domingo, 20 de dezembro de 2009

Um dia produtivo e alérgico

Ontem eu arrumei todas as minhas gavetas, armário e estantes. Foi uma revolução. Tirei tudo de dentro, passei pano, lustra-móveis, organizei, tirei velharias. Estou alguns quilos mais leve em meu coração (no corpo não, ontem descobri que usar tomara-que-caia tá beirando o ridículo, mas não falarei disso agora). Mas, essa leveza veio junto com a maior crise alérgica da história da minha vida com rinite. Quando decidi que ia comprar remédio, a crise deu uma amainada. E aí fui pra cozinha fazer mais de um quilo de biscoitos natalinos. É assim, você não tem dinheiro, então presenteia com comidinhas. Pra falar a verdade, eu acho que presentear com comidinhas é uma delicadeza muito grande e eu acho o máximo tanto cozinhar pra presentear quanto receber presentinhos comestíveis. Minha alma de gorda é muito, muito gorda mesmo. Mas pensem: você ganha algo que sabe que a pessoa teve trabalho em preparar, fez pensando em você, comprou ingredientes pensando em você... Ah, vá. É muito legal e muito gentil. E gentileza, hoje em dia, é coisa rara.


Esses são os biscoitinhos. O flash estourou em cima, mas eram 3 da manhã e eu estava há 4 horas ininterruptas numa sequencia sem fim: abre massa - molda biscoitos - coloca na forma - polvilha canela e açúcar cristal - coloca no forno - tira do forno - abre massa - molda biscoitos - ad eternum. Não tem como exigir foto boa. Eu estava tão cansada que meu nível de loucura estava no ponto de fazer biscoitos achando que Víctor e Leo têm músicas legais. Eu quase cantei "Fada" junto com eles enquanto eles se apresentavam no Altas Horas. Não cantei, mesmo porque não sei a letra direito. Mas era esse meu nível de loucura: estava achando tudo divertido. Quando meu irmão chegou em casa, às 3 da manhã, junto com um amigo, eu neeeem liguei que minha vestimenta fosse essa:


MUITO garbo e elegância.

Aí eles chegaram, eu já estava na última fornada, conversamos um pouco e eles, gentilmente, foram ao Mc Donald's aqui pertinho me comprar um lanche. Porque eu estava há horas só cozinhando e sem comer nada salgado. Terminado todo o trabalho do dia todo, fui deitar crente que ia dormir com os anjos, já que estava exaurida depois de horas de arrumação e horas na cozinha.

Mas aí... Eis que o monstro da rinite voltou, com força total. Comecei a espirrar loucamente, a tossir loucamente, meus ouvidos começaram a doer e eu achei que fosse o meu fim. Eu espirrei até quase 6 da manhã. Meu irmão não estava mais em casa pra ir comprar remédio, eu não tinha condição de sair e minha mãe, se não tinha acordado até ali com a sinfonia de atchins, não acordaria tão cedo. E foi assim que eu consegui dormir perto do nascer do Sol e hoje estou tão acabada que nem consegui sair da cama ainda. Levantei só pra almoçar.

Eu deveria ter ido ao cinema e deveria visitar dois tios meus pra levar os biscoitinhos. Mas estou sem forças. Disso, tira-se a bela lição: NUNCA arrume armários e tire pó sem ter um bom anti-alérgico em mãos. Aprendam, amiguinhos.

Pelo menos estou com tudo organizado e os biscoitos ficaram bem gostosos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Pílulas de acidez

- Uma coisa que eu não entendo é por que raios as revistas insistem em chamar a Paola de Orleans e Bragança de PRINCESA. O Brasil agora é monarquia novamente, é? Sem contar que a mina é feia. Pelamor, né, Brasew.

- "gostinho de quero mais" está no meu "top 10 expressões imbecis". Juntamente com "ninguém merece", "tudo de bom" e a variante máxima da imbecilidade "tudo de bom ponto com ponto br". Tem uma menina da dança que está há mais de um mês com a frase "Floripa deixou gostinho de quero mais" no msn. Aposto que se eu fizesse uma gincana "Faça uma frase com o máximo de expressões idiotas", essa menina conseguiria o prêmio máximo. Certamente ela falaria "Floripa deixou gostinho de quero mais porque foi TUDO DE BOM. Conheci um cara que é tudo de bom ponto com e AREBABA! Foi demaaaais! Ruim foi voltar, né? Ninguém merece!".

- Aliás, sabe aquela esquete do Didi Mocó em que ele se veste de Maria Bethânia e canta "Teresinha", do Chico? Essa aqui ó. Essa menina que acha Floripa tudo de bom é A CARA do Didi vestido de Bethânia. E não é sacanagem minha, parece mesmo. Já falei sobre isso com meus chegados da dança, mostrei-a pro meu namorado, todos concordam comigo. É parecidíssima.

- A melhor parte dessa esquete é a parte em que o Didi entra sorrateiro no coração. Eu gargalho toda vez que assisto.

- Ah, você achou que sou maldosa por falar que a menina parece o Didi? Se eu tivesse dito que ela parece com alguém mais esteticamente aceitável você não teria achado maldade, né? É foda. A feiúra está no mundo, tanto quanto a beleza. Até mais, eu diria. O que eu posso fazer se a moça parece mesmo com o Didi? Vou dizer que ela parece a Gisele Bündchen? Já me disseram que sou parecida com a Carla Marins e eu acho a Carla Marins feinha. E aí, bato na pessoa?

- O MUNDO ESTÁ FICANDO POLITICAMENTE CORRETO DEMAIS E CHATO DEMAIS.

- Li hoje o seguinte: "O sentido da vida? Ladeira abaixo". Achei perfeito. Outra frase, da mesma pessoa: "Não é que eu seja mal-humorado. O mundo é que é bem-humorado demais". Bingo.

- Estava conversando com uma amiga sobre estudos e disse que, por mais que eu MORRA de vontade de voltar a estudar, só de pensar no tanto de gente burra com quem terei que conviver, já sinto preguiça. Porque às vezes eu sinto que a cada dia as pessoas emburrecem mais. Devem se reproduzir assexuadamente. Minha amiga acha que eles são Gremlins. Faz todo o sentido.

- Aí eu estava no ônibus, com minha cara ônibus (aka cara de poucos amigos), carregando o material de aula. Um dos livros que uso se chama "Cutting edge". Um maluco começa a puxar papo com minha pessoa. O maluco fala ALTO, então todos começam a olhar para nós. Prazer inenarrável. Aí ele pergunta "ô, você sabe o que quer dizer edge?". Eu podia ter dito que não e a conversa acabaria ali. Mas eu sou professora, né. Professores não sabem ficar calados quando alguém pergunta significado de palavras ou quando alguém começa a falar tudo errado. Dá vontade de explicar, dá vontade de corrigir, é automático. Aí eu respondi: "Sei sim. Quer dizer beirada, aresta...". Ia continuar falando os sinônimos quando ele me interrompeu: "AH. Aresta tipo ABISMO, né?". E a minha cara de "jesusmetiradaqui"? Pacientemente, respondi: "Não, não... Aresta é uma coisa, abismo é outra. Aresta é o mesmo que canto. Olha aqui no livro, esse livro tem arestas". Aí ele começou a me contar que um carro da Ford se chama Edge e queria saber o motivo. Obviamente que eu não sei. Meu interesse em carros é o mesmo que meu interesse por futebol: nulo. Aí de repente o maluco desceu do ônibus, me agradecendo pela explicação. Essa é a minha vida, pessoal. Essa é a minha vida.

- PELO MENOS ele não fez como muitas pessoas, que, ao saberem que sou professora, começam a falar sobre os cursos que fizeram e INVARIAVELMENTE falam "ah, mas eu nunca entendi aquela coisa de have ou has com verbo". Vulgo "present perfect". Minha resposta default: "ah, mas é difícil mesmo". Porque TÁ BOM que eu vou dar aula de present perfect de graça em meu momento de lazer. TÁ BOM.

- E tem também as pessoas que, ao saberem que sou professora, automaticamente começam a falar comigo em Inglês. Um Inglês geralmente cheio de erros. CHEIO. E o comichão que me dá de começar a corrigir? Eu geralmente encerro a conversa porque SEI que, com mais 5 palavras, vou começar a dar aula e corrigir pronúncia. Uma vez nerd, sempre nerd.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Exausta

Eu estou tão, mas tão cansada de determinadas coisas. Eu quero TANTO, mas TANTO que essa história acabe logo, se resolva logo. Porque eu não aguento mais.

E ficadica pros amiguinhos que estão pensando em ter filhos. Pensem que absolutamente tudo o que vocês fizerem vai interferir na vida de seus filhos. Pensem que QUALQUER escolha que vocês façam vai se refletir na vida deles. Pensem nisso. Pensem que vocês têm escolhas mas, dependendo delas, vocês podem deixar seus filhos sem escolhas. E, acima de tudo: tentem enxergar e entender o lado de seus filhos. Sempre. Pode parecer que você enxerga, mas não enxerga. Então, amiguinhos, pensem bastante antes de ter filhos porque é coisa séria e, depois você pode nem ter dinheiro pra pagar a terapia deles.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Dia 11 é a minha apresentação de dança - samba rock e gafieira com uma música do Seu Jorge que só não é mais chata porque ela já é chata o suficiente (coloquei links pros estilos de dança como exemplos. O talento dos bailarinos nos vídeos não corresponde ao talento dançarino dessa que vos escreve, embora eu dê meus pulinhos). Minha animação pra apresentação desse ano está apenas num nível médio. No ano passado, dançar no palco e o show da Madonna foram meus grandes momentos de liberdade e "desencapetamento" num ano que foi muito, muito difícil. Esse ano minha vida deu aquela rodada pra cair no "absofuckingly unexpected" agora em novembro. Ainda estou em processo de acertar minha cabeça e meus pensamentos, ou seja, não estou nada focada em dançar. Mas sei que, no dia, estarei ansiosíssima e, depois de dançar, estarei exultante (no ano passado eu só faltava babar ao ver os vídeos da apresentação. Fiquei sorrindo de auto-orgulho uns 3 dias. Boba, boba, eu sei). A roupa desse ano não é um omeletão, é um macacão verde meio larguinho. E esse ano caí na turma mais avançadjinha, então não rolaram micos alheios nem quedas e nem situações vexaminosas nos ensaios, como no ano passado. Uma pena, no ano passado eu ri mais. Esse ano, eu e meu par e mais 4 duplas terão que fazer uns passos mais complicados em determinado momento e, sendo sincera, o mico desse ano foi meu e desse pessoal. E, mantendo a sinceridade e elevando-a ao nível "too much", ainda não estou segura e acho que vou tropeçar no meu próprio pé.

