certeza. E Lilla, obrigada por estar lá comigo. Sem você não teria tido TANTA graça. Quando o Muse vier, estaremos juntas de novo.

Björk
Björk, me desculpe. Eu te chamei de Piörk, eu imitei você cantando, eu cantei "ei, Björk, volta pro iglu" com os amigos do meu amigo. E eu também chorei de rir com o moço que cantou "Florentina" versão Björk. Tirei fotos fingindo que estava dormindo, tirei fotos com cara de tédio e bocejando. Tudo na hora do seu show. Acho que não sou sensível o suficiente pra gostar de suas músicas. Talvez meu amigo tenha razão e meu ouvido musical não seja tão apurado. Adorei você falando "obrigato", adorei seu vestido de mãe de santo Parada Gay, com todo aquele arco-íris-tropicalista-meu-nome-é-gal. Sério, adorei. E aquelas luzes verdes, adoro verde! O fato é que eu não consigo "pegar amor" pelo seu trabalho. Não que pra você faça diferença, seus fãs são realmente ardorosos e amaram seu show. Eu não amei. Diverti-me, mas ainda preciso de tempo pra apreciar de fato. Ou não.


Juliette and the Licks

Juliette, se você quisesse poderia comer BOA PARTE da população masculina do local. Da feminina também. Espero que você tenha ouvido os gritos de "gostosa" ou, ainda, de "vesga gostosa". Deixa eu te explicar: gostosa means hot and vesga means cross-eyed. Você ahazou corações, honey. Se contorceu no palco feito o Iggy Pop (O Marcelo Camelo escreveu isso e um amigo francês que provavelmente nem faz idéia de quem seja o Sr. Camelo disseram isso e eu aprovei), conversou com a platéia, enfim: você é sapequinha, marota e faz um show muito bacana. Não sou apaixonada/louca pelas suas músicas e wouldn't go gay for you, mas se você quiser, pode me adicionar no orkut.

Arctic Monkeys
Rapazes, pena que entraram tão atrasados. Pena que tiveram só uma hora de show. Porque vocês mandaram bem demais e eu senti a maior falta de um bis. Obrigada por "Dancing shoes", "Fake tales of San Francisco" e "I bet that you look good on the dancefloor".


The FUCKINGLY AMAZING Killers

Gatos, eu esperaria por vocês o tempo que fosse. Adoro Arctic Monkeys e o show deles foi sensacional, mas vocês eram o motivo d'eu estar lá. Vocês eram o motivo de minha ansiedade. E vocês fizeram valer cada centavo gasto e cada minuto esperado. Não consigo descrever o que senti quando vocês entraram no palco e começaram a tocar "Sam's Town". Não consigo descrever o que senti quando ouvi todas as outras músicas. Sei que fiquei emocionada, que fiquei engasgada, que algumas músicas me trouxeram muitas, muitas lembranças. Eu fiquei em êxtase em vários momentos e ficava quieta ouvindo quando o Brandon falava. Também pulei feito cabrita e berrei em todas as músicas. Todas. Só não digo que posso morrer agora porque seria um exagero, uma hipérbole desnecessária. Ainda tenho um livro pra ecsrever, uma árvore pra plantar e um filho para parir. Ainda tenho muito pela frente. Mas caso role um cataclisma ou uma hecatombe hoje, posso dizer que vou-me desse mundo feliz. E Brandon, pega eu. Falaram que seu bigodinho é meigay, mas não tem problema: I'd go gay for you big time. Pena que não teve bis. E obrigada por não cantarem "Why do I keep counting" - meu coraçãozinho de que anda gelado com certeza derreteria. E eu verteria lágrimas até não poder mais.

sábado, 27 de outubro de 2007

Estoy enamorada

Y quiero bailar la salsa para siempre! :-D

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

"Perca" de glamour

Toda vez que eu sou obrigada a correr para pegar algum ônibus eu sinto que perco pontos na Escala do Glamour. Sinto-me tão... parte da patuléia, sabem? Assim como ônibus extremamente lotado arranca nacos de minha elegância, já que as creiças com cabelo de Kolene passam por nós, pessoas garbosas, arrancando pedaços (isso quando não deixam um pouco de creme de cabelo, mas isso é pesadelo demais pra lembrar). Por isso que tomei uma decisão há algumas semanas que tenho conseguido cumprir: saio 5:50 da manhã de casa, mas não pego ônibus com ceresumanos pendurados na porta. Mesmo porque a logística é impossível: minha bolsa é grande e minha mochila idem, não tem nem como pensar em passar a catraca com essa bagagem e pessoas te esmagando. Sei que estar de pé à essa hora da madrugada é proletariado style, mas não se pode fazer nada contra os ossos do ofício. E quanto a correr pra pegar ônibus, me recuso. A não ser que seja caso de vida ou morte. Mesmo porque as calçadas são esburacadas demais pros meus saltinhos e, vocês sabem, essa cidade é um matadouro para pessoas finas.

Podem me chamar de fresca, eu adoro. Eu só acho que o suor do populacho, depois de trabalhar, passar Très de Marchant e correr pra pegar o transporte público não é o que eu chamo de odor agradável. Pardon.

domingo, 21 de outubro de 2007

Vamos dançar um fox streetzinho

Depois do Cheek-to-Cheek e do Hairspray, hoje dancei com um novo parceiro: o Foxstreet. Foxstreet manda bem pra caramba: sabe conduzir, sabe segurar a dama, dança com ritmo e não perde o passo. Mas, até eu descobrir isso tudo, na minha cabeça só martelava a frase que ele me disse quando veio me tirar pra dançar:

- Vamos lá dançar um fox streetzinho?

É maldade minha, eu sei. Mas aquilo ficou martelando em minha cabeça durante pelo menos metade da música, que, por sinal, era "Cheek to Cheek". Achei ótimo que não dancei "Cheek to Cheek" com CTC, porque não seria dança, e sim metalinguagem. E lá estava eu pensando nos meandros dos passos do fox trote quando Foxstreet começou a deslizar comigo pelo salão - eu esqueci do foxstreetzinho, me concentrei na voz de Ella Fitzgerald que estava começando a cantar "I've got you under my skin" e deixei Foxstreet me conduzir pelo salão. Quem faz dança ou já fez, sabe o quanto isso é gostoso: se o cavalheiro sabe conduzir, parece que você desliza, que você nunca vai errar o passo. E, se errar, não tem problema, porque ambos conseguem retomar a dança.

Claro que também dancei com CTC e com Hairspray. CTC hoje estava mais concentrado em dançar com a loirona bunduda da turma. Eu, no lugar dele, também ia querer dançar com a loira bunduda. E hoje CTC não estava mais concentrado no movimento "olhos nos olhos, quero ver o que você diz". Hoje ele decidiu apreciar meu decotchi. E assim, sendo muito realista, não há muito o que apreciar: eu sou mignon. Não tenho nada "ão". Mas CTC, sapequinha maroto, curtiu a idéia de olhar pro decote da minha regata - eu estava com medo dele trocar o cheek to cheek por cheek to boobs. Foi quando Hairspray me tirou pra dançar, mas hoje ele estava com um problema de ego seríssimo: a cada 5 segundos me dizia que tem muita facilidade em pegar os passos e que já pode fazer uma aula mais avançada. Bocejos.

Foxstreet ganhou uma fã. Ele é gentil, não olha pro decote, dança bem e não se acha, e não fica tentando fazer contato visual. Conversa normalmente, faz perguntas e comenta coisas, tudo numa boa. E ele estuda mandarim. Achei tão diferente! E antes que achem que estou de olho em Foxstreet, já aviso que ele é cabra casado, rapaz de família.

Semana que vem vou fazer um workshop específico de salsa junto com o Hairspray. Espero que ele esteja mais tranqüilo e deixe o ego dele em casa descansando. Torçam por mim, jemt.


(O legal é sair de um workshop de salsa e ir prum show de rock. TIM Festival bombando no próximo fim-de-semana, todo mundo já falando sobre baladas pré festival e eu só quero saber se estarei viva na segunda-feira, depois de salsear sábado e domingo, sair no sábado e pular alucinadamente no show no domingo. Deus me ajude)

Centésimo

Achei de bom tom avisar que esse é o meu centésimo post. Sei lá, vai que alguém aí é supersticioso ou gosta de fazer uma fézinha na Mega Sena. Pode jogar no 1 ou pode fazer alguma conta maluca onde tem algum "noves fora". Eu NUNCA entendi o que é esse tal de "noves fora", mas acho que nunca vou entender mesmo, porque eu sou muito, muito burra com números. E algo me diz que essa coisa de tirar noves (whaddafuck é esse plural?) é mais complicada que declarar imposto.

Eu tinha escrito todo um parágrafo comentando a respeito de ter um blog que é o meu terceiro desde 2002, mas, sinceramente, me deu preguiça. E vocês também teriam preguiça. São emoções demais. Então, fica aqui a dica: número 100, jemt. Joguem no bicho, com noves fora e, se ganharem algo, me avisem que eu passo o número da minha conta por e-mail.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

25 andares


Eu comecei a semana tendo que descer essa altura toda pela escada de incêndio. Ou seja, a semana não começou bem. A única coisa boa é que eu pude usar esse esforço físico feito na segunda-feira (jemt, 25 andares é muito, acreditem) pra não ir à academia nenhum dia nessa semana. A vida precisa de muletas e desculpas esfarrapadas, não é mesmo, minha gente? Por que não foi à academia? Não, não é porque você passou a semana inteira sorumbática e, se feliz você já odeia malhar, imagine quando está desolée. Você não foi à academia porque já fez todo o exercício da semana descendo escadas. Mas amanhã à tarde eu irei. Pra aula de ...
de...
de...
axé.

Agora eu vou ali recuperar minha vergonha na cara e já volto.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Como vai você? Eu preciso saber da sua vida...

Eu só queria dizer que vou começar a responder os comentários, porque acho bacana essa interação, essa comunicação, esse sambalelê, esse ziriguidum, esse tico-tico no fubá entre nós. O Gato faz isso, a Renata também, e eu acho DÁ HORA MANO quando leio resposta pro que comentei.

Então é isso, uma rodada de respostas pra galera, aê.

Agora eu gostaria de saber: como chegaram aqui? É uma curiosidade que tenho há tempos e só agora tive a coragem, a.k.a. cara-de-pau, de perguntar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Uma moça que era a CARA da Evangeline Lilly sentou-se ao meu lado hoje na cafeteria. Fiquei até com receio de olhar demais e ela achar que eu estava querendo algum ziriguidum. Não queria, claro. É que a menina era impressionantemente a cara e o tipo físico da Kate, do Lost. Só não tinha os olhos verdes. Agora, pensem em injustiça divina. Muita injustiça divina. Sim, porque é uma puta injustiça alguém nascer tão parecida com a Evangeline. Tipo que não sobra muito espaço pra reles mortais não tão favorecidas esteticamente - ou seja, o restante da humanidade, incluindo eu e vocês. Sorry, periferia.

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Houve um princípio de incêndio no prédio onde trabalho. Foi controlado, mas, ainda assim, tiveram que evacuar o prédio. Djóia: eu trabalho no 25º andar, o último. E, como tenho uma das vistas mais legais possíveis, nem me lembro que 25 andares é alto pra caralho numa situação de emergência. Aliás, quem pensaria nisso? Foram 25 andares a pé, pela escada de incêndio, encontrando o pessoal que saía dos andares inferioes no meio do caminho. A escada estava sem as luzes de emergência, tudo estava quase um breu e a multidão descendo causava um trânsito meio desesperador. Em outras palavras: se fosse um incêndio grande, que pegasse mesmo boa parte do prédio, todo mundo estaria bem fodido e mal pago. Cheguei ao térreo com as pernas tremendo e estou bem dolorida no momento. Ao menos valeu como a academia do dia.

Em tempo: saindo do prédio, vejo um grupo de pessoas da empresa, incluindo um aluno meu. E eles pareciam desesperados. Cheguei perto, discretamente, porque sou quase mestra em eavesdrop. E aí ouço o motivo do desespero: eles queriam continuar a trabalhar. Queriam ligar os notebooks ali, no meio da praça de entrada pro prédio. Fiquei bege. Porque por mais coxinha extreme hardcore que seja isso, de querer continuar a trabalhar depois de um princípio de incêndio, eu sei que isso acontece por causa dos prazos insanos que eles têm que cumprir. E que o cliente não perdoa. Quase virou churrasquinho? Problema seu, quero meu business plan pronto pra amanhã, e sem nenhuma fuligem. O mundo corporativo é cruel demais.

Muito auto-orgulho nessa vida

Eu não me importo que você se ache: não me diz respeito se você se considera a última fatia crocante de bacon do cheesebacon salad do Joakin's. That's ok, hon. Porque se você se considera assim, tão importante, isso é problema seu, não meu. Quem tem grandes problemas de auto-afirmação é você e não eu, e quem vai gastar dinheiro com alguma terapeuta que vai culpar a sua infância é você, e não eu. Mas eu me importo quando essa atitude de "se achar" ultrapassa o limite do aceitável, ao menos do que EU considero como aceitável. E, vejam bem, eu pareço ser intolerante - e o sou. Mas eu costumo ter uma paciência com o alheio que muitas vezes nem eu acredito que eu tenha, e uma compreensão geral com a situaçã do alheio que nem eu mesma consigo entender - costumo culpar minha criação religiosa (sim, babies, cresci num ambiente absurdamente religioso) e o fato de ter como mãe a personificação de Madre Teresa (embora ela seja Madre Teresa com os outros humanos, e não muito comigo, mas né, isso nem vem ao caso e provavelmente nunca virá).

O fato é que eu tenho paciência, embora diga que não. E eu me irrito sim com mais da metade da população mundial, mas sou um poço te ternurinha muitas vezes. Ternurinha que vai embora correndo quando eu começo a conversar com uma dessas pessoas que se acham e tem orgulho em ficar contando vantagem. Mas, pior que contar vantagem, é aquele tipo de pessoa que desfaz do que você faz pra se sentir melhor. Nas duas últimas semanas topei com dois tipos assim. No primeiro caso eu não podia e nem posso responder nada, até porque a pessoa é dessas que vai gastar muito dinheiro à toa em terapia algum dia. Aí eu sinto uma certa empatia pela pessoa, porque, afinal, terapeutas custam caro. E a supracitada não se achou pro meu lado, então tudo bem. Desde que eu não seja alvo de seus problemas internos, não me incomodo que você me diga a cada cinco minutos que é top 10, que é muito importante, que tem certos privilégios que outros não têm e que você é top 10, mais uma vez, em um looping que chega a ser divertido depois que você se acostuma com ele. Mais um pouco e eu ia perguntar se top 10s fazem cocô fedido como os que não são top 10, porque, afinal, se você é tão 10 assim seus excrementos devem seguir seu exemplo - nada de odores desagradáveis, apenas o mais puro aroma de lavanda.

Problema é, às 7 e meia da matina, numa conversa completamente burocrática (como foi o feriado, foi bom, viajei, fiquei por aqui, descansei, legal, lembranças aos seus) com uma das professoras de espanhol daqui, ouvir que os alunos dela não faltam. Que lindeza de Deus, os meus faltam, aqueles danadinhos. E aí eu ouço a continuação da frase, a explicação para que os alunos não faltem: eles adoram a aula dela. Adoram ela. "Nossa, sabe, não sei se é a minha aula, se sou eu, se é o fato d'eu cobrar de maneira carinhosa, mas eles sempre vêm. Tem um aluno que gosta tanto de mim que vem pra cá só pra ter aula comigo, isso porque ele podia ter aula na filial". UAU, hein, gatzinha. É muito "teaching mojo" pruma pessoa só. Preciso de um pouco desse mel, será que sua mamãe te passou o talquinho-da-didática quando você era bebê? As pessoas dizem coisas assim como se fossem inocentes. Como se estivessem apenas falando delas. Mas não estão. Há sempre maldade por trás, sempre. Porque quando você faz uma colocação dessas, tão auto-fervorosa, depois que sua coleguinha de trampo, na esperança de não ser obrigada a falar sobre o tempo, fala que alguns de seus alunos faltam; você está sendo maldosa sim.

Tirando a minha cara de "foda-se" enquanto ouvia as maravilhas das aulas dessa pessoa, eu um pouco decepcionada comigo. Eu costumo ter respostas na ponta da língua e costumo conseguir usar a ironia ao meu favor. Dessa vez eu só escutei e fiquei quieta. Só respondi "nossa, que bom". Ontem um amigo meu, que me conhece muito bem, disse que acha que eu ando fechada demais. Maybe. Possibly. E isso é bom, até. Só não é bom quando você fica com cara de tacho depois que a pessoa que te falou uma imbecilidade sai da sala. Eu me incomodo mais com o meu silêncio do que com o que a pessoa me falou. E, na boa, eu acho um saaaaaaco esse tipo de disputa de "quem dá uma aula melhor". Melkoo de azul. Faça muito bem o seu trabalho, tchutchuca, que ele será reconhecido sem que você precise dizer que o que você faz é esplendoroso e sem precisar se auto-afirmar de maneira tão 5ª série pra cima de moi, alguém que, além de intolerante com ceresumanos, é bastante mal-humorada com esse tipo de atitude.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Filtro social

Se eu colocasse em palavras ditas todos os meus pensamentos toscos eu com certeza não poderia conviver em sociedade. Ainda que muitas vezes eu fale mais do que devia, faça alguma piada infame muito fora de hora ou solte algum palavrão, eu obviamente só faço isso entre amigos. Entre conhecidos também. Mas não em ambiente de trabalho ou pessoas sem referência (pessoas sem referência são aquelas que chegam a você através das circunstâncias da vida: trabalho, curso de sei lá o que, academia, etc. Não chegam através de seus amigos, ou seja, não têm indicação nenhuma ou nenhum selo de qualidade. Porque, convenhamos, pessoas que chegam através de amigos já têm um puta passo à frente no quesito "possivelmente é legal"). No entanto, apesar desse filtro social, aqui é o meu espaço pra soltar o verbo. Então aí vão 3 situações em que eu me calei, mas que minha mente quase entrou em curto-circuito por eu ter que segurar a língua.

1) Na academia, o instrutor me explicando como fazer um exercício com pesos nas canelas e posição ingrata:

Instrutor: Isso. Agora fica de quatro e eleva o quadril.
Eu: Arrãm. Tá. De quatro. Assim?
Instrutor: Isso. Agora eleve a perna, bla bla bla, panturrilha, bla bla glúteos.

O que eu pensei em responder, mas não respondi:

Instrutor: Isso. Agora fica de quatro e eleva o quadril.
Eu: De quatro, professor? Sem nem me levar pra jantar antes, sem nem pegar nos peitinhos, sem bolinação? Que rapidez!

2) No trabalho, conversando com a professora de Espanhol:

Ela: Então, vão pegar os nossos laptops e criar login para acesso à impressora.
Eu: Nossa! Que ótimo! Como você conseguiu isso? A Fulana-Motivacional-do-RH tinha dito que não poderia...
Ela: Ah, eu tive que insistir muito.
Eu: Só assim que as coisas funcionam, né. Na insistência.

O que eu pensei em comentar, mas não comentei:

Ela: Então, vão pegar os nossos laptops e criar login para acesso à impressora.
Eu: Caralho! Que ótimo! A Fulana-Motivacional-do-RH tinha dito que não poderia, aí dei uma brochada de acesso à impressora.
Ela: Ah, eu tive que insistir muito.
Eu: É foda, só batendo muito o pau na mesa pra conseguir as coisas.

3) No trabalho, com um funcionário que possivelmente se tornará meu aluno:

Ele: Então você é a professora de Inglês?
Eu: Isso mesmo! *sorriso simpático*
Ele: Eu quero ter aulas, mas acho que perdi o período de inscrição, agora só no ano que vem.
Eu: Ah, mas converse com o RH. Você é nível gerencial? Às vezes eles podem abrir uma exceção. Pra mim não há problema algum!

O que eu queria ter perguntado, mas não perguntei:

Ele: Então você é a professora de Inglês?
Eu: Isso mesmo! Saindo da empresa mais de nove da noite, só professor, faxineiro, escravo ou executivo que fica vendo putaria na internet! *sorriso simpático*
Ele: Eu quero ter aulas, mas acho que perdi o período de inscrição, agora só no ano que vem.
Eu: Ah, mas converse com o RH. Você é pica grossa aqui dentro? Às vezes eles podem abrir uma exceção, sendo picudo pode tudo. Pra mim não há problema algum!

AINDA BEM que existe o filtro social, não é mesmo minha gente?

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Desabafos de uma professora

São duas coisas.

Eu gostaria muito que as pessoas entendessem o conceito de professor particular de idiomas. Vamos lá, eu sou didática, vou explicar direitinho: o professor vai até o seu local de trabalho. Ele prepara as aulas especialmente pra você. Ele te dá uma atenção exclusiva. Você não precisa ir até uma escola nem se adaptar a uma turma. Você não recebe um ensino pasteurizado de franquias e nem precisa engolir um capítulo de livro a cada duas aulas por causa do cronograma, porque não há um cronograma definido pelos donos da escola. O cronograma é definido de acordo com o seu ritmo. E, caso você tenha dificuldade em um ou outro tópico, o professor vai trabalhar sua dificuldade até que tudo esteja resolvido. Ele vai trazer materiais adicionais, exercícios adicionais, vai dançar o tchan em cima da mesa se assim for necessário. Só pra você, gatinha manhosa e gatinho maroto. É um ensino individualizado e completamente "tailor made". Ou seja, não deixa de ser um certo luxo.

Dito isso, preciso também esclarecer de uma vez: professores não trabalham por hobby. Eu sei, eu sei, uma hora e pouco em sua presença, em sua companhia, tendo o prazer de te ensinar não deveria ter preço. Mas, ops, tem. Porque por mais que professor, na maioria das vezes, trabalhe também por vocação e por amor ao que faz (meu caso), ele também precisa comer, pagar contas, ir ao cinema e viajar (também meu caso). Ou seja, se fosse pra ganhar pouco ou receber 50 reais por mês, eu trabalharia em alguma ONG no meio da favela ou em alguma creche fazendo trabalho voluntário (como já fiz durante 3 anos da minha vida). Sei que é uma grande surpresa que professores particulares precisem de dinheiro, afinal, que vida boa nós levamos, não é mesmo?

Acordar 5 da manhã, estar feliz antes das 7, estar sempre de bom humor, ter uma disposição que nunca acaba, planejar aulas, preparar aulas, dar aulas até 9 da noite - quem não quer essa vida? Eu faço o que gosto, eu escolhi essa profissão depois de muito penar pensando que eu trabalharia em nem sei o quê. Eu posso não ter estudado no exterior, mas eu estudei muito e me esforcei muito pra saber o que eu sei. Eu aprendi muito do que sei sozinha, porque quando comecei a me interessar por idiomas, especialmente o Inglês, eu não tinha dinheiro pra pagar nenhum curso. Nem Cultura, nem Pink and Blue, nem Fisk. Pra completar meus estudos, eu arrumei emprego numa escola de Inglês grande de São Paulo porque sabia que teria bolsa de estudos. Eu levo o que faço a sério e penso o tempo todo em como posso melhorar, que cursos eu posso fazer, como seria lindo se eu já estivesse seguindo carreira acadêmica na área. Por mais informal que eu seja, por mais que eu não tenha um lindo diploma da PUC ou da USP pendurado na minha parede, por mais que eu diga que não é fácil ser professora (e não é mesmo) eu gosto do que faço e faço direito.

É por isso que eu fico LOUCA da vida quando sou chamada numa empresa pra falar sobre aulas particulares e enfrento olhares de reprovação quando discutimos preço. Porque me sinto um produto, parece que as pessoas acham que eu tenho que ser altruísta e cobrar muito pouco porque, afinal, elas têm contas a pagar. Eu também tenho. Eu não vou a um médico e fico calculando quanto será que ele ganha por mês - coisa que fazem comigo freqüentemente. E eu não viro pra um profissional e falo: "nossa, mas você vai ganhar tanto, tá bom, não tá?", como se aquele profissional estivesse fazendo algo errado em cobrar pelo serviço que presta. O que me deixa mais puta dentro das calças é que eu sou camarada, eu negocio, eu renegocio, eu entendo a situação da pessoa, eu dou desconto. Não chego no lugar botando nenhum tipo de banca, não sou inflexível em nada do que faço. É por isso que me sinto desrespeitada quando alguém regateia o preço das aulas de maneira depreciativa, como se eu tivesse a orbigação de cobrar 10 reais a hora aula porque se eu cobrar mais eu vou ganhar dinheiro.

E é por causa do meu comprometimento com o que faço que fico também muito puta da vida quando alunos falam comigo como se eu não fizesse picas nenhuma da minha puta vida. Afinal, eu SÓ dou aulinhas. Tenho horários livres durante o dia, estou à inteira disposição da galera. E quando eu explico, calmamente, que não, não poderei adiantar a aula pra hora que a pessoa bem entender hoje porque eu tenho compromissos e aulas pra preparar, a pessoa me olha meio incrédula. Como se fosse má vontade minha. E quando eu, mais uma vez calmamente, que eu preciso preparar as aulas antes, enfrento outro olhar de incredulidade que, nem tão no fundo assim, diz "preparar o quê? Não é só chegar e abrir o livro"? Não, gata, não é. Não significa que eu fique horas preparando o que preciso, não significa que eu não sei do que estou falando. E sim, se necessário, eu sou uma improvisadora ótima, tiro leite de pedra se for necessário. Mas é muito melhor dar uma aula com tudo preparado, pensado e planejado.

Então, fica aí a dica a quem lê este blog e teve paciência para ler até aqui: se você quer aulas particulares, se você quer um tratamento individualizado, se você quer ter a certeza de que o professor não vai chegar na sua aula só com o livro sem nem ter dado uma olhada no que deve fazer, desculpe, mas você terá que não só respeitar o trabalho desse professor e entender que ele não dá aulas por hobby, como também pagar pelo serviço. Eu não concordo com o valor exorbitante que muitas escolas cobram, e esse foi um dos muitos motivos para eu me desvincular de uma. Mas eu também não concordo que as pessoas achem que 50 reais por mês pagam um mês de trabalho. Se é isso que você espera, melhor ir procurar alguma escola que ensine Inglês em 8 semanas. Você não vai aprender porra nenhuma, mas vai pagar o preço baixo que eles cobram e ainda vai sobrar pra cervejinha.

domingo, 7 de outubro de 2007

Hairspray

O cara que melhor dança no curso de dança de salão que faço é:

Gordinho. Barrigudo. Baixinho. Careca.

Ele é o único que consegue conduzir a dama (ui) sem perder o passo. Foi o único que conseguiu fazer os passos do foxtrote sem parecer uma geladeira indo pra frente e pra trás. E quando ele erra o passo básico, faz piada e tudo bem. Tem um cara que também dança bem, mas além dele rebolar mais que minhoca no anzol, ele gosta de se exibir pros professores, aí me arrasta pela sala pra dançar na frente deles.

Eu acho o Hairspray muito digno.

sábado, 6 de outubro de 2007

Soneto LXVI

Eu não costumo gostar de poesias, salvo raras exceções. Eu acredito que pra escrever poesia tem que ter um talento que poucos têm e eu acho um saco gente que fala que escreve poesias e tudo o que faz é rimar amor com dor. Poetas têm uma capacidade de síntese que eu nunca vou ter e eu admiro demais isso, claro, nos poucos poetas de quem eu li algo. Neruda é um deles. Desde que assisti "O Carteiro e o Poeta" me apaixonei por ele, mas sempre acabo deixando-o de lado em nome de minha paixão pela prosa. E por Gabo. E por Nick Hornby. Hoje, por acaso, encontrei um dos Sonetos de Amor de Neruda que, puxa, diz tanta coisa.

Eu não estou confusa. Eu não estou perdida e nem me sinto perdida. Eu só estou vivendo a minha vida, porque o que não tem remédio, remediado está - já dizia minha avó, sempre muito sabiamente. Mas tem horas em que tudo se aperta aqui dentro. E é bom ler algo que diz o que eu gostaria de dizer - me tira a responsabilidade da autoria, a responsabilidade de externalizar algo tão, tão forte, que tudo o que tenho feito é só me esforçar pra deixar guardado. Pego emprestadas as palavras de Neruda, só por um tempo. Só até daqui a pouco. Só até eu conseguir guardar de novo isso que eu tanto me esforço pra guardar. Porque eu quero viver. Quero seguir em frente. Quero continuar sã. Porque "é a vida, e não tem jeito".



No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de Enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.

En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pink Martini na malhação, ou seja: uma rodada de Pink Martini pra galera! Aeeee!*

Ontem eu saí de casa para trabalhar às 05:50, dei aulas, fiz várias coisas durante o dia, dei aula de novo e, teoricamente, meu dia deveria terminar às 21:00. Mas eu decidi ir para a academia. Não, não é amor à malhação, não é "Projeto Garota da Laje 2008", não é porque quero arrasar nas areias escaldantes no verão. É porque é a terceira academia a que eu me associo em pouco mais de um ano e, convenhamos, isso é uma vergonha. Então eu estou tentando levar a sério, por mais que ache malhar uma coisa muito, muito chata. E, se não for pela vergonha de nunca levar isso a sério ou pela necessidade de perder uma certa camada adiposa que se instalou em minha barriga, é pelo dinheiro gasto. Eu prezo meu dinheiro, sabem. Pagar e não ir é o mesmo que rasgar dinheiro, e todos sabem que quem rasga dinheiro é louco. E, por mais que algumas pessoas possam contestar isso, eu afirmo que ainda não atingi a insanidade.

Então lá estava eu, 9 e caralhada da noite, com roupinha de ginástica, puxando aparelhos e suando a camisa cercada por homens bombados e mulheres que gostam de deixar a barrigucha de fora. Eu não dou a mínima. Eu só me incomodo demais com a música que é tocada nas academias. Ops, perdão. Com a "música", e, caso vocês queiram, podem acrescentar quantas mais aspas quiserem. Aquele tuts tuts insano e muito alto me deixa zonza, então não há meios d'eu malhar se não estiver com meu MP3 player. Não há nada como se exercitar ao som de The Killers ou de algumas músicas do Le Tigre. Mas ontem eu resolvi inovar e fiquei lá, suando o top e a camiseta ao som de Pink Martini. Já falei deles aqui uma vez, e, para quem quiser conhecer, eu recomendo o álbum "Hang on Little Tomato". Uma mistura de músicas latinas, chansons françaises, músicas em Inglês, Italiano, enfim, uma deliciosa mistura lingüística e de ritmos. Tenho várias músicas deles que ouço no "repeat", e ontem foi a vez dessa, que tem uma letra que sempre, sempre me faz suspirar. Difícil foi conter minha vontade de cantar e dançar bem devagarzinho.

Gardens of Sampson and Beasley

Under Orion's starry sky
I lie in the moonlit garden
Wondering where to cast my eye
For all that I see is heaven
Oh why does it have to end
I wish we could still pretend
You're near
, just around the bend
In the gardens of Sampson and Beasley

Last time we were in this place
Your face had a certain sadness
And oh how I've wondered since
What you've done with all that sadness

Oh why did it have to end
I wish we could still pretend
Our love was around the bend
In the garden of Sampson and Beasley


(Oh, I wish...)


* - Acho que não é todo mundo que vai sacar a referência tosca, então a explicação: existe uma comunidade no orkut que tira sarro da novelinha Malhação, em que, aparentemente, toda hora alguém naquela lanchonete cenográfica fala "uma rodada de suco pra galera!" e toda a galerinha animada pronta pra aprontar altas aventuras responde "Aeeeeee". Aí, na comunidade, todos os tópicos só falam isso: "aeeeeee". Referências toscas são a minha especialidade.

PS: Estou na empresa e não posso acessar o YouTube, mas com certeza há algum vídeo com essa música lá.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Footloose, kick off your Sunday shoes

Então que sábado eu tinha aula de dança, cinema e sorveteria com minhas amadas e baladzinha. Tudo na seqüência, sem a chance de ir em casa me trocar e me glamourizar, ou seja, eu deveria ir para a aula já com uma roupa/sapatos adequados para todas as ocasiãs. Optei por um sapato roxoluxopuro de verniz, com salto baixo.


Elegantzi, pheeno, glamouroso, salto baixo. Daria pra dançar, ir ao cinema, enfrentar a multidão do Milo Garage e pular ao som de rockzinhos bacanas. Certo? Noooooooot. Eu sofri, minha gente. Esse glamour todo arrasou meus dedos, apertou tudo, no final eu estava andando feito um ganso manco pela Paulista. Meus pés doíam dicunforça. Minha amiga que estava comigo nesse momento de dor ontem me perguntou se eu havia jogado meus sapatos pela janela para todo o sempre. Jemt, até parece que não me conhece. Olhe para meus sapatos belezinha. Desde quando eu jogo glamour pela janela? Never, eu vos digo. Eu posso querer perder a linha e ficar descalça no meio da festa (como já fiz uma vez), posso jurar que nunca mais uso nada que cause desconforto, posso fazer promessas vãs aos meus pés dizendo que vou maneirar no salto. Mas é tudo coisa de momento. Porque a verdade é que eu sou apaixonada por sapatos e penso mil vezes antes de descer do salto, tanto literalmente quanto no sentido figurado.