quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Último

Durante uma época eu achei o Natal um evento social bem chato. Acho que é porque eu passava na casa de um familiar não próximo e nunca ficava à vontade. Ano passado passei em Pipa, ceiei picanha e abracei apenas duas amigas mais do que queridas. Foi um Natal excelente. Esse ano eu vou passar na casa de um tio, com minhas primas, tia, mãe e meu irmão. E estou feliz - Natal faz sentido quando passado com pessoas realmente próximas e realmente querida.

O ano dos infernos está no fim e eu não vejo a hora de poder dar adeus a ele. Certeza que vou chorar - muito - à meia-noite do primeiro dia de 2009. Vou dizer adeus a esse com muito gosto. Vou rezar para que eu consiga ter paz no ano novo. Porque depois desse ano em que eu comi o pão que o capeta amassou, assou e cuspiu em cima, não há nada que eu deseje mais do que paz.

Desse ano, o que fica são as amizades. Sem elas eu não teria sobrevivido. Ficam as alegrias que a dança me proporcionou. Fica a alegria da companhia do meu rapaz, tão complicado e tão prático ao mesmo tempo. Ficam meus alunos queridos que conquistei no segundo semestre, todos tão legais. Fica a alegria de ver meu irmão se tornar um cara legal, depois de anos de descrença. Estou tão feliz de passar o Natal com ele! Aliás, obrigada aos meus irmãos por parte de pai por terem me desprezado tão solenemente - foi por causa de vocês que eu resolvi começar a estreitar os laços com o irmão que sempre esteve comigo.

Que 2009 seja muito, infinitamente, imensamente melhor que 2008. Para todos nós!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Desapego

Eu ainda tinha uma pasta com o nome dele no Outlook. Com todos os e-mails que havíamos trocado. Eram vários, muitos legais, outros fofos, outros nem tanto. Mas estava lá, tudo guardado há mais de um ano. Acabei de deletar a pasta e tudo mais. Adiós. Passei as nossas fotos prum CD, porque não havia motivos pra elas ficarem no meu pc. Deletei tantas outras fotos da nossa viagem, que achei que não havia motivo pra guardar. Acho que o que eu tinha pra guardar está guardado em mim. De resto, o bom é desapegar. Tudo na vida passa, não é? Passou.

sábado, 13 de dezembro de 2008

E como foi? Foi LINDO!


Aviso, de antemão, que quando eu falo sobre quinta-feira eu começo a babar e meu sorriso dá voltas em minha cabeça. Foi TÃO legal e TÃO lindo! No entanto, não precisarei descrever aqui. Porque uma alma caridosa filmou tudo. E...




Eu sou a do canto direito, na frente. De amarelo, é claro. Rá.

Sem falsa modéstia porque modéstia é para os fracos, eu achei lindo. Tô me acabando de orgulho de todo mundo. Porque eu sei o quanto deu trabalho e o quanto, durante os ensaios, dava tudo errado, principalmente na parte da roda, que, no final, acabou saindo quase perfeita no dia da apresentação. Valeu a pena todo o stress e ano que vem estarei lá de novo. :-)

(Obrigada pelos comentários do post anterior!)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

É amanhã!

É amanhã o dia do mico do ano. Sábado e domingo passados, nos últimos ensaios, eu decidi parar de dançar absolutamente concentrada em mim pra evitar erros e olhei para os espelhos da sala para reparar em minhas colequinhas. Teria sido melhor continuar na minha dança umbiguista. Porque MISERICÓRDIA, as tiazinhas em idade muito avançada estavam dançando muito torto. Me desconcentrei e errei pra caramba pensando que a apresentação será um desastre. Aí num lampejo de lucidez e de deixar o egoísmo nojento pra lá, consegui pensar que é bem legal que a escola dê chance pra quem quer que seja que tenha interesse em dançar na apresentação, sem discriminação. Algumas academias de dança selecionam os melhores alunos somente. É bem bacana que lá todos possam, inclusive a senhorinha que vai pra direita quando todos vão pra esquerda. E elas estavam tão empolgadas que quando o ensaio acabou elas ainda ficaram treinando um pouco mais. E tentaram chegar cedo no dia seguinte pra praticar a parte inicial só das mulheres, e ficaram no meio do corredor fazendo os passos e pedindo ajuda. Enfim, quando eu consegui parar de pensar no que meus amigos iam pensar se a apresentação ficasse estranha e me concentrei no fato de que todo mundo está ali pra se divertir, acabei achando tudo muito legal. E o ensaio do domingo, o último, foi excelente. E divertido. Aí ontem fui buscar meu vestido e, surpresa! ele não ficou tão mal assim. Até tirei foto. Acho que fiquei uma gema de ovo simpática. No entanto, o decote ficou abissal e isso me preocupa.

A frô vermelha, esse charme indescritível, faz parte do figurino. Quer dizer, a professora pediu que caprichássemos nos acessórios e arrumássemos os cabelos. Esse é o meu capricho: um pente de flor vermelha, comprado na 25 de março. O tom escolhido é pra combinar com as cores dos vestidos das outras meninas. Mas também posso usar flor amarela. É que é amarelo demais, né? Até cansa as vista. Reparem na pose de dançarina de salsa blasé. Sei que não existe, mas escondi o rosto porque estava com cara de sono.

Quando mostrei o figurino para minha mãe e meu irmão, e pedi opinião sobre o tamanho do decotchi, o que ouvi foi:

Mãe: Ai, está linda, ai que fooooofa, nossa, o decotão está ótimo também! - numa prova de que mães serão sempre mães. E cegas.

Irmão: Fia, que frescura é essa? A gente tem poucas chances na vida de parar o trânsito, quando a vida te dá uma chance de bandeja você vai fechar o decote? Se liga, ô. Mostra mesmo. - numa prova de que meu irmão é um ser humano desencanado.

Então amanhã estarei lá. Com decote e flor vermelha. E maquiagem. Num arroubo de puro pessimismo criei uma historinha na minha mente em que eu entro no tempo errado, erro toda a coreografia inicial, tropeço no meu parceiro quando ele entra pra fazer a salsa a dois e também erro na parte da salsa rueda. Aí no final todos vão rir da minha cara. Adoro meus ataques de pessimismo.

Depois eu posto fotos da apresentação. E conto como foi!

ps: a quem perguntou se pode ir, os convites se esgotaram em outubro. Eu comprei alguns pra família e pra pouquíssimas amigas e só... Porque estava no fim do fim já...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Completamente apaixonada



Meu nome é Camila, tenho 29 anos, estou a um mês dos 30 e confesso a coisa mais ridícula que eu poderia confessar. Confesso o quase inconfessável. Eu estou apaixonada por um personagem de seriado. Eu quero Jim Halpert pra mim. Do tipo que se eu encontrar um cara que seja minimamente como ele eu largo tudo e todos, caso e tenho filhos.

Empolgação e "overreaction" à parte, obviamente eu não vou entrar para o fã-clube do John Krasinski, ator que faz o Jim. E eu consigo achar a relação do Jim com a Pam a coisa mais fofa e linda que eu já vi em seriados, sem ciúmes. Ganha de Ross e Rachel, e olha que eu sou fã ardorosa de Friends e chorei (de verdade) quando eles ficaram juntos no final. Ganha de Meredith e McDreamy, se bem que eu acho a Meredith um saco, então Pam e Jim ganhariam de qualquer maneira. O fato é que Jim, desde o primeiro episódio, ganhou meu coração. E o amor dele pela Pam é bonito. E a relação dos dois é LEGAL. Eles se respeitam e se divertem juntos e se apóiam e se admiram. Eu assisto The Office e fico fazendo "awwwwwww" e suspirando daquele jeito que só homens ficcionais nos fazem suspirar.

Acabei de ver um episódio em que o Jim conversa com o Dwight, que está com o coração mais do que partido. E o Dwight é um homem chato. Nível insuportável de nerdice. Ele e o Jim são antogonistas. E, ainda assim, Jim se comoveu com o coração partido de Dwight e foi conversar com ele. O Jim é aquele tipo de cara LEGAL, BACANA, aquele tipo de homem que só agrega adjetivos com maiúsculas. Um homem impossível mesmo. Daqueles que prestam atenção no mínimo que você fala. E é engraçado, tem respostas rápidas, é discreto, é atencioso. E as caretas que ele faz pras câmeras? Meus ataques de ternura por ele simplesmente não passam.

Não consigo parar de suspirar. Volto quando essa adolescência mais do que tardia passar.

sábado, 29 de novembro de 2008

Opa! Tô bêbada!

23:26 - Com toda a certeza estou no meu inferno astral. Pra ajudar, também estou na TPM. Não chego a estar impossível de conviver, mas tenho constantes ataques de raiva. O meu último foi agora há pouco, quando resolvi fazer um bolo para me distrair do penúltimo ataque de raiva, sobre o qual já falarei. Todos os ingredientes separados, claras em neve batidas, forno aceso. Leite, margarina, gemas e açúcar batidos, vamos colocar a farinha mas OPA, Amy Winehouse andou passando pela minha cozinha e a farinha sumiu. Cabô. Eram quase 11 da noite. Tive que correr até o supermercado. Correr, literalmente. E foi aí que deu-se a merda. Porque pra descontar a minha raiva de não haver farinha em casa e eu ter que ir até o supermercado, eu decidi me agradar. Me mimar. Mimaaaar você.... Comprei cereja em calda (como um vidrinho sozinha), bacon em fatias (pra fazer no microondas), a tal da farinha e... Uma garrafa de espumante Aurora Moscatel. Pra quem ainda não teve o incrível prazer de conhecer essa belezinha alcóolica, eu vos apresento: é um espumante nacional, docinho e delicioso que custa a bagatela de 20 teresas. VIN-TE. No Pão de Açúcar. Minha casa não é um local lá muito fino. Eu sou fina, mas minha mãe é meio esbagaçada, portanto, não temos copos belíssimos. Estou aqui, tomando espumante em copo de suco. Enchi um copo, dei pra minha mãe e falei pra ela beber e ser feliz. Enchi outro copo e comecei a beber em frente ao computador porque queria ver o clipe da Britney. You're a womanizer, baby. Comecei a beber, beber... E minha mãe: "estamos celebrando o quê?". Aí eu comecei a rir e disse: "se eu disser que estamos celebrando a beleza de estarmos vivas, o que você vai dizer?". Ela gargalhou. Disse que seria impossível eu dizer isso. Aí eu disse que estamos celebrando essa caralha de vida tribufenta. Ela aceitou. Agora eu vou ali, encher novamente meu copo e fazer a calda do bolo. Já volto. Decidi que hoje vou beber, ver clipes da Britney e escrever aqui. Duvido que alguém leia tudo, portanto, será meu desabafo sozinha e bêbada numa madrugada de sábado. Melhor escrever aqui do que começar a ligar pras pessoas. Né?

Stay tuned.

00:20 - Acabei de passar pedaços de bolo na calda de coco e depois no coco ralado. Bem lúdico. Comecei com frescurinhas usando garfo e colheres para não sujar as mãos, mas a cada gole de espumante (vou chamar de CHAMPAGNE porque fica mais luxuoso). Pois bem, a cada gole de champagne eu jogava algum utensílio dentro da pia, até que, no final, minhas mãos estavam cobertas de coco ralado e calda de leite condensado. Vou começar a fazer isso mais vezes: beber champagne e cozinhar. É terapêutico. Estou aqui lembrando do meu primeiro acesso de raiva da noite e estou até conseguindo rir. Porque né, ter uma "mãe de rapaz" como a que eu tenho, ou você ri ou você chora e xinga. Eu já xinguei hoje, bastante. Ele não sabe, obviamente. Mas chamei a v[eia de XEXELEMTA. Esse é um xingamento bonito e eficaz. Sem contar que é sonoro. Aí quando desliguei o telefone depois de falar com ele e ele me informar que a xexelenta sumiu com o carro DELE e foi pra balada e nós teríamos que adiar o cinema eu fiquei brava. Porque a tia não gosta de mim. Então tudo que ela pode fazer pra dificultar ela faz. Very nice. E esse foi meu primeiro ataque de raiva, o que me motivou a ir pra cozinha fazer bolo.

00:27 - mandei meu primeiro sms bêbada da noite. Tenho medo do que está por vir. Tentei fazer minha mãe ficar bêbada, ela NUNCA ficou bêbada na VIDA. Falei "mãe, você tá em casa, bebe aí, depois você cai na cama". Ela disse que não, que se bebesse mais ficaria bêbada. Mas essa é a intenção! Minha resposta foi um "aaaaaaaffffffff". Acho que isso representou toda a minha crítica à postura careta da minha mãe. Esse foi meu manifesto. Aaaaaaafffffff.

00:35 - Boy don't try to front, ah ah, I know just what you are, ah ah...

00:40 - Vamos tirar algumas músicas do MP3 player a colocar outras? Siiiiiiiiim! Então vamos tirar Rufus Wainrhdgfjtright, Ben Harper (sorry, Ben!) e MGMT e colocar Madonna, Britney, Justin e Beyoncé? Vamos! Vou arrasar na performance na sala.

00:49 - Precisava terminar de baixar minhas músicas pop merdão e fui pro soulseek. Dificuldade de acertar o nome de Justin. Timbalake. Timbaland. Poucas músicas vieram aí eu vi que é Timberlake. Finalmente acertei, because I'm bringin sexyback.

00:53 - Falando em Justin, compartilho cas caléga o clipe em que Justin está o cúmulo da delícia. Lindeza. Muita atenção aos minutos 1:50 a 1:58. Dá até calô.

01:05 - Ligação telefônica em que eu fiquei rindo e o moço não entendeu nada e falou pra eu ir dormir porque tô bêbada. Mas aaaaaainda não. Porque vou terminar de ajeitar meu MP3 player e vou ali dançar na sala.

Vou ficar bêbada de champagne mais vezes em casa. É glamour, é delícia e eu só tenho que cair na cama depois. Tchau, hein.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mãe louca

Por algum motivo do destino que eu não consigo explicar, dou aula bem perto de 4 shoppings: D&D, Morumbi, Iguatemi e Ibirapuera. Isso significa que quando quero comer algo rápido ou fazer hora em intervalo de aulas, vou a um desses shoppings. Sexta-feira é dia de Ibirapuera, e lá fui eu comer uma torta mousse da Ofner pra me dar energia para a aula. Sentei numa mesinha e, ao meu lado, uma menina de uns 5 anos tomava sorvete e a mãe observava. Do meu outro lado, uma menininha muito esperta de no máximo 2 anos e meio, com a mãe e a avó. A mãe dessa menininha é mais velha, com certeza mais de 40 anos. E lá estava eu, comendo meu doce, quando a menina de 5 anos começa a falar comigo. Pergunta meu nome, se tenho olhos azuis, diz que meus olhos são feios e que ela queria um pedaço do meu doce. Ok, coisa de criança. Aí a menina me pergunta:

- Você é filha dessa mulher?

"Essa mulher" é a mãe da menininha esperta. Eu respondi que não, que minha mãe estava no trabalho dela. Nisso, a mãe da menina de 5 anos fala, alto, pra quem quisesse ouvir:

- Olha, uma coisa que eu acho ridícula é mulher que tem filho depois de velha. Filho a gente tem que ter nova. Que nem eu. Filho de mulher velha não presta.

Ela falou isso do nada, sem nem olhar pra mim. Eu demorei uns segundos pra assimilar que picas aquela louca estava falando. Claro, ela estava criticando, em alto e bom som, a mãe da menininha esperta. E eu fiquei completamente sem reação. Demorei pra acreditar que alguém fosse capaz de fazer uma crítica assim, gratuita, absurda e sobre alguém que nem conhece sobre algo que diz respeito somente à outra pessoa. Afinal, quem cria a menininha esperta? Quem lava roupa, dá carinho, dá comida, leva pra passear e limpa a bunda da petiz? É a mãe dela, certo? Se é mais velha ou mais nova, o que interessa é se ela é uma boa mãe. Se ama a filha. É só isso que interessa.

Continuei sem reação até a menina de 5 anos derrubar sorvete na roupa. A mãe louca levantou e foi limpar a menina, que se encolheu assustada e disse:

- Foi sem querer! Não briga comigo!

A mãe louca riu e disse, alto novamente:

- Não vou te bater!

O que se conclui? Que a menina de 5 anos deve levar uns bons cascudos da mãe louca. Que é nova. Que acha que mães novas são melhores que mães velhas.

Acho que o mundo está cada dia mais bizarro.


-----

Depois da aula voltei ao shopping pra comer um lanchinho. Do meu lado sentou um menininho com os pais. O menininho ficava me olhando, olhando e começou também a conversar comigo. Crianças em geral vão demais com a minha cara. Sempre foi assim e eu nunca entendi o motivo. Alguém? Alguém? Bueller?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Organização e tentativa de ânimo

Organizei meus links que estavam desatualizados há tempos. Tem blogs novos ótimos ali do lado, podem conferir. Coloquei a "gadget" de seguidores - pra quê serve essa troça mesmo?

Fui à manicure e pintei as unhas de vermelho quase laranja. O legal é que minha bolsa é quase da mesma cor, então vai rolar um semi-mimetismo. Depois vou à depilação e antes de ir pra aula vou fazer um processo no rosto chamado microdermoabrasão, da Mary Kay, que dá uma boa revigorada na pele. O nome soa estranho, mas acreditem, o negócio funciona.

Hoje à tarde vou pagar as contas atrasadas, que eu não tive tempo de pagar na semana passada. Vou tentar organizar minha planilha de gastos e tentar fazer uma previsão para dezembro. Terei uma semana de férias, mas não recebo por isso - uma das desvantagens de ser autônoma é não receber férias nem 13º. Mas isso é compensado pela IMENSA vantagem de não ter chefe, e isso vale mais do que muita coisa. Pois bem, sem férias e sem 13º mas mesmo assim teimosa e com rodinhas nos pés. Vou viajar na minha semana de férias e, ainda que seja num esquema econômico super plus, preciso me planejar.

Amanhã vou terminar de organizar minhas gavetas, jogar mais papel fora, organizar maquiagens, materiais de aula.

Pode parecer bobagem, mas quando eu sinto que estou escorregando para a apatia, o espírito da Dona Zefa baixa em mim e eu começo a querer organizar tudo. Se eu fosse mística, diria que o Feng Chui diz que isso é bom. Não sou mística mas realmente acredito que essas fases de organização e arrumação fazem bem porque, ao menos para mim, ajudam a clarear as idéias. Além de ser uma terapia ocupacional.

Eu não gosto de me sentir parada, cansada, exausta e sem vontade de nada, mas, ao mesmo tempo, eu acredito que todo mundo tem direito a períodos assim. Fico preocupada porque não tenho a menor vontade de sair "de balada" por exemplo. Só saio se for para algum evento da dança de salão ou encontro com amigas na casa de alguém. Só. Não sinto vontade alguma de sair, me dá preguiça de me arrumar, preguiça de enfrentar lugar cheio, preguiça de socializar com muita gente. Mas desde quando balada é vital para a vida, né?! Tenho tentado não me forçar a nada porque sei que depois das minhas férias longe de tudo eu vou voltar bem e descansada. E aí tudo volta pros eixos.

Ao menos eu torço muito por isso. He.

domingo, 16 de novembro de 2008

Eu avisei!!!! plus vídeo com Justinlicious Timberlake

Eu já sei que eu poderia ser Mãe Dinah e ganhar uns trocos. Já sei, já sei... Afinal, apontar o óbvio não é algo lá muito difícil, basta um pouco de observação e bom senso. No post em que coloquei o vídeo da música usada na apresentação eu disse: "Certeza que as véias vão cair e vão mostrar as calçolas pra platéia, mas tudo pela arte, não é mesmo?". Não precisei nem esperar o grande dia para que minha observação se confirmasse. No ensaio de hoje, na parte final...:

- Homens cruzam os braços nas costas das mulheres.
- Mulheres cruzam os braços na frente (ui) dos homens.
- Homens colocam braços embaixo de nossas buzanfas.
- Mulheres são levantadas do chão, sentadas nos braços dos rapagões fortes, sarados e prontos para essa tarefa(COF COF).
- Véia cai de bunda no chão.
- Todo mundo ri, até a véia começar a chorar e todos virem que a coisa foi séria.

Correria geral para socorrer a pobre senhora da buzanfa escangalhada. O irônico é que, no momento em que a professora se retirou para prestar socorros, resolvemos prosseguir com o ensaio, que estava zoado. Todo mundo cometendo vários erros, inclusive eu. Pois bem, ironias da vida: professora sai, alunos ensaiam sozinhos e... TA DAAAAH! Ninguém erra. Ficou lindo. Já fizemos uns 8 ensaios, esse em que a professora não estava foi o primeiro que deu realmente certo. Isso mostra que a apresentação será bem capenga e também mostra que a professora é uma urucubaca.

Mentira, ela não é, mas eu digo que é porque ela me chamou de MAGRELA hoje. Eu tenho vontade de arrancar os olhos de quem me chama de magrela.

Pra terminar, fiquem com o vídeo do dia: Justin Timberlake no SNL fazendo a coreografia de "Single Ladies" com a Beyoncé. TEM COMO não amar Justin? Depois de "My dick in a box" ele ainda veste maiô, salto alto e sai fazendo dancinhas. Amor para sempre!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Mimimimimi

Eu fico resfriada mensalmente. Minha pele anda feia, apesar d'eu usar direitinho os 3 passos da Clinique há quase um mês e de usar um produto da Avène que promete pele lisa (porque contém ácido glicólico, blablabla). Tenho mais fios brancos na cabeça do que eu gostaria. Outro dia, embaixo do meu queixo apareceu uma bolinha dolorida. Eu mexia o pescoço e aquilo doía. Passou. Essa semana uma bolinha igual apareceu embaixo de uma axila. Também passou. Eu vivo à base de Benegripe e Dorflex. Acordar é um suplício e ir dormir também. Passo o dia com sono mas, quando deito, demoro um tempão pra pegar no sono.

Eu não tinha me dado conta da gravidade da coisa até quarta-feira. Antesdontem. Quando, num semi surto, eu quase desisti da apresentação de final de ano. É, essa mesma sobre a qual eu escrevi no texto anterior. Tudo porque tinha que ir à costureira mandar fazer o vestido gema e não sabia nem onde havia costureira aqui perto e nem tinha tempo de descobrir. Quase comecei a chorar, bem ridícula mesmo, falando "não quero maaaaaaais". Ainda bem que poupei as paredes de casa e meus gatos de presenciarem esse vexame. Não teria cabimento desistir agora. Eu amo dançar, eu estou me esfalfelando em ensaios, eu adoro minhas aulas. Como assim, desistir? Foi aí que eu vi que a coisa tava grave: pra eu desistir de algo que eu amo por causa de cansaço e stress é porque mais um pouco eu vou sair correndo pelada na rua dizendo que Jesus voltou.

A sorte foi que minha mãe, que está mais ansiosa que eu para a minha "grande estréia" (pausa para risos abafados), saiu à caça de costureira e achou. A outra sorte foi um amigo que ficou meia hora no telefone falando um monte de bobagens pra eu rir. Aí o surto passou. Ao menos até ontem, quando eu quase comecei a chorar de novo, por causa de cansaço. Não que eu esteja mais sobrecarregada de trabalho que antes. Eu já trabalhei tanto ou mais do que trabalho hoje em dia. E, convenhamos, não ter chefe, ser independente e dar aulas do jeito que eu bem entender é um grande contribuidor para o NÃO stress. Acontece que esse ano foi foda. Quem lê esse blog faz um tempo sabe. E aí, quando eu devia ter descansado, viajado, sumido... Eu tive que engolir em seco o que estava sentindo e sair atrás de novos alunos. E apertei o botão do trabalho. Trabalha, trabalha, trabalha, nada de sentir muito, nada de chorar, nada de esmoirecer.

Meu corpo está mandando a conta dessa decisão. Eu já tentei entrar em acordo dizendo que eu fiz o que deveria ter feito e que não teria mesmo como ter relaxado naquela época. Não adianta, meu corpo continua cobrando. Eu gostaria de fechar os olhos e, ao aabri-los, já ser dia 11 de dezembro. Dia da apresentação. Isso significaria só mais uma semana e pouco de trabalho antes da minha semana de férias.

2008, por favor, acabe logo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fiesta pa' los rumberos

Esse é o nome da música que dançarei na apresentação de final de ano. Sábado passado, após uma maratona de aula e ensaio que me deixou exaurida (no final eu estava tão cansada que não conseguia contar 12 tempos. Eu contava 13, sempre errava e tomava carraspana da professora. Triste), eu concluí que, sem sombra de dúvidas, a dança é realmente uma das grandes paixões da minha vida. Porque, vejam bem. Meu vestido tem que ser AMARELO GEMA. Amarelo gema é a cor inimiga das branquelas como eu. Eu me recuso a fazer JET BRONZE pra ficar mais escurinha, então eu tenho que me conformar em me apresentar parecendo uma omelete. O modelo é frente-única. Frente-única é o modelo inimigo das mulheres com pouco peito. Como eu. Eu adoraria ter dinheiro prum siliconinho básico, mas não tenho. Ou seja, estarei vestida de omelete COM dois ovos estralados para completar. Ah, se não fosse meu senso de humor, hein... Além dessa desgraceira toda, tenho que dançar ao lado de um rapaz vestido todo de branco que, para quebrar a VIBE Pai-de-santo, usará uma fita AMARELA na cintura, combinando com meu modelito. Não sei se prefiro dançar ao lado de Pai Oxalufã de Aruanda ou se prefiro dançar ao lado de um ovo frito. Sem contar que as professoras nos orientaram a CAPRICHAR nos acessórios e na maquiagem. Temo pela retina de meus amigos que irão me assistir. Porque certeza que as cafonas colocarão chapéus de Carmem Miranda e usarão maquiagem de drag queen. Tô pensando em oferecer meus préstimos de pessoa com noção mínima de make up pra ver se poupo a platéia de ver pessoas com vestido amarelo, sombra azul e verde passada sem esfumar e batom laranja.

Acho que ficou claro que eu realmente amo a dança. Porque só amor justifica que eu esteja imersa até o cocoruto em tanta cafonice. E, vejam bem, cafona não é a salsa, não é dança, não é a apresentação. É como as pessoas encaram isso. E se portam. E se vestem. Mas enfim. Ao menos eu tenho aqui um vídeo para mostrar aos meus queridos miguxos leitores como é uma parte da apresentação. Vejam bem, salsa é algo complicado e existem várias modalidades. Nós dançaremos três delas. Shine, em linha e rueda de casino. Nesse vídeo vocês vêem um pouco da salsa em linha, que nada mais é que a salsa dançada a dois; e da salsa "rueda de casino" que é a MAIS legal. Shine é uma modalidade bem Vera Verão em que a mulher dança sozinha fazendo uns chacoalhos pra lá e pra cá e passos que se chamam "Suzy" ou "Como uma deusa". Imaginem. Pena que desse tipo não tem vídeo mostrando. Mas vocês podem rir de mim desde já - eu serei uma das dançarinas da linha de frente. Riam, riam. Eu mereço.

Pois bem, apenas uma breve explicação sobre o que é a "rueda de casino", ou salsa cubana. Dança-se em roda (ORLY?) e todos sabem os passos E os nomes dos passos. Alguém canta os passos e todos executam ao mesmo tempo, sendo que muitos deles envolvem troca de parceiro. É uma suruba dançante e sem sexo. Quem dança salsa cubana sabe o que é um ENCHUFA, um MONTURNO, um DA ME (ui). Existe também o Che, o Fidel e a Rosa. Não sei exatamente o que farei com esse tipo de informação quando eu parar de dançar, portanto, acredito que para vocês essa informação seja mais inútil ainda. Portanto, aí vai o vídeo, com Chayenne e Vanessa Williams. Nos minutos 3:00 a 3:55 mostram a rueda. E o passo final, em que os homens fazem "cadeirinha" com as mulheres, nós faremos em nossa apresentação. Certeza que as véias vão cair e vão mostrar as calçolas pra platéia, mas tudo pela arte, não é mesmo?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Caio

Eu era apenas uma moçoila de 21 anos. Eu poderia dizer que isso diz muita coisa, mas dizer isso deporia um pouco contra mim por diversos motivos que não vêm ao caso, portanto, completarei dizendo que eu era uma moça de 21, 22 anos, tímida e sem muita noção do meu lugar no mundo. Não que agora eu tenha, mas ao menos eu sei que eu não tenho. Aos 20 e pouquíssimos anos você não tem noção do mundo mas é arrogante o suficiente para achar que tem. Believe me, I know that. E lá estava eu, trabalhando e me preparando uma viagem de trabalho para Manaus. Eu não queria ir porque seria num fim-de-semana e eu estava saindo há umas 3 semanas com um rapaz (igualmente jovem e igualmente arrogante, mas ele era um pouco mais arrogante ainda porque ganhava muito dinheiro para alguém da idade dele. Ou seja, ele era ligeiramente insuportável. E eu achava que gostava muito dele). Imaginem, 3 semanas, já era quase UM MÊS. E um mês já era namoro, na minha cabeça perdida. Como poderia eu passar um fim-de-semana longe do meu quase namorado? Nossa, fim do mundo.

Eu queria ir na sexta e voltar logo no sábado. Porque MANAUS, né, pessoal. It's the end of the world as we know it, essa era minha opinião. O que eu farei em MANAUS sendo que meu docinho de côco estaria aqui, sozinho em São Paulo? Ó. Foi quando meu chefe na época chegou e disse:

- Camilíssima (ele me chamava assim), você vai viajar prum lugar super diferente, pode ver coisas legais, por que não muda a data da volta para domingo à noite? Eu te libero na sexta, aí você também altera sua ida e pronto! Você tem uma viagem diferente de um fim-de-semana em que terá que trabalhar por apenas 3 horinhas. Vai, boba!
- Mas Caio, é que eu comecei a sair com esse cara e aí eu não queria deixá-lo sozinho no fim-de-semana.
- Não quero nem ouvir. Uma menina como você, se enveredar pelos caminhos das idiotas que vivem para um namorado, é um desperdício. Tenha certeza que quando você voltar ele estará te esperando. E, se não estiver, melhor pra você, sinal de que ele é um imbecil. Agora, perder a chance de ver o Rio Amazonas sem pagar nada é um claro sinal de idiotice e eu acredito que você seja diferente.

Ele falava essas coisas sempre docemente e com um sorriso no rosto. E depois falava "vamos ali pegar um café". Caio era irresistivelmente charmoso. Contava casos, ria, falava de escritores, falava das bebedeiras dele e do filho, de quem ele se orgulhava muito. Por causa dele eu fiquei um fim-de-semana inteiro em Manaus e vi o encontro das águas, passeei pela cidade, vi lugares bem diferentes. Voltei picada pelo bichinho das viagens. Algum tempo depois, foi ele quem fez questão de me incluir nos programas de intercâmbio, para que eu tivesse contato direto com americanos - porque ele achava que eu tinha que ter algum tipo de experiência internacional, mesmo que fosse no Brasil. Ele me mandava pro Rio de Janeiro com os gringos mesmo quando eu não precisava ir. Mesmo quando não era parte do meu trabalho. Só porque ele sabia que era bom pra mim. Foi ele quem sugeriu que eu começasse a dar aulas e foi ele quem conseguiu que eu fosse mandada embora, pra ter um dinheiro para começar a carreira como English Teacher.

Eu tinha ele como um pai. Acho que das poucas figuras paternas que tive, foi ele quem mais me ajudou profissionalmente. Na semana passada eu soube que ele faleceu de câncer de pulmão. Eu não tive tempo de me despedir, mas fico feliz que, há mais ou menos uns 10 meses, quando nos vimos pela última vez, eu consegui agradecê-lo por tudo que ele tinha me ajudado. A resposta não poderia ser mais dele:

- Imagine, Camilíssima, você sempre mereceu. Vamos ali beber um drink, almoçar, falar da vida... Me conte, e sua vida amorosa sempre turbulenta?

Eu só acho que o mundo devia ter muitos Caios por aí.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Procrastinators of the world... Unite and take over...

Entro em vários sites para fazer uma seleção de textos para uma das minhas aulas mas me lembro que tenho que terminar um exercício, favorito os sites, vou para o exercício e aí me cai a ficha de que tenho que terminar de corrigir uma prova. Deixo o exercício, vou para a prova. Uma janelinha do MSN pisca, é um amigo enroladíssimo com seus casos amorosos querendo me contar os últimos basfonds. Converso com ele por algum tempo, uma outra janela pisca, converso sobre algo completamente diferente com a outra pessoa; lembro-me que fiquei de verificar sobre compra de ingressos para uma peça de teatro, me despeço dos amiguxos no MSN, fico offline, entro no site da Ticketmaster, não acho a informação, ligo para o Citibank Hall, desligo, ligo para o meu rapaz, me distraio falando sobre preços, entro no Orkut para deixar recado para o pai dele, chegam emails e eu respondo alguns, paro para pensar a respeito do amigo que falou comigo no MSN e seus casos afetivos e como a vida amorosa das pessoas, incluindo a minha, é complicada. Começo a pensar sobre a minha vida e entro em crise, aí olho no relógio e vejo que ainda tenho que terminar tudo aquilo que eu comecei de trabalho. Entro no blogger e escrevo um post.

Não sei se é DDA, não sei se é crise existencial, não sei se é procrastinação. Só sei que tá foda.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A família que eu quero

Eu leio o para Francisco e sempre me emociono. Os textos que a Cris escreve, a maneira com que ela demonstra o amor que tem pelo filho e o amor que tem pelo pai de Franscisco são lindos - difícil pensar em outra palavra. Hoje li um texto e chorei. Eu não tenho estado muito chorona - eu já fui a Maria Berreiro - meu máximo atualmente são lágrimas de leve que vão embora rápido. O que me faz chorar mesmo, como chorei lendo um dos textos da Cris, é o assunto "família". Não é o quesito "pai" da família, como muitos podem pensar, e sim pensar que eu não fui fruto de um amor bonito como o que gerou Franscisco e o medo enorme que tenho de que eu gere um filho também sem amor e sem uma história bonita para ser contada. Eu quero muito, muito ser mãe, mas meu desejo não é apenas o da maternidade. Eu quero uma família de comercial de margarina mesmo. E aí eu choro porque esse tipo de sonho, em que há a necessidade de outros para que ele se realize, é o mais passível de acabar em decepção. No entanto, eu sou honesta o suficiente para admitir que eu penso sim, em filho acordando e indo pular na cama em cima de mim e do pai dele - meu provável marido. Mas ao mesmo tempo em que eu tenho esses devaneios, eu não planejo nada disso propriamente. Vejam bem, eu tenho um relacionamento que não se chama namoro com um rapaz mais novo com quem eu decididamente não penso que se tornará meu marido algum dia. Se eu fosse levar a ferro e fogo meu desejo de família feliz eu estaria solteira à procura de um homem acima dos 30 anos que demonstre minimamente que quer um relacionamento estável. Então ou eu sou irresponsável com o meu sonho de família margarina ou eu simplesmente deixo as coisas acontecerem - a segunda opção me agrada muito mais. Porque isso de procurar não dá certo. Eu não sei o que dá certo, mas ao menos eu tenho tentado viver tirando o melhor proveito das coisas que me acontecem. Felicidade, um amor, um filho. Não é demais querer que isso aconteça daqui um tempo, é?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Essa minha TPM que me mata...

Quando você desliga o telefone na cara do seu rapaz sem motivo algum, só porque entendeu algo que ele disse da maneira como sua loucura quis, é hora de dar com a cabeça na parede. Ou, menos dolorido, é hora de ir ao médico fazer um check-up anual e verificar seus níveis hormonais e pedir um remédio para a TPM. Há dois meses que eu me transformo numa mistura de Odete Roittman com Nazaré durante a minha TPM. Estou preocupada porque nunca fui assim. Eu sempre fui das que fica emotiva e chora porque tropeçou no meio da rua. Sempre foi assim: TPM = choro. É novidade isso de ficar louca da periquita e surtar e ficar irritada a ponto de... desligar o telefone na cara de alguém que gosta de mim e de quem eu gosto. Logo depois da merda feita, me dei conta do quanto eu havia sido... idiota. E liguei pedindo desculpas. Porque geralmente eu estou certa quando brigo com ele (haha), mas eu nunca, nunca dei chilique. E dessa vez eu não estava certa coisa alguma. Então eu peço desculpas porque a vida é curta demais pra se ter orgulho bobo. O moço desculpou e eu expliquei que achava que era TPM e que ia procurar meu médico. Juro que acho que ouvi um suspiro de alívio do outro lado da linha. Porque né, dois meses seguidos aturando meus surtos psicóticos, não há homem que agüente.

E aí recorro à compreensão e simpatia de minhas amigas telespectadora porque só outras mulheres entendem o que é essa fase hormonal na vida de uma mulher. Como eu disse, eu nunca havia me sentido assim, levemente psicopata. Achava, inclusive, que era exagero das mulheres em geral - porque eu sempre acho que mulheres exageram, e mulher exagerada pra mim, só nos filmes do Almodóvar e olhe lá. Mulher-personagem-na-vida-real me irrita profundamente. E mulher-personagem-na-vida-real é o tipo de mulher que corta o pinto alheio e culpa a TPM. Aí eu vivenciei o redemoinho hormonal e vi que não é exagero. Não éééééééé. Zentzie, você fica surtada e quando viu, já foi. Já teve ataque, já falou merda, já descontou em pessoas que não têm nada a ver com seu útero. Eu preferia minhas crises de TPM com choro, porque o choro é meu, o útero é meu e ponto final. Não gostei disso de compartilhar TPM. Mesmo porque homens não entendem. E é fogo. Porque você fica com a imagem de doida, mas AMIGÔ, é HORMÔNIO.

E aí eu penso: os homens não deviam ser mais compreensivos? É por isso que desejo intensamente que todos os homens vivenciem por um dia as agruras da TPM. No mais, se não quer aturar mulher e hormônios em fúria, vá pegar em pau alheio, né. Porque numa boníssima, a matemática é simples: mulher + útero + hormônios = TPM Glenn Close.

sábado, 13 de setembro de 2008

Mamma Mia


Nós temos um pacto: no longo processo de envelhecimento pela qual passaremos, se alguma de nós encaretar e virar uma caga-regras insuportável que não se diverte mais, as outras duas têm o direito de dar umas bifas na encaretada. É nosso pacto anti-caretice, selado e registrado na noite em que tiramos essa foto, bebemos 4 garrafas de Lambrusco e jogamos wii como se não houvesse amanhã.

Hoje assisti "Mamma Mia" com a bela rapariga à esquerda dessa foto. Sobre o filme tenho a dizer: se você não gosta MUITO de musicais e dancinhas como eu, não vá assistir. No entanto, caso você tolere o esquema uma frase-três estrofes cantadas, vale a pena. Porque tem Meryl Streep e essa mulher arrasa. Canta, dança e usa roupas ridículas. O tipo de coisa que eu gostaria de fazer se fosse atriz. Eu queria chegar aos 60-e-ave-maria e estrelar um filme que se passa num ilha lindíssima na Grécia, onde eu canto, danço, me jogo no mar, faço dancinhas ao som de "Dancing Queen" e ainda dou uns pegas no Pierce Brosnan, tudo isso usando roupas justas e psicodélicas. Pierce tá enxutão, dá bem um caldo. Mas falando de Meryl, eu acho que sempre amarei qualquer coisa que essa mulher fizer. S2 total.

No filme Meryl tem mais duas amigas e as melhores cenas do filme certamente são quando as três estão juntas. Três tiazonas bizarras aprontando altas aventuras. E elas cantam, dançam, bebem e dão risada. Muita risada. Eu tenho certeza que esse será meu futuro, juntamente com as belas da foto. Tenho certeza que teremos uma velhice não-convencional onde falaremos palavrões enquanto ouvimos alguma música bem, bem brega. Tenho certeza que sempre nos ajudaremos a ser felizes.

É piegas pra caralho dizer isso, mas eu tenho pouquíssimas certezas na vida. E minhas raízes são baseadas em coisas que geralmente não seriam consideradas raízes. Essas duas fazem parte das minhas certezas e das minhas raízes. A certeza de que ninguém vai encaretar. E a certeza de que se eu for parar numa ilha onde o vento faz a curva, eu terei sempre as minhas meninas para me socorrer. Ou rir comigo. Ou me fazer beber.

That's amore.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Eu penso em mil posts durante o dia. Mas esqueço de todos. Twitter sendo atualizado dicunforça, mas me dá preguiça de logar aqui, pensar em texto, publicar, blablabla. A vida continua a mesma correria e minha maior novidade é que dançarei salsa na apresentação de final de ano da escola de dança. Sim, eu vou participar da apresentação. Estou me sentindo adolescente que faz apresentação de jazz, mas eu nunca fiz jazz e na minha adolescência eu choraria se me colocassem num palco. Mas eu sempre gostei de dançar e, mesmo com pânico de palco, eu secretamente achava o máximo aquele frisson todo de apresentação que via minhas amigas passarem. Bem, realizarei meu sonho adolescente em dezembro rebolando ao som de salsa - que é um dos meus estilos musicais favoritos. Não sei quem será meu par porque os professores é que definem isso. Estou com certo receio de ser algum perna-de-pau, mas enfim, pra tudo se dá um jeito na vida. Fora isso eu gostaria que os dias tivessem mais horas e os fins-de-semana mais de dois dias porque, sinceramente, não dou "conto" de tudo não.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Comentários dos últimos três posts respondidos. Tô aplicada hoje, hein.

São dois pra lá, dois pra cá...

Junte uma senhora acima do peso com piercing no nariz, muitas tatuagens (uma delas em um dos peitos) e nenhuma noção e, a isso, acrescentem uma boina de oncinha, uma blusa muito justa e uma legging cor da pele. Tão cor da pele que parecia que não estava vestindo nada. Mas estava, porque quando ela virava de costas era possível ver a calcinha - preta e pequena - através da calça cor-da-pele-quase-transparente. Eu sei, a junção de tudo isso não é aprazível à imaginação, me desculpem por fazê-los visualizar tal tchutchuca. Agora, se a imagem não agrada à mente, imaginem aos olhos. Porque essa senhoura ousadjeenha, pessoal, EXCISTE. Eu a vi no meio da aula de segunda, aquela da qual, teoricamente, eu participo para ajudar. Quando eu a vi minhas entranhas se contorceram num misto de susto e vergonha alheia. E PIOR, não havia nenhum amigo por perto para que eu desabafasse minha dor. Foi só chegar o momento do intervalo para que eu corresse - quase que literalmente - até o amigo mais próximo dizendo: "Fulano, PELAMOR ME SOCORRE, eu tenho que desabafar. O que é aquela senhora..."... Nem precisei acabar de falar. Ele já sabia de quem eu estava falando. E chamou outro amigo. De repente estávamos numa rodinha de 4 pessoas indignadas com a falta de senso estético da pessoa. Porque, gente, é sério: as pernas da mulher tinham gominhos de gordura. Visíveis através da calça justa e quase transparente. Eu e meu espírito de porco apelidaram-na carinhosamente de Michelin.

E é aqui que entra minha culpa cristã. Porque depois eu fiquei me sentindo mal - mesmo - por ter tirado sarro da senhora. Mesmo que eu seja assim, ligeiramente escrota. Mesmo que ela realmente não tivesse noção nenhuma. Eu fiquei pensando que pôxa, se ela é feliz assim, deixa ela, blablabla. Mas, ao mesmo tempo, eu pensava "só que ninguém é obrigado a ver a calcinha de ninguém, credo". No meio dessa pataquada mental toda, o que eu sei é que OBVIAMENTE o apelido que eu dei, pegou. Só entre meus amigos, mas pegou. Eu não me orgulho disso, mas não consigo não rir toda vez que alguém chega e fala "a Michelin tá gata hoje, você viu?". He. Cheek-to-Cheek que se cuide.

A culpa cristã não durou muito, devo confessar. Porque eu logo fiquei sabendo de uns pormenores sobre Michelin que a desabonaram mais ainda. O primeiro deles é que ela vai sem sutiã. PANIC IN THE STREETS OF LONDON. Eu acho que só tem direito de não usar sutiã quem tem os peitos perfeitos. E perfeição peital é difícil de achar, hein. Nem aquelas que têm só duas azeitoninhas devem abdicar do uso de sutiãs porque ficam aqueles biquinhos pavorosos aparecendo pela blusa. Sério, eu acho horrível. E aí dona Michelin faz o quê? Decide deixar a peitança solta - e usar blusa de alcinha. Aí Dona Mimi (para os íntimos) vai de alcinha e sua muito embaixo dos braços. Só que ela é baixinha como eu, o que significa que os rapazes ficam com o braço bem embaixo da sovaqueira molhada. Quando meu amigo me contou isso eu fiquei com dó dele, de verdade. Porque não basta ter peitcholas à solta com tatuagem, também tem suor nojento escorrendo pelo braço. Além disso, ela dança de olhos fechados e pede que o rapaz a conduza pela sala porque ela tem "facilidade de aprender os passos".

Pausa: Eu tenho siricoticos toda vez que ouço isso. "Tenho facilidade de aprender passos". Porque sempre quem fala isso ou não tem facilidade nenhuma ou então pode até ter, mas é metido. E gente que se acha é um saco. Tem um cara lá, apelidado carinhosamente de Esmalte (conto a história outro dia), que dança bem. E é bonito. Não ajeitado, é bonito mesmo. Não chega a ser Apolo encarnado, longe disso, mas em comparação com os panguás de lá, ele tá bem. Mas ele seee-eeee-eeempre me fala que tem facilidade com os passos. Em tom de "eu sou foda". Toda vez eu olho pra ele e falo "Fulano, não me torra. Dança aí que é melhor".

Então, Dona Mimi diz que tem facilidade. Mas, na verdade, não tem tanta. Normal: dança de salão não chega a ser a coisa mais simples do mundo. Alguns estilos musicais são dificílimos, todo mundo se embanana num passo ou outro. Mas não ela. Ela dança de olhos fechados. E, se algo dá errado, ela se vê no direito de culpar o cara e dar bronca. "Por que você não me conduziu direito?", "Você não me deu o comando e eu errei". Resumindo: a pessoa usa roupas de periguete, não usa sutiã, sua a ponto de deixar os braços dos caras molhados, dança de olhos fechados e ainda briga porque ELA errou o passo.

Depois desse apanhadão sobre Dona Mimi, só me resta dizer que culpa cristã uma ova. Tô virando muito bicha, isso sim. Eu fico convivendo com aquela fauna variada que é o curso de dança e acho que, por conviver com tanta gente diferente não devo comentar a respeito e blablabla whiskas sachê, meu cu. Comento sim. Falta de noção tá aí pra isso.

Nos próximos capítulos, Esmalte, as Creepy Olsen Twins e as pessoas monotemáticas.

ps: meus amigos da dança que lêem esse blog, por favor, continuem me amando depois desse post, sim?! Hahahaha!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sumida

Se tem uma coisa que me irrita muito é quando alguém me chama de "sumida". As pessoas não assimilam que todo relacionamento tem duas vias, o que significa que se eu sumi, a pessoa com quem supostamente sumi também sumiu. Ou seja, se ambos sumiram, vamos deixar como está, né?! Porque cobrar sumiço é bem feio.

Todo esse preâmbulo para justificar, de antemão, que ficarei um pouco sumida. Não sumida de vez, mas vou postar bem menos, entrar no MSN bem menos, visitar blogs bem menos e tudo bem menos. A única coisa que não vai diminuir é a quantidade de trabalho e minha assiduidade no curso de dança.

Acontece que professores têm ex-alunos, né? E ex-alunos são criaturas ótimas, que ressurgem do nada com indicações de aulas. Ou querendo ter aulas. Eu adoro ex-alunos. E, por conta de ex-alunos, estou com trabalhos extras. Ainda bem, claro. Além disso, tenho meus alunos que ainda não se tornaram ex, tenho um projeto para começar, tenho um moçoilo e tenho meus amigos. Ou seja, pouco sobra para outras coisas.

Deixo aqui um conselho para a posteridade: tá pensando em contratar um professor particular? Então contrate. Mas pense que, assim como você, ele também tem contas a pagar e prazos. Professor é gente como você, ainda que isso seja uma revelação bombástica que poderá mudar sua vida. O que isso quer dizer? Quer dizer que sim, você tem que pagar seu professor no dia combinado, significa que a mensalidade faz parte de suas despesas e, se for atrasar o pagamento, você TEM que avisá-lo. E, se depois de uma semana o professor ligar para você avisando que seu pagamento está com uma semana de atraso, não mude a voz para um tom mais seco. Não diga que você não recebeu sei lá o quê do seu salário. Porque, pessoal, o professor pode ser muito legal e você pode dar muitas risadas em aula, mas, assim como ocorre contigo, contas de cartões de crédito, aluguel, telefone e convênio médico não vivem de seu belo sorriso. Ficou claro. Aprendam essa lição e levem para vida. Não estressem seu professor só porque ele também é gente como você. E ele provavelmente deve se sentir muito mal tendo que cobrar pagamento.

Explicações dadas e lição passada, vou-me.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Não tire esses óculos! Use e abuse dos óculos! - ou - Mrs. Magoo Chu

(não, o da direita não sou eu, era meu professor de Física. Eu sou a ternurinha do meio)

Há quase 12 anos, direto do túnel do tempo...


Ele: Eu NUNCA vou ficar com você, sua baiaca quatro olhos.

Eu: Mas... Mas... Eu tenho olhos verdes...

Ele: Foda-se porque nem dá pra ver seus olhos direito escondidos atrás desse bagulho fundo de garrafa na sua cara. Sério, ogra, você é muito feia.

É assim que traumas se instalam. Também é assim que pessoas muito tímidas e quietinhas e aparentemente inofensivas saem atirando em coleguinhas de escola. Eu não saí atirando e não me tornei uma psicopata, mas obviamente criei traumas. E é aquela velha história: a auto-imagem criada na adolescência segue com você o resto da vida. E você pode fazer terapia (não foi meu caso); pode, de certa maneira, se vingar de todos os garotos recém púberes e cruéis que te dão apelidos carinhosos como "Somália" ou "Ogra da Etiópia" (meu caso), pode se tornar uma pessoa que convive em sociedade e depois de anos resgata a auto-estima perdida em algum lugar recôndito do passado (meu caso, novamente). Mas os trauminhas ficam guardados, bem guardados. E vez ou outra eles voltam à tona.

Eu tenho pavor de gente que vive do passado e vive a repetir sempre as mesmas histórias sobre essa ou aquela pessoa que blablabla whiskas sachê - trauminha de adolescência todo mundo tem e os meus não são piores ou mais horripilantes que de ninguém. No entanto, quem teve um G. na vida fodendo o seu juízo, jamais esquece. É como o primeiro sutiã, só que de uma maneira bem negativa. Eu nem me lembro do meu primeiro sutiã, mas me lembro bem de G. tirando sarro da minha falta de atrativos e inabilidade social e os "amigos" do bairro rindo. E eu, idiota, chorando. Triste, mas passou. Aposto que hoje em dia G. está barrigudo, casado, calvo, broxa e rodeado de filhos remelentinhos. Ao menos é isso que eu desejo pra ele.

Só que o trauma dos óculos, esse não passou não. Foi o que eu disse no primeiro parágrafo: algumas coisas ficam escondidinhas e voltam vez ou outra pra fazer você se foder. Ou melhor, refletir. Eu comecei a usar lentes de contato aos 19 anos. Tenho graus altos de miopia, mais astigmatismo. Sem lentes eu fico muito Mr. Magoo. MUITO. Vejo vultos mas não distingo expressões nos vultos. Se eu estiver sem lentes pode fazer helicóptero com seu pinto na minha frente que eu não vou ver direito. Eu tenho óculos, mas é bastante incômodo usá-los, não somente pelo trauminha, mas por causa do grau alto. Eu não me acostumo, tenho tontura, dor de cabeça, tropeço na rua. Ridícula.

Aí sábado eu cheguei de madrugada, morta de sono e fiz o que nunca fiz em 10 anos de lente de contato: deixei cair no chão e nem vi. De manhã, andando às cegas pelo quarto, piso em algo e ouço um leve CREC. Era a pobre lente, ressecada e agora em pedacinhos. Panic on the streets of London. Como eu faria para sair naquele dia? E para dar aula no dia seguinte? Juro que tentei usar os óculos, mas é impossível: me causa efeitos colaterais físicos e psicológicos. Fui ao shopping aqui perto e voltei logo em seguida. Cancelei as aulas da manhã da segunda-feira e dei graças aos céus por não ter marcado nada com o meu moçoilo - porque eu desmarcaria, com certeza.

No dia seguinte fui cedíssimo pra oftalmologista e consegui uma lente emprestada - poderia, enfim, voltar ao convívio social. Mas fiquei bastante passada comigo, que sou toda cheia de coragem pra tanta coisa, mas não consegui algo muito simples: encontrar com amigos e dar aula usando óculos. É completamente ridículo da minha parte. Absurdo, até. Mas sinceramente, eu já tive que lidar com coisas tão grandes e absurdas esse ano, que esse absurdinho eu deixei passar. Faço terapia ano que vem pra resolver meu trauma de ser vista em público usando óculos. Posso culpar G., claro. Mas, sinceramente, eu tenho uma grande responsabilidade nisso. Primeiro, por nunca ter cuspido na cara do infeliz. Ou ter dado um chute no seu saco. E segundo, por ainda deixar que esses fantasmas imbecis vez ou outra ainda me assombrem. Eu realmente detesto esse tipo de fraqueza.

E quem disse que viver é fácil, não é mesmo, minha gente?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Miscelânea

A vida está mais corrida que antes, o que chega a ser irônico, já que quando fui dispensada da empresa, há quase dois meses, meu medo era passar muito tempo desocupada. Aí eu tenho que almoçar fora todos os dias, porque nunca estou em casa no horário do almoço. Eu dou aulas sempre perto de um dos seguintes shoppings: Morumbi e Market Place, Iguatemi ou D&D. Sabem quanto custa almoçar nesses lugares? No mínimo dos mínimos, 15 teresas por dia. Não dá. Por isso virei freqüentadora de restaurantes alternativos, a.k.a. PF, a.k.a. BOTECO. Almoço bem por menos de 12 reais, com bebida. Outro dia comi um strogonoff COM CHAMPIGNONS e muito bem temperado por NOVE dinheiros. Eu fico feliz com pequenas coisas, sabem. Tipo almoçar gastando pouco, acordar no horário, começar a minha tão sonhada coleção de DVDs de "Friends", ver que, como disse a Gi no comentário do post anterior, eu consigo me divertir com quase tudo. Consigo mesmo. Consigo me divertir inclusive quando sou chamada pra ser apoio da turma básica lá da dança. Fui ontem e tenho certeza que estou mais próxima de Jesus. Pensem que os tipos de quem tirei sarro ano passado, tipo Cheek-to-Cheek, Homem Geladeira e Hairspray estão muito bem representados nessa aula por outros rapazes. Ok, nenhum deles é CTC (porque CTC é quase uma instituição e ele é insubstituível), mas tem um que chegou quase perto porque era sua primeira aula, ele estava com bafo de cachaça ou algo azedo e desagradável, ele tem a MINHA altura e ficava olhando pra minha boca ou pros meus olhos fixamente ou pros meus peitos (que, convenhamos, não são nada avantajados pra merecerem tanta atenção) e eu não tinha como deixar de dançar com ele porque estava na condição de mulher do nível avançado (avançado dessa escola é tipo avançado de Inglês do CNA, ou seja, não conta) que está lá pra ajudar. Acho que esse aí é bem pior que CTC, pois CTC não tinha bafo de onça. Pessoal, THE HORROR. Além disso, ele me conduzia ou dando empurrões fortes nas minhas costas ou apertando minha cintura. Não me contive e tirei a mão dele dali e disse: "NUNCA conduza uma mulher pela cintura, NUNCA. É incômodo, não dá estabilidade e não é o jeito correto". Tive que ficar muitas músicas com o Bafudo, até que dei um jeito de largar Bafudo com uma japa que já faz aulas há zilênios e fui tentar dançar UMA musiquinha com algum amigo da minha turma. Não rolou. Porque foi só me ver rumando para os braços de meu amigo que já me colocaram pra dançar com um chileno que nunca tinha ouvido forró na vida. Pense no choque cultural. Mas com esse aí foi legal de dançar. Homem educadíssimo, cheiroso e agradável - e com sotaque. Depois as pessoas não entendem porque eu tenho uma queda por gringos: gente, educação plus sotaque, não precso dizer mais nada. A sorte do chileno é que eu não tenho queda por homens bem mais velhos, senão eu já casava ali mesmo. Pensem: a mãe dele deve morar no CHILE! NO CHILE! Seria um sonho!


(só pra esclarecer: eu acho legal ser apoio na aula de dança de outras turmas e não estou reclamando da dificuldade de ninguém. Reclamo apenas da falta de higiene pessoal, de noção e de pasta de dente. Eu posso ficar duas horas ensinando os dois passos mais básicos do forró e da gafieira. Juro mesmo. Fico lá duas horas numa boa, porque é muito gratificante e a pessoa se sente bem. E eu também. Mas bafo azedo, suor, falta de delicadeza e ainda ficar me encarando e olhando pra minha boca, NÃO DÁ. Out Bafudo, yes Chileno)

Sobre o último post

Algumas pessoas vieram me perguntar se o meu moçoilo lê meu blog. Não, né. Ele ficou sabendo que eu tenho blog na semana passada e achou algo muito antiquado. JU-RO. Teve a pachorra de me dizer que tinha blog com amigos da ESCOLA mas que agora acha isso muito antigo. Tudo bem que ele é mais novo e a escola pra ele não está há tantos anos quanto pra mim. Tudo bem que eu falo "pachorra" ou seja, eu sou antiga. Mas achar blog antiquado? Enfim, melhor que ele não tenha interesse em ler esse blog, posso falar mal da mãe dele à vontade.

domingo, 20 de julho de 2008

Mãe dá muito trabalho - ou - la suegra no me gusta a mi

(conteúdo do post alterado)

Então, eu editei o post mas o assunto é o mesmo. Mães. Continuo achando que mães dão trabalho. Ao menos a minha me dá bastante. Ser filha de dona Minha Mãe não é tarefa das mais fáceis, principalmente porque papéis vez ou outra se invertem e eu não quero ser mãe no momento. Nem de um bebê, quem dirá de alguém que nasceu antes de mim. A própria natureza me impede disso, não é mesmo, minha gente? Mas nesse fim-de-semana eu vi que não é só com a minha mãe que tenho trabalho. Percebi que talvez eu tenha trabalho com a mãe do meu er, rolo. Eu não sei mais as definições modernas de relacionamento, me perco toda (aê, véia). Pressuponho que namoros só sejam namoros quando ambos estão cientes disso e, mais importante, quando ambos querem que se torne algo oficial. Não é o meu caso. Mas, ainda assim, eu não sei chamar o meu relacionamento, que não é oficial, mas também não é algo solto do tipo "pego geral, uhu. e te pego também, gatzinho". Não tenho saúde pra relacionamentos abertos. Sou contra, bem contra. Então eu tenho um, sei lá, rolo com fidelidade. Haha, eu sou ridícula. Mas ãnfam, eu conheci a mamã de meu rolo. E tenho a nítida impressão de que não foi amor à primeira vista. O que é até normal, mães nunca gostam de mulheres que saem com seus filhos, acho que já é um pressuposto, inclusive. Mas ai, eu me incomodei. Devia achar uma benção, afinal, evita convites para almoços familiares dominicais. Só que PÔXA, eu sou tão limpinha, educada e fofa. Juro que não falei nenhum palavrão pra ela, juro que sorri o quanto eu podia e fui simpática dentro do meu limite, mas não teve muito jeito. Eu não sou a futura nora que ela espera ter. Claro que ela pode mudar de idéia a meu respeito e se apaixonar por minha figura cativante e modesta, mas ai, vai me dar trabalho. E eu nem vou casar com o rapaz, né. E, pra completar, o pai do moço me adora. Super apóia nosso romance, valeu sogrão. Só que os pais são separados, então se o pai me adora, automaticamente a mãe não vai me adorar. Acho tudo isso assustador, pra ser sincera. Não sei se agora eu mando flores pra mãe e piso no pé do pai chamando-o de "tiozão chato" ou se saio correndo disso tudo no melhor esquema "salve sua vida". Brinks, eu não vou sair correndo porque eu apreceio bem muito o meu rapaz. Mas que isso de ter a nítida impressão de que mamã-de-rapaz não foi com minha cara me assusta, isso é verdade.

Relacionamentos são muito difíceis, hein.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Só no escambinho, ô ô - ou - Eu arrisquei e super vou petiscar. Ui.

Troca-troca é o novo preto da estação. Ao menos para mim. Mas é um troca-troca inocente, sem bobiças. Acontece que, nesse estado de semi-desemprego, pra conseguir fazer determinadas coisas que eu quero ou gosto, tenho que rebolar. E ser cara-de-pau. Aí apareceu essa professora de Francês que gostaria de aprender Inglês. Oiu, ma chérie. Só que eu quero voltar a estudar Francês. Qual é a solução? Troca de aulas. Ambas saem ganhando e ninguém fica mais pobre por investir numa terceira língua.

Imbuída desse espírito cara-de-pau, resolvi fazer uma proposta para o dono da escola de dança: eu dou aulas para o professor que estiver precisando e, em troca, faço o curso e continuo com uma das paixões da minha vida - ouvir músicas cafonérrimas enquanto tento fazer passos juntamente com um parceiro. Bom, mandei o email e... Nenhuma resposta por dias. Ontem, quando chego à noite em casa...

TÁ DÁÁÁ!!!

E-mail do chefão dançarino mór dizendo que gostou de minha idéia e que é pra eu ir lá acertar os detalhes.

Sabem o que isso significa?

QUE EU VOU CONTINUAR COM AS MINHAS AULAS DE DANÇA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Depois desse blog quase virar o desgraceira.com, eu tinha que vir aqui compartilhar essa notícia. Porque isso também significa que minha fonte quase inesgotável de idéias para posts continuará presente em minha vida. Melhor que isso só se me disserem que o Cheek-to-Cheek tá levando a família pra fazer dança. Aí sim, inspiração pelas próximas 10 encarnações.

Aí ontem, numa troca de e-mails frenética com minhas amigas do curso, uma delas manda o seguinte:

"Camila, mais uma vez, VIVAAAAAAAAAA!!!!!!!!!
Os comentários estéticos/comportamentais estão garantidos!"

Não é lindo que não só o fato d'eu continuar no curso, como também meus comentários sobre tudo ali, sejam celebrados? Eu achei fino. Apesar de também pensar que, nossa, meu moral tá bom, hein. Celebram meu veneno.

Enfim, petizada marota. Sabadão eu volto pra minha rotina de dois-pra-lá-dois-pra-cá. Estou ansiosa pra entrar na sala quicando de alegria e pular nos meus dois professores.

Viva a minha eterna cara-de-pau.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sobre quartos e enterros

Chico Buarque fala, naquela música sofrida, que a saudade é arrumar o quarto do filho que já se foi. Sempre achei isso a representação daquela saudade que faz doer, aquela saudade que não é nada saudável e que é a certeza de que você não é mais inteira. Imagine o que é perder alguém muito amado e tentar manter essa pessoa viva mantendo o quarto como santuário, referência, símbolo do apego e da falta de forças de seguir em frente.

É triste. Dói.

Muitas vezes é isso que fazemos com algumas situações em nossas vidas. A gente se apega àquilo. E não deixa ir embora. Os motivos para isso podem ser vários e nem é minha intenção falar sobre eles. Muito menos julgar se esse apego é bom ou ruim. Eu acho que é natural, por um tempo. Mas só por um tempo. Depois você tem que tirar tudo do quarto, arejar, pintar, transformar aquele espaço em algo novo. Porque depois de um tempo, esse apego a algo que já acabou se torna um empecilho. Você segue na vida mas não completamente. Porque o quarto está lá, arrumadinho. Vai que um dia você chega em casa e UPA! surpresa, a pessoa voltou do mundo dos mortos. É tão difícil enxergar com todo o seu coração e a sua mente que isso é impossível...

Dói.

Florentino Ariza, o homem que sempre manteve o quartinho lá, arrumado, paradoxalmente e sabiamente um dia disse que todos os amores vão para o caralho. Triste aceitar isso, mas é a realidade. Pode ser porque o amor acaba ou porque o amor nunca existiu de verdade, pode ser por tédio, pode ser por morte, podem ser muitas as razões que fazem um amor ir para o caralho. Mas ele vai. E não é por causa dessa constatação fria que a gente deixa de viver e querer um outro amor. Não é porque eles se vão que a gente deixa de almejar outro. Diferente, talvez. Mas aí entra, mais uma vez, a história do quarto lá, arrumadinho. Não há quem chegue se você ainda se mantém com um olho no futuro e um pé no passado. Mesmo que esse pé no passado esteja bem escondidinho e amuquiado embaixo da mesa, pra ninguém ver.

Às vezes é preciso que algo impressionante aconteça para que você se dê conta do seu pé embaixo da mesa. E do quarto que estava lá, sendo arrumado. E aí você volta pra casa e destrói tudo. Enterra tudo. Sim, é preciso enterrar.

Porque ninguém quer levar consigo a mortalha do amor.

E há que se seguir em frente. Sem quartos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

La petite viking pleure

Ele: você deve ser a segunda pessoa mais forte do mundo.
Eu: É, a primeira é o Chuck Norris.

Aí eu desliguei o msn e chorei a tarde inteira.

Alguma hora as lágrimas acabam.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Gordinha

Certeza que até eu conseguir preencher todos os meus horários com alunos, eu estarei rolando. Certeza. Porque no momento eu preencho meus horários com comida. Eu cozinho.Eu planejo receitas. Minha mãe tá até assustada, porque há anos eu não tinha esse furor culinário. Outro dia eu fritei bacon e depois fritei polenta na gordura do bacon. Dos deuses, pessoal. Mas me sinto culpada, porque é dos deuses da gordura. Depois fiz o arroz doce que queimou, mas mesmo assim eu comi. Só que mamãe está compadecida de meu desemprego e resolveu fazer mais arroz doce. Que eu, obviamente, como à tarde, é meu lanchinho. Anteontem comprei carne e fiz um mega blaster bife acebolado, arroz e legumes. Ontem cortei os bifes restantes e fiz um strogonoff - eu não sigo muito receita, faço muita coisa de cabeça mesmo. Leio a receita pra ter uma idéia de como se faz e aí faço meio de olho - mas, apesar da falta de receita, ele ficou tão bom que eu achei até ruim: meu irmão devorou o que sobrou com tamanha voracidade que não sobrou nenhum filete de carne para eu requentar hoje. Hoje à noite minhas amigas querem ir ao Tollocos comer uma comidinha mexicana genérica, mas à tarde eu vou aproveitar as duas pêras perdidas na geladeira e cozinhá-las no vinho - pra comer com o creme de leite que sobrou do strogonoff. E amanhã tenho uma reunião com duas amigas, à tarde, para falarmos sobre aulas. Tô pensando em levar um bolo de chocolate que já é assado com a cobertura de brigadeiro - receita de Renata. Tenho até evitado entrar no maravilhoso Technicolor Kitchen porque as receitas que a Patrícia faz são absolutamente tentadoras. Quero fazer tudo!

Preciso de um emprego antes que minha barriga cresça a olhos vistos. Sério, jemt.

(E meus planos de arrumação? Eu fico pensando: vou arrumar minhas papeladas e meu armário. Mas eu divido os dias, né. Porque se eu arrumar tudo num dia só, e eu bem consigo isso porque ando numa disposição sem precedentes, o que terei pra fazer no dia seguinte? Sério, eu comecei a pensar em lixar a mesa de jantar que está feia, pintar paredes,socorro! Tudo porque eu realmente me recuso a ter tempo livre e ficar o dia inteirinho na internet, faz mal, eu fico com dor de cabeça. Enfim.Mais um pouco e vou poder começar a vender meus serviços de dona-de-casa. Faxineira de luxo, falo Inglês, entendo Francês e Espanhol e sei escrever. A patroa sempre vai entender meus bilhetes. Quem sabe, né. Temos que diversificar)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Olá minhas amiguinha...

Adoro vovós Palmirinha style. Deve ser porque a Palmirinha me lembra a minha avó e por causa de minha avó eu tenho apreço por avós em geral. Minha avó não fazia o estilo avó fofuchinha, ela falava mais palavrão que eu - afinal, eu tenho a quem puxar - mas Dona Janda cozinhava bem. Aquela comida de avó mesmo, com gosto, sem frescuras, receitas vindas do sítio e ensinadas pela minha bisa italiana. Sinto saudade até hoje daquele clima cozinha cheia e mesa posta que tinha a minha casa quando minha avó era viva. E além de porpetas, bracholas e macarronada, minha avó fazia doces. Compota de morango, doce de abóbora com côco, canjica, mingau de chocolate, arroz doce. Adoro esses doces todos até hoje, com apreço especial por canjica e arroz doce. Eu ficava na cozinha vendo Dona Janda colocar tudo na panela e ficar mexendo, mexendo, mexendo, mexendo. Mexendo mais. Até o negócio ficar pronto. Ela sempre me falava pra nunca parar de mexer quando fosse fazer doce, porque o maior segredo é mexer sempre pra dar o ponto e não queimar. Eu sei disso desde os 6, 7 anos, portanto.

Hoje resolvi fazer arroz doce. Eu sei cozinhar e sei fazer arroz doce. Mas o que eu fiz? Larguei a panela no fogo e vim ver meus emails porque ouvi barulho de email novo chegando.

Conclusão?

O troço queimou. Um litro de arroz doce com leite condensado com gosto de queimado.

O que você acha disso, Palmirinha?

Ah, minhas amiguinha, num pode esquecê os conselho que a vovó dá, né? A vovó sabe o que faz, amiguinhas telespectadora...

Aprendam com isso, crianças.

(Eu já dei aulas pro neto da Palmirinha. Gente, era fã do rapaz. Gatinho, olhos azuis, cara meio de Peter Parker (adoro!), infame, fazia várias piadas nerds na aula que só eu entendia. E só ele entendia as minhas piadas. Fofo, fofo, fofo. Se não estivesse prestes a casar eu me ofereceria pra casar com ele, sem problema algum. Mas vê se aluno assim, partidão, me manda mensagem de dia dos namorados? Claro que não. Rá. Aí o gatinho casou e nem bem-casado pra teacher ele trouxe. E eram bem-casados da Palimirinha! Magoei.)

sábado, 28 de junho de 2008

Bruacas Inc.

Mulher é coisa do capeta. Eu sou uma e falo com toda a propriedade possível. A questã é que existem mulheres feitas de um material muito mais refinado e luxuosoe, por isso, desenvolvem algo essencial para o convívio em sociedade: a tão necessária, porém escassa, NOÇÃO. Embora não seja difícil adquirir esse bem precioso ao longo da vida, muitas vezes as desprovidas de noção fazem absoluta questão de ignorar essa possibilidade e chafurdam o resto de suas vidinhas na falta de elegância.

Aliás, eu não sei ao certo quando foi decidido que elegância e noção não fazem mais parte do kit básico de uma pessoa decente, mas enfim, a verdade é que muitas, mas muitas mulheres mundo afora fazem questão de serem desagradáveis. E não se trata de elegância ao vestir-se, embora isso seja muito bem-vindo. Trata-se de elegância ao agir, ao tratar com as pessoas, considero um ato de elegância quem consegue se colocar no lugar do outro, ao menos por poucos momentos. Essa semana me deparei com esses tipinhos uó e vi que eu preciso muito aprender a explodir cabeças com a força do pensamento:

Head explosion number 1: Levei o maior cano de uma aluna, que agora é ex porque eu não quero mais dar aulas para ela. Ela trabalha na empresa que me dispensou e tinha aulas particulares comigo. Acompanhou todo o processo de chilicagem da vadia do RH. Mas desde que fui dispensada ela simplesmente sumiu. Não atende os celulares, não responde e-mail, não retorna ligações. Não sei se ela foi coagida pela bitch pra não ter mais aulas comigo, mas seja o que for, a obrigação dela era me dar uma explicação. O pior é que nem pagar esse mês ela pagou, ou seja, calote dos grandes. Tem elegância? Nenhuma. Noção? Nem comento.

Head explosion number 2: Outro dia logo cedo, por infortúnio do destino, encontrei uma "amiga" do bairro. Acho um suplício reencontrar essa gentinha do passado porque geralmente eles fazem questão de ser desagradáveis e me fazer lembrar que eu era feia, magricela, esquisita, no social skills e total Beety a Feia pride. Não sei se dói neles o fato d'eu ter evoluído e eles não, o fato é que é sempre um saco rever essas pessoas por aí, ao acaso. Essa que reencontrei chegou me perguntando se estou finalmente namorando e se eu tinha feito algo no rosto pois estava inchada. Simpática. Depois disse que eu estava inchada mas estava mais bonita. Que mimo. Deu vontade de dizer que não posso namorar porque depois dos namoros dela em que ela apanhava dos caras eu fiquei traumatizada e não consigo me relacionar. E quanto à cara inchada, deu vontade de dizer algo bem à la "meu nome é regina": "minha cara tá inchada mas você, cafona como sempre!". Porque, afinal, alguém que usa uma bolsa da Marisa prateada com dourado não merece crédito. Mesmo de alguém com a cara inchada.

Head explosion number 3: Bruaca que não sabe distinguir um rapaz acompanhado de um desacompanhado. Sem mais detalhes.

É por isso que mulher é legal, mas só as minhas amigas e as que vêm com indicação. Porque puta merda, ô gênero pra conseguir ser desagradável quando quer!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Adiós Cheek to Cheek, Hairspray e aulinhas...

De tudo que tem me acontecido e das minhas mazelas atuais, talvez a maior de todas e mais dolorida delas seja ter que parar o curso de dança. Eu chego a sentir vontade de chorar quando penso que minha última aula será sábado e depois disso não terei mais minhas tardes de sábado preenchidas com música cafona, dancinhas e passos e rodopios, rapazes meio bizarros, almoços intermináveis com as amigas, pessoas queridas e meu professor querido. Sérião que todo dia eu penso nisso: como serão meus sábados sem a dança?

Outro dia li um texto excelente no blog do Paulo a respeito de paixões. Não paixão de namoradinho e nem paixão de "sou apaixonada pela minha família", porque isso é default. Ele fala sobre as paixões que nos movem e nos fazem falar sobre aquele assunto com brilho nos olhos. Assim como Paulo, eu também me encanto por pessoas que têm paixão pelas coisas. Falando sobre mim, uma das minhas paixões certamente é a dança. É quase uma meditação. Eu me desligo quase que completamente pra poder fazer aqueles passos complicados e não errar (porque meu parceiro de dança favorito é bravo). Por causa da dança eu descobri muitos preconceitos e, aleluia, consegui vencer muitos deles.

Eu sou feliz dançando bolero, jemt. Bolero que vem em ritmo de Luiz Miguel cantando "A Barca" ou algum cantos desconhecido cantando uma versão em espanhol de "Let it be". Eu sou feliz dançando salsa, com todas aquelas músicas latinas cafonas, mas que eu ADORO. E forró, então? Tem noção que eu consigo, hoje em dia e em nome da dança, ouvir horas de forró e aquele triangulinho chato sem parar? Sem esquecer do samba de gafieira, que é lindo, mas vez ou outra vem acompanhado de uns pagodes horrendos. Acho que pela dança eu venci muitos preconceitos musicais. E não só musicais.

Eu conheci gente muito diferente de mim e fiz amigos. E me divirto demais com eles. Vou prumas casas de dança de salão que mais parecem Baile da Saudade, mas cada vez que vou saio mais apaixonada porque vejo casais de velhinhos dançando, gente feia, gente gorda, gente bonita, enfim: é uma democracia só. Por mais que eu tenha um parceiro de dança fofo que vai continuar dançando comigo, por mais que eu tenha minhas amigas que continuarão me chamando pra dançar, não é a mesma coisa. Eu quero minhas aulas! Aos sábados! Com a minha turma!

Parece que estou deixando uma paixão de lado. Deixando de lado algo que me faz um bem enorme. Num momento em que estou quase sem trabalhar.

Se alguém souber de alguém que queira aulas de Inglês, que queira implantar Inglês na empresa, enfim: me avise! Eu podia estar chorando, eu podia estar xingando a vida, eu podia estar me entupindo de anti-depressivos - mas não, estou aqui só pedindo umas aulinhas pra poder continuar a pagar minhas aulas de dança e o leite das quiança.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

MuseMuseMuseMuse


Muita emoção. Ingressos comprados. DVD do show bombando aqui em casa. CDs sendo escutados over and over again. Lilla junto comigo nesse show.


HOORAY!


Alguma coisa boa tinha que acontecer, né?!

E claro, eu ando sem muito o que fazer, então fico fazendo montagens toscas.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Socorro, eu não tô sentindo nada...

(...) Já não sinto amor,
Nem dor
Já não sinto nada...
Socorro alguém me dê um coração
Que esse já não bate e nem apanha
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos,
Deve ter algum que sirva... (...)

Quando coisas muito sérias acontecem, mudam a pessoa pra sempre. E foi isso que aconteceu comigo e foi isso que eu percebi ontem. Eu não perdi meu coração e nem a capacidade de amar, obviamente. Nem de me emocionar, nem de chorar, enfim, eu ainda posso me encaixar no meio dos 6 bilhões de pessoas perdidas nesse planeta sem sentido. Mas eu sinto tudo de maneira diferente hoje em dia. Parece que não me abalo mais por nada - e isso vindo de alguém que já foi considerada "the queen of the drama queens". E me assusta um pouco essa nova versão de mim porque eu não quis isso, eu não me esforcei por isso. Simplesmente aconteceu. Acho que não tem como passar pelo que passei sem entrar em crise e sair dessa crise bem diferente de antes. Não tem como ser a mesma depois de saber quem é o pai aos 29 anos de idade. Não só saber quem é, como também saber que ele é aquela figurinha desprezível que você odiava na infância. E, depois de 3 semanas, saber que ele já morreu. E que não foi te dada a chance nem de cuspir na cara dele e dizer "seu covarde nojento". Acho que era só isso que eu falaria pra ele.

Não, não tem como não ser outra pessoa depois disso. E a verdade é que nesses dois meses eu me esforcei tanto pra reorganizar tudo dentro de mim e seguir em frente que acho que não coloquei tudo de volta no mesmo lugar. Eu mudei tudo aqui dentro. Mudei e ainda não entendo essa nova organização. Porque parece que nada mais me afeta. Parece que eu posso até ficar triste, posso até chorar, mas sofrer como eu sofri, nunca mais. Tudo tem outra dimensão hoje em dia. O que antes poderia ser motivo de desespero, hoje em dia eu olho e penso "caralho, que merda, vou ter que resolver essa porra" (minha capacidade de falar palavrões foi mantida intacta, como vocês podem ver). Tenho medo de me tornar uma pessoa insensível com os outros e com os problemas alheios porque aquela máxima de "só não tem jeito pra morte" faz todo o sentido pra mim. E isso tem um lado bom, aquele em que eu sou muito mais forte do que antes. E tem seu lado ruim, aquele em que tenho que entender que o que é pequeno pra mim é enorme pra outra pessoa e eu devo respeitar isso até o fim. Acostumar-me com essa maneira de enxergar as coisas tem sido estranho.

E justamente agora, nessa fase de me erguer e seguir em frente, eu sou dispensada da empresa onde prestava serviços. Ontem, por telefone. Nunca me senti tão desrespeitada profissionalmente. Estou até agora com vontade de ir até lá e bater na cara da vadia do RH, que é vadia, é anti-profissional e é covarde - ao invés de chamar lá e me dispensar ao vivo, ela mandou a porta que ela contratou como assistente me dispensar - por telefone. Não só a mim como também a professora de Espanhol que está lá há cinco anos. Eu nem devia estar brava ou surpresa com essa atitude. Estamos falando de uma gerente de Recursos HUMANOS que dispensa uma grávida de 7 meses. A filha da professora de Espanhol está grávida e foi dispensada há dois meses. Até agora não fizeram a homologação. Chamaram-na para isso segunda passada, ela foi, e, chegando lá, mandaram-na de volta para casa dizendo "Não tem como ser agora, terá que ser daqui 15 dias". Só se for na maternidade, porque a moça está prestes a parir.

Portanto, numa empresa que contrata uma desclassificada grossa e sem sentimentos como gerente de Recursos HUMANOS e aceita que ela dispense funcionária grávida, dispensar uma mera prestadora de serviços por telefone não é nada. Idiota eu que ainda não consegui me acostumar com o fato de ser, eu, uma empresa. Idiota eu que ainda colocava sentimento no que fazia. Idiota eu que me deixei ser enrolada sem contrato assinado. O resultado disso é que a partir de julho não recebo mais boa parte da minha renda mensal. Claro, eu posso arrumar alunos particulares, mas o que eu cobrava da empresa é mais do que cobro de particulares. Empresa paga hora/aula um pouco inflacionada.

E aí, depois de receber a notícia por telefone, o que eu fiz? Fiquei puta. Umas três lágrimas de ódio escorreram, e só. Depois, falando com alguns amigos, eu até fiquei engasgada. Mas choro mesmo, sofrimento, não houve. Em julho não tenho mais salário, não tenho mais empresa, não sei como farei pra pagar minhas contas. Mas ao invés de me desesperar e gritar e chorar eu fui ao cinema. Já tinha marcado e não vi motivo pra desmarcar. E aí jantei e dei risada e adorei o filme. Foi ontem que me caiu essa ficha de que tudo tem uma dimensão e um tamanho completamente diferentes pra mim hoje em dia. Porque em outros tempos eu ficaria em casa chorando. Agora nem chorar eu choro. É muito estranho.

Ainda desejo à Vadia do RH uma vida longa, bem longa, de bastante sofrimento. Espero que a pele dela fique horrível e nem Botox dê jeito e que todo dia seja bad hair day pra ela. Espero que, em breve, os diretores percebam as arbitrariedades dessa bruaca oligofrênica desclassificada cafona e ela seja mandada embora. Por telefone. Junto com todas as amiguinhas dela que ela colocou pra trabalhar lá. Amiguinhas que nem passaram por nenhum teste de admissão. Pra quê competência se sua amiga é a gerente de Recursos Humanos, né? Aceite o empreguinho, continue sendo pau mandada, assine embaixo das arbitrariedades de sua miguxa e justifique tudo como "é a nova política da empresa, foi decidido agora". Decidido agora my ass. Além de me desrespeitarem também querem me chamar de burra.

Burra não, né pessoal. Feia, torta, cara de chulé, ok. Mas burra é muita ofensa. Pior que isso só se falar mal dos meus cabelos.

Mas enfim, acho que o Universo resolveu testar a minha força esse ano. Até agora tô suportando. Mas acho que se algo mais acontecer, eu até me reergo, mas como Darth Vader. Acho que é isso: o Universo quer que eu vire a Darth Vader brasileira.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Organização e falta de foco.

Ontem eu passei o dia numa enrolação sem precedentes. À noite, quando fiz a retrospectiva do dia, me senti bastante culpada por não ter feito quase nada produtivo.

Tá, mentira que eu faço retrospectiva, mas verdade que me senti culpada.

Aí hoje decidi começar organizando algumas coisas importantes. Tenho muitas aulas preparadas ao léu no meu pc, tenho muitas folhas de atividades ao léu nas muitas pastas na prateleira, tenho muitas Speak Ups ap léu pelo quarto.

Então eu respirei fundo e coloquei a mão na massa. O resultado é que organizei direitinho a minha lista de links, da maneira mais organizada que consegui - pra quê foco e prioridade nessa vida, não é mesmo, pessoal?! Deu trabalho porque essa nova ferramenta do blogspot de organizar a lista de blogs não permitia blogs da zip.net. Um eu consegui, mas outro não. E era justamente o blog do Gato, e sem o Gato na lista é melhor nem ter lista. Aí fiz uma, apaguei, refiz, apaguei. Lembrei, então, que realmente tenho coisas a fazer. Por isso que a lista dos corazónzitos está diferente das outras. Adicionei os blogs de estilo e maquiagem que leio - porque divulgar o glamour é tarefa de todos. E incluí uma lista de blogs de comidinhas e restaurantes - porque eu tenho alma de gordinha.

Agora vou ali, priorizar umas tarefas.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ousadjinho

Dia 12 de junho recebi um SMS de um ex-aluno dizendo:

"Feliz dia dos namorados! Depois a gente comemora, hehe, beijos"

Na hora pensei: ou a pessoa confundiu Namorados com Valentine's ou mandou para a pessoa errada. Como eu sou fofa (cof), respondi tentando abrir os olhos da criatura para o erro:

"Fulano? Acho que você mandou mensagem para a Camila errada! Beijo"

Eis que, horas depois, recebo a seguinte resposta:

"Se eu disser que é a Camila certa isso interfere em seus planos para o fim-de-semana?"

JEMT. OZADO, né?!

Fiquei bem passada. Porque eu tinha colocado em minha cabeça que ele era gay. Porque ele reparava em TANTOS DETALHES em mim que não era possível que a pessoa fosse hetero. Ele sabia que minha cor favorita é verde só de reparar nas minhas roupas. Ok, nem é tão difícil assim assumir isso uma vez que eu uso muitas roupas verdes. No entanto, ele percebeu que minhas outras duas cores favoritas são vermelho e branco. Quem sabe disso? Eu, né. Ninguém precisa dessa informação. Mas ele sabia. Ele também reparava se eu estava cansada pelo jeito que eu falava "oi" pra ele. E se eu estava triste porque meus olhos brilhavam menos (sério). E reparava no meu perfume. A pessoa sabia quando eu mudava de perfume. E adorava quando eu usava meu scarpin roxo. Ou o vermelho. Eram tantas as coisas em que ele reparava E comentava que eu pensava: "ou ele me quer ou ele é gay". Mas como eu não queria que ele me quisesse e ele nunca foi, digamos, mais ostensivo nos elogios, eu realmente achei que ele fosse gay.

Não é.

E o fato d'eu não querer que ele me queira não interferiu em nada, obviamente. O fato d'eu tratá-lo como um "buddy" também não interferiu em nada, obviamente. E eu não quero nada com ele, obviamente. E não vou explicar aqui meus motivos, obviamente.

O fato é que eu achei ele um cara de atitude e o respeito demais por isso. Acho muito digno a pessoa arriscar assim, sem medo e sem ser blasé, sendo macho o suficiente pra dizer "não foi engano, é isso mesmo que você entendeu". O mundo precisa de mais homens com esse tipo de atitude.

Eu também acho que os homens abaixo dos 25 vão dominar o mundo, mas isso fica prum próximo post.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Do the math, man

Outro dia, naquelas TVs de elevador, apareceu o anúncio de uma super master blaster palestra para Coxinhas dada por Matthew E. May. O feito de Matthew: ele implementou a incrível marca de 1.000.000 de idéias em um ano. Não, não, você não viu errado: um MILHÃO em UM ano.

UM MILHÃO EM UM FUCKING ANO!

Fiquei dias pensando nisso, sabem. Nisso de um milhão/ano. Pensava nisso, pensava em arrumar um roommate (alguém conhece alguém?), pensava que preciso começar a usar cremes anti-rugas e pensava também no Matt Damon. Mas aí o um milhão/ano voltava a me atormentar. Porque, garele, é MUITA idéia. O cara é uma usina de idéias. Ele deve ser MUITO CHATO porque deve falar de idéias o tempo todo. Deve usar uma placa na testa escrito "silence, I'm having ideas". Aí resolvi fazer o cálculo.

1.000.000 divididos 365 dias do ano = 2739,726 POR DIA

2739,726 divididos pelas 24 horas do dia = 114,1553 POR HORA

É muita idéia, pessoal. Comecei a pensar em todos os Coxinhas se inscrevendo pra essa palestra animadíssimos pensando que também poderiam implantar um milhão de idéias no sentido literal. E nessa palestra todos falariam coxinhês: motivação, proatividade, SCHEDULAR, quem mexeu no meu queijo, tenho hábitos eficazes, etc.

Fiquei tão intrigada que joguei no Google. Google nunca falha. E, bem, o Tio do Milhão de Idéias é estrategista e o que ele faz é: ele estimula (ui) as pessoas da empresa onde ele presta serviço a terem idéias e serem criativas.

Meu parecer sobre isso? Meu cu de azul com glitter. Pessoas que precisam de alguém que lhes diga que Ó MEU DEUS NO CÉU, você PODE pensar e ter idéias e ser criativo só podem ter sido criadas com arreios de cavalo na cabeça.

Eu não sei mais onde o mundo vai parar. Porque outro dia eu vi a capa de uma revista que mostrava um jovem rapazote saudável de 24 anos que guarda 400 reais na poupança todo mês. Muito bem, Flipper! E pra quê ele guarda? Prum carro? Uma viagem? Uma casa?

NÃO! A peçoa guarda 400 teresas na poupança por mês para, quando tiver 65 anos e se aposentar, ter seu primeiro milhão! Meus sais! Qual é a graça de ter um milhão aos 65 FUCKING anos de idade? Pra deixar de herança e a família se escangalhar pra ver quem fica com um quinhão?

Eu não tenho 400 reais sobrando todo mês. Mas quem quiser me doar, tamos aí. Porque com toda a certeza eu faria muito melhor uso dessa grana bem antes dos 65 anos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Meus achismos

Eu achei que fosse entrar em depressão. Achei que chorar todo dia fosse virar hábito. Achei que fosse precisar de muitos remédios pra me sentir melhor. Achei que fosse largar minhas aulas. Achei que dar aulas não era o que eu gostava de fazer da vida. Achei que nunca mais fosse realizar algo. Achei que fosse morrer frustrada. Achei que nunca fosse conseguir sentir outra coisa que não raiva, revolta, desgosto. Achei que eu fosse demorar meses e meses pra conseguir ver graça nas coisas, e mais outros meses pra ver graça em alguém. Alguém do sexo masculino, então, tipos nunca mais. Achei que fosse começar a beber até cair, depois achei que nunca mais fosse beber, achei que a genética fosse dizer amém a tudo e aí eu seria muito infeliz.

No entanto, nunca achei que estivesse sozinha de verdade.

Se hoje eu consigo falar sobre esses achismos todos usando o pretérito perfeito, grande parte disso eu devo aos amigos que ficaram ao meu lado incansavelmente me ouvindo chorar, me ouvindo dizer que eu queria que o mundo interio explodisse e me trazendo pra Terra quando eu estava em surto. Surtos de "vou largar tudo", surtos de "vou trabalhar 24 horas por dia pra nunca mais ter que ir pra casa" e surtos de "eu fui muito injustiçada".

Eu ainda acho que fui injustiçada. Ainda acho que fui a maior vítima de um enrosco de gente que se achava livre e que no fundo só conseguiu ser infeliz. Eu sou fruto desse enrosco todo e ninguém pode me culpar por ter tido, nos últimos dois meses, a maior crise de identidade possível. Uma crise sem precedentes.

E aí repito aqui: mesmo louca da periquita, com todos os motivos do mundo pra me sentir a pior das criaturas, pra chorar alto em casa todas as tardes falando no MSN, pra achar que tudo estava sem saída, eu nunca estive sozinha. Tinha sempre algum amigo pra me fazer rir, pra me acalmar, pra dizer que estava comigo, pra me chamar pra beber, comprar sofá, dançar, almoçar.

Eu não tenho como agradecer aos meus amigos. Só sei que a frase daquela música dos Beatles é a coisa mais verdadeira atualmente pra mim:

I get by with a little help from my friends.

Obrigada! ;-)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Escola alternativa o caralho, eu quero é chamar professora de tia!

Falando sobre traumas infanto-alimentícios, é tudo culpa da escola alternativa em que estudei. Minha mãe achava bonito ser hippie e salvar a natureza, aí foi trabalhar nessa escola e eu tinha bolsa. Encravada no meio do mato no km 23 da Raposo Tavares, ir para lá era uma viagem diária. Eu estudava em período integral, ainda que estudar não seja um verbo apropriado porque eu "estudei" lá dos 2 aos 6 anos. Mas as lembranças são vívidas, amiguinhos. Vívidas e algumas delas um tanto quanto traumáticas. Pensem que nessa escola havia barrancos e muito mato. As salas de aula, chamadas de abrigos (olha que coisa mais MST!), eram construções de tijolos aparentes que, no inverno, congelavam professoras e aluninhos. Todo semestre era definido um tema de estudo e toda a escola girava em torno disso. Isso é interessante, de verdade. Não é interessante quando a coisa é levada às últimas conseqüências e você se vê obrigada a participar de uma simulação de ritual de algum povo pré-colombiano - acho que eram os maias, rolava uma fixação com os maias.

Também rolava toda uma fixação com índios brasileiros. Tanta fixação que uma época a escola recebeu a visita de uns 3 de uma tribo que não me lembro qual era. Muito legal, eu sei. Mas a gente tinha que aprender palavras em tupi e cantar músicas indígenas em dialetos que não servem pra nada! Na época do estudo sobre os escravos, então, que tortura. Era um tal de ixê babá obá iemanjá odoiá que nenhuma criança de 5 anos consegue entender, que adolescentes acham a maior besteira, e dá-lhe os professores naquele empenho de levar aquilo tudo a sério e dá-lhe os alunos com aquela cara de "q" em cada apresentação, em cada reunião, em cada "hora do canto" (sim, todo dia de manhã a gente tinha que cantar), em cada "ritual". Tinha gente que levava aquilo a sério e pra mim, pequena infante, tudo era divertido. Mas acho que ali era meio depósito de crianças problemáticas. Tinha uns DEMONHOS lá que nunca vi igual. Mas tudo bem porque no final eu podia brincar e correr feliz pelo terreno enorme da escola.

Só que nem tudo eram simulações pobres de "Noviça Rebelde" pelos prados a cantar. Tinha a época de provas. Por algum motivo que provavelmente eu acharia, hoje em dia, ridículo, a época de provas tinha um nome. Indígena, claro. Tchucara. Que significa tempo de provação. Mentira, eu criei esse significado agora, não sei que caralhos "tchucara" significa. Só sei que eu entendia "Tio Cara" e ficava pensando quando é que o Tio Cara ia chegar. Nunca chegava, aquele Cara... Mas nessa época a gente tinha que se concentrar muito e tinha que fazer um monte de relaxamentos. EU ODEIO RELAXAMENTOS ATÉ HOJE, ok?! Porque ficava lá a professora, que hoje em dia é minha tia mas na época era só a professora brava, falando pra gente respirar e pensar no sei lá que porra, e fechar os olhos. Eu tinha cinco anos! Eu queria brincar! Resultado disso: não me falem que preciso fazer yoga ou meditar que me dá siricoticos. Já tentei e sempre fico com vontade de rir. Igual ao que acontecia quando eu era criança, mas aí minha professora me fazia levantar e dizer em voz alta por que eu estava rindo. Mas eu nunca tinha motivo. Ia dizer o quê? "Acho isso tudo ridículo"?

Mas o que me moveu a escrever esse triste relato foram os traumas alimentícios. Até hoje não como pão com maionese nem banana nanica. E odeio arroz integral. Odeio. Quero que os macrobióticos todos se explodam com essa de que arroz integral purifica. Essa escola seguia alguns preceitos macrobióticos ou naturebas, não sei. E dá-lhe arroz integral na criançada. Dá-lhe comida ruim mal feita. Nem a macarronada - cujo molho era feito à base de suco de melancia - fazia a alegria da petizada. Ficávamos MUITO alegres quando nos serviam macarrão com ovo, porque ao menos tinha gosto de ovo mesmo. E os lanchinhos da tarde? Cortavam as bananas ao meio lá pelas 11 da manhã - pra servirem-nos às 3 da tarde. Nham! E o pão com maionese, preparado às 10 da manhã pra ser servido 5 horas depois? A maionese tinha um leve sabor amanteigado, já estava bem amarelinha e derretida, nossa, que prazer. Tudo isso porque queriam crianças saudáveis. Lindo, isso é essencial. Mas custava não cozinhar coisas que parecem lavagem e cheiram a lavagem?

Das lembranças que eu trago na vida essa escola não é a saudade que eu gosto de ter. Ainda mais depois que voltei a estudar lá aos 13 anos e meus únicos amigos da classe eram o autista e a gordinha nerd. Mas essa parte fica pra outro dia que de mazelas alheias a vida de vocês também está cheia, não é mesmo?

Arroz e feijão. Vagem e cenoura, não.

Na minha cabeça foi sempre assim: o arroz que vai com o feijão tem que ser branco. Nada de arroz à grega, com batatas, com pimentão, com banana. Se é pra comer o arroz com feijão nosso de cada dia, que o arroz seja branco. Risoto é risoto, arroz à grega é arroz à grega, arroz com feijão é arroz com feijão. Não é difícil de entender. Mas pra minha mãe, risoto é uma viração feita com um monte de ingredientes e não leva arroz arbóreo. Arroz à grega é feito com (eca - trauma de infância) arroz integral e arroz com feijão leva vagem e cenoura. Eu digo que essas misturas não combinam. É igual a, num mesmo prato, misturar alface, tomate, macarrão, arroz e feijão numa massa corrida que me embrulha o estômago - não combina.

Mas eu abro as panelas e o que acho? Arroz com cenoura e vagem. E na outra, feijão.

Ela nunca aprende...