Esse será meu último semestre nessa escola de dança e essa será minha última apresentação. Vou parar de fazer aulas, por um tempo. Acho que a escola onde faço o curso já deu o que tinha que dar e preciso de novos ares. Vou esperar pra poder fazer um curso com meu namorado, porque uma das coisas que mais quero é poder sair pra dançar com ele. Fomos a um samba no Rio outro dia e eu fiquei me coçando pra arriscar uns passos de gafieira, mas ele, por enquanto, só sabe dois passinhos. Quem sabe até o final do ano que vem não estamos, os dois, dançarinos?

É engraçado como é verdade que as coisas, geralmente, acontecem no tempo certo. Ainda que o universo como um todo seja apenas um caos regido pela aleatoriedade, há algumas coisas na vida que comprovam que a aleatoriedade nem sempre nos comanda. Há um ano e pouco havia a ameaça d'eu ter que parar a dança porque não teria dinheiro para continuar. Quase perdi a época de matrícula, mas tudo deu certo e eu continuei. Parar, naquela época, era inimaginável. Meu coração apertava. Eu pensava nas pessoas e no tanto que as aulas me faziam bem, no quanto tinham me ajudado a não ficar louca e sofria pensando que sem aquilo seria difícil continuar a viver numa boa. E eu estava certa. Se eu tivesse parado, naquela época, teria dado uma leve surtada (outra, de muitas) porque a dança me segurava. Hoje em dia minha vida mudou muito. Eu não quero comprometer 6 meses de minha vida pagando algo sabendo que não vou conseguir ir a todas as aulas. Vou procurar alguma dança individual (jazz, quem sabe), com aulas durante o dia, mais em conta, enfim. Parar de dançar eu não pararei.

Com a dança de salão eu vi que a grande paixão da minha vida é mesmo dançar. Eu sou feliz quando danço forró, gafieira, salsa ou samba rock. Feliz mesmo. Eu esqueço de tudo, me concentro nos passos, fico com vontade de não parar mais. Quando eu danço livremente, numa pegada mais "buatchy", também sou muito feliz e também tenho vontade de continuar até os pés não aguentarem mais. Fico feliz que a dança de salão tenha me mostrado que dançar é a minha praia. Ter um hobby é muuuuuito importante pruma mente saudável. Sério, pessoal. Procurem um hobby porque viver em São Paulo sem ter uma paixão é osso. A dança me trouxe uma convivência com pessoas muito diferentes das que eu estava acostumada e isso me fez um bem indescritível. É bom deixar preconceitos de lado. É bom expandir os horizontes e ver que o mundo tem muita gente legal, embora meu coração preto e peludo geralmente me diga que é o contrário. É bom ser uma pessoa que convive com todo o tipo de gente e que vai do forró ao róquenrrol na Augusta num piscar de olhos e super numa boa. Eu tenho orgulho de ter deixado muitas das minhas frescuras de lado. Fiz duas amizades que vou levar pra vida toda. Conheci pessoas que, pieguice permitida, moram no meu coração, mesmo que percamos contato.

E é por isso que as coisas acontecem no tempo certo. Saio de lá com aquela sensação de "já deu o que tinha que dar", mas esse "já deu" só tem coisas positivas. Quer coisa melhor?

Torçam por mim na sexta. Quero sair de lá sem ser a pessoa que pagou mico na apresentação. Quero continuar com a minha fama de boa dançarina! ;-)




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Todas as estações do ano, todos os humores do mundo. Toda a ansiedade do universo, toda uma vida a resolver. Toda a espera de 30 anos, toda a urgência de acertar meu trabalho. Toda a incerteza do desconhecido, todas as dúvidas que a revelação de um segredo traz.

Não tem sido fácil.

Aquela coisa de família

Tem horas em que é difícil ser uma das ovelhas negras da família (a outra é o meu irmão - não me perguntem como o útero de minha mãe produziu duas ovelhas negras, o fato é que eu e meu irmão estamos aí, né. Cada um do seu jeito, polemizando há anos). Às vezes eu sonho com uma reunião familiar em que todos os podres virão à tona e eu poderei dar uma de louca falando "você acha que eu fui ruim????????? Eu sempre protegi a minha mãe e você acha que fui ruim??????? Vou te contar o que é ser ruim!". E aí pronto, SHIT ON THE FAN NERVOSO.

Sério que esse é um dos meus sonhos. Que teria consequências catastróficas, e, portanto, talvez seja melhor que ele permaneça sendo sonho mesmo.

Eu detesto essa postura geral de "nada aconteceu, nada está acontecendo, vamos seguir com nossa vidinha religiosa de ajudar os outros e esquecer quem faz parte da família". Eu NÃO aceito que seja pregado o perdão a torto e a direito, que haja esse discurso de "não devemos julgar", mas que isso seja válido somente para quem é de fora.

Aí as pessoas acham que eu sou boba e não percebo as alfinetadas que me dão quando falam isso ou aquilo. Se tem uma coisa que eu não sou é boba, principalmente no quesito "perceber alfinetadas". Anos de experiência, meu povo. Percebo a menor inflexão de voz. Sei muito bem que "fico TÃO FELIZ que você tenha encontrado um homem tão legal" ou "QUE BOM que ESSE é pra valer" significam muito mais coisas do que simplesmente felicidade por mim. Sei muito bem de tudo.

Mas há salvação. Nem todos os meus tios são problemáticos, nem todas as minhas tias são mesquinhas.

Ufa, desabafei.

domingo, 29 de novembro de 2009

Comer um bang

"Bang" é o novo "bregueti". Ou "breguets". Não sei como se escreve, essa palavra não consta em nossos dicionários, mas certamente consta na memória de muita gente da minha idade que mora ou morou em São Paulo. "Bregueti" é o mesmo que "coisa" e, atualmente, se você é xóvem, além de falar "véi", "brisa", "fiquei brisando" e "suave", você também fala "bang". Fiquei sabendo disso através de meu irmão, um xóvem de 19 anos que, de cada 10 palavras, 4 são "bang", 2 são "véi" e as outras 4 são interjeições e, vez ou outra, algum verbo que faça sentido. Para entender o que meu irmão fala, é essencial saber o que é "bang".

Outro dia ele estava assistindo um video ao vivo de uma menina que falava sem parar, e ele rindo. Perguntei: quem é essa aí?

- Essa é mina do rolê. O bang com ela é nervoso.

Lógico que não entendi.

Eu: - Fale a minha língua, por favor.
Ele: - Ué, ela é a mina que pega os caras foda dos rolês.
Eu: - Ela é popular? É biscate? Que rolês?
Ele: - Mais ou menos. Ela é linda, então o bang é nervoso. E ela pega os caras de banda. Aquelas bandas que você odeia e eu gosto. E os rolês são as festas, as saídas, rolê. Entendeu?

Entendi. Entendi que estou ficando velha. Porque quando você, que já usou algumas gírias "de rua", começa a implicar com as gírias dos xóvens, é porque, definitivamente, a idade bate à sua porta.

E, claro, eu entendi que meu irmão é foda que pega a mina do rolê porque o bang dele é nervoso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sábado e domingo no Rio, mais precisamente em Niterói. Nem o inferno estava tão quente. O destino certo: praia, claro. Eu sou apaixonada por Itacoatiara, uma das praias oceânicas de Niterói. Essa praia é pequena, linda, limpa, tem uma pedra enorme onde você pode subir, caminhar e apreciar o mar. É algo que eu amo fazer, e ali a vista é linda. Tudo seria lindo, não fosse a volta dessa praia para a casa de meu digníssimo namorado. Vamos de ônibus e eles estão sempre cheios. Sábado decidimos pegar o ônibus e ir até o ponto final, na praia de Itaipu, para fugirmos da muvuca da volta da praia às 6 da tarde.

Itacoatiara e Itaipu são próximas, mas o público de ambas são completamente distintos. A primeira é tranquila, não há alto-falantes nem quiosques, é algo mais, er... de raiz. Ainda que a chamem de "praia dos playboys", é o tipo de praia que eu gosto. Pela tranquilidade. Itaipu tem a orla bem maior, acesso mais fácil e é ponto final de algumas linhas de ônibus. Ou seja, é bem popular. BEM popular. Incrivelmente popular. Daquele popular em que o funk está nos alto-falantes, as meninas usam "pílsim" de pingente pendurados nas barriguinhas um tanto quanto proeminentes e as pessoas, no geral, são "loud". LOUD. MUITO LOUD. Eu tenho muita aflição de quem fala gritando, ainda mais dentro do ônibus, que é um ambiente fechado e pequeno. É um tal de "JÉFISSO VEM PRA FRENTE" ou "LUZILENE SENTA AQUI", sendo que Jefferson e Luzilene estão ali, pertinho.

Sábado a experiência que tive voltando de Itacoatiara e passando por Itaipu foi daquelas realmente marcantes. Primeiro que a entrada de Itaipu é um descampado enorme, cheio de ônibus e filas. Filas intermináveis de pessoas pra embarcarem. Nós estávamos já dentro do ônibus, então permanecemos sentados. Quando as primeiras pessoas entraram, correram pros assentos reservados aos idosos e deficientes gritando "EU nÃO VOU LEVANTAR, PODE PEDIR QUEM FOR QUE EU NÃO LEVANTO". Eram duas crianças. Seguidas dos pais, que diziam "É ISSO AÌ, PODE SER VELHO E O QUE FOR, VOCÊS NÃO LEVANTAM". Classe, né. Eu sou contra a reprodução humana nesses casos, mas não adianta. Os sem-educação se reproduzem, muito. E passam a falta de educação de geração pra geração.

O ônibus lotou, muito. Em Niterói, todos os pontos de ônibus têm um fiscal. Ou seja, se o motorista passar pelo ponto direto, sem parar, deve levar a maior carcada. Então todos param, a não ser que Newton se materialize dizendo que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nosso ônibus estava cheio, mas ainda cabiam pessoas penduradas nas janelas, então o motorista parava em todos os pontos. Eu entendo, ele TEM que parar. É a obrigação dele. Mas o populacho não entende. Jamais. E muitas, muitas pessoas no ônibus começaram um coro super animado dizendo que iam comer o cu do cobrador, o cu do motorista, e por aí afora. Niterói também tem muitos morros e muitas curvas, e avenidas estreitas em muitas partes. Se o motorista corre, pode bater - e com certeza vai bater. A direção não pode ser tão selvagem, embora, ao meu ver, ainda o seja. Mas não para a patuléia daquele fatídico ônibus. Porque a turba começou a gritar, além da musiquinha linda sobre o destino anal do motorista, "VAI MOTORISTA FILHO DA P...", "CORRE DESGRAÇADO CORNO, TÁ ACHANDO QUE ISSO È PASSEIO?".

Meu rosto foi se contorcendo de dor, susto, indignação. Fiquei, mesmo, com pena do motorista. Os xingamentos foram constantes, sem propósito algum e muito pesados. E, quando davam uma trégua nos xingamentos, faziam um coro de algum funk proibidão, batendo no teto e nas laterais do veículo. Eu acho que todos têm direito a um transporte coletivo decente e eu SEI que em Niterói, no Rio ou aqui em São Paulo, isso está longe de acontecer. Mas NADA, absolutamente NADA justifica essa falta de educação. Pode vir pra cima de mim com discurso de que "eles não tiveram exemplo" ou "eles não tiveram educação", eu mando à merda. Sério. Eu nunca tive carro, eu sempre peguei ônibus e eu SEI o que é a realidade do transporte coletivo, não só aqui. E eu SEI o quanto as pessoas estão cada vez mais mal-educadas e sem noção.

É por isso que eu detesto multidões e aglomerações de ceresumanos. Porque o aglomerado de ceresumanos não é um monte de indivíduos juntos, dividindo espaço. É, na verdade, um organismo só. E um organismo que se acha corajoso. E faz merdas, como xingar motoristas que só estão trabalhando, como ensinar aos filhos que não se deve ceder o lugar a quem o banco é de direito, como xingar uma menina na faculdade de "puta" porque ela foi à aula usando um vestido curto. A multidão tem sempre uma força única e coesa, e nunca para o bem. Toda vez que eu vejo uma multidão se manifestar, é para agredir, xingar, impor suas merdas de músicas ruins aos ouvidos de quem está quieto.

Falta de oportunidades na vida nunca serão justificativa pra falta de educação. E e eu acho que o que mais falta nesse mundo, que está completamente virado do avesso, é educação. Basta raciocinar um pouco além. Basta observar mais. E você, mesmo que tenha nascido no meio de uma favela lá longe, saberá que xingar, gritar, barbarizar, nada disso te levará a nada. Só vai piorar o mundo que já não anda muito bem. Mas as pessoas sempre preferem o caminho torto. E assim, seguimos. Com idosos e grávidas sendo desrespeitados, com gente gritando em lugares públicos, com alunas sendo expulsas da universidade por "indecoro".

Que me desculpem os entusiastas, mas o povo brasileiro, na maioria, é bem pau no cu. E só.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tem um episódio de "Friends" em que o Chandler e a Monica tentam descobrir quem é o pai biológico do bebê que eles vão adotar. A mãe biológica deles conta duas histórias, de dois homens completamente diferentes. Um deles é o capitão do time de futebol, sonho das meninas, muito bonito. O outro está na cadeia. Acusado de matar o pai com uma pá. Chandler e Monica passam a noite acordados, preocupados com a possibilidade do pai do bebê ser o assassino da pá. Aí a Monica fala que talvez não seja, talvez seja o jogador de futebol. E o Chandler responde:

- Honey, that's US. OF COURSE it's the shovel killer.

Isso resume minha vida. Eu sempre achei que fosse o "shovel killer". Afinal, sou eu. Alguém cuja história de vida daria, sim, um roteiro de filme do Almodóvar. E nem é exagero nem pretensão, é fato. Pode perguntar pra qualquer amigo meu.

Hoje eu tirei da gaveta uma história que estava guardada e que eu pretendia deixar lá para sempre. Mas, às vezes, não é o "shovel killer". Às vezes pode ser o atleta. Só é preciso coragem para ir atrás dos fatos. Os fatos vieram até mim, e agora eu só preciso encará-los, até o fim. Mesmo que doa. Mesmo que o "shovel killer" permaneça e eu tenha que guardá-lo novamente naquela gaveta. Mas não custa tentar.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Trilha sonora do dia

Em "Três vezes amor" (a comédia romântica mais perfeita e fofa do mundo), Will Hayes começa dizendo que gosta de achar a trilha sonora perfeita para o dia. Música sempre ajuda. No tsunami que foi minha vida no ano passado, por exemplo, eu passei meses e meses sem ouvir nenhuma música triste. Nenhuma. Eu fugia de músicas melancólicas como o Cascão foge de água, como o Diabo foge da cruz, e assim por diante. Eu peguei pesadíssimo no universo pop e ouvia muitas músicas da Madonna, Britney Spears, Beyoncé e Justin Timberlake. Por meses, aliás, eu SÓ ouvia músicas deles. São animadas, me faziam sentir vontade de dançar e funcionavam quase como uma droga. Fosse eu só um pouquinho mais fraca, eu provavelmente teria me tornado uma usuária constante de maconha, mas como eu sou careta com algumas coisas, era a música pop que me fazia viajar para longe do inferno que eu vivia.

2009 chegou e tudo mudou. E aí minha trilha sonora pessoal pôde se abrir novamente, a todos os tipos de música. Não só mais pop no meu Ipod, embora muitos megabytes sejam dedicados aos "queridos" que me ajudaram a não enlouquecer (Madge, Brit, B. e Justinlicious, love you all). E agora eu poderia procurar a trilha sonora dos meus dias. Mas que música tornaria meus dias melhores? Não estou passando por nem um vinte avos de todo o drama do passado, mas parece que eu ainda me apego somente a músicas que possam me animar e me fazer pensar em dançar. E por que isso? Porque, a verdade, é que a minha cabeça está cheia, cheia de pontos de interrogação. Sabem quando você trabalha, trabalha e não chega a lugar nenhum? Mas você não vai mudar de profissão, porque você ama o que faz. Só que você, no meio de sua crise de identidade dos quase 31 anos, está cansada de pensar nos pontos positivos do que você faz simplesmente porque você tem que trabalhar MUITO, mas MUITO MESMO pra ter retorno. E esse retorno não tem incluído estudos. Eu sou nerd, eu amo estudar, eu amo uma sala de aula. Mas cadê? E esse retorno não te permitiu ir visitar os amigos que você ama e moram longe, lá na Dinamarca. E esse retorno ainda não te permitiu viajar pra Inglaterra. Nem pra França. Os dois países que você mais sonha na vida em conhecer. Sabem? Quando você faz, faz e parece que tudo acaba indo pro banco, ou pro cartão de crédito, ou pros restaurantes, já que você precisa se alimentar durante a semana e coisa e tal? Então.

Estou cansada. Fisicamente. Emocionalmente. Cansada de fazer e fazer e esperar que algo aconteça, mas nada muito concreto acontecer. E aí tudo me deixa triste. O fato de nunca ter ido a Glastonbury procurar por Avalon (desculpem, é um amor antigo esse que tenho pelo Rei Arthur e um sonho antigo procurar por Avalon, ainda que não faça sentido algum para vocês) me fez chorar ontem. Olha que ridículo. Pra quê sofrer por isso? Acho que só porque já estou chateada com tanta coisa séria que eu precisava de algo ridículo. Pra distrair. Comecei a tomar vitaminas pra ver se melhoro, mas estou a um passo de tomar Maracugina ou coisa que o valha. E, claro, tudo acaba virando cansaço físico. Em alguns dias como ontem eu tenho vontade de sair correndo e nunca mais voltar. Em alguns momentos São Paulo é a cidade mais opressora do mundo. Com esse trânsito interminável, esses dias cinza, com pessoas muito sem-educação que ouvem a porra da música do celular alta dentro da droga do ônibus. Que sempre demora. E, aliás, o sistema de transporte daqui é uma merda. A cereja do bolo realmente são as pessoas com SUAS trilhas sonoras pessoais querendo torná-las públicas. E eu odeio isso. Eu posso estar sem trilha sonora, mas não quero a dos outros.

Aí hoje eu deixei o iTunes no random e acabei ouvindo uma música que não ouvia desde 2006. Não sei por quê essa música sempre me tocou de alguma maneira. E eu ouvia-a repetidamente em 2006, na época em que fui ao show deles. E acho ue achei a minha trilha sonora pra esses dias cinzas e confusos. De crise de identidade aos quase 31 anos. E acho que essa música me faz pensar por causa dessa parte, em especial:

"Another day, another night, another year
Another smile, another lie, another tear
This better not be all I got
I never thought I'd end up here

Friday night I'll raise my glass and say
"Tomorrow things will change! I can't afford to wait."
But by Monday morning my alarm clock knows
How this story goes and the ending's the same as the start"

Será que a vida é mesmo somente essa sucessão de dúvidas, crises e trilhas sonoras que acompanhem tudo isso?

domingo, 4 de outubro de 2009

Quando a luz dos olhos meus...

E cá estou eu, quase curada. Já vejo o branco do meu olho direito, o olho esquerdo está desinchado e bem menos vermelho. Meu limite é que eu volte a trabalhar terça-feira - amanhã ainda não será possível. Se eu tiver que ficar mais alguns dias em casa, certeza que vou sair correndo pela rua, pelada, gritando que Jesus voltou. Não vi meu namorado, não tenho contato com pessoas além de minha mãe e meu irmão (que está tendo crise de rebeldia adolescente sem ser mais adolescente), não posso ler por muito tempo e só vejo meus seriados à noite, porque de dia a claridade cansa os olhos. A vida essa semana foi SUPER FUN, people. E, além de tudo, perdi minha aula de dança. E perderei amanhã. Mas nada disso importa porque estou melhorando de verdade. Minha visão fica meio turva às vezes, mas isso é normal, faz parte do processo de cura.

E foi assim que eu fiquei na semana passada:


Piscadela sensuélen e involuntária, ainda com o olho direito saudável


Sloth chocolaaaaaate

Ficarei uns dois meses só de óculos, sem poder usar lentes, mas tá tudo beleza. Será difícil em dias de sol forte porque não conseguirei usar óculos escuros E normais ao mesmo tempo e muito provavelmente não poderei ir à praia nesse meio tempo, mas tá tuuudo beleza. Só quero minha vida normal e sem tempo pra nada de volta!


(Dica úteis: Se algum dia você pegar conjuntivite viral, é essencial lavar as mãos com muita, muita frequencia; fazer compressas geladas várias vezes ao dia e trocar a fronha do seu travesseiro diariamente. Toalha, idem. Seu olho poderá inchar muito e não há muito o que fazer, pois o tratamento é pra aliviar os sintomas, não para combater a doença. O vírus precisa completar o ciclo, não tem jeito)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Glee



É minha nova paixão no quesito "séries". Vejam o vídeo que vocês entenderão.

http://www.youtube.com/watch?v=8fnQZD57eGY&feature=player_embedded

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sloth vibes

Ainda não me decidi se pareço o Sloth ou o Quasímodo. Provavelmente uma mistura dos dois, o que não é nenhum pouco lisonjeiro. Hoje acordei, me olhei no espelho e chorei, de novo. É eu sei, eu tenho 30 anos na fuça, devia ser mais forte, bla bla bla. Mas, vou repetir: Sloth ou Quasímodo. Você também choraria, eu garanto. Chorar dói ainda mais o olho, mas é inevitável, ainda mais quando eu vi que o olho direito, que estava saudável, agora também está infectado. Chorava enquanto falava com meu namorado ao telefone: "Vou ficar cegaaaa, eu tenho medo de ficar cegaaaaa". Aí minha amiga/irmã me ligou e eu dizia, também chorando: "Tenho muito medo de ficar cegaaa, vou ficar cegaaa". É patético, mais patético ainda eu contar isso aqui, mas acho que quando eu estiver saudável novamente vou rir desse post, então vou escrevê-lo mesmo assim. Em nome de minha diversão daqui algum tempo.

Bem, eu não vou ficar cega. Todos já sabiam disso, é claro, mas, vejam bem: quando eu era criança e comecei a apresentar miopia/astigmatismo/etc, uma médica uma vez me disse: "temos que cuidar desses olhos, seria muito triste que olhos tão bonitos perdessem a visão, não é mesmo?". Pronto, estava aí instalada uma de minhas primeiras neuroses: a de que eu ficaria cega. Tem como me culpar? Claro que não, sou inocente, a culpa é toda da médica de minha infância. Pois bem, hoje voltei à oftalmologista, que é uma japonesa brava, a quem chamarei de Dra. Kamikase. Dra. Kamikase ficou alguns segundos me olhando fixamente esperando pela minha risada, que nunca veio, quando eu disse que tinha medo de ficar cega. Acho que ela realmente pensou que era uma brincadeira. Minha mãe, que estava comigo, morreu de vergonha. Agora era só o que me faltava: eu não poder falar pra minha médica meu medo relacionado à especialidade dela. Falo mesmo. Pelo menos ela me acalmou, garantindo que depois da conjuntivite viral podem haver sequelas, mas a cegueira certamente não é uma delas.

UFA.

Nem consigo expressar meu alívio, jemt. Só não abracei a Dra. Kamikase porque, antes, ela resolveu examinar minha pálpebra superior, a MAIS inchada, e virou a bichinha do lado avesso. As lágrimas de dor pulavam dos meus olhos. Saí da médica com minha mãe me amparando, acho que ela pensa que não estou enxerga do nada mesmo, e eu vi que as pessoas na rua passam por mim e ficam me encarando de uma maneira um pouco desagradável.

TÔ FEIA MESMO, VALHEU?

E, depois de saber que provavelmente terei mais UMA SEMANA enfiada dentro de casa e que nem meu namorado eu poderei ver nesse fim-de-semana, eu quero mais é que a Pollyana que eu mencionei no texto de ontem vá pros quintos dos infernos.

Boa noite.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Somatização, talvez seja isso.

Ou talvez seja somente o fato de ter um irmão que estava com conjuntivite até 5 dias atrás. O fato é que eu peguei conjuntivite. Viral. Aquela que não tem os piores sintomas, mas que é a pior em questão de contágio. Sou uma bomba contagiosa, o que significa que essa semana toda estarei em casa. O engraçado é que me dizem que a conjuntivite bacteariana é a pior em questão de dor e incômodo mas a viral já incomoda tanto. Não quero nem pensar como seja a bacteriana. Eu acordo com o olho tão inchado que nem abre. Se abrir, dói. Fechar o olho dói. Abrir o olho dói. Deitar a cabeça também dói. No momento consegui uma trégua da dor e resolvi internetar um pouco. Já fiz tanta compressa com água gelada e pinguei tanto colírio que já estou condicionada. Faz compressa-pinga-cloírio-pega lenço de papel-seca lágrima-joga lenço fora-pega outro-seca mais lágrima. A Kleenex vai lucrar comigo. Ontem depois que soube que essa doencinha pode ter complicações e hoje, depois de me olhar no espelho de manhã, tive a péssima ideia de chorar. Ideia de jerico, como diz minha mãe. Porque aí o olho ruim dói mais e o olho bom fica vermelho e arde, muito. Ou seja, nem chorar minha miséria eu posso. Auto-comiseração, nem a isso tenho direito. Estou mal-humorada porque ficar em casa é a mesma coisa que não ganhar nada, já que sou autônoma. Pra piorar, TPM bombando.

Pollyana já nos ensinou que é importante ver o lado bom das coisas, então hoje fiquei contente porque consegui passar mais de 10 minutos com o olho aberto e estou conseguindo ficar na frente da tela por algum tempo. Hoje de manhã e à tarde isso seria impossível. Comprei meu laptop na hora certa, já que agora pelo menos posso ficar na cama internetando e vendo filmes, isso quando meu olho permite. Outra coisa boa é que aprendi a fazer mousse de chocolate e fica bom mesmo. Leve e aerado. E, claro, outra coisa boa é o meu namorado, que me manda mensagens e grava musiquinhas em minha homenagem, pra me fazer rir. Então viva o olho que agora consegue ficar aberto, viva o laptop, viva a mousse de chocolate e viva meu namorado. Sem ponto de exclamação, porque aí já é exigir demais de mim.

domingo, 13 de setembro de 2009

Legging branca, o pesadelo

Falaram pra mim que a nova namorada/ficante do meu ex rapaz é parecida comigo. Magra, cabelos claros, mesmo estilo. Fiquei particularmente curiosa com relação à essa comparação de estilo e fui ver algumas fotos da moça. E achei-a bonita, sorriso bonito, cabelos bonitos. Pensei "puxa, nem é ruim acharem que somos parecidas". Porque eu já fui comparada a muito cramulhãozinho quando era mais nova, então eu gosto quando os padrões de comparação das pessoas é um pouco mais alto. Meu ego agradece e eu economizo com terapia. Aí eu vi umas fotos em que ela estava usando legging branca com botas pretas. Repito: legging BRANCA com botas pretas. E rodela de blush nas bochechas, não sei se numa tentativa de Sandy ou de festa junina. E aí toda a empatia que havia sentido pela comparação esvaiu-se. Porque falaram que eu e ela temos estilos parecidos. E eu JAMAIS usaria legging branca. Sabe jamais? As in "de jeito nenhum"? Pois é.

Mas ok, a moça continua sendo bonita.

Falemos, então, sobre esse lance chamado legging. Eu acho que essa moda já devia ter passado há muito tempo. Sendo bem sincera, eu acho que a moda nunca devia ter pegado, porque, assim como as famigeradas calças de cintura alta, leggings não ficam bem em qualquer pessoa. E são justamente as pessoas que não ficam bem com elas que insistem em continuar usando-as. E usam com combinações esdrúxulas, tipo legging com sandália de salto. Ou aquelas leggings que têm desenhos. Já vi umas que têm strass. STRASS, minha gente. E aí as fias usam a combinação soprada pelo capeta, que é legging com desenhos, sandália de salto e blusa curta. Eu acho que isso devia ser proibido porque fere as retinas das pessoas que têm um mínimo de senso estético.

Não é que legging seja uma peça de roupa horrenda que ninguém deveria usar, tipo aqueles macacões jeans justos estilo "Gang". Mas não vamos exagerar no uso, né? E vamos escolher cores mais escuras, sem aplicações de nada brilhante e não usá-las com salto.

Bom senso, pessoal. Basta ter um pouquinho e isso já faz a maior diferença na vida dos que te cercam. Tá bom?

Obrigada

Obrigada a todos que deixaram mensagens no post sobre meu avô. Cada mensagem, ligação, email que recebi fizeram a diferença. Eu não pensei que um sms pudesse dar algum tipo de conforto, mas dá sim. SMS, ligação, nem que seja pra dizer "estou com você, fique bem". Faz, sim, muita diferença.

Mais uma vez, obrigada.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

Leito de morte

Quando minha avó morreu ela levou com ela muitas coisas e, uma delas, certamente, foi a união e harmonia familiares. Depois dela tudo meio que desandou. Parte da família foi prum lado, filho se estranhou com pai, que casou de novo com uma mulher que é o oposto de tudo que minha avó era. Minha avó partiu e nada foi como antes. Sei disso há alguns anos, mas isso está mais evidente agora, vinte anos depois da morte dela. Meu avô está morrendo e, ao mesmo tempo que levará com ele muitas coisas, deixará por aqui a certeza de que construir relações, perdoar e amar de coração não são o forte da família que ele construiu.

E eu choro não só pelo meu avô, por vê-lo irreconhecível numa cama de hospital, incapaz de conseguir, à beira da morte, a visita de um de seus filhos; como também por ter a certeza de que a ideia de família que um dia possa ter existido com certeza se irá com ele. Choro pela minha mãe, choro pelos meus tios, choro por mim. Choro pelo que nos tornamos e deixamo-nos tornar. É na doença que se reforça o que já existe e que se revela aquilo que não sabemos sobre as pessoas. O Alzheimer atinge a família toda. Vê-se a bondade e compaixão, mas vê-se também a mesquinhez. As relações fortes se intensificam ao passo que as fragilizadas ficam por um triz. Por um triz está meu avô, assim como a família que eu vi nascer depois da morte da minha avó.

E dói a inconsciência dele. A ignorância da esposa dele. Dói meu coração ao ver que minha relação com minha mãe se mantém no silêncio. Numa família que se baseou sempre no espiritismo, é incompreensível ouvir alfinetadas com relação às minhas atitudes com relação à ela, sendo que ninguém ali sabe a verdade sobre meu passado. Eu guardo comigo a história. E ouço indiretas minutos antes de entrar na UTI pra ver meu avô, provavelmente pela última vez. Quanta sensibilidade.

Estou triste.


domingo, 16 de agosto de 2009

Cinnamon Roll - a paixão que aprendi a fazer

Duas historinhas antes de falar sobre minha última aventura culinária.

1) Minha mãe é uma mulher que faz pães. Sempre fez, e, graças aos céus e à sua alegria em sovar massa, continuará fazendo. Eu cresci vendo minha mãe fazer pães dos mais variados tipos. Eu às vezes podia ajudar esfarelando o fermento para que ela fizesse a esponja. Ela também me deixava vigiar o crescimento da massa - e eu acreditava que estava fazendo algo útil. Ah, a ingenuidade infantil e a crueldade adulta... E ela sempre me dava um pedaço de massa para que eu fizesse meu mini pão. Isso era legal. Eu também podia comer um tequinho de massa crua. Eu adoro massa crua. A especialidade da minha mãe é pão de mandioquinha e pão recheado de calabresa, queijo e tomate. O pão de mandioquinha é muito, muito macio. Recém saído do forno com um pouco de margarina na fatia, é uma prova de que gula não é pecado coisa nenhuma. E o pão recheado de calabresa é tão famoso que já foi encomendado para festas infantis e até para festa dos meus amigos. Desnecessário dizer que nunca sobra nada pra contar história. Acho que essa é a única receita "de família" que temos. Minha mãe sempre disse que o segredo da massa está em sovar. E ela coloca a alma dela nesse ato. Sério. Ela faz a pia tremer porque ela não somente sova como os chefs ensinam: ela pega a bola de massa, levanta e joga com toda a força sobre a pia. É bem legal - serve como controle de stress.

2) Há alguns anos havia, em alguns shoppings, essa atentado à gordura localizada: Cinnabon. E foi lá que eu descobri os cinnamon rolls. E me apaixonei perdidamente, com ênfase nessa delícia: Caramel Pecanbon. Eu ia toda semana ao Cinnabon do Shopping Morumbi. TO-DA semana. Pra completar, a mãe da minha fiel escudeira e irmã de coração tinha uma loja no shopping e dona Renata estava sempre por lá. Resultado: íamos sempre juntas. Fofocar e comer. A Renata tinha, inclusive, uma maneira de me animar: sempre que eu estava meio chateada ela falava "vamos comer um cinnamon roll?". Era o que bastava para uma fagulha de brilho aparecer em meu olhar tristonho. Rá. Aí o Cinnabon acabou e as minhas amigas tiveram que descobrir outra maneira de me fazer sorrir. Geralmente é me levando pra comer cheesebacon. Minha alma é de gordinha, gente.

Fim das duas historinhas, voltamos ao ano de 2009. Há algum tempo eu estava ensaiando testar alguma receita de cinnamon roll. Principalmente porque pagar quase 6 dinheiros no cinnamon minúsculo da Starbucks me revolta. Na verdade, a Starbucks, como um todo, me revolta um pouco, mas sobre isso eu falo outro dia. A Café Suplicy também tem, e é bem gostosinho, mas nada se compara à fofice e cremosidade dos cinnabons. Quinta passada, eu de molho em casa, decidi me arriscar. Comecei fazendo pesquisa de receita, mas no excelente Technicolor Kitchen e outros blogs bons de culinária, as receitas eram para quem tem máquina de pão. Não é meu caso. Aí achei 3 receitas e meio que misturei tudo. A primeira parecia ótima, mas como eu vou pesar 32 gramas de ovo? Eu não tenho balança culinária. Mas eu li a receita, modo de fazer e afins e entendi mais ou menos o processo dos rolls - e me baseei nessa receita pro recheio. Para a massa usei essa e segui meio à risca. Pra cobertura me baseei nessa mas acabei fazendo tudo de olho porque 8 "onças" de cream cheese é um pouco demais e eu queria a cobertura mais doce do que azedinha.

Os rolls, antes de assarem, ficaram assim:


Na próxima vez eu vou colocar menos recheio e, em vez de um retangulão de massa, farei uns 3 retângulos menores. Acho que os rolls ficam menores e aí rendem mais. Com relação à cobertura, acho que coloquei baunilha demais, cream cheese demais e manteiga de menos. Na próxima vez vou aumentar a quantidade de manteiga e colocar um tiquinho de leite pra dar uma quebrada no azedo do cream cheese. Detalhes - a cobertura fica muito boa sem essas firulas todas que estou descrevendo.

E o resultado final foi esse:






Eu nunca tinha feito massa de pão desde o comecinho. Foi minha primeira vez, ui. E, pruma primeira vez, acho que ficou bem bom. A massa ficou macia e todo mundo que comeu, gostou - ui, de novo. Dá trabalho, mas é bom comer um cinnamon caseiro, quentinho e que custou bem menos que o caro e sem graça da Starbucks.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Analfabetismo funcional: não trabalhamos

Ontem, nem sei como, eu cheguei à uma comunidade do orkut chamada "Eu não sou fã de Jack Johnson". Vejam: o título da comunidade fala apenas que quem está lá não é fã de JJ. Não ofende o cantor. E nem quem gosta dele. Na descrição da mesma, a primeira coisa escrita é:

"Atenção! Esta não é uma comunidade de ódio ao cantor surfista."

Ou seja: está mais do que claro e cristalino que o problema da comunidade não é o Jack Johnson em si. Logo depois, a explicação sobre o que é, na opinião do criador da comunidade, "ser fã do Jack Johnson":

"O fã de Jack Johnson na nossa definição é aquele cara que:

-Não tem gosto musical definido, diz que é eclético e gosta de tudo menos pagode e sertanejo
-Aluga filme repetido sem querer e só percebe depois de meia hora assistindo"

E por aí vão as explicações. Quem quiser conferir, o link é este.

Eu não sou fã do Jack Johnson, acho as músicas dele todas meio parecidas. Não odeio o que ele canta, acho que rola ouvir uma música ou outra e, geralmente, meus alunos gostam de ouví-lo porque não é tão difícil de entender. Ou seja, eu ouço Jack Johnson vez ou outra, nem que seja em aula. Achei a comunidade engraçadinha, mas, apesar de não ser fã do cara, não entrei. Preferia entrar numa comunidade que falasse "Não sou fã do Humberto Gessinger" ou "Fãs xiitas do Legião Urbana ou do Raul Seixas são muitos chatos". Porque eu os acho bem chatos. Chatos pra caralho, pra ser bem clara.

Mas aí, vendo que a comunidade se dispunha a demonstrar o não apreço por um cantor, eu tive a certeza que várias pessoas não entenderiam o porpósito da comunidade e atacariam as pessoas que fazem parte dela. Eu estava certíssima. O primeiro tópico é intitulado "que bosta que vcs são". A menina que o iniciou, excelente em argumentação e compreensão de texto, disse o seguinte:

"que bosta que vocês sãoo vocês que fizeram,que postaram,e que estão fazendo o diabo a quatro nessa RIDÍCULA comunidade.SÃO TÃO IDIOTAS E DESOCUPADOS ASSIM? devem ter muito tempo pra discutir sobre a vida de uma pessoa.bando de desocupados.porque cada um não se olha primeiro.. faria muito bem, ou talvez não né? porque pelo jeito alguns são tão vazios que nem bem iria fazer, seria em vão .com toda ação há uma reação,não é? BANDO DE RIDÍCULOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS!!"

E aí eu pergunto: os criadores da comunidade ofenderam o Jack Johnson? Não. Foram ofensivos às músicas ou ao trabalho do cantor? Não. Apenas criaram uma definição sobre o padrão de comportamento dos fãs do cara. Só isso. Não estou defendendo os caras da comunidade, vejam bem: MEU PONTO NÃO É ESSE.

Meu ponto é que eu fico impressionada em como as pessoas não sabem ler. Elas leem e não absorvem o que leram. Simplesmente pegam o geral daquilo que elas acham que leram e saem vomitando ofensas por aí. Tudo porque a carapuça do que leram serviu nelas de alguma maneira e elas acham que têm que "revidar" essa grande ofensa. Eu tive a falta do que fazer de ler outros tópicos. Há fãs de JJ levando na boa. Há fãs de JJ discordando dos caras, numa boa. Sem ofender. O problema NÃO É discordar. Acho legal que discordem de mim, isso promove discussão e reflexão. Mas acho péssimo quem o faz de maneira mal-educada. Eu falo palavrões. Mas eu sou bastante educada. Apesar de muitas pessoas não entenderem, uma coisa não tem a ver com a outra.

O mundo está ficando chato pra caralho. As pessoas estão cada vez mais limitadas. Mais xiitas. Cara, E DAÍ que fulano não é fã do seu cantor favorito? No que isso vai mudar sua vida? Com certeza você não é fã de alguém, e aí, as pessoas que são fãs desse alguém devem se sentir ofendidas com isso? O politicamente correto xiita é CHATO. É burro. Agora tudo é "não podemos julgar". Mas que inferno que é isso! Eu posso SIM fazer a consideração que eu quiser sobre o que for. E se eu for pro inferno por causa disso, pelo simples fato de conseguir usar meu cérebro, irei pro inferno feliz. Eu não creio num mundo onde haja a necessidade descomunal de se medir palavras, porque senão chega essa ou aquela pessoa, da Liga dos Chatos Relacionados Àquele Assunto e enchem o saco da pessoa que simplesmente discorda deles.

Acho que o mundo seria mais legal se as pessoas lessem mais, pensassem mais, tivessem mais noção e fossem mais educadinhas. Aliás, acho que vou fazer isso. Eu vou montar uma banquinha na Praça da Sé pra mostrar pras pessoas que é possível ter bom senso. Não requer formação em faculdade alguma, não requer especialização acadêmica. É simples. É só tentar.


ps: e quem quiser DISCORDAR de mim que o faça de maneira educada. Xingamentos não serão mais tolerados. Grata.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Só uma informação

Num dos meus blogs preferidos, o Juntar os Cacos, Caco, o autor, diz o seguinte na "apresentação": "Saber ler entrelinhas e ironias não é um diferencial aqui – é pré-requisito."

Com todo o respeito (e crédito), quero dizer que o mesmo é válido para ler meus posts.

Portanto, se você não gosta ou não entende ironia e sarcasmo, se você tem dificuldade em interpretar um texto, se sentido figurado não faz parte de sua vida, não perca seu tempo por aqui. E, mais importante, se você não consegue entender e aceitar que as pessoas pensam diferente de você e discordam do que você diz, sem ofensas, melhor mesmo nem perder seu tempo. Meu blog é diarinho mesmo.

Eu detesto ter que explicar aquilo que eu quis dizer e, só hoje, já fiz isso inúmeras vezes. Poupem meu tempo e o de vocês.

Peço desculpas a quem comentou aqui numa boa e quem chegou aqui numa boa... Só quero deixar claro como são as coisas porque eu não vou ter blog pra deixar seja quem for vir aqui cantar de galo naquilo que eu escrevo. Opinião é uma coisa, encheção de saco é outra bem diferente.

E, agora, voltamos à nossa programação normal.

Tudo bem explicadinho, nos mííínimos detalhes - ou - Encerro por aqui a tal "polêmica"

Vou explicar alguns pontos do post que escrevi, pra deixar bem claro, nos mínimos detalhes, o que eu quis dizer.

Venham comigo!

"Nessa pequena mudança por aqui, deletei vários links de blogs de maquiagem, beleza e moda. Continuo achando moda, beleza e maquiagem legais. Mas estava achando a maioria dos blogs sobre esses assuntos um pé no saco. Uma mulherada cagadora de regras, cheias de afetação"

O que eu quis dizer: Se eu deletei vários links de blogs de beleza e maquiagem significa que não pretendo mais ler esses blogs. Se eu não mencionei que blogs eram, significa que eu não quero ofender ninguém e nem encher o saco de ninguém. Eu também digo que acho a mulherada cagadora de regras e cheias de afetação, já deixando claro qual é o motivo d’eu ter desistido dos links e das leituras dos mesmos.

"Eu não preciso de todo um tutorial pra saber como enrolar um cachecol no pescoço. Não preciso de uma explicação detalhada de como prender meus cabelos no estilo "soltinho""

Comecei a frase usando a primeira pessoa do singular, certo? Ou seja, EU não preciso de tutorial. Ficou claro?

"Faço uns penteadinhos com tic tac há anos. E nem por isso sou trend setter de porra nenhuma. Eu não tenho paciência com mulheres afetadas ou monotemáticas."

Vejam que aí eu revelo parte de minha vaidade: eu uso penteadinhos com presilhas. Admito que não sou trend setter de nada. E reafirmo que não gosto de PESSOAS cheias de afetação e que só falam sobre uma coisa. Em momento algum eu critiquei blogs temáticos. Se alguém leu que critiquei blogs temáticos, indico minha oftalmologista, ela é ótima.

"Aí tem toda aquele lance da puxação de saco entre blogs. Eu ODEIO puxação de saco."

Vou mudar um pouco enfatizando uma outra parte: “EU odeio puxação de saco”. Eu, mais uma vez. Se você acha legal essa lambeção de cu entre os blogs de beleza em geral, ok para você. EU não gosto e EU não leio. Eu não gosto de puxação de saco na vida. Uma coisa é você demonstrar apreço pelas coisas e pessoas. Outra, bem diferente, é puxar saco sem limites. Eu sou carinhosa com meus amigos e pessoas de quem gosto. Mas não sou puxa-saco. Eu NÃO quis dizer que ser carinhoso é feio, gente. ONDE vocês leram isso, nesse texto? Me mostrem, por favor.

"E eu não preciso me constranger ao ler blogs, sabe? Blog é só distração."

Ao dizer “eu não preciso me constranger ao ler blogs” estou, de maneira sutil, insinuando que se me constrange eu não leio. Certo?

"E aí lá ia eu me distrair com algum blog sobre futilidades que eu adoro e era obrigada a ver essa ou aquela blogueira maquiadora e super trend setter ser elevada à categoria de semi deusa do Olimpo dos blogs de beleza."

Olhem como está CLARO que eu GOSTO de blogs sobre as ditas “futilidades”: “e lá ia eu me distrair com algum blog sobre futilidades que eu adoro e era obrigada (...)”. Viram? “blogs sobre futilidades que eu adoro”. O que isso significa? Que sim, eu adoro maquiagens e afins. Eu só não gosto de determinadas afetações, puxações de sacco e cagações de regra das pessoas. E aí eu DEIXO DE LER o blog. E não encho o saco de ninguém.

Aí você vai dizer que eu encho o saco sim porque escrevi um texto sobre o assunto. Hoje estou paciente, então vou, mais uma vez, explicar o óbvio: esse é MEU blog e aqui eu dou a MINHA opinião sobre o que EU bem entender. Se EU quiser criticar a Revista Caras eu vou criticar. Se EU quiser criticar o Domingão do Faustão eu vou criticar.

Eu não consigo entender por que ter opinião sobre as coisas ofende as pessoas. Gente, eu só dei a MINHA opinião. Eu te ofendi? Xinguei sua mãe de rampeira xexelenta? Xinguei sua melhor amiga de boba, feia, fedida e xixicocô? Xinguei ou fui agressiva com alguma blogueira?

NÃO.

Eu não acho que meu blog tenha conteúdo. Eu não tenho essa intenção. Eu escrevo blog diarinho, sempre escrevi, porque gosto. Estou no “mundo dos blogs” desde 2001, 2002. Acreditem, já vi muitas fases desse “mundo”. Já vi muita puxação de saco. Essa “polêmica” aqui e no VnF, os comentários de pessoas que não sabem interpretar texto e não lêem as entrelinhas não são novidade alguma para mim. Se EU não considero o conteúdo de algum blog ou o jeito como a pessoa fala ou escreve legais e eu deixo claro que não leio esses blogs, onde está meu erro? Meu erro está em ter uma opinião e expressá-la? Eu acho exagero SIM haver vídeo explicando como usar um cachecol. Ué, EU acho exagero. Se te serviu, bom pra você. Mas não venha encher o meu saco dizendo que eu considero “bullshit” esse assunto. Não considero “bullshit”. Acho apenas exagerada a forma como alguns blogs de moda que eu não leio mais abordam o tema.

Eu realmente não tenho nada a ver com o dinheiro alheio nem com a maneira como as pessoas gastam seus reais. Por isso eu deixei claro que eu EU acho que algumas meninas exageram. Eu deixei claro que o problema está na falta de limites, no exagero, e não em comprar tal coisa ou em entender sobre tal assunto. Problema é a criação de um monte de regrinhas e chatices para algo tão legal: maquiagem.

A Vic Ceridono, do Dia de Beauté, que trabalha com moda e maquiagem, já disse que essa coisa de regras pra isso e aquilo só limitam as pessoas. Ela, que entende mesmo do que está falando. Ela já disse que o importante é ter noção. E saber usar o que fica bem em você. A Marina, do 2Beauty, que faz uns makes maravilhosos, é super didática e não é nada afetada. Muito pelo contrário. E estou falando de dois blogs temáticos. Estou falando bem. São dois blogs que eu acompanho. As meninas do VnF, inclusive, acham essa coisa de regras e diretrizes uma chatice também.

E com tudo que eu escrevi, por acaso eu disse que as pessoas podem ou não podem usar isso ou aquilo? Não. Eu não disse. Eu deixei claro aquilo que eu não gosto e ponto. Se é difícil para algumas pessoas entenderem ironia, lamento por elas. Se é difícil para algumas pessoas interpretarem um texto, mais uma vez, lamento por elas. Como podem achar que minha sugestão de montar banquinha na Praça da Sé era séria? Alguém já ouviu falar em “sentido figurado”? Como alguém chega no MEU blog e vem me dizer que escolhi as palavras erradas? Eu escolho as palavras que eu quero e penso muito bem antes de usa-las. Os palavrões que uso aqui são deliberadamente usados. Eu não os uso por falta de vocabulário – eu garanto que meu vocabulário é excelente. E a quem reclamou que eu não soube me expressar de maneira inteligente e não expliquei bem meus motivos, e, assim, não soube “comprar a discussão” (que compra? Que discussão?), eu pergunto: está claro assim? Ou será que precisarei também fazer alguns gráficos e ilustrações?


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sobre os blogs de moda e beleza - um desabafo num post longo.

Nessa pequena mudança por aqui, deletei vários links de blogs de maquiagem, beleza e moda. Continuo achando moda, beleza e maquiagem legais. Mas estava achando a maioria dos blogs sobre esses assuntos um pé no saco. Uma mulherada cagadora de regras, cheias de afetação. É APENAS maquiagem, people. Ok que maquiagem pode ser A VIDA de vocês, mas ninguém vive só de uma coisa e se a sua vida gira SOMENTE em torno de maquiagem, lamento por você. Maquiagem é legal pra cacete, mas as pessoas piram demais e, de repente, todo mundo é entendido naquilo. E umas meninas que nem sabem escrever direito promovem concursos de maquiagem disso ou daquilo, compram quantidades absurdas de produtos, falam de "certo" e "errado". A mesma preguiça eu peguei de blogs de moda. Eu não preciso de todo um tutorial pra saber como enrolar um cachecol no pescoço. Não preciso de uma explicação detalhada de como prender meus cabelos no estilo "soltinho" - que eu uso, na verdade, quando quero arrumar a casa e não ter cabelos no rosto. Eu uso presilhas nos cabelos há anos. Faço uns penteadinhos com tic tac há anos. E nem por isso sou trend setter de porra nenhuma. Eu não tenho paciência com mulheres afetadas ou monotemáticas.

Aí tem toda aquele lance da puxação de saco entre blogs. Eu ODEIO puxação de saco. Outro dia uma amiga minha da dança criou uma comunidade pra mim no orkut com a intenção de me "homenagear". O tema nem era algo no estilo "nós te amamos", é algo sobre eu ser "fashion" e fazer poses engraçadas nas fotos. Alguma bobagem assim. Morri de vergonha. Por mim e por ela. Avisei meu namorado a respeito disso e avisei que, de fora do grupo da dança, só ele estaria "autorizado" (cof cof) a entrar. A resposta dele: "sua amiga te conhece de verdade? Não, né?". Porque eu me constranjo com esse tipo de puxação de saco. E eu não preciso me constranger ao ler blogs, sabe? Blog é só distração. E aí lá ia eu me distrair com algum blog sobre futilidades que eu adoro e era obrigada a ver essa ou aquela blogueira maquiadora e super trend setter ser elevada à categoria de semi deusa do Olimpo dos blogs de beleza. Ah, puta que pariu.

E nisso entramos mais uma vez naquele velho assunto de gente que acha que blog é alguma coisa de super demais e se acha muito relevante e formador de opinião. E sai cagando regras. E, no caso do tipo de blogs que mencionei, sai dizendo que calça saruel é a peça de roupa mais legal da estação para as "it girls". Mas que caralho é isso? It girls? Que frescura insuportável. Aí o que acontece? Você vê um monte de mulheres com uma calça cujo cavalo vai até o joelho, deixando a bunda murcha e parecendo que você usa franda geriátrica. Cadê o bom senso? E tudo porque um bando de mulher com voz chata pra cacete disse que aquela é a peça do inverno. Aí a atrocidade se populariza e nas lojas do Largo de Pinheiros há milhares de calças saruel de viscolycra a 19 reais. Tava conversando com uma amiga minha e ela disse que ela imagina as pessoas no Largo da Batata usando essas calças e fazendo um flash mob onde todos falam "STOP! Hammertime". Acho que a única coisa boa dessas calças horrendas foi imaginar essa cena.

As pessoas acumulam milhares de pincéis de maquiagem, tudo porque querem fazer uma sombra esfumada. Eu faço isso usando os dedos. E fica bom. Será mesmo necessário esse consumo desenfreado? Vi umas meninas que têm tipo 10 estojos imensos só de sombras. Claro, o dinheiro é delas. Se elas querem gastar com make ou rasgar dinheiro e jogar pro alto, é problema delas. Mas eu me reservo o direito de achar tudo um absurdo exagerado. Você é maquiadora profissional? Não? Então vá investir na sua profissão também. Vale a pena. Você é super ultra entendida de moda e das últimas tendências de como amarrar um lenço em volta do pescoço? Por que então não presta consultoria à população? De graça? No blog você não escreve de graça? Então por que não vai com uma banquinha pra Praça da Sé prestar consultoria fashion de graça pra mulherada que passa por lá? Você atingiria MUITO MAIS pessoas. Porque ó, vou te dizer, blog é coisa pra uma parcela BEM ínfima da população. O alcance é bem, bem pequeno. Mesmo que você receba 300 visitas por dia, que suas comentaristas te chamem de linda e que aquela consultora, que também tem blog, tenha te linkado num post x.

Em resumo: blog é legal, blog temático é legal, mas TUDO na vida precisa de limite. E de bom senso e noção. Inclusive as paixões que você tem. Inclusive sua necessidade de ver e ser vista. Nem que isso seja o mesmo que ver e ser vista no concurso de beleza de Jaboatão dos Prazeres, aquela cidade que nem no mapa está.

Mudei!

Cansei do antigo layout. Resolvi mudar, mas mantive o verde, minha cor favorita. Acho que não é bem o que eu queria, mas as opções do blogger são limitadas e não vou mudar pro wordpress, por exemplo. Por pura preguiça mesmo.

Mudei a lista de links. Tirei vários que eu não lia mais, acrescentei outros que eu leio.

Em breve vou também dar uma "garibada" no meu blog em Inglês, que anda tão abandonado. Vou tentar escrever mais lá, tirar uns links antigos.

Enfim, faxina geral. Que eu já devia ter feito, por sinal. E não é só aqui. É nas minhas coisas em casa. É nos pensamentos antigos que não me levam a lugar algum. Eu acredito piamente que tirar coisas velhas abra espaço pra novas. E quer coisa melhor que mandar pensamentos carcomidos pelo tempo embora e dar lugar a novas ideias?

É isso que quero.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ah, como eu queria ter participado disso!

Eu já disse aqui que adoraria que a vida fosse um musical. Ou, ao menos, que algumas partes da vida fossem um musical. Tudo seria bem mais divertido. Se bem que, sabendo bem como a falta de noção impera nessa Terra Brasilis, provavelmente o musical ia acabar virando coreografia das Popozudas. Mas, como o sonho é meu, prefiro pensar que as coisas seriam diferentes.

Estocolmo não é só nome de síndrome. É também a cidade onde parte desse meu sonho se realizou, e se realizou exatamente como eu sempre imaginei. Um começa a dançar uma música legal e, de repente, são centenas fazendo uma coreografia.


É ou não é uma lindeza de se ver?

Mandei pruns amigos da dança, pra ver se alguém se anima a fazer isso no meio do Shopping Eldorado (se fazemos quadrilha de festa junina no meio do shopping, dançar "Beat It" é fichinha), mas é claro que até agora ninguém disse nada a respeito. Porque o pessoal da dança de salão sabe dançar junto, mas quando é pra dançar separado, a maioria tem medo. Vergonha. Eu não entendo isso, mas, até aí, eu não entendo muita coisa nessa vida.

Minha esperança é que na festa que vai rolar nesse sábado, com esse pessoal, todos bebam muito e façam essa dancinha. Vou filmar e postar no site da escola. Minha parte já estou fazendo: vou levar dois drinks bombásticos. Quero ver as fresquinhas fazendo a jogadinha pélvica do Michael no maior estilo!


sexta-feira, 10 de julho de 2009

O pedido de desculpas

Terça=feira foram 20 minutos de minha vida gastos falando ao telefone com um dos sócios do Vegas, que me ligou para se desculpar pelo ocorrido. Achei honrado o cara me ligar e se desculpar, sendo ele sócio de uma casa que sempre lota, ele podia pensar simplesmente: "foda-se". No entanto, não pude evitar o meu desapontamento quando ele me disse que não poderia fazer nada com relação aos famigerados seguranças. Ele assumiu toda a responsabilidade, disse que foi falta de planejamento, que ele devia ter estado lá, blablabla whiskas sachê e os seguranças foram pegos de calças curtas. Além disso, a Polícia Federal proíbe que casas noturnas tenham seus próprios seguranças, então todos os seguranças do Vegas são de uma empresa terceirizada. E ele não teria como entrar em contato com a empresa de segurança para reclamar porque não são sempre os mesmo que vão lá e, além disso, os seguranças obviamente contariam a versão deles dos fatos (que com certeza seria desfavorável a nós) e seria um falando daqui e outro dali.

E eu continuo com meu boicote ao Vegas. Agradeci a ligação, a atenção, mas repeti: no Vegas eu não irei mais. E o sócio disse que entende meu lado. Que lamenta me perder como cliente mas não pode fazer nada.

Olha, eu digo duas coisas que ele poderia fazer pra não me perder. C'mon man, fight for me. A primeira seria garantir que ele falaria com a empresa de segurança. Mesmo que fosse pra não dar em nada. E a segunda seria me dar uma garrafa inteira de alguma bebida bem boa e cara, pra eu dividir com os amigos que também sofreram naquela noite.

É, eu sou facinha.

Mas claro que ele não me deu bebida nenhuma. Nem vip pra mim e pros meus amigos para a próxima Post It - que, ALINHÁS, será no Vegas novamente, prova de que o povo não aprende e está cagando pro pessoal que não conseguiu entrar. Então, mais uma vez, Vegas, nem pensar.

domingo, 5 de julho de 2009

Boca no trombone - ou - Carta ao Vegas Club

Resumo da história: sexta-feira rolou, no Vegas Club ali na Augusta, a festa Post It, organizada pelo Phelipe Cruz do Papel Pop, blog que leio há bastante tempo. Festa com pop merdão excelente pra dançar e espantar os maus espíritos. Eu amo música pop, de coração. E, pra completar, haveria uma homenagem ao Michael Jackson. Passei a semana vendo o vídeo de "Thriller" e treinando os passinhos em casa pra fazer bonito na hora em que tocasse a música. Passei a semana cantando "Billie Jean". Passei a semana marcando com as amigues de ir nessa festa e desencapetar muito dançando. Chegamos à porta do Vegas cedo, haviam duas filas, uma para cada lado. Não havia ninguém indicando em que fila devíamos entrar, entramos na fila que quisemos. O restante da história vocês podem ler na carta de reclamação que mandei ao Vegas hoje. A carta é grande mas o babado é forte, tenham paciência. No mais, meus lindos pezinhos 35 não pisam naquele lugar. Porque eu não sou palhaça de voltar lá e pagar a entrada que com certeza ajuda a pagar os salários dos seguranças incompetentes e insolentes que maltrataram a mim e aos meus amigos.

"Estamos, eu e meus amigos, PROFUNDAMENTE DESAPONTADOS com a falta de organização da equipe de segurança de vocês ontem para a entrada na festa Post It. Chegamos na porta do Vegas por volta das 23:30 e entramos no final de uma fila. Ficamos ali por volta de UMA HORA, até que um segurança extremamente mal-educado veio nos dizer que onde estávamos não era fila. Que teríamos que mudar para o final de uma outra fila, do outro lado. Mas nós JÁ estávamos numa fila, por uma hora. Não furamos, não nos aglmoeramos, apenas ficamos lá, juntamente com centeneas de pessoas, esperando a entrada na casa. Minha amiga tentou falar com o segurança e ele não respondia ao que ela perguntava. Aí ela levantou a voz para ser ouvida e ele disse que ela teria a entrada dela BARRADA na casa. Repito: ele não a ouvia e ela levantou a voz para fazer-se ouvir. Ela não o maltratou nem o agrediu nem o xingou.

Eu fui falar com um homem que parecia ser o chefe da segurança, perguntei se a fila em que estávamos seria liberada para a entrada, e ele me disse que estavam deixando entrar 5 pessoas de uma fila e 5 da outra, e que era só aguardarmos. Minutos mais tarde o segurança, o que disse que barraria a entrada de minha amiga (e que se identificou como Pedro e não quis nos informar o sobrenome), chamou as pessoas da nossa fila e nos fez formar outra fila, organizada, para que entrássemos. Ficamos nessa fila por mais de meia hora e não nos deixavam entrar. Liberavam a entrada de pessoas na fila que eles disseram ser a original e nós, que estávamos na fila FORMADA PELO SEGURANÇA, não podíamos entrar. Mais uma vez minha amiga foi tentar falar com o Pedro, mas ele se recusava a a falar com ela, dizendo que ali ela não entraria. Ela, obviamente, se exaltou e falou alto com ele mais uma vez. Foi quando o chefe da segurança, que havia falado comigo, veio intervir na discussão. E começou a falar que todos nós que estávamos naqquela fila estavam tentando FURAR desde o começo.

Que tipo de serviço de segurança e organização é esse? Que tipo de segurança vocês contratam para trabalhar aí? Fui tentar argumentar com o chefe de segurança, dizendo que estávamos na fila que o Pedro havia formado. E o que ele fez? Me chamou de mentirosa, disse que conhecia gente como eu, que tenta dar um jeitinho brasileiro para tudo. Disse que estava ali e viu que o segurança não havia formado fila alguma. Me chamou MAIS UMA VEZ de mentirosa e disse que lembrava de mim, que eu havia falado com ele antes e ele já tinha me avisado que aquela fila estava errada. E, MAIS UMA VEZ, disse que eu estava tentando dar um jeitinho brasileiro. Eu tenho diversas testemunhas. Eu nunca me senti tão desrespeitada, e isso que eu estava apenas tentando entrar no Vegas e curtir a noite com meus amigos. Eu não estava ali para badernar. Eu não estava ali para furar fila. Acredito que vocês obtenham lucro vindo de pessoas como eu, que comparecem à Casa. Então é esse o tratamento que os clientes do Vegas recebem? Ser chamada de mentirosa é o que ganho por ficar uma hora e meia NA FILA? Eu não consigo nem exprimir o quanto eu estou brava por ter ouvido essa calúnia vindo de um funcionário de vocês.

Fica a certeza de que eu e meus amigos não colocaremos mais os pés no Vegas. Fica a certeza de que o Vegas não se importa com seus clientes, visto que os hostesses estavam ali e não tentaram intervir em momento algum. Veja bem, no meu grupo de amigos há jornalistas, designers, uma maquiadora, eu sou professora de Inglês. Não somos baderneiros. Somos profissionais, pagamos impostos, só queríamos nos divertir e prestigiar a festa Post It. E o que ouvimos? Que não poderíamos entrar, que somos mentirosos e que, se quiséssemos, podíamos chamar a polícia. Tenham a certeza que tudo que eu puder fazer de propaganda negativa sobre a organização do Vegas, eu farei. E espero que vocês conheçam a máxima de que um cliente satisfeito fala sobre a empresa para, no máximo, 3 pessoas. Já um cliente insatisfeito, fala sobre a empresa para mais de 10. E isso é o que vocês recebem por não levarem a sério a máxima de que "cliente tem sempre razão".
Meu telefone é XXXX-XXXX, caso vocês tenham a decência de entrar em contato comigo para, ao menos, pedirem desculpas por esse ocorrido tão desagradável."

Depois da noite de ontem, vou demorar muito pra ter vontade de sair de novo. Sair pra me divertir e só me estressar? Ver gente furando fila? Aguentar desaforo de segurança com síndrome de porteiro? Prefiro fazer meus home botecos. Ouço a minha música, gasto pouco e, se ficar bêbada, já caio direto na cama.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Do you remember the time?

Escrevi esse texto no meu blog em Inglês e resolvi postar aqui também. Desculpem-me, mas não tenho tempo de traduzir agora, então vai assim mesmo! (fl, pode praticar a leitura aqui, hehehe!!!!)



I vividly remember. Me and my aunt, a huge Michael Jackson fan, in her living room listening to some of his albums. "I just can't stop loving you" was playing and we were singing it LOUD. I mean, really loud. I had the lyrics in my hands, since I wasn't fluent in English yet. Actually, in those times I had no idea I'd become an English teacher one day, but this is another subject. My aunt knew all the lyrics by heart, she had all his albums, she was really crazy about every little thing he 'd made. She used to be such a cool person, I don't know why years came by and she became so boring. Again, another subject. So, there we were, singing out loud. And I started crying. Because I was madly in love with a boy and he didn't even know about it. I think he suspected, everybody suspected. He is my aunt's cousin, but me and her are not blood related, so he isn't either. Anyway, my family and her family are very close and it was like he was family too. Inside my crazy teenage mind, he should never know because "our" love was forbidden, we were like family. Oh my God, how silly was I? My aunt knew about my secret love and hugged me - she understood why I was crying. And we kept singing along together.

I also remember when he launched "Black and White". I was in a friend's house, it was a nice evening and we were all utterly impressed by all that technology of turning people's faces into other people's faces. It was SO wow... I remember when "Thriller" was launched, I was a little child and felt terrified by all those monsters. I sang along with him in some language I believed it was English when he sang "Beat it". I was very impressed by all the break dance, his moves were so amazing. When "We are the World" was all and about in all the radio stations I used to ask the school's bus driver to turn up the volume because I loved that song. I love it 'til nowadays, actually. When I found out that Billie Jean was not his lover, she was just a girl saying that he was the father of her child, I was apalled. I had always thought she was his lover!

I still can't believe we are in a world where there is no Michael Jackson anymore. I'm not a person who cultivates idols and I can't say I'm a fan of anyone or anything, but I do have some artists that I deeply admire. Madonna, Muse, Michael. He's part of my childhood memories. He was one of the artists who "taught" me how to speak English. I love many of his songs and I think he was genius. And just like all the geniuses, he was tormented and lonely. And I won't even start with all that pedophilia accusations he got years ago. I think he died alone. The King of Pop died completely and deeply alone. The greates entertainer the world had ever had so far, a man who influenced all the coming generations, completely alone.

How sad is that?

May he truly rest in peace and his kids can grow without all the media lurking them around.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Scraps pro além

Ah, o cerumano e sua imensa necessidade de inclusão. De fazer parte, seja do que for. De falar, seja o que for e na hora que for. Às vezes eu me sinto muito Ford Prefect, do "Guia do Mochileiro das Galáxias". Porque muitas vezes eu não me sinto parte do todo. Não me sinto parte nem de uma metadinha que seja. E aí fico de fora, observando o populacho, sem conseguir entender patavinas do que essas pessoas fazem. Vejo algumas coisas e me pergunto "o que motivou esse cerumano a fazer isso? Que caralho de motivação foi essa? Por que, ó Senhor, por que?".

Hoje eu recebi uma notícia muito, muito triste. Um colega meu morreu de leucemia. E tirando toda a parte em que isso me fez pensar, repensar, ponderar e lembrar de várias coisas, eu fiquei bastante chocada com a nova tendência da falta de noção: deixar scraps pra gente que morreu. A página do rapaz está cheia de recados de pessoas se despedindo e dizendo que ele fará falta. Só eu acho isso o cúmulo da morbidez?

Uma coisa é alguém realmente próximo à pessoa tomar atitudes desesperadas pela falta que sente. Pela saudade, pela dor. A dor nos leva a fazer coisas incompreensíveis, mas que não precisam de explicação ou sentido, justamente por terem sido motivadas pela dor. Ver alguém que você ama definhar é quase definhar junto, um pouco por dia. Mas pessoas distantes tomarem atitudes incompreensíveis só pra fazerem parte de um momento que é tão difícil, NÃO. Isso não é homenagear alguém querido que se foi, isso é ter uma falta de noção que beira o absurdo e uma morbidez digna de tratamento.

Passei a tarde toda pensando em como vou escrever todas as minhas senhas num papel e entregar pra alguém de máxima confiança com a recomendação: "se eu bater as botas, DELETA TUDO". Porque se algum cerumano xexelento me deixar scrap, eu volto do além e faço cuecão no dito cujo, só pra parar de gracinha.


terça-feira, 16 de junho de 2009

Um post meloso

Eu gosto de pimentas. Tanto de comida apimentada quanto da figura da pimenta, aquela coisa vermelha com a ponta verdinha. Cresci numa família cheia de crenças e, no meio de tantas, uma delas é a de que pimentas afastam a energia negativa. E dá-lhe decorar a casa com pés de pimenteira. Acho legal isso de haver um vegetal bonito que vence o mal e espanta o temporal. Imagine se chuchus espantassem urucubaca. Ou então jacas. Eu não ia gostar de ter chuchus ou jacas em casa pra espantar os maus espríto. Pimentas são fofas. E combinam duas cores que eu amo: vermelho e verde.

Fato é que eu não saio por aí dizendo se gosto desse ou daquele vegetal - mesmo porque, né. Vai que eu fosse fã de nabo. As pessoas poderiam maldar. Eu até tenho um colar com umas pimentas de pingente, mas eu não o uso sempre, é um colar grandão. Ou seja, fica difícil saber desse meu apreço por pimentas.

Meu namorado me deu um cordão prateado (eu não uso dourado e ele percebeu isso) com um pingente lindo de uma pimentinha vermelha. Fiquei surpresa: "ué, como você sabe que eu gosto de pimentas? Eu te contei?". E ele respondeu que não, eu não havia contado. E emendou "que raio de namorado seria eu se eu não soubesse disso?".

E eu fiquei toda boba. Por ter ao meu lado alguém que não só me aceita exatamente como eu sou, sem querer mudar nadinha; como também por ter ao meu lado um homem que preste atenção aos detalhes que me fazem feliz. Alguém que não tem problema nenhum em falar tudo o que sente, que não tem problema nenhum em ter uns repentes ridículos que só pessoas apaixonadas sabem como são.

Com ele eu tenho aprendido isso: que eu posso demonstrar de coração o que eu sinto, sem medo. E que ser ridícula e, PASMEM, um pouco (um pouco! E não na frente dos outros!) melosa faz parte dessa coisa brega chamada amor.

T., eu te amo